Fight For This Love escrita por Succubus


Capítulo 6
Capítulo 5 - Marrenta.


Notas iniciais do capítulo

Dois capítulos no mesmo dia, podem nos amar. haha ♥

Trilha Sonora:
Parte I: https://www.youtube.com/watch?v=SzQGaG71AQg
Parte II: https://www.youtube.com/watch?v=qqU9-0uuGAU

Succubus



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Parte I:

Acordei ás 7:00 horas da manhã e comecei a me arrumar e ajudar as meninas, claro que, nós usamos sempre o uniforme, por isso, não temos tantos problemas em ter de escolhermos figurinos, testar peças que combinem e etc, o que facilita bastante para nós, embora a maioria das garotas do colégio odeie essa história de ter que usar uniforme, eu sou uma delas. Acho esta história de termos de usar uniformes, ridícula, mas como o nosso querido diretor acha que isto é importante, não tenho opção, a não ser, concordar e procurar os acessórios certos para, pelo menos, melhorar o visual.

Fico impressionada em como um uniforme pode ser tão diferente dependendo de cada garota que o usa. No começo, achava que eu parecia uma nerd, pois uso a camisa não tão fechada, mas o suficiente para o decote ser o mínimo possível, já a maioria das garotas, usam as camisas tão abertas que praticamente, nem acho necessário fechá-las. Os decotes enormes, tanto quanto o possível, deixando quase o sutiã amostra, esse é o caso da Renata. Sim, infelizmente uma de minhas melhores amigas usa desses artifícios para chamar a atenção e se tornar interessante aos olhos dos rapazes, não digo á ela, mas acho isso totalmente desnecessário, além de ser muito idiota. Já Agatha têm seu estilo próprio, não usa o decote tão exagerado mas também nem tão fechado, mas ela têm seus acessórios próprios, devido ao seu estilo conhecido como "maloqueira".

Estava sentada em minha penteadeira escovando meus cabelos e preparando um peteado que é baseado em uma meia cola, mas com algumas presilhas e acessórios que eu prefiro. Enquanto arrumava meu cabelo, fiquei pensando em como suei esta noite, minhas cobertas chegaram a ficar úmidas. Isso se deve ao fato de além de ter tido um dia agitado, também surpreendi-me no quanto Patch estava me afetando, e isso não era bom. Somente ontem, ele me fez ter tantos pensamentos bem fora do comum para mim, para não dizer que foram os mais pervertidos que já tive em toda a minha vida, mesmo as histórias que a Agatha conta para a gente sobre o Dudu e ela e suas "aventuras", nunca me fizeram ter o tipo de pensamento que Patch provocou em mim na noite passada.

Lembrei-me do sonho que tive com ele na noite passada, o sonho foi exatamente como aquele devaneio que tive no bar de A.M.A quando Patch tirava seu equipamento de corrida, mas em meu sonho, quem o tirava era eu. Fiquei agradecida e mais tranquila por lembrar-me de que em nenhuma das ocasiões, nem em meu sonho e nem naquele pensamento, ter conseguido terminar de abrir o zíper do Levi's de Patch. Também senti-me aliviada por saber de que hoje eu o veria apenas nesta manhã e depois estaria livre de Patch pelo resto do dia, esta era a melhor notícia que eu recebia desde que Patch apareceu.

— E então, como foi a noite passada, cachorra? Você nem comentou nada com a gente até agora! — fui tirada de meus devaneios por Renata que estava debruçada em minha cadeira. Percebi pelo espelho que havia um sorriso malicioso e um olhar curioso em seu rosto.

Tentei manter uma expressão de normalidade, não diria nada a nenhuma das duas sobre os pensamentos e sobre o sonho que tive com Patch. Eu já havia dito a elas que não gostava dele e não iria me contradizer.

— Foi um porre. — afirmei dando de ombros, como se não tivesse acontecido nada demais.

O que era verdade, aliás, eu deveria mencionar o quanto me arrependi de ter ido, mas não queria prolongar aquela conversa.

— O quê? — perguntou Renata aumentando um pouco o tom de voz. — Está brincando né? Um porre? Com aquele gato? Eu duvido! — resmungou ela revirando os olhos.

Preparei-me para explicar o quanto ela estava enganada sobre seu conceito em relação a Patch. Estava pronta para protestar e dizer o quanto ele era idiota, convencido, tarado, entre tantos outros xingamentos, mas foi neste momento que levei um susto enorme. A porta do quarto abriu-se como um furacão e bateu brutalmente contra a parede, Agatha surgiu atrás da porta segurando um papel nas mãos com uma expressão furiosa e o corpo trêmulo de raiva.

— Um porre, vadia? — gritou ela adentrando no quarto tão rápido quanto o vento — Porque eu acho que não! Quê caralho você fez ontem pra que o carro do Dudu fosse GUINCHADO? — continuou a gritaria, aumentando ainda mais o tom de voz e jogando bruscamente o papel que segurava em meu rosto.

Tomei um susto ainda maior quando presenciei a cena. Fiquei em choque. Nunca havia visto Agatha tão irritada deste jeito, muito menos comigo, nós quase nunca discutimos e quando isso acontecia, era apenas conversa, mas desta vez, ela me surpreendeu. Droga! pensei enquanto lembrava-me da cena do carro do Dudu sendo guinchado no A.M.A noite passada. Eu havia esquecido de uma das piores tragédias que ocorreram na noite anterior: a policia rebocar o carro do Dudu.

— A-Agatha... — gaguejei, sem palavras.

Segurei o papel que Agatha havia jogado em mim. Passei os olhos nele rapidamente, mas pude perceber que era uma nota de multa por limite de velocidade, estacionar em lugar proibido e ultrapassagem de uma barreira policial.

— Não vem com "A-Agatha"! Eu quero uma explicação Ashley, e quero agora! — exigiu ela ainda aos berros lançando um olhar fuzilador. — Porra, eu fiz todo um esforço para conseguir aquela merda de carro pra você e você ultrapassa uma barreira policial com ele? Você é louca? — continuou esbravejando ficando cada vez mais brava.

Procurei uma explicação rápida e que a acalmasse em meu cérebro mas não conseguia encontrar nenhuma. Como dizer de uma forma calma e tranquila que eu havia usado o carro do Dudu para fazer todas as merdas que estavam escritas naquela droga de papel? Como explicar a ela que nada daquilo foi proposital e que eu só fui vítima das consequências de ela e Renata terem me convencido a cometer a loucura de ir atrás de Patch naquele tal de A.M.A e que aquilo tudo, também era um pouco culpa dela, afinal, foi ela quem ajudou a me convencer a cometer aquela loucura.

Pensei em um jeito de dizer que sentia muito e que não queria que o Dudu tivesse problemas por minha causa, muito menos ela, mas que não tive escolha, pois se ficasse na barreira, teríamos ainda mais problemas, afinal, eu não tinha os documentos do carro e sinceramente, tudo o que eu não desejava ontem á noite era ir parar em uma delegacia.

— E-eu... Sinto muito. Mas eu não tive culpa, o que você queria que eu fizesse? Sabe muito bem que eu não poderia ter sido atacada por essa barreira! — tentei me explicar e ser convincente, usando de um tom baixo e calmo.

— Eu sei, porra! Mas sei lá, por que você não pegou outro caminho? — resmungou ela, baixando um pouco o tom de voz e parecendo, relativamente, mais calma.

— Outro caminho? Meu amor, não havia outro caminho, você não tem noção de onde era aquela joça! — rebati deixando escapar uma ponta de raiva em minha voz.

Pensei em como demorei para chegar naquele lugar e em como as ruas eram desertas, quando que eu iria imaginar que haveria uma barreira policial numa rua daquelas? Afinal, quem em sã consciência iria em um lugar daqueles? Claro que eu não esperava que ela entendesse, ela não havia conhecido o lugar como eu, se ela tivesse chegado lá, ela entenderia do que eu estava falando, mas eu não podia culpá-la por não ter ido naquela merda, eu mesmo, me arrependo até agora por ter metido os pés lá.

— Tá, tanto faz! Estou ferrada de qualquer jeito! — disse ela apoiando a cabeça na mão com uma expressão de cansaço.

— Meu Deus... barreira policial... Espera ai, alguém pode me explicar o que está acontecendo? — perguntou Renata confusa, desviando os olhos entre mim e Agatha.

— Me meti em mais de uma roubada ontem a noite. Foi isso o que aconteceu! — exclamei, revirando os olhos e inclinando a cabeça para o lado.

— Foda-se! Mas se você perdeu o carro do Dudu, isto quer dizer que você teve de pegar uma carona com alguém... — ensinou Agatha olhando-me com um sorriso malicioso.

Ah, que droga! pensei. Tudo o que eu não queria era ter de ouvir Agatha mexendo comigo e fazendo insinuações sobre mim e Patch, pelo resto de minha vida. Não queria ter de contar para ela, senti uma certa aflição, pensei em como seria quando eu contasse á elas sobre a carona na moto de Patch e sobre ter de me segurar-me em sua cintura durante o percurso. Pensei na reação delas e nas piadinhas que fariam e minha aflição aumentou.

— É, peguei e não foi nada demais. Nem adianta me olhar com esta cara! — fugi do assunto fazendo uma careta.

— Ah não Ash, nem vem! A gente nem viu você chegar ontem, o que significa que não foi apenas nada demais! — insistiu Renata fazendo a volta na cadeira encarando-me e encostando-se na penteadeira, cruzando os braços.

Definitivamente, estava decidida a não falar mais nada sobre esse assunto com qualquer uma das duas. Já havia constatado que Patch já vinha aparecendo muito, em meus pensamentos e em meus assuntos para o meu gosto. Até meu sonho ele havia conseguido invadir e isso já começava a me deixar ainda mais frustrada.

— Por favor garotas, já chega de Patch e da minha aventura de ontem a noite por hoje! Vamos para a aula logo, vocês sabem o que a Srta. Masterson faz quando alguém chega atrasado! — desviei novamente do assunto, dessa vez sem esperar por a resposta delas.

Levantei-me da cadeira em um movimento rápido e caminhei em direção a porta um tanto depressa. Parei ao passar pela porta e virei o rosto para elas mostrando um sorriso forçado.

— Vamos?

E assim, desapontadas e nem um pouco satisfeitas, as garotas me acompanharam para a sala de aula. Eu parecia ser a única aliviada entre nós, Agatha andava com uma expressão fechada e emburrada, e Renata com um beicinho e os olhos tristes, ela detestava quando ficava curiosa e não descobria nada sobre o assunto que lhe interessava.

Senti-me aliviada e até alegre durante todo o caminho até a sala de aula. Mas qualquer sorriso em meu rosto e qualquer sentimento de alegria ou alivio me abandonou assim que chegamos na porta da sala de aulas. Lembrei-me de que teria de me sentar com Patch e aguentar seus sorrisos de canalha e suas piadinhas idiotas, seu ar de convencido e muitas outras coisas as quais faziam meu sangue ferver. Tentei manter minha postura de sempre, mas duvidava que conseguisse, até que, ao adentrarmos a sala, tive uma boa notícia que me deixou de bom humor novamente em imediato.

Assim que entrarmos, corri o olhar pela sala e o estacionei diretamente no lugar em que sento com Patch e percebi que ele não estava lá. Automaticamente senti-me tão feliz quanto estava no caminho para a sala. Um dia sem Patch, eu poderia querer algo melhor? Acreditava que não. Fui em direção ao meu assento e sentei-me alegre, sentindo-me livre da única pessoa que sempre conseguia me deixar desconfortável. De repente, senti que estava radiante e com um sorriso enorme estampado em meu rosto.

Agatha já havia se dirigido para seu lugar ao lado de Dudu com a mesma expressão emburrada de antes. Já Renata, veio até a classe a meu lado que pertencia a Patch e soltou sua bolsa sobre a mesma, já com um sorriso largo e animado ela me observava contente.

— Nossa, seria uma pena te deixar sentada sozinha, vou ter que informar a vaca da Masterson que não sentei com o Jasy porque você estava se sentindo tão triste por estar sozinha e praticamente me implorou para que eu voltasse a sentar com você como antigamente! — interpretou Renata fazendo uma seninha, depois, sorriu para mim empolgada e piscou o olho.

— Claro, afinal, eu vou me sentir tão sozinha aqui, iria ficar tão triste, seria uma crueldade comigo e uma injustiça também não deixar você aqui! — brinquei também com um sorriso largo no rosto.

Renata de imediato, instalou-se ao meu lado e inclinou seu corpo em minha direção, encostando as costas na parede e cruzando as pernas. Em seguida, Srta. Masterson chegou e deu início a aula, aparentemente, ainda não havia percebido que Renata não estava sentada com seu parceiro e que o meu, graças aos céus, nem havia comparecido.

Eu e Renata conversamos um pouco enquanto a Srta. Masterson fazia lembretes, relembrava um pouco o conteúdo do ano passado e falava sobre os novos conteúdos e como eles seriam mais complicados, entre outras coisas. Enquanto conversávamos, Renata me falou sobre a aula e Renata fez questão de me relembrar o quanto ela odiava Jasy e também de contar o quanto era horrível ter de suportá-lo durante as aulas e que ela sempre discutia com ele, mas no final, acabava falando sozinha e isso era irritante. Ri bastante e me diverti, lembrando-me do quanto Renata era engraçada, porra louca e divertida e de como era legal sentar com ela nas aulas de biologia também.

Parte II:

Estava me sentindo tão feliz quanto era a um dia atrás, mas infelizmente, minha alegria não durou tanto. Algum tempo após a chegada da senhorita Masterson e o início da aula, ouviu-se o som da porta de madeira da sala de aula ranger enquanto era aberta. Foi neste momento, que qualquer alegria, felicidade ou outro sentimento agradável sumiu completamente de mim e meu queixo caiu. Vi Patch adentrar na sala já vestido com o uniforme, por alguma razão, o uniforme de quem fazia parte do time de futebol americano do colégio, também usava um boné azul esverdeado da NY, que eu já me apaixonei assim que bati o olho.

Senti uma enorme vontade de raiva, decepção, tristeza e frustração percorrerem meu interior. Não conseguia acreditar que depois de eu ter a feliz sensação de um dia inteiro sem Patch, tudo não ter passado de uma ilusão por ele apenas ter se atrasado. Isto era uma piada? Então significa que ele iria chegar atrasado todos os dias? Ele já havia chegado em seu primeiro dia de aula atrasado, e pretendia continuar a fazê-lo durante todo o ano? É claro, o senhor seguro de si pode fazer o que quer e bem entende sempre, não é? Por que seguir as ordens de nunca chegar atrasado nas aulas se ele podia fazer o que quiser?! Lembrei-me automaticamente de sua frase ontem a noite: Você só acredita nas suas leis... Não acredito nelas, e pensei o quanto dessa frase seria verdadeiro, provavelmente, cem por cento.

Patch vinha em direção ao seu lugar, ao meu lado, mas foi surpreendido pela Srta. Masterson que foi ao seu encontro e começou uma conversa. Evitei de olhar para ele novamente, voltando minha atenção a Renata, que agora estava encarando Patch e a Srta. Masterson com a expressão surpresa. Pensei em insistir a Srta. Masterson para manter Renata ali comigo, afinal, eu não suportava Patch e ela detestava Jasy, seria mais fácil juntar os dois e deixar-nos como estamos, mas no fundo, sabia que essa possibilidade era praticamente impossível, afinal, a Srta. Masterson não era do tipo que voltava atrás com sua palavra. Não tínhamos mesmo escolha.

— Pelo visto, vou ter que voltar pro meu inferno! — resmungou Renata, fazendo uma careta e começando a recolher seu material.

— Nem me fale! — concordei revirando e apoiando o cotovelo na classe e a cabeça na mão em uma expressão de tédio.

Renata terminou de juntar as coisas e guardar em sua bolsa e levantou-se, passou por trás de minha cadeira e parou ao lado de minha classe enquanto Patch não se aproximava de nós para que eu retornasse meu martírio matinal.

— Foi bom sentar com você e relembrar os velhos tempos da aula de biologia! — choramingou ela fazendo beicinho.

— Boa sorte! — desejei debruçando-me sobre a classe e forçando um sorriso a ela.

— Vou precisar! — disse ela soltando um sorriso sem humor. — Bem, vou nessa! — terminou despedindo-se e já virando-se para sair.

De repente, Patch apareceu em sua frente, ao que parecia, a conversa com a Srta. Masterson acabou, eu nem percebi que ele já havia se aproximado até o momento, ou não quis perceber, sentia-me melancólica só de pensar em como seria o restante desses períodos de biologia, agora.

— Bom dia! — disse Renata ao se deparar com Patch. Seu tom era de flerte com um sorriso convidativo e mordendo o canto do lábio inferior.

Ao dizer isso, ela passou por ele e desfilou pela sala retornando ao seu lugar de costume ao lado de Jasy. Tive uma sensação estranha ao ver que Renata tinha paquerado Patch naquele momento, mas não entendi qual era a natureza daquele sentimento. Eu não sentia ciúmes de Patch. Ele não era nada para mim, eu o detestava. Talvez aquele fosse apenas um sentimento de pena, pena de Renata é claro, afinal, ela é minha amiga, e infelizmente, sempre teve um dedo podre para meninos.

— Bom dia... — respondeu, então, Patch com um sorriso cafajeste estampado no rosto e virando-se para observar Renata dirigir-se ao seu lugar.

— Acho que você está precisando de um babador, está caindo aqui ó. — ironizei em um tom de deboche, apontando com o dedo o meu queixo insinuando ele.

Patch voltou o rosto para mim e continuou com seu sorriso canalha com uma expressão interrogativa. Em seguida, passou por trás de minha cadeira e soltou sua mochila sobre a classe ao lado da minha, jogou-se na cadeira usando a parede como apoio, percebi que ele estava fitando-me, mas evitei de olhar para ele, mantendo a atenção em meu caderno.

Pensei em minha reação alguns instantes atrás. O que foi aquilo? Porque eu não me contive e cuspi aquelas palavras sem pensar? Eu nunca havia feito isso. Sempre fui do tipo de pessoa que pensa muito antes de agir ou falar, então, por que eu apenas disparei aquelas palavras sem medir consequências? E por quê? O que me moveu a isso? Não sentia nada, além de desprezo, por Patch, então por que aquele tipo de reação? Qual o problema se ele se interessasse por Renata e ela por ele? Bem, talvez eu só estivesse tentando proteger minha amiga de um cara como ele. Só em olhar nos olhos de Patch, pode se perceber que ele não é o tipo de garoto que você deseja como namorado a sua melhor amiga, nem o tipo de garoto que se apresenta aos pais, ou o tipo de garoto que se confia para manter uma relação, na verdade, Patch é totalmente o oposto de qualquer uma dessas coisas, aposto que ele nem namorava, apenas ficava com as meninas, as fazia se apaixonar por ele e as largava, mas se ele queria saber de uma coisa: não seria uma delas.

Surpreendi-me ao perceber que enquanto estava perdida em meus pensamentos, a Srta. Masterson estava com as mãos descansando sobre minha classe e observando-me com a expressão interrogativa, como se esperasse por uma resposta minha.

— Ashley? — chamou-me ela em tom de questionamento.

Certo, ela realmente esperava por uma resposta minha, tudo bem, a não ser por um fator, eu não havia prestado a atenção em uma palavra do que ela havia me dito, aliás, eu nem havia percebido sua presença até o momento.

— Você poderia repetir a pergunta por favor? — perguntei confusa.

Neste momento, ouvi as risadas da turma ecoando pela sala. Com certeza deviam achar que eu sou uma idiota, eu mesmo começava a pensar isso neste momento.

— Quais são as qualidades que te atraem em um possível parceiro? — refez a pergunta Srta. Masterson em tom de irritação, pelo que percebi, havia perdido a paciência.

— Q-qualidades de um possível parceiro? — perguntei ainda sentindo-me confusa.

— Sim, sim, isso. Características que te chamem a atenção, por exemplo: bonito, alto, magro, baixo... — listou ela apressadamente.

Não intencionalmente, acabei levando meu olhar para o lado e deparei-me com Patch, ainda na mesma posição preguiçosa observando me com um sorriso vadio plantado nos lábios, ele parecia divertir-se com a situação. Continuei mantendo meu olhar nele sem perceber, e ele então murmurou: Estamos esperando. Fazendo-me relembrar de que Srta. Masterson ainda esperava por uma resposta minha.

— Ah... A Srta. poderia perguntar para outra pessoa? — respondi por fim, tentando espantar aquela confusão.

Notei que a Srta. Masterson revirou os olhos e entortou a boca, sem paciência. Ela dirigiu diretamente o olho para o lado e observou Patch, ainda impaciente.

— Patch, talvez você possa me responder essa. — ensinou abrindo um sorriso no rosto. Ela o estava paquerando? Não... Talvez fosse só minha imaginação.

— Inteligente. Atraente. Vulnerável. Marrenta. — ao contrário de mim, Patch falou com total auto-confiança, o que não me surpreendeu.

A Srta. Masterson dirigiu-se ao quadro e anotou as características listadas por Patch.

— Vulnerável? — ela virou-se para ele com um sorriso confuso. — Por qual motivo?

— Espera aí, a senhora vai fazer a gente responder isso e ainda vai criticar nossas respostas? — Renata pronunciou-se segurando a caneta e encostando-a entre os lábios.

Escutei Patch soltar uma risada agora com os olhos voltados na direção dela. Era impressão minha é claro, não haveria como estar nascendo algum tipo de clima entre os dois, eles nem se falaram direito, exceto por aquele bom dia mas aquilo nem poderia ser considerado como diálogo.

— Srta. Clarkson, pelo que pude perceber a Srta. não prestou a atenção em nada do que falei no começo da aula não é? Pois se não, saberia que todos os animais do planeta atraem parceiros com o objetivo de se reproduzir e a atração, é o primeiro elemento de toda a reprodução animal, incluindo os humanos. — rebateu a Srta. Masterson voltando sua atenção para Renata.

— Ok, ótimo, acho isso lindo! Mas o que quero saber, é se ainda vamos ter que explicar o por quê? — refez a pergunta enquanto enrolava uma mecha de seu cabelo no dedo.

— Sim. — afirmou a Srta. Masterson passando os olhos pela turma e fixando-os nela, em seguida. — Afinal, têm que ter o motivo de esta característica lhe chamar a atenção. E que tal nos dar as suas preferências então? — desafiou ela com um sorriso sem humor.

— Engraçado, divertido, lindo e gostar de sacanagem. — respondeu ela com um sorriso divertido nos lábios, como se desafiasse uma reação negativa da parte da professora.

Ouviu-se, no entanto, o som da sala dar gargalhadas e o aplauso e assovios de alguns garotos do fundo da sala, com certeza, Dudu devia estar metido no meio desses. Sem perceber observei Patch com o canto de meus olhos e notei que ele ria também. Tentei entender qual era a parte engraçada daquele comentário, mas sinceramente, não achei engraçado, talvez porque eu sabia que isso não era verdade, afinal, ela era virgem exatamente como eu, então eu sinceramente não achava engraçado.

— O problema com a atração humana, é que ela nem sempre é correspondida. — observou Patch ainda controlando a risada.

— Muito bem colocado, Patch. — observou a Srta. Masterson desviando o olhar a Patch.

— Ué, vai ver ele não gosta de sacanagem. — brincou Dudu com um sorriso nos lábios.

Eu já esperava por aquele tipo de piada da parte do Dudu, afinal, eu nunca conheci um garoto que adorasse tornar a aula turbulenta mais do que ele. Desta vez, assim como o restante da turma, eu também cai na gargalhada, talvez não tanto por ter sido engraçado, mas mais por contradição a Patch, já que ele sempre gostava de me deixar desconfortável, seria bom trocar de lugar de vez em quando. Automaticamente, dirigi o olhar a ele, percebi que também estava rindo, ao contrário do que eu esperava.

— Já chega agora, podemos voltar ao assunto principal! — interrompeu a Srta. Masterson já parecendo claramente irritada com a situação. — Então Patch, digamos que você está em uma festa, a sala está cheia de garotas de todas as formas e tamanhos diferentes. Você vê, loiras, morenas, ruivas, algumas garotas com o cabelo preto. Algumas são extrovertidas, enquanto outras aparentam ser tímidas. Você achou uma garota que se encaixe no seu perfil: atraente, inteligente, marrenta e vulnerável. Como você a deixa saber que está interessado?

— Eu a escolho. Falo com ela.

— Ótimo, mas agora, a pergunta principal: Como você sabe se ela está na sua ou se ela quer que você dê o fora? — perguntou a Srta. Masterson mantendo a atenção nele.

— Eu a estudo. — Patch responde. — Descubro o que ela está pensando e sentindo. Ela não vai me dizer, e é por isso que eu tenho que prestar a atenção. Ela vira seu corpo na direção do meu? Olha nos meus olhos e então, desvia o olhar? Ela morde seu lábio e brinca com seu cabelo? Como a Ashley está fazendo exatamente agora?

Risadas surgiram novamente pela sala. Que ótimo. Derrubei minhas mãos sobre a classe sentindo-me uma idiota. Será que você pode perceber isso Patch? Que eu estou me sentindo uma idiota? É bom saber, porque eu vou descontar isso em você depois. Babaca.

— Se for assim, ela está na minha. — concluiu batendo o joelho contra o meu. Me fazendo corar.

— Muito bom! — parabenizou a velha filha da puta, enquanto abriu um sorriso condescendente em nossa direção.

— Ela já está corando. Sabe que está sendo avaliada, gosta desta atenção, mas não sabe como lidar com isso.

— Eu não estou corando! — neguei fuzilando Patch com o olhar.

— Ela está nervosa. — ele continuou. — Ela está acariciando seu braço para tirar a atenção de seu rosto para seu corpo, ou para sua pele. Ambos são bastante atraentes.

Eu quase me afoguei com a saliva. No começo, achei que fosse uma brincadeira, mas finalmente, percebi que Patch era realmente louco. Talvez ele não se importasse em trinta pessoas de olho nele, mas eu me importava e ele não tinha o direito de falar assim de mim sem pelo menos cogitar a hipótese de eu me sentir mal. Ele não disse que sabia o que eu sentiria ou pensaria? Então deveria saber que eu me sentiria assim, horrível, o que dá a entender que ele fazia aquilo de propósito. Você quer jogar Patch? Está sempre querendo me envolver em seus jogos? Pois bem, desta vez, eu não irei perder para você.

Com este pensamento, adotei uma postura firme do tipo não estou nem aí e debrucei-me sobre a classe revirando os olhos.

— Isso é ridículo, nunca escutei tanta idiotice ao mesmo tempo em minha vida.

Patch esticou seu braço e o apoiou nas costas de minha cadeira, puxando-a para mais perto da sua, aproximando-nos. Foi então que eu tive a certeza de que essa era uma ameaça dirigida somente a mim, ele não se importaria se a turma toda nos observasse ou se riria, nós dois sabíamos que eu sim me incomodaria com isso, mas não tive tempo, pois de alguma maneira, Patch conseguiu prender meus olhos azuis vivos e frios em seus lindos olhos que pareciam ficar a cada dia mais brilhantes. Vulnerável, marrentinha. Ele murmurou encarando-me fixamente.

Quase esbocei um sorriso, mas proíbe qualquer músculo de meu corpo de realizá-lo. Eu então, ainda o encarando, ergui uma sobrancelha, em seguida, virei-me para frente e trouxe minha cadeira um pouco mais para frente em um solavanco, fazendo seu braço despencar de trás dela. Eu não era vulnerável e muito menos marrenta.

— E aí está pessoal! — anunciou a Srta. Materson com um sorriso para a turma, depois voltou-se a nós. — A biologia entrando em ação!

— Tá, mas, o assunto não era sexo? — perguntou Renata encarando a Srta. Masterson.

— E vamos. Leiam as páginas 155 á 158 do livro de vocês e estejam preparados para uma discussão em sala amanhã.

E então, o sinal tocou e Patch afastou sua cadeira, chegando mais para trás.

— É, foi divertido, vamos repetir em uma próxima. — disse ele com um sorriso divertido em seu rosto. E depois, pegou sua mochila, abriu o bolso exterior e retirou um vidro que parecia ser de remédio. — Tome, não queremos que o seu pai saiba que você se meteu em problemas enquanto estava de fugitiva, não é? — brincou ainda sorrindo, e soltou o vidro sobre minha classe.

Antes que eu pudesse pronunciar qualquer palavra, Patch se dirigiu a porta depressa, sumindo da sala assim. Lembrei-me de meu braço que havia ficado marcado por isso não poderia retirar o blazer por um bom tempo, ele pensou nisso? Não pude evitar de sorrir ao pegar o remédio e examinar o vidro. Ele havia se preocupado mesmo com o roxo em meu braço, graças ao tal Gus, esta foi uma atitude surpreendente da parte de Patch. Mas sinceramente, ele não fazia mais do que a obrigação, afinal, foi por sua culpa que eu ganhei aquele machucado não foi? Então, eu não tinha porquê agradecer.


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Notas finais do capítulo

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