Fight For This Love escrita por Succubus


Capítulo 8
Capítulo 7 - Vestiário.


Notas iniciais do capítulo

Opa, mais um capítulo pra vocês. ♥

Trilha Sonora:
Parte I: http://www.youtube.com/watch?v=OGXD61SapUM
Parte II: http://www.youtube.com/watch?v=Vl7spqkXgpY
Parte III: http://www.youtube.com/watch?v=sYffFEIAzdE
Succubus



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Parte I:

Hoje infelizmente os dois últimos períodos eram da matéria que eu mais odeio: Educação física. E a Treinadora Phillips é uma velha desgraçada do caralho. Nos trouxe para o campo e nos fez dar vinte voltas em torno dele e eu estou apenas na quinta volta, para a minha sorte. Meu rabo de cavalo já começava a despencar, o que me deixava em estado de choque, pois eu tinha de refazê-lo de cinco em cinco minutos e isso era um porre. Na verdade, o dia hoje estava um porre! Incrível como a Agatha e a Renata conseguem se divertir fazendo essa droga. Me sinto mal só de olhar para elas, correndo e rindo pelo campo, elas já devem estar na décima nona volta e ainda não cansaram. Além disso, os garotos no outro lado do campo também me dão uma raiva da porra. Eles não fazem nada mais do que gostam: jogar. E claro, cuidar as garotas quando passamos por eles.

Para melhorar ainda mais o meu dia, estava um calor insuportável de trinta e cinco graus. Correr nesse sol, era uma merda, principalmente pelo fato de a blusa do uniforme de educação física do colégio ser do tecido mais vagabundo possível, ela fica colada em meu corpo, devido ao suor provocado por esse calor. Percebi que todas as outras garotas, já haviam tirado suas blusas e ficado apenas com seus tops e umas até mesmo de sutiã. E não só por causa do calor, mas é claro, para mostrar o corpo aos garotos no outro lado do campo, e pelo que percebi, estavam tendo sucesso, já que eles, volta e meia olhavam para nós.

E eu era a única que ainda estava com aquela maldita blusa e quer saber? Dane-se. Eu não iria ser a única a morrer de calor apenas porque sou tímida o suficiente para não querer ficar apenas de top na frente dos garotos, mas a timidez que vá a merda, quem não quiser que não olhe. Respirei fundo e convenci a mim mesma de que não havia nada de errado em não querer voltar parecendo que saiu de baixo do chuveiro, pro quarto, em seguida, dei uma olhada para trás para ver se nenhum dos garotos estava olhando, para a minha sorte, o jogo parecia estar bem interessante, pois quase ninguém estava olhando para cá, com a exceção de um garoto: Patch.

É claro que eu já não estava mais surpresa, afinal ele havia batido o olho para cá umas dez vezes, desde que chegamos todos aqui. Não que eu estivesse cuidando pra ver se ele estava me olhando, afinal, eu não estava nem aí pra ele, mas acidentalmente algumas vezes, quando passava no lado deles do campo, eu o via olhar para mim. Queria saber por que esse garoto havia se encarnado em mim? Ele estava realmente começando a me assustar com essa perseguição, ele estava só interessado em mim ou era algum tipo de psicopata e havia desenvolvido uma obsessão por mim? Já começava a cogitar a segunda hipótese. Mas estava orgulhosa de mim, porque desta vez eu o encarava sem desviar o olhar para que depois ele pudesse dizer que eu estava realmente interessada nele. Engula essa babaca!

Tomei um susto enorme ao escutar um berro agudo ao lado de meu ouvido direito.

— E aí Srta. Claflin? A srta. vai me obrigar a falar com o Treinador Barris para expulsar o Patch do treino hoje, ou vai continuar correndo? — reclamou ela impaciente.

Se eu já não a odiasse o suficiente, com certeza a odiaria agora, pois ela precisava dizer isso tão alto? Ela não podia simplesmente me chamar em um canto e dizer para que eu voltasse aos meus exercícios? Por que ela tinha de gritar tão alto que eu estava cuidando Patch? Afinal, eu não estava, só estava o encarando porque ele me encarava, mas não que eu estivesse realmente de olho nele. Aliás, ele nem faz meu tipo.

— Vamos, vamos. — reclamou ela mais uma vez apontando para o campo.

— Ah, T. Philips, a gente poderia ir até os bancos? Eu preciso de água ou vou desmaiar! — disse Renata chegando ao meu lado com um sorriso simpático a treinadora.

— Como vocês são fraquinhas... Vão, vão logo. — disse ela gesticulando com a mão para que fôssemos de uma vez.

Aproveitei que a treinadora se afastou ao dizer isso para tirar essa maldita regata de uma vez por todas. Tirei e a segurei com a mão esquerda enquanto arrumava meu shorts.

— Parece que a senhorita estava com problemas dona Eu Babo Pelo Patch Mas Não Vou Admitir! — brincou Renata com um sorriso malicioso.

— Ah, vai se ferrar. Ele estava me encarando, só retribui o favor. — respondi revirando os olhos.

— E então, você vai lá deixar essa coisa ou não? — perguntou ela gesticulando com a cabeça para minha blusa. — Belos peitos!

Renata cutucou com a ponta do dedo indicador meu seio esquerdo, enquanto abria um sorriso brincalhão no rosto.

Baixei o olhar acompanhando o movimento e depois subi meu olhar para seu rosto novamente e mostrei um sorriso forçado. Ela tinha de fazer isso justo quando Patch estava olhando para cá? E logo quando eu estava me sentindo no nível dele pela primeira vez, quando consegui encará-lo sem sentir-me constrangida ou ter de desviar o olhar de repente. Tudo bem, agora só vai faltar a coragem para passar por eles quando for deixar minha blusa em minha bolsa, de quem foi a brilhante ideia de deixar as coisas naquele banco mesmo?

— Vamos logo, antes que eu desista! — disse indo em direção aos bancos onde estava minha bolsa. Renata veio logo ao meu lado.

— E aí, cor-de-rosa, hein. Cadê a novidade? — perguntou ela referindo-se ao meu top.

— Pelo menos eu não estou de sutiã!

— Hm, hm, temos alguém de mau-humor por aqui. Pesadelos? — perguntou ela sorrindo.

Lembrei-me no mesmo instante de ter tido, mais uma vez, aquele sonho com Patch esta noite também. Isso havia sim, me deixado com um humor do cão, eu não aguentava mais ter a palavra Patch no meu dia-a-dia, eu falava ou pensava nele demais para o meu gosto e infelizmente, não pude me conter de sonhar com ele também. Neste momento, fiquei feliz por aquele beijo ontem não ter acontecido, não queria ter nenhuma ligação com Patch. Não queria ter nenhuma proximidade com ele e principalmente: não queria que ele soubesse sobre meus pensamentos e sonhos em relação a ele, não depois de já ter deixado claro que o detesto.

Chegamos nos bancos que ficam apenas alguns poucos metros afastados do campo onde os garotos jogavam futebol americano. Renata parou ao meu lado e percebi que ela encarava o jogo com um sorriso sedutor nos lábios. Balancei a cabeça em negativa e dirigi minha atenção a minha bolsa, guardava minha blusa dentro dela quando de repente fui atingida por uma bola de futebol americano no braço e senti uma dor percorrer o lugar onde havia acertado a bola.

— Ai! — esbravejei fazendo uma careta.

Agachei-me e peguei a bola que caiu aos meus pés, examinando-a enquanto fazia uma careta devido a dor em meu braço.

— Êi, quem foi que colocou uma mulher ai? — perguntou Jasy vindo em nossa direção com um sorriso largo nos lábios.

Renata revirou os olhos e cruzou os braços ao perceber que ele se aproximava. Abri um sorriso, mesmo com a dor ainda me incomodando um pouco. Jasy parou em minha frente estendendo a mão para mim.

— Acho que essa bola aí é minha, moça. — disse ele sorrindo.

— Obrigada pela bolada, eu adoro ver o meu braço machucado! — ironizei com um sorriso, entregando a bola a ele.

— Certo você me pegou, eu mirei em você de propósito, afinal, seria uma honra te acompanhar até a enfermaria. — brincou pegando a bola e brincando com ela. — E aí, temos um encontro?

— Nossa, meu Deus! Para tudo que chegou a graça em pessoa! — exclamou Renata com a expressão fechada. — Pronto, você já tem a sua bola, né? Agora pode dar o fora!

Renata colocou as mãos nos quadris e o encarou com uma expressão assustadora. Tomei um susto com sua reação e a fitei com os olhos arregalados.

— Isso tudo é ciúmes? — perguntei com um sorriso sarcástico.

— É, ela me acha irresistível! — Jasy me olhou com um sorriso brincalhão. — Mas e o nosso encontro? Sabe, enfermaria, remédios, esparadrapo, quer coisa mais romântica?

Renata revirou os olhos para mim e me encarou com a expressão fuziladora, tomei outro susto. Mas desta vez, não demonstrei. Havia corado levemente com a brincadeira de Jasy sobre um encontro, ele estaria falando sério?

— Ela tem mais o que fazer hoje, bom jogo, Jason! — disparou Renata acenando com um sorriso forçado.

— Mas e se eu prometer que nenhuma bola de futebol americano vai estar envolvida? — ele perguntou ignorando-a e dirigindo-se para mim com um sorriso encantador.

— Ah, me parece uma boa ideia! — respondi com um sorriso meigo.

Senti que Renata lançou um olhar furioso sobre mim, mas fingi não perceber e apenas ignorei, continuei olhando para Jasy.

— Ô Jasy, a gente vai poder jogar ou você vai ficar de namoro mais um pouco? — gritou o T. Barris na ponta do campo.

— Então está marcado, eu vejo você mais tarde. — despediu-se ele voltando para o campo com a bola.

— E de repente, o dia ficou lindo! — exclamou Renata acenando para Jasy com um sorriso forçado.

Ignorei aquela frase apenas sorrindo e balançando a cabeça em negativa. Aquilo era normal para mim, se Renata e Jasy não brigarem então não são Renata e Jasy. Pensei no convite para um encontro na enfermaria e não sabia se levava a sério ou se era apenas uma brincadeira, afinal, quem iria marcar um encontro numa enfermaria? Se bem que, meu braço já estava marcado. Era a segunda vez que eu recebia uma batida no mesmo lugar, desse jeito, nunca iria sarar por completo se cada vez que começasse a se recuperar um novo roxo aparecesse coincidentemente no mesmo local. Apertei os olhos lembrando da dor que havia sentido no instante em que a bola me acertou em cima da marca onde Gus havia apertado meu braço, foi por este motivo que realmente doeu mais do que deveria.

Finalmente, voltei meu rosto para Renata deixando de lado meus pensamentos.

— Você vai ficar comigo? Tenho que terminar as voltas impostas pela Treinadora Phillips.

— Hm, sei. Mas não vai dar, eu deixei os deveres de amanhã para a última hora e vou ter de copiar de você tudo. Aliás, vê se não demore muito, ainda queremos ir para a piscina mais tarde e se você não vier, eu e a Agatha vamos ter que ir sem você! — anunciou ela.

— Nossa, valeu! Eu adoro ser a última a sair do campo mesmo, então... — mostrei um sorriso irônico a ela.

— Sorry, Ash. Você sabe, eu bem que gostaria de ficar, pelo menos, até o seu parceiro gostosão tirar a camisa, mas não vai dar mesmo. — explicou ela voltando o olhar a Patch com um sorriso sedutor.

Revirei os olhos enquanto entortava a boca, virei a cabeça em outra direção. Tentei evitar de sentir raiva, mas uma pontinha dela conseguiu me pegar. Era isso mesmo? Patch já havia roubado minha felicidade de passar as manhãs na companhia de minhas amigas dando muitas risadas e conversando besteiras, já havia roubado o meu direito de ter meus próprios sonhos, já havia invadido meus pensamentos e agora, também queria roubar minhas amigas? No momento em que bati o olho nele soube que ele era folgado e espaçoso mas não imaginei que ele iria tão longe ao ponto de querer tudo o que pertencia a mim ou as pessoas a quem sempre tiveram atenção para mim. Mesmo que para mim parecesse impossível, comecei a odiar Patch ainda mais do que antes, se é que era possível.

Direcionei minha atenção a Patch, lançando-lhe um olhar assassino. Babaca, convencido, xinguei-o mentalmente raivosa, ele não estava olhando para mim dessa vez, por milagre. Percebi que ele corria para perto da linha branca em volta do campo e imaginei o que ele estaria fazendo indo para lá, quando finalmente percebi que Dudu corria com a bola, fugindo de muitos jogadores do time adversário. Dudu lançou a bola a Patch que correu ligeiro para atravessar a linha, conseguindo derrubar qualquer jogador adversário que aproximava-se dele tentando impedi-lo até chegar ao final do campo e passar pela linha branca com a bola, derrubando-a no chão. First down. E o time inteiro berrou e começou a comemorar o que parecia ser a vitória. Voltei meu olhar a Patch, com certeza ele estaria com aquele sorriso convencido nos lábios e se achando o maioral, mas ao observá-lo, percebi que ele estava com seu olhar fixo em mim com um sorriso sedutor nos lábios e gesticulou com o dedo para mim, murmurou com os lábios: Este foi para você, Anjo.

Observei-o boquiaberta, como geralmente ficava na presença de Patch. Não sabia como reagir. Comecei a sentir uma raiva dominar meu corpo, por que ele tinha sempre de me fazer sentir desconfortável na frente de todos? Mas ao mesmo tempo, senti uma vontade quase incontrolável de sorrir, e sentir uma imensa alegria me dominar também, ele foi a primeira pessoa que dedicou um minuto do seu tempo pra fazer alguma coisa para mim. Mesmo que fosse um jogo idiota de futebol americano, era alguma coisa e era minha. Mas isso não diminui nem um pouco a raiva que eu sinto por ele, em minha opinião, continua sendo um babaca. Um babaca muito engraçadinho.

Mostrei um sorriso sarcástico antes de virar-me para sair dali de uma vez por todas. Ao me virar para retornar ao campo e continuar a dar as quinze voltas restantes, percebi que Renata me observava com um sorriso malicioso. Que ótimo, ela tinha visto também.

— Anjo, hein...

— Você não ia embora? — perguntei tentando desviar-me do assunto.

— É, mas antes pensei esperar o final do jogo, não valeu apena. Ninguém tirou a camisa, anjo! — rebateu ela ainda com aquele sorriso no rosto.

— Ah que pena. Pode ir agora, vou ficar sozinha de qualquer jeito!

Ao dizer isso, passei por ela rápida e irritadamente. Retornei ao campo depressa, com uma expressão carrancuda no rosto. A T. Phillips pareceu perceber isso e me encarou com o apito na mão pronta para me lembrar de que eu ainda devia quinze voltas a ela, como se eu pudesse esquecer, era por isso que eu iria perder um dia de sol na piscina com minha amigas. Achei que ela fosse apitar aquela merda no momento em que eu passasse por ela, mas não o fez, bem, meus ouvidos agradecem.

Comecei a correr novamente pelo campo, e na primeira volta, já estava quase parando e desistindo, aquela merda de campo era imensa, como a T. Phillips esperava que eu desse a volta em tudo aquilo se eu nem praticava exercício algum na verdade? Só porque aquela vaca parecia um homem, não quer dizer que todo mundo é como ela, nem todas as garotas gostam de fazer exercícios e na verdade, praticamente nenhuma deve gostar de suar e ficar parecendo um espantalho na frente de um time inteiro de garotos. Fiquei feliz ao perceber que o campo onde estavam os meninos começava a esvaziar-se lentamente enquanto uns andavam em direção ao vestiário e outros direcionavam-se diretamente para dentro do colégio novamente. Nosso campo também estava praticamente vazio, com a exceção de algumas outras garotas que, como eu, também não deviam gostar de exercícios.

Uma hora depois, eu já havia completado dezoito voltas no campo, e também já estava quase morrendo, não só de cansaço mas também de dor, em todo o corpo. Minha garganta estava completamente seca, eu mal conseguia arfar direito. A maioria das garotas já havia ido embora, e as únicas que ainda não haviam ido, bem, estavam indo agora e ainda me faltavam duas voltas, eu queria morrer.

Algum tempo depois, quando finalmente havia acabado de dar as duas últimas voltas no campo, já não havia mais ninguém lá. Nem do lado dos meninos, todos já haviam ido embora, e a Treinadora Phillips já arrumava suas coisas para fazer o mesmo. Decidi ir ao vestiário antes de voltar para o colégio. Ergui a cabeça e percebi que o sol já estava se pondo, com certeza eu não pegaria mais as garotas na piscina.

Suspirei aliviada por ter terminado as voltas e cansada por todo aquele desgaste físico. Caminhei em direção ao banco e peguei minha bolsa apoiando-a sobre o ombro, e em seguida dirigi-me ao vestiário feminino.

Ao chegar lá, tudo o que eu queria era tomar uma ducha, livrar-me de todo aquele suor e calor que deixavam minha pele pegajosa. Soltei a bolsa sobre um banco e tirei os tênis, deixando-os sobre o banco ao lado de minha bolsa. Abri a mesma e peguei uma toalha.

Parte II:

Senti uma presença adentrar no recinto e parar logo atrás de mim. Virei-me depressa em um movimento assustado e deparei-me com Patch em minha frente ainda com sua roupa de esporte, com um sorriso cafajeste nos lábios.

— Pelo jeito como você corre, imaginei que seria a última a sair.

— Acho que você está no vestiário errado. — anunciei a novidade do ano.

— Você ficou muito sexy nesse short, anjo. E esse top então. — disse ele analisando-me de cima a baixo, demorando-se um pouco na observação.

— Obrigada, agora você já pode ir embora. — gesticulei para a porta com a cabeça com um sorriso sarcástico.

É, você também está muito sexy com essa roupa e é por isso que eu não vou te olhar mais. E com esse pensamento, baixei meu olhar para o chão.

— Por quê? Você acha que a combinação de nós dois sozinhos neste vestiário pode ser perigosa? — insinuou ele olhando em volta e depois para mim com um sorriso malicioso.

— Não acho nada! — disparei encarando-o novamente. — Só quero tomar um banho, posso?

— Claro, precisa de ajuda?

Meu queixo ameaçou cair, mas eu o segurei antes que fosse tarde demais, ele realmente tinha tanta cara de pau assim? Sim, ele tinha.

— Não, eu sei me virar sozinha. Mas obrigada pela gentileza. — ironizei cinicamente.

Patch mostrou mais uma vez seu sorriso canalha, então, segurou minha cintura, encostando-me contra a parede e apoiando as mãos nela em torno de mim. Senti um frio na barriga e um nervosismo tomar conta de meu corpo. Eu queria sair correndo, queria empurrá-lo e tirá-lo depressa de perto de mim, queria passar por debaixo de seus braços e fugir o mais depressa possível, queria mandá-lo se afastar, mas acima de tudo, evitar seu toque. Porém, ainda havia a parte de mim que deseja Patch, que desejava puxá-lo agora para um beijo antes que alguma coisa impedisse, desejava sentir seu corpo junto ao meu, deseja sentir o gosto de hortelã de seus lábios percorrerem os meus. E eu queria negar essa parte, mas por algum motivo, eu não conseguia.

Fiquei sem reação no mesmo instante, senti aquele calor voltar novamente e com ainda mais força e fulgor que antes. Meus olhos encontraram os de Patch e me arrepiei na mesma hora. Seus olhos estavam ainda mais brilhantes e transbordavam em desejo, assim como os meus, mesmo que eu quisesse negar isso.

— O que você acha que está fazendo? — consegui balbuciar por fim com as mãos firmes contra a parede atrás de mim.

Percebi o sorriso de Patch aumentar no momento em que conclui a frase. Ele começou a diminuir a distância entre nossos rostos, enquanto seus olhos desviavam entre minha boca e meus olhos. Meus olhos faziam o mesmo trajeto, e a cada segundo em que ele se aproximava, eu sentia que meu nervosismo aumentava.

Finalmente, nossos lábios estavam separados apenas por uma fina camada de ar, e meus lábios já estavam secos. Fechei os olhos e apenas parei. Parei de negar que era aquele o meu desejo tanto quanto o de Patch, parei de fingir que não o desejava, parei de negar a mim mesma o quanto eu ansiava por esse momento desde que o encontrei, parei de tentar fugir de meus reais sentimentos, parei de querer controlar tudo. Lembrei-me da frase de Patch sobre meu jeito no dia em que nos conhecemos: Você é viciada em ordem e controle, disse-me ele e finalmente, estava certo. Mas acima de tudo, decididamente, parei de pensar e me entreguei ao desejo de sentir os lábios de Patch nos meus.

Antes que pudéssemos finalmente nos entregar aquele beijo, sonhado por ambas as partes, ao que parecia, escutei uma voz áspera e feminina vindo da porta do vestiário.

— Têm alguém ai? — gritou a voz da T. Phillips aproximando-se do vestiário. — Ashley?

Puta merda. Pensei no momento em que percebi que a treinadora estava a caminho do vestiário e que me encontraria prestes a beijar Patch se entrasse agora e eu não fizesse nada a não ser esperar por o momento em que ela pegaria nos dois no flagra e com certeza, amanhã estaria com meu pai na sala do diretor pela primeira vez. Eu não podia permitir que isso acontecesse.

Automaticamente sai do transe em que me encontrava e empurrei Patch, libertando-me de seus braços. Não me permiti a olhar pra ele, não era hora de perder totalmente a coragem e de ficar tão vermelha quanto um tomate, era hora de agir. Corri depressa o olhar pelo lugar e o estacionei em um dos box do vestiário e no mesmo momento a ideia surgiu em minha mente.

Rapidamente, pus as mãos no peito de Patch e o empurrei para dentro do box e fui entrando junto com ele, nós dois cambaleamos e adentramos no mesmo. Puxei a porta do box atrás de mim depressa. Patch cambaleou para trás com meu empurrão e chocou-se contra a parede e levando-me junto consigo. Desequilibrei-me e me vi nos braços de Patch, minhas mãos repousavam sobre seus ombros. Ainda atônita e tentando evitar o olhar de Patch, direcionei meu olhar justamente para a chave do chuveiro e levei a mão esquerda até ela, girei a chave e a água morna caiu imediatamente sobre nós dois.

— Ashley? — chamou novamente a T. Phillips. Sua voz já parecia vir de dentro do vestiário.

— S-sim? — gaguejei depressa, minha voz ainda falhava. — Estou aqui.

Patch soltou uma risada em voz baixa enquanto ergueu a cabeça para o teto repousando-a na parede atrás de si. Encarei-o com um olhar furioso, franzindo as sobrancelhas. Rezei mentalmente para que a treinadora não o houvesse escutado, ou estaríamos perdidos.

— Você vai demorar muito aí, garota? Eu preciso fechar o vestiário! — resmungou a treinadora.

— Não, não vou... — disse tentando manter uma voz tranquila.

— Então ande logo! — avisou ela.

Escutei seus passos ecoarem pelo recinto enquanto ela parecia verificar alguma coisa dentro do vestiário, mas eu não poderia saber o que seria. Senti meu corpo inteiro estremecer, enfim havia caído minha ficha: Patch estava com os braços em torno de minha cintura e eu ainda mantinha uma de minhas mãos sobre seu ombro, nossos corpos molhados estavam unidos, colados um contra o outro e eu podia sentir o subir e descer de seu peito a cada respiração. Notei que seu corpo era quente, o que provavelmente fez com que meu corpo se aquecesse de repente, mas eu esperava ser a única a perceber aquilo. Senti o nervosismo tomar conta de mim novamente, eu estava nos braços de Patch, nossos corpos estavam praticamente como um só e por algum motivo que eu não conseguia explicar, senti que aquele momento parecia ser perfeito.

Parte III:

Então, Patch voltou a cabeça em minha direção novamente, mantendo seu olhar em mim mais uma vez, nossos olhos se encontraram e eu senti que estava me afogando no mar em seus olhos, aquela era uma das melhores sensações de toda a minha vida. Seus belos cabelos loiros estavam molhados e sua franja havia grudado em seu rosto no momento em que nos olhamos mais uma vez. Ergui a mão esquerda para seu rosto e afastei a franja do mesmo, levando-a para o outro lado junto com o restante de seus cabelos.

Por um tempo, nossos olhos estavam presos um no outro, como imãs. Não podia tirar meus olhos dos dele e provavelmente, ele sentia o mesmo em relação aos meus. Senti uma sensação maravilhosa preencher meu corpo. Desliguei-me do mundo lá fora, como se só existíssemos eu e Patch, aqui e agora e este era um momento perfeito e eu não queria que ele acabasse nunca, queria poder ficar aqui, nos braços de Patch, sentir seu corpo quente contra o meu, para sempre.

Percebi que Patch inclinava novamente o rosto em direção ao meu, alternando o olhar entre meus lábios, que mesmo molhados pela água eu sentia como se estivessem secos mais uma vez, e meus olhos, que estavam em chamas. Percebi que havia desejo também em seus olhos e que seus lindos lábios ainda estavam úmidos. E desta vez eu ansiava ainda mais por aquele beijo que nunca acontecia. Sem controlar o impulso, comecei também a aproximar meu rosto do seu, eu queria realmente aquele beijo, queria o suficiente para não suportar mais que fosse interrompido por mais alguma desventura.

E então, havia apenas um breve espaço preenchido por gotas d'água que caíam constantemente entre nossos lábios e meus olhos encontraram os de Patch uma última vez antes que se fechassem e naquele instante senti meu coração parar.

— Tudo bem, se você não morreu afogada aí, eu estou saindo, vou recolher as coisas do campo e quero você fora quando eu voltar para trancar o vestiário! — esbravejou impaciente a T. Phillips de repente.

Ao escutar a irritante voz de homem da vaca da treinadora Phillips, uma raiva incontrolável me consumiu o que fez com que eu virasse o rosto em um movimento brusco na direção da porta do box e disparasse, em um impulso inevitável:

— Eu já entendi! — gritei com o tom raivoso transparente em minha voz.

No mesmo momento em que conclui a frase, me arrependi por esta reação, afinal, Patch estava ali e havia presenciado como eu havia ficado realmente irritada com a interrupção da T. Phillips pela segunda vez no mesmo dia entre nosso quase beijo. Evitei de olhar para Patch porque não queria corar em sua frente, mas pude ver, pelo canto de meu olho que ele sorria percebendo minha clara irritação. Eu nunca mais iria olhar em seus olhos. Nunca.

— Então sai logo daí! — resmungou ela antes de deixar o vestiário e fechar a porta em um movimento brusco, mas não havia trancado-o.

Livrei-me dos braços de Patch com um movimento brusco, empurrando-os para trás e tirando-os de mim. Virei-me para a porta do box e a abri com um puxão rápido, saindo depressa de dentro do local. Fui até minha bolsa e a segurei, peguei minha toalha de cima do banco, meus Nike e comecei a secar-me rapidamente.

Patch fechou a chave, e a água parou de cair. Ele saiu de dentro do box com um movimento rápido e parou atrás de mim. Imaginei seu sorriso cafajeste enquanto me observava, mas evitei desesperadamente este pensamento, não queria ficar como um pimentão vermelho em sua frente.

Pensei em como poderia tirar uma provável expressão de Eu sei que você me quer, que devia habitar no rosto de Patch exatamente agora, não poderia deixá-lo pensar que eu realmente o desejava, que minha vontade sincera, era estar em seus braços, ter seu corpo quente contra o meu mais uma vez e seus lábios nos meus por um longo tempo. Não queria deixá-lo sentir-se vitorioso e se vangloriar porque no fim, eu havia cedido como todas as outras garotas que ele já havia conquistado por aí. Eu não seria mais uma delas. Mais uma das conquistas do Sr. Patch Strike. Eu ainda o odiava se ele realmente queria saber e eu não estava afim dele.

Virei-me depressa em um movimento brusco, franzi as sobrancelhas e fiz um olhar furioso transformando meu rosto em um expressão assassina.

— Nunca mais faça isso, entendeu? — esbravejei.

Nem esperei por sua resposta e virei-me em direção a porta do vestiário saindo tão depressa quanto o vento. Não procurei a treinadora Phillips para que ela soubesse que eu já havia saído e que já poderia trancar aquela porra, já que ela queria tanto fazer aquilo.

Fui o mais rápido que podia em direção ao quarto, nem dei-me ao trabalho de calçar os tênis antes e continuei a carregá-los nas mãos. Senti que caminhava com passos fortes, como se fosse quebrar o chão abaixo de mim, eu sentia-me irritada, mas não sabia se era porque Patch havia tentado me beijar, porque eu iria corresponde-lo ou por o beijo não ter acontecido por fim. Apostava mais na terceira opção, embora me custasse a admitir.

Ao chegar no quarto, abri a porta em um movimento brusco e entrei rápido como o vento, fechei-a atrás de mim com uma pancada brutal. Soltei minhas coisas sobre a cadeira e os tênis no chão, dei uma boa olhada em torno do quarto e tive a completa certeza de que estava sozinha. Que beleza, pelo menos uma notícia boa hoje.

Dirigi-me diretamente ao banheiro onde tirei as roupas molhadas e entrei no box pronta para um banho deliciosamente esperado. Ao abrir o chuveiro, porém, tive a péssima sensação de sentir a falta de alguma coisa ao observar a água: Patch. Lembrei-me de nós dois no box do vestiário, não a muito tempo atrás. Peguei-me sorrindo com a lembrança e xinguei-me por isso. Aquela era a segunda vez que eu acabava quebrando as regras apenas por estar junto com Patch. Ele tinha aquele poder sobre mim, me fazer agir contra as regras, fazer coisas que nunca faria apenas por ele estar presente, me meter em encrencas, ele era uma encrenca, mas por algum motivo, era uma encrenca na qual eu sempre acabava amando me meter, apenas por estar ao seu lado.


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Notas finais do capítulo

Dois quase beijos em um capítulo? Ai nossos corações. Mas calmem, o beijo vai rolar, não nos matem. ♥

Succubus



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