Fight For This Love escrita por Succubus


Capítulo 16
Capítulo 15 - Mais forte, mais rápido.


Notas iniciais do capítulo

Voltamoss! Sim, finalmente chegamos, depois de um mês inteiro sem postar nada, vocês devem querer nossas caveiras, tudo bem, entendemos! Uma explicação? Sim, estávamos viajando, então, não, não tinha como escrever nadinha, e como sempre, pedimos mil desculpas!
Ultrapassamos nossa meta de cinco comentários no mesmo capítulo, oba! Agradecendo claro, ás lindas: ThataQ, Brenda armstrong, Brenda Maslin, Beasky, allison skilo, Gabriela Abreu.
Retornamos com tudo, com esse enormeee capítulo para vocês, esperamos que gostem, porque deu trabalho, e esse vem sem trilha sonora! Aliás feliz 2014 gente, muito atrasado, que vocês sigam conosco nesse ano! Enjoy Angels, nos vemos lá embaixo. ♥

Succubus



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Hoje é sexta-feira, a semana passou rapidamente, os dias foram bem calmos... Chatos. Patch não apareceu nem na terça, nem na quarta e nem quinta, e eu duvidava que fosse aparecer hoje. Estava na sala de aula, debruçada sobre a classe pensando em como na última vez em que nos vimos, tivemos uma briga feia na qual mesmo sabendo que eu estava com a razão, eu não parava de me sentir mal por ter brigado. Mesmo que Patch tivesse ficado com a psicologa maluca eu não deixava de sentir remorso por aquela briga e sentia que foi isso que o afastou, não só do colégio, mas de mim também, e agora sem ele para mim, era como se faltasse alguma coisa essencial no meu dia. Ninguém havia me chamado de Anjo, também ninguém tinha passado a manhã inteira dando atenção a mim, me fazendo rir ou me lançando indiretas pervertidas que eu adoro. Eu querendo admitir ou não, Patch se tornou parte da minha rotina, aliás, a melhor parte dela, e eu não sabia se conseguiria me desacostumar a te-lo sempre aqui comigo.

Por que não podíamos ser como um casal normal? Aqueles do tipo que quando há uma briga conversam e logo se acertam e já estão aos beijos novamente, ou aqueles que em um minuto estão brigando e no outro estão transando? Mas não, no nosso caso nenhum de nós sabia pedir desculpas, ligar e dizer que se arrepende pela briga, mandar uma mensagem implorando perdão, marcar de se encontrar e combinar de esquecer o que aconteceu, não. Nem eu, nem Patch. Nenhum de nós dois sabia fazer qualquer uma dessas alternativas, nós dois somos orgulhosos ao extremo e temos gênios difíceis, Patch ainda tem sua pose de metido o que dificulta ainda mais as coisas, fazendo com que ele não saiba reconhecer que errou e pedir desculpas. Pedir desculpas, isso instantaneamente me faz lembrar de suas palavras no dia em que brigamos que também foi a última vez que nos vimos. E eu não sou um cara bom em pedir desculpas, ele disse antes de ir embora e agora eu percebia que ele estava falando a verdade, realmente. O problema é que eu também não sou boa em pedir desculpas, ou em procurar a pessoa e tentar resolver a situação, aliás, não era minha obrigação fazer isto e sim de Patch. Ele quem provocara a briga e observando deste modo até entendo por que nossas brigas não são como as da maioria dos casais, porque nesta maioria o tipo de traição que ocorre é quando o garoto fica com alguma amiga dele, ou uma conhecida, ou uma vadia qualquer, mas Patch não é como este tipo de garotos, ele ficou com a minha psicóloga oferecida e vaca e não com uma garota comum, e isso só tornou as coisas ainda piores do que já estariam se fosse com uma garota qualquer.

Assim que percebi Patch estava adentrando a sala e em seguida o diretor John vinha atrás dele, eu estava sentada sozinha e sinceramente, esperava que ele não viesse sentar ao meu lado mas ele o fez. Jogou a mochila sobre a classe ao meu lado e atirou-se de maneira preguiçosa na cadeira, fiquei observando com um olhar desconfiado combinando com minha expressão confusa. Como é que é?, pensei, como assim, ele some por quase uma semana e de repente aparece e senta-se ao meu lado numa boa, como se nada tivesse acontecido? Ia perguntar o que ele achava que estava fazendo mas fui obrigada a me concentrar no diretor que iniciou o seu discurso.

— Bom dia classe, — ele sorriu de maneira irônica. — quer dizer, seria um bom dia se um de vocês que eu já desconfio quem tenha sido, — reparei que seu olhar se dirigiu ao fundo da sala. Dudu. — não tivesse entupido todos os banheiros da escola essa madrugada e, devido a esse acontecimento a escola está sendo tomada pela água sanitária e pelo fedor.

— Olhe nos meus olhos para falar de mim. — Dudu disse sorrindo. — Por que sempre quando esses tipos de coisas acontecem na escola o seu olhar se dirige a mim? Eu não fiz nada... Dessa vez.

— Bom, devido a esse incidente, — o diretor o ignorou parecendo indignado. — nós decidimos programar um acampamento em uma floresta, que irá ajudar na disciplina de biologia. E isso ocorrerá entre hoje e sábado, enquanto isso a escola ficará fechada para a limpeza e reparo aos danos.

A comemoração iniciou-se na sala e os alunos gritavam e riam animados com a situação. Fiz cara feia. Aula de biologia significava trabalho em duplas, trabalho em duplas levava a Patch, e Patch levava a uma série de acontecimentos que põem em risco a minha virgindade, nem sei como ela está resistindo.

— A senhorita Masterson vai dar as explicações mais detalhadas a vocês e prepara-los para partir em breve. — ele anunciou fazendo sinal para a srta. Masterson que respondeu com um sorriso. — Então, até mais alunos.

Antes de sair da sala o diretor não perdeu a oportunidade de lançar um olhar assassino ao Dudu. Com a saída do diretor, a senhorita Masterson se dirigiu ao centro da sala e começou com suas explicações que eu sinceramente não prestei atenção, meu olhar se dirigiu a Patch e eu o encarava com uma expressão como se dissesse mereço.

Patch ainda não tinha olhado para mim e esse era mais um fator que estava me tirando do sério, ele estava me ignorando? E com que direito ele achava que poderia me ignorar sendo que eu não fiz nada de errado, ao contrário dele. Traidor miserável.

— Sinto como se estivesse recebendo uma rajada de tiros de doze. — ele comentou prestando a atenção na senhorita Masterson. — Esta planejando um meio de me fuzilar, anjo?

— Muito bem observado, Patch. Antigamente era isso que faziam com os traidores miseráveis. — disse mantendo aquela expressão fria.

— Traidor? — ele sorriu. — Então assume que a gente estava junto?

— Sim, o mais sujo que existe. — confirmei, ainda tinha dificuldades em falar com ele. — Não estávamos nada, mas você foi muito filho da puta fazendo o que fez.

— Se não estávamos nada, você não tem nada a ver com isso.

— Oh, é, você está certo. Mas então, por favor, não me chame mais de anjo, você perdeu esse direito. — suas palavras me atingiram como uma rajada de tiros de doze.

— Compre os direitos autorais desse apelido e conversamos depois. — um sorriso de cafajeste iluminou o seu rosto. — Além do mais, gosto de ver como você fica quando te chamo assim.

— Você com toda a certeza desse mundo, é o maior babaca de todos os tempos! — cuspi as palavras e virei para a frente, reparando que ele não havia olhado para mim sequer uma vez, esse tempo inteiro.

— Já disse que adoro quando você fica irritada, anjo? — ele disse a palavra apenas para me provocar.

— Vai. Se. Ferrar. — disse entredentes. — E se quer falar comigo pelo menos olhe para mim, ou não consegue fazer isso sem se lembrar do tamanho do canalha que é?

— Disse que não queria mais olhar na minha cara e agora quer que eu olhe para você, você realmente é indecisa, anjo.

— E mesmo dizendo isso, eu olhei para você quando falei alguma coisa, acho que é o mínimo que se pode fazer. — disparei o fitando novamente com a expressão dura.

E pela primeira vez hoje o rosto de Patch se virou para mim e eu me arrependi por querer que ele me encarasse. Ter aqueles olhos azuis como o mar sobre mim foi como esquecer porque estava com raiva, aquele rosto tão lindo e angelical olhando para mim era como se eu tivesse reencontrado o meu porto seguro, era tão doloroso ter que continuar essa briga agora quando tudo o que eu queria fazer era esquecer o que aconteceu e me jogar em seus braços como até pouco tempo fazia.

— É muito difícil olhar para você agora anjo, e ter que me manter longe. — ele disse inexpressivo. — Não me peça para fazer isso, não se eu tiver que relembrar todos os momentos em que tive você em meus braços.

— Não, não faça isso, por favor, não. — fechei os olhos em meditação, eu não queria ouvir aquelas palavras, pois elas destruiriam com a minha defesa ou pelo menos com o que sobrou dela.

— Fazer o quê? — ele perguntou. — Colocar para fora o que tem estado entalado em minha garganta desde o dia em que a gente discutiu? Eu sinto sua falta, anjo. Eu sinto falta da gente. Eu sinto falta de quem eu sou quando estou com você. Eu sinto falta de ser uma pessoa melhor, porque é assim que você me faz sentir quando estamos juntos. Eu sinto falta de abraçar você e sentir meu mundo inteiro em meus braços. — eu sentia uma vontade de chorar a cada palavra que ele dizia. — Eu nunca fui bom em pedir desculpas, mas isso é o melhor que eu posso fazer.

— Para, eu não quero ouvir, por que você está fazendo isso comigo?! — coloquei as mãos sobre as orelhas ainda mantendo meus olhos fechados e balançando a cabeça em negativa. — Por favor. — sussurrei.

— Porque eu sinto a falta de tocar em você, de sentir sua pele macia se arrepiando a cada toque meu. — ele continuou me fazendo sentir uma enorme vontade de desabar sobre si. — E do seu beijo então? Eu sinto tanta falta da sensação que é ter os seus lábios carnudos junto aos meus, se deixando levar e me levando pro céu.

— Patch. — supliquei com dificuldade em falar.

— Estava com saudades de ouvir essa sua voz sedutora ao me chamar. — imaginei seu sorriso canalha. — O mínimo que pode fazer é olhar pra mim, anjo. — usou minhas palavras.

Abri os olhos lentamente o encarando com dificuldade, tirei as mãos de meus ouvidos e as descansei em meu colo, senti aquela dor corroer minha alma, dor provocada pelas palavras de Patch que me faziam esquecer o quanto ele é safado e lembrar o quanto eu gosto disso nele.

— Não use minhas palavras contra mim. — exigi tentando disfarçar que estava sem resposta.

— Não use esse seu jeito que me deixa louco contra mim. — ele continuou sorrindo e se aproximou devagar, segurou minhas mãos e entrelaçou nossos dedos, aproximou o rosto na altura do meu, deixando-nos bem próximos. — Me dê um bom motivo para não te beijar bem agora.

— Estamos em aula, rodeados por mais de trinta pessoas e por uma professora que com certeza, nos levaria para a direção? — sugeri arqueando uma sobrancelha.

— Péssimo argumento, vou te beijar agora. — ele riu.

Ele aproximou mais nossos rostos e tocou seus lábios nos meus, pressionando-os contra mim com um certo desespero, como se desejasse fazer isso a muito tempo, com certeza não tanto quanto eu. Aproveitei um momento daquele sentimento maravilhoso de ter os lábios de Patch junto aos meus, nossa, eu estava ansiando por isso a tanto tempo que mal consigo unir forças para nos separar, eu queria que esse beijo durasse para sempre. Segurei seus ombros e o afastei, separando nossos rostos, com um riso bobo.

— Você não toma jeito mesmo.

— Não quando estou com você. — ele sorriu — Você correspondeu, isso quer dizer que estou perdoado?

— Você acha que merece?

— Nós dois sabemos que não, mas espero que você me perdoe mesmo assim.

— Foi sincero, isso é bom. — afirmei sorrindo — É, está perdoado! Contanto que eu não tenha mais que te ver prestes a foder com a psicóloga.

— E não vai, minhas consultas acabaram. — brincou, sorridente.

— ... Ashley Claflin e Patch Strike. — escutamos a Srt. Masterson anunciando nossos nomes.

— Hã? — perguntamos em uníssono.

— As barracas são por dupla. Vocês formaram a dupla em uma barraca. — ela explicou com uma expressão impaciente.

— E vai rolar um Sex On Fire nessa barraca velha aí, hein! — Dudu brincou, fazendo com que ecoasse o riso de todos pela sala. — Boatos que a barraquinha vai se balançar a noite inteira.

— Dudu me ama, só pode! — Patch respondeu rindo também. Eu até poderia rir se não estivesse totalmente corada bem agora.

— Só pra garantir, né filha da puta! — ele berrou jogando um pacote de camisinha que caiu no colo de Patch, a sala continuava aos risos. — Não queremos nenhum Patch Junior por aí.

— O mais bagaceira ainda me vem com essas camisinha de posto, aí sim! — ele segurou o pacote, rindo e provocando a prorrogação das risadas pela aula.

— Ok meninos, já deu né!

— Ainda não sôra, só mais tarde! — Dudu continuou a brincadeira. — Aí sim hein, se preparem para ouvir um ah, ah toda a noite! — Dudu imitou um gemido, e a sala continuava a soltar gargalhadas.

— Só se for da Agatha, né senhor Banick! — insinuei arqueando a sobrancelha, sugestiva. Todos continuaram a rir.

— Oi? Espera lá, o que eu perdi?! Não são os meus gemidos que dá para escutar a um quarteirão de distância, srta. Claflin. — Agatha me encarou com a expressão maliciosa.

— Isso é verdade, apenas! — Renata entrou na brincadeira rindo como todos. — Né, Patch?!

— Sei lá, sou virgem. — ele deu de ombros, e a risada pela sala aumentou ainda mais.


— Me desculpa viu, Patch? Mas isso nem eu consigo acreditar, vão contra as leis da biologia. — a Srta. Masterson entrou na brincadeira, rindo tanto quanto nós.

Patch a encarou com uma falsa expressão de descrença, como se ficasse apavorado com até a professora duvidando dele.

— Não sei quem é mais putão, Dudu ou Patch! — brinquei, rindo e mandando um beijo a Patch quando ele me olhou com uma expressão que dizia ah é?

— Mas eu até participo daquela campanha: Eu escolhi esperar! — ele riu também — Como vocês são pervertidos!

— Não foi isso que você me disse ontem de noite, hein! — Dudu mexeu, ainda brincalhão.

— Vão começar a se arriar! — Agatha disse disfarçando o riso.

— Eu posso saber que bagunça é essa? — o diretor entrou na sala, escancarando a porta e nos olhando como se exigisse uma explicação.

— Nós só estávamos tentando descontrair antes da aula no campo, Sr. Diretor. — a senhorita Masterson explicou.

— Então chega de descontração e vamos nos preparar, o ônibus chegará ás onze e meia então estou liberando todos para irem para casa falar com seus pais e arrumar suas coisas, estejam aqui ás onze em ponto! — anunciou ele, esperando que arrumássemos os materiais e saíssemos da sala.

— O que vai fazer agora, sumido? — perguntei em tom de brincadeira enquanto organizava as coisas na mochila.

— Por quê? Vai me convidar para sair? — ele sorriu sugestivo.

— E você aceitaria? Me parece ser um cara ocupado. — insinuei com uma careta.

— Isso depende, o balcão da sua cozinha está disponível? — ele brincou — Ah pareço? Por quê?

— Pra você, sempre. — disse sorrindo, maliciosa. — Porque você ficou quase uma semana inteira sem aparecer na escola, já é um começo. — relembrei.

— Não fale assim ou eu não vou conseguir resistir, mas infelizmente, tenho algo para fazer agora. — ele fez uma expressão de safado na frase seguinte — Então você sentiu minha falta, anjo. Gostei.

— Não resista. — insisti — É, digamos que sim. — confessei relutante.

— Isso é covardia, anjo. Sabe que não resisto a você. — ele fez um beicinho, o que o deixava tão lindo que eu mal podia conter a vontade de agarra-lo agora. — Mas deixamos para uma próxima.

— Faça esse beicinho novamente e eu não respondo por mim. — encarei sua boca com desejo, mordi o canto de meu lábio inferior, sorrindo. — Ok, fui rejeitada... De novo.

— Qual, esse aqui? — ele fez o beicinho de novo e eu me contorci para não fazer merda na frente do John, ou Jared Claflin me colocaria em um belo castigo. — Sabe que não é verdade, e quanto a esse de novo, concordo que temos assuntos inacabados, mas eu prometo te compensar por isso.

— Certo, Patch. Sua sorte é que John está aqui. — anunciei com uma ponta de raiva — Quanto antes melhor.

— Ah é, esqueci que você tem medo que o Jared descubra, ou devo dizer sogro? — ironizou com um sorriso vadio — A pressa é inimiga da perfeição, anjo. — ele piscou.

Caminhamos lado a lado até a entrada do colégio, passeamos pelos corredores conversando e eu podia sentir o olhar repleto de inveja de todas as garotas que passavam por nós e mesmo sendo um tanto incomodativo, eu me sentia triunfante, ter um cara como Patch comigo nunca foi nem sequer um pensamento e agora isso era real.

Chegamos na entrada onde nos despediríamos e eu me senti triste repentinamente, ficar sozinha em casa não era um plano considerado agradável para uma sexta-feira a tarde, e até Patch me abandonara desta vez para fazer nem sei o quê, que parecia ser realmente mais interessante do que eu, para que eu fosse trocada assim.

— Então até a noite, anjo. — ele segurava minhas mãos. — Traga aquele seu pijama perfeitamente transparente, por favor.

— Só porque você não quer vir comigo. — tentei uma última vez com expressão infeliz.

— Pode deixar, ele está até com saudades de você.

— Está me deixando sem força de vontade, anjo. E você fica irresistível com ele, — ele se aproximou mais como se fosse contar um segredo. — mas fica muito mais sem.

— Essa é a intenção. — constatei, sorrindo. — Eu sei que eu sou irresistível!

— Mas que metida, anjo. — ele entrelaçou minha cintura. — Sabe que eu adoro quando fica assim. — aproximou nossos lábios e me deu um selinho. — Nos vemos mais tarde.

— Eu sei, eu sei. — envolvi seu pescoço e retribui o beijo, fazendo beicinho. — É, até logo.

Depois de nos despedirmos com relutância, eu caminhei até o carro de meu motorista que me esperava em frente ao colégio, entrei no automóvel e fui para acasa, olhando pelo vidro da janela Patch subir na Kawasaki Ninja e se preparar para partir Sei Lá Para Que Lugar que pela urgência que ele tinha em ir, com certeza deve ser algo bem mais interessante do que eu. Continuei a admirar a paisagem a caminho de minha casa, eu não estava com nenhuma vontade de ir para lá, qual é a graça de ter uma casa enorme, rodeada por bens materiais em grande maioria desnecessários, até com piscina, se vou ficar sozinha lá o dia todo? Meu pai até quando estava na cidade ficava pouquíssimo tempo em casa e era a mesma coisa que não estar pois passava quase o dia inteiro em seu escritório, eu me sentia sozinha ao extremo desde que minha mãe morreu.

Aquela casa enorme apenas comigo e os empregados dentro dela parecia mais uma mansão mal assombrada, em sua grande maioria, eu sempre tive um certo medo em ficar sozinha nela. Era nessas horas que eu desejava ter irmãos, que meus pais tivessem feito outra filha que regulasse de idade comigo, assim eu teria companhia para não ficar sozinha lá, mas eu não tive essa sorte. Penso em todos os que têm irmãos e dariam tudo para ser filhos únicos e sei que isso é apenas porque não sabem o que é ficar sozinho em uma mansão enorme o dia inteiro, vendo deste ângulo, o internato era um paraíso para mim, pelo menos eu não ficava sozinha lá.

O motorista estacionou em frente a minha casa e eu desci, ajeitando a saia do uniforme do colégio e fechando a porta do carro. Caminhei a porta de casa e a empregada a abriu antes mesmo que eu tivesse tempo de bater.

— Senhorita Ashley! — exclamou com um sorriso surpreso. — Eu não esperava ver a Srta. antes do fim de semana!

— Ah, oi Dorotha! — cumprimentei-a com um sorriso, chamando-a por o apelido que a dei desde pequena, afinal, Dorothea é a nossa empregada mais antiga, ela praticamente foi uma espécie de mãe substituta para mim depois que a minha mãe faleceu.

Entrei em casa e Dorotha se encarregou de fechar a porta.

— Pois é, eu também não esperava voltar, mas aconteceu um problema na instalação do colégio então vamos acampar como trabalho de biologia para o fim de semana. — expliquei enquanto caminhava para a enorme escada de madeira escura que leva ao segundo andar — E o meu pai? — perguntei apenas para constar, afinal, eu já imaginava a resposta.

— O Sr. Claflin está no escritório, quer que eu o chame?

— Ele está em casa? — parei imediatamente no primeiro degrau da escada e a observei surpresa, meu pai em casa? Agradeci mentalmente a Patch por ter recusado vir aqui, ou eu estaria em grandes apuros! — Não, não precisa, obrigada.

— Sim, chegou hoje mais cedo. — ela virou-se para a sala novamente — Se precisar de qualquer coisa, me chame querida, estarei na cozinha.

— Ah claro! Obrigada, Dorotha!

Caminhei pelo corredor até a porta que leva ao meu quarto e quando entrei, fui direto até uma mala, que deixei aberta sobre minha cama. Fui até o closet e parei em frente a uma das divisórias com minhas roupas e procurei por roupas mais esportivas e simples para o acampamento, e depois de recolher algumas e separar na mala, eu encarei a sessão de meus pijamas e lembrei de Patch e de seu comentário sobre eles. Sorri e mordi o canto de meu lábio inferior e separei alguns de meus pijamas mais curtos.

— Por que eu não estou sabendo que a minha filha pretende viajar? — meu pai apareceu atrás de mim, sorridente. Olhei para trás ao escutar sua voz e sorri antes de sentir seu abraço e retribui-lo, matando um pouco as saudades de meu pai.

— Ah, oi pai! — disse enquanto o abraçava. — Estou surpresa em saber que está em casa, o que o trouxe aqui? — perguntei curiosa.

— A viagem acabou mais cedo e eu queria matar as saudades da minha filhota! — ele riu e nos soltamos — Mas confesso que não esperava te ver antes do fim de semana, te mandaram para casa? — sua expressão se tornou séria. — Não vá me dizer que você andou aprontando de novo, espero que não tenha nada a ver com aquele garoto.

— Novidade isso! — sorri. — Não pai, desta vez eu não fiz nada. Mas houveram problemas com a instalação do Elementary e tudo mais, por isso, vamos ter um acampamento como tarefa de biologia, até o colégio estar restaurado novamente.

— Ah, então para isso a mala. — meu pai deu uma leve risada. — Se não fosse levar uma mala para apenas dois dias não seria você, Ash!

Ele passou o braço esquerdo sobre meu pescoço e fomos de volta ao meu quarto.

— Então, quando vai voltar?

— Domingo pela manhã. — voltei a organizar as coisas na mala, mas sorri para ele. — Parece que desta vez sou eu quem vou deixar você sozinho em casa.

— É, então é assim que se sente. — ele sentou sobre a cama tristonho. — Nossa, e eu que pensei de nós fazermos alguma coisa esses dias. Mas tudo bem, podemos fazer no domingo á tarde.

— Ah é... — fiz uma expressão de tristeza — Acho que vou dormir na casa da Agatha no domingo, eu e as garotas combinamos então...

— Está de brincadeira?! — ele me olhou abismado. — Não vamos nos ver durante o fim de semana que tirei de folga?

— Sinto muito, mas você deveria ter me avisado antes! — cuspi as palavras.

— Sim, mas eu queria fazer uma surpresa, você poderia ir para a casa da sua amiga semana que vem! Vocês se vêem todo o dia na escola.

— É, mas agora já está combinado...

— Por que quer tanto ir para lá? — ele abriu um sorriso maior. — Você por um acaso marcou encontro com algum... Como vocês dizem... — ele pensou antes de voltar a falar. — Ficante?

— Porque não queria ter mais um fim de semana solitário! — exclamei colocando o sentimento para fora. — Oi? — perguntei com um sorriso confuso — Ficante? De onde tirou isso?

— AAAAHÁ! — ele gritou rindo. — Então têm um ficante é... — veio até mim, agarrando minha barriga e deitando-me sobre a cama, me fazendo cócegas. Comecei a rir descontroladamente. — Vamos, Ash. Me conta, quem é o meu futuro genro?

— Não, pai... — eu tentava parar de rir, mas era impossível. — Para! Sai...

— Aaaah, Ash está namorando, Ash está namorando! — ele ria, não mais do que eu. — Quando o pirralho vai vir me conhecer?

— Pai, quer por favor parar?... — ele finalmente parou de me fazer cócegas e se sentou sobre a cama novamente, rindo. Eu também ainda não havia parado totalmente. — E para seu governo, não. Eu não estou namorando!

— Aham, sei, não está namorando! — ele me imitou. — Ah... Já até entendi qual é a desse acampamento, — brincou usando minhas gírias. — vai é encontrar com o namoradinho! Mas o desaforo desse fedelho, nem me conheceu ainda.

— Dá. Pra. Parar? — perguntei pausadamente tentando evitar de rir. — Ai meu saco!

— Ash, quer dar beijinho na boca, mas vê se pode! — ele se levantou e me ajudou a carregar a mala já pronta pelo corredor. — Parece que foi ontem quando o máximo que você tinha de namorado eram os bichinhos de pelúcia!

— Não aguento mais essas suas bobagens!

Chegamos na cozinha para que eu pegasse algumas besteiras para comer e Dorotha veio me ajudar com o lanche. Papai parou apoiado no balcão de bruços com um sorriso travesso nos lábios.

— Êi, já sabe da novidade Dorothea? — ele chamou Dorotha que o olhou curiosa. — Ash está namorando!

— Ah, é mesmo querida? — ela me olhou sorridente. — Quem é o rapaz?

— É, conta pra ela, Ash! — papai continuou metendo pilha.

— AI MEU DEUS! — gritei olhando para o teto. — É mentira Dorotha! Não dê ouvidos a esse velho! — preveni cansada da brincadeira.

— É sério, hoje ela vai até encontrar com ele. — ele continuou e os dois riam, eu os observava com cara de quem comeu e não gostou. — Ash vai dar beijinho na boca!

— Ah que inferno! Devo ter jogado chiclete na cruz!

Reclamei terminando de organizar as coisas e indo para a sala. Joguei-me sobre o sofá cruzando os braços e encarando a tela plana com expressão emburrada, não demorou para que meu pai aparecesse sentado ao meu lado e continuou fazendo suas brincadeiras e eu já estava de saco cheio dessas brincadeirinhas! Depois de terminarmos de olhar um filme de ação que estava passando em um dos canais da antena externa, o papai decidiu sair para darmos uma volta e fomos a um dos Shoppings mais famosos de Concord, onde lanchamos e demos voltas nas lojas para que eu comprasse um biquíni novo para levar na viagem e em cada uma das lojas que entrávamos papai arranjava uma forma de dizer que tinha de comprar um biquíni novo porque estava namorando e tinha que ficar bonita para o meu ficante. E eu que pensei que aquela besteira já tinha acabado hoje mais cedo, só me enganei.

Por fim, após passearmos um pouco e jantarmos em uma pizzaria, papai me levou para casa, para que alcançasse a mala e então nos dirigíssemos mais uma vez ao Elementary para que eu fosse no ônibus junto com os outros ao acampamento. Chegamos em frente ao colégio ás onze em ponto e assim que papai parou o Audi RS7 grafite no estacionamento do Elementary e pegou minha mala ao descermos, acompanhando-me para a entrada da escola onde encontramos com Agatha e Renata. Nos cumprimentamos e as meninas cumprimentaram meu pai como sempre.

— Ah tio, nem sabia que estava na cidade! — Renata comentou, sorrindo.

— Na verdade, nem a Ash sabia era para ser surpresa, mas acabei sendo eu surpreendido! — ele brincou me sorrindo.

— Bom, quem mandou não me avisar antes?!

— Mas não se preocupe tio, vamos cuidar bem dela lá em casa! — Agatha garantiu.

— Espero mesmo.

— Onde será que está o Dudu? — ela perguntou olhando em volta, procurando por ele.

— Ah e como vai o namoro, Agatha? Seus pais já estão sabendo agora? — papai comentou lembrando-se de que os pais da Agatha ainda não sabiam sobre o Dudu e acho que ela nem pretende contar tão cedo.

— Vai muito bem! — afirmou sorrindo. Agatha não ficava tímida nem em falar sobre esses assuntos com pais. — Claro. Ficaram bem contentes. — mentiu. Eu conheço bem aquele rosto dela quando ela inventa alguma mentira. Sorrimos eu e Renata.

— Ah e a Ash já contou pra vocês que está namorando? — meu pai passou o braço em torno de meu pescoço, sorridente.

— Ah não... — suspirei.

— Ah é, Ash? — Renata sorriu e arqueou uma sobrancelha. — Começa a namorar e nem conta para as amigas! Então tá!

— Oh, espera aí! Acho que alguém anda escondendo coisas das amigas! — Agatha acusou, me sorrindo maliciosa. — Que sacanagem!

— Ah parem meninas, eu sei que vocês sabem! — meu pai continuou. — Anda me contem quem é, me mostrem! — ele passou a olhar em volta. — É um amiguinho do Dudu?

— O Jason? — Renata se intrometeu dando uma risada debochada. — Deus o livre tio, não roga praga!

— Obviamente não é o Jasy, porque o Jasy é o amorzinho da Renata! — Agatha lançou a indireta com a expressão de sem vergonha.

— O quê? — ela encarou Agatha como se estivesse indignada. — Ata, como se pudesse ser verdade. Prefiro morrer solteira!

— Ah, Ash, me mostra quem é! — ele insistiu cutucando a lateral de minha barriga me fazendo rir. — Vamos, mostra o meu genro!

— Ai pai por favor!

De repente, Dudu veio ao nosso encontro parecendo que finalmente havia avistado Agatha ali junto a nós. Ele chegou ao lado da namorada e passou o braço ao redor da cintura de Agatha, os dois se deram um selinho e então, ele se voltou para o restante de nós para cumprimentar-nos.

— E aí meninas, tio... — ele cumprimentou sorrindo.

— Oi, Dudu. — eu e Renata cumprimentamos em uníssono. Mas ao mesmo tempo senti um frio na barriga e rezei mentalmente para que Dudu não desse nenhum furo na frente de meu pai ou eu estaria ferrada. Se meu pai descobrisse sobre Patch... Congelei.

— Dudu, que bom que chegou, me conta uma coisa. — meu pai se adiantou e eu esbugalhei os olhos ficando imóvel. — Quem é o namoradinho da Ash?

— Hã? — ele não entendeu primeiro mas em seguida continuou sorrindo. — Ah é o P...

Agatha pisou em seu pé, olhando para ele com uma expressão de reprovação e advertência e então Dudu se calou imediatamente. Agradeci a Agatha com um sorriso de alívio e senti meu corpo voltar ao normal.

— Ah não sei.... — ele desconversou com uma expressão inocente. — A Ash está namorando? — seu sorriso travesso iluminou seu rosto.

— Ah, não vêm que eu vi que você ia dizer o nome, quem é? — pai não desistiu e quis saber mais uma vez.

— Não, é que eu lembrei quando a gente brincava com a Ash e dizia que ela namorava o Jasy, mas só que como a Rê está aqui aí né... — ele dirigiu o sorriso a Renata.

— Pronto, me amam! — ela revirou os olhos.

— Pai não está na sua hora? — perguntei indicando que ele já estava se demorando muito.

— Por que quer me mandar embora? Eu não posso estar aqui quando o seu namorado chegar?

— Não tem namorado pai, pode ficar tranquilo e voltar para casa! — insisti.

— Está bem, está bem, eu desisto! — ele me deu um beijo na testa e me soltou. — Até mais meninos, e até domingo querida!

Soltou minha mala no chão ao meu lado e caminhou em direção ao estacionamento.

— MAS EU AINDA VOU QUERER CONHECER O SEU NAMORADO, ASH! — ele gritou olhando para trás e me abanando. Cobri o rosto com as mãos morrendo de vergonha, agora com certeza todo o colégio deveria estar me olhando e rindo da minha cara.

Os ônibus pararam em frente ao colégio no mesmo momento e após alguns minutos de que eles já haviam se estacionado devidamente, ouviu-se os alto falantes rangerem e em seguida, a voz do diretor John soou pelos aparelhos.

— Alunos, dirijam-se aos ônibus que estão estacionados em frente a escola. Os dois primeiros são para os terceiros, os três seguidos deles para o segundo, e os três últimos para os primeiros anos! Então façam fila em frente aos seus ônibus designados e vamos nos preparar para irmos!

Assim que o diretor encerrou seu discurso os alunos começaram a fazer o ordenado e se dirigiram cada um para o seus respectivos ônibus, eu segui com as garotas e o Dudu para nosso ônibus e para a minha sorte o Patch ainda não havia chegado, ou seja, eu não poderia sentar com ele antes de uma das garotas sentar comigo e uma das garotas é igual a Renata, porque com certeza a Agatha não deixaria de sentar com o Dudu que como ela gosta de dizer, tem um pau, pra sentar comigo, então fui de dupla com ela no ônibus mas não parei de pensar em quais lugares sobrariam vazios no ônibus e quem estaria sentado no banco ao lado dele, o que eu estava torcendo com todas as forças para que não fosse uma garota. E torcia mais ainda, para que não fosse a querida psicóloga.

— Ai Ash que inferno, eu não acredito que a gente vai ter que ficar na barraca com os nossos parceiros de biologia! — Renata observava a janela ao meu lado indignada.

— Eu acredito! — dei um sorriso amarelo. — Já disse que a Srta. Masterson é ótima?!

— Isso porque olha com quem você ficou! — ela me encarou arqueando a sobrancelha. — Bom se o meu parceiro fosse o Patch acho que também iria ficar apaixonada pela velha malcomida, mas não! Olha quem é o meu parceiro?! — balançou a cabeça negativamente em ato de desaprovação.

— Convenhamos, mas o Jasy é um bom parceiro também. — fiz a observação. O que realmente era verdade e eu sabia que ela também achava, só não admitiria.

— Está de brincadeira não está?! — ela fechou a cara, se seus olhos fossem metralhadoras eu já era. — Eu preferia... Sei lá... — ela olhou em volta, acompanhei quando seu olhar estacionou em Melissa sentada com outra garota, eu sabia que ela e Renata se detestavam e também sabia o real motivo dessa birra. — É, eu preferia até ficar com ela do que com aquele garoto!

De repente ouvimos um movimento atrás de nós e nossos bancos tiveram um solavanco quando Agatha surgiu sobre eles com um sorriso enorme e uma expressão maliciosa a la Agatha que combina perfeitamente com ela.

— Pelo menos ele tem um pau. — ela disse soltando um risinho sem vergonha.

— O que adianta se eu não quero nem saber do pau dele?! — Renata rebateu com cara amarrada.

— Vocês só falam disso! — exclamei ainda me recuperando do susto que levei com a aparição repentina de Agatha.

— Falou a que ia liberar em cima de um balcão. — Renata disse sugestiva.

— Uh, essa doeu! — Agatha fez uma careta e se conteve para não rir.

A lancei um olhar indignado, fuzilando-a com uma expressão assassina. Ok, essa do balcão você também exagerou né Ashley?! Vamos controlar esse fogo menina!, pensei para mim relembrando uma anotação mental que já havia feito a um tempo que dizia Patch começa com P de Problema.

Olhei para frente em direção a entrada do ônibus e lá estava ele, pensando no diabo... Ele estava com uma mochila nas costas caminhando pelo corredor estreito do veículo, olhando por cima entre as fileiras de bancos parecendo procurar por um lugar, quando finalmente passou por nós, trocamos um olhar travesso e eu presenciei aquele sorriso viciante de cafajeste que só ele sabia fazer, sorri em resposta mas duvidava que do meu jeito fosse tão sedutor quanto o dele, duvidava de que o de mais alguém fosse. Eu amava aquele sorriso.

Ele passou por nossos bancos e continuou a caminhar pelo estreito corredor, imediatamente senti como se estivesse sendo observada, olhei para cima e me vi de cara com o rosto de Agatha repleto por uma expressão safada. Mas em seguida ela virou o rosto, parecendo acompanhar meu olhar. Patch sentou-se ao lado de Jasy o que era irônico devido ao fato de o Jasy ser o único outro garoto loiro da escola, o outro único garoto a se interessar por mim a ponto de me convidar para um encontro e o único outro garoto do colégio que tinha como parceira justamente a garota que estava sentada ao meu lado. Eram ironias demais, me senti tentada a rir, mas me contentei apenas com um sorriso, afinal, sabia que além de ironia, não era uma coincidência. Patch sempre deixou bem claro o quanto gosta de ser... Patch. E sentar ao lado do Jasy foi obviamente uma provocação lançada a mim.

Encarei Jasy tentando decifrar sua expressão, mas como sempre ele apenas continuou do seu jeito bem humorado, ou talvez ele não só tivesse percebido o clima entre mim e Patch, o que não era provável com todo mundo parecendo estar se concentrando em nós dois ultimamente. Agatha olhou para Renata e eu ainda com a expressão maliciosa pairando em seu rosto.

— Dois casais separados por um ônibus. — ela soltou uma leve risadinha — É muito irônico pensar que vocês sentaram juntas e os seus garotos sentaram juntos?

— Só se eu ficasse com o Patch porque o Jasy nunca vai ser o meu garoto! — cuspiu Renata cruzando os braços com a expressão carrancuda.

— Mas aí é só ele chegar perto dela e a calcinha já ficou toda molhada. — Agatha se atreveu a dizer como se fosse a coisa mais normal do mundo. — Prevejo muitas virgindades desaparecendo nesse acampamento!

— Isso é, certo Ash? — Renata me lançou seu sorriso pervertido.

— Oi? — perguntei distraída, ou pelo menos aparentando estar.

A verdade é que eu ainda não havia parado para pensar direito sobre essa história de dormir em uma barraca sozinha com Patch, o que realmente me parecia ser perigoso, as únicas vezes que fiquei sozinha com Patch quase transei com ele, por que agora iria ser diferente? Principalmente porque agora nós literalmente dormiríamos juntos, então eu não sabia o que fazer para impedir de perder minha virgindade com ele. Claro que eu não queria que a minha primeira vez fosse assim, em um acampamento do colégio, em uma barraca, com um monte de outros adolescentes em outras barracas próximas a minha, e se alguém escutasse? Eu duvidava que aconteceria, afinal, todos estariam em duplas mistas em cada barraca, o que claro, não contava como principal objetivo ficar escutando a barraca ao lado, provavelmente todos estariam mais ocupados com outras coisas, e eu duvidava que essas outras coisas envolvessem as tarefas da srta. Masterson.

A srta. Marsterson havia dado um discurso ao que parecia enquanto eu ficava presa em meus devaneios. Que ótimo, mais uma vez eu não escuto o que ela fala, e a última vez que isso aconteceu Patch teve que me descrever como sua parceira ideal, porque eu estava muito ocupada enquanto ela falava comigo.

— Entenderam? — perguntou ela desviando o olhar pelos assentos.

— Sim. — todos exclamaram em uníssono, pelo menos os outros prestaram atenção no que ela disse.

— Ai que saco, eu não acredito que o John consegue sempre estragar as coisas legais! — Agatha suspirou com um tom desaprovador.

— Que ótimo, pelo menos se o idiota do Jason tentar alguma coisa eu tenho a quem pedir ajuda! — exclamou Renata animada totalmente em discordância com ela.

— É mais fácil o contrário.

— O que, que eu perdi? — perguntei tonta.

— Ashley sempre retardadiando. — suspirou Agatha balançando a cabeça. — O guarda minha filha, ou seja, o chato que vai ficar controlando as barracas.

— Antes fosse só um. — disse Renata revirando os olhos.

— Ooolha, — Agatha disparou com sua expressão de sem vergonha. — não era você que não queria ficar sozinha com o Jason?

— Não... Eu só ia dizer que... — ela começou a tentar procurar uma explicação, atônita. — Não, péra, é que...

— Shh, cala a boca. — Agatha cortou rindo e adorando a cena. — Viu Ash, agora vamos gravar essa cena da nossa fazida Rê admitindo que quer conhecer o Jason.

— Cala a boca, o garoto está sentado bem perto de nós! — exclamou ela olhando para os lados desesperada se certificando de que ninguém havia ouvido.

— Espera aí... — disse erguendo as mãos. — Que história é essa de guardas?

— Olha Ashley, eu realmente te odeio. Eu esperei um ano inteiro para poder debochar da Renata, quando ela finalmente se entregou sozinha, ai você me corta! — ela me encarou indignada, sua expressão chegou a me assustar. — Tchau pra vocês.

Ela se preparou para retornar ao seu lugar nos bancos atrás de nós ao lado de Dudu.

— Ah e, — ela encarou Renata com sua expressão de safada. — eu vou querer ficar na barraca ao lado da sua para ouvir quando você gritar Ai Jason, mais rápido, mais forte.

Agatha deu uma risada maléfica de pervertida e então acenou para nós de modo debochado e desapareceu atrás de nossos bancos, não pude evitar de rir.

— Mas que merda. — Renata cobriu o rosto com as mãos. — Não tem graça, e agora seja útil para alguma coisa e dá uma olhada pra mim e vê se eles estão olhando, ou vou dizer que era pra você.

Fechei a cara emburrada. Me ergui um pouco do banco e olhei por cima avistando o banco de Jasy e Patch e olhando-os tentando procurar qualquer sinal de que eles tinham escutado, mas não parecia. Os dois estavam rindo e se olhando, só o que me faltava era esses dois ficarem amigos. Fechei ainda mais a expressão e me joguei sobre o banco.

— Acho que não, eles só estavam rindo.

Estava distraída me preocupando em ficar irritada quando de repente uma superfície macia se chocou contra o meu rosto me fazendo ficar tonta.

— É por isso mesmo que eu acho que eles ouviram, sua anta! — Renata me encarava com uma expressão repleta de ódio. — Argh, eu vou matar a Agatha!

— Vai tomar no seu cu. — rosnei devolvendo o travesseiro para ela de maneira brusca. — Isso não é motivo para me jogar um travesseiro no rosto. Agora, se não se importa, — me ajeitei sobre o banco me preparando para dormir. — eu quero dormir e esquecer desse fiasco.

— Essa é uma boa ideia. — ela concordou.

— FFTL —

Acordei com as sirenes do ônibus despertando os meus ouvidos me fazendo arregalar os olhos e dar um pulo no banco, olhei em volta freneticamente, pensando que talvez fosse um incêndio afinal, o barulho parecia muito o de um alarme de incêndio. Na verdade o alarme apenas indicava que chegamos e eu notei a srta. Masterson organizando ao que parecia uma fila indiana para descer do ônibus, já estava perto de ser a minha vez e de Renata de entrarmos na fila.

— O que eu perdi? — perguntei esfregando os olhos com uma voz sonolenta.

— Nada demais, só a Masterson enchendo o saco como sempre. — explicou Renata fazendo a maquiagem se admirando em seu espelho. — Deu acabei, já esta pronta?

— É claro que não, mas... — disse com a cara fechada me sentindo um lixo. — Por que ninguém me acorda nessa joça?!

— Sinto muito, mas normalmente se a gente acorda você nenhuma de nós sobrevive.

Ela declarou se levantando e organizando sua mochila nas costas, me encarou com um sorriso e acenou para mim, me chamando para nos juntarmos a fila.

— Além do mais, você sempre esta linda, sua desgraçada. — ela riu e continuou me chamando. — Vamos logo musa do verão, a gente não quer a Masterson no nosso pé.

Me ergui do banco, passei minhas mãos em minha roupa na tentativa de desamassa-la, em seguida passei as mãos em meu cabelo colocando os fios em seu lugar, passei pelos dois bancos pegando meu travesseiro e minha mala, andei atrás de Renata para fora do ônibus, mas quase me desequilibrei e cai nas escadas quando senti um impacto de um peso a mais em minhas costas.

— E aí vagabundas! — gritou Agatha em meu ouvido me abraçando por uns breves momentos. — Ai Ashley, vamos acordar.

— Caralho Agatha! — grunhi me recompondo e passando as mãos em meu cabelo novamente. — Saí daqui.

— Está precisando de um Patch nessa sua vida. — ela sorriu e então todas descemos do ônibus, paramos ao lado do veículo junto com os outros alunos. — Prontas para enfiar as unhas na terra?

— E você diz isso como se fosse uma coisa muito boa. — Renata fez uma careta revirando os olhos, então ergueu sua mão e passou a examinar suas unhas feitas. — Só tenho uma coisa para dizer... O Jason que vai fazer isso.

— Claro, porque algo bom, seria enfiar outra coisa, em outro lugar, e todas nós sabemos que você gostaria que fosse o Jason a fazer isso. — disse Agatha sugestiva, arqueando uma sobrancelha com um sorriso condescendente.

— Ai eu vou bater na Agatha! — Renata balançou a cabeça com um sorriso forçado. — É melhor, a gente dizer para o Dudu se cuidar, porque a Agatha esta falando muito do Jason, e de enfiar coisa aqui e ali. — ela ergueu as mãos em sinal de rendição. — Só o que eu tenho para dizer.

— Cuidado que ele tá...

Quando eu fui avisar de que Jasy estava se aproximando de nós não houve tempo. Agatha havia andado em direção a Renata a fazendo recuar no exato momento em que Jasy estava passando seguido por Patch. Renata pechou nele, virando-se depressa se desculpando.

— Ai descul... — ela se virou e se deparou com ele, então fechou a cara. — Ah é você, então foi bem feito.

Ele a encarou primeiramente surpreso, então sorriu de uma forma abusada, que parecia estar repleta de deboche.

— E aí garotas. — ele nos cumprimentou, então Agatha lançou seu sorriso forçando uma inocência mas deixando transparecer sua verdadeira face de safada.

— Olá Jasy. Ah, mas olha só Renata, você fala do garoto e ele aparece.

Renata lançou a ela um olhar furioso como se pudesse matá-la apenas de olhar para ela, Agatha devolveu o mesmo sorriso maléfico em uma expressão que dizia não mexe comigo.

— Na verdade, Dudu devia saber que ela não para de falar em você. — ela o olhou com desdém. — Só uma louca mesmo para trocar o Dudu por você.

— É, vamos dizer que sim. — ele nos olhou e deu um último aceno. — Vejo vocês depois garotas, se é que eu vou reconhecer vocês cheias de terra.

— Se fude putão. — Agatha acenou para ele, rindo.

— Obrigada por nos lembrar, bosta. — declarei também rindo.

— Olha aí Patch, se cuida que a coisa tá feia, e isso que ela ainda nem virou montinho de barro.

— Nem me lembra, isso vai ser engraçado. — Patch me lançou um sorriso sugestivo.

— Ha-ha. — sorri falsamente, apertando os olhos. — Xô! — disse balançando as mãos freneticamente mandando-os dar o fora.

Patch cutucou Jasy com o braço e acenou com a cabeça para que seguissem andando, e então foi indo devagar na frente, após piscar para mim e me mandar um beijo, o que fez minhas bochechas enrubescerem levemente. Jasy ajeitou a mochila sobre o ombro e disse:

— Então até mais garotas da lama. — ele sorriu. — Não se preocupem, dizem que faz bem para a pele.

Agatha abriu um sorriso debochado arregalando os olhos e erguendo a mão esquerda e levantando seu dedo médio, Jasy riu levemente.

— Essa é minha garota.

— Sabe né Jasy, na falta do Dudu. — brincou ela, fechando a mão em punho e batendo levemente sobre seu peito levemente duas vezes, e então erguendo-a apontando o indicador para ele.

— Estamos aí né. — ele devolveu o mesmo movimento. Então se preparou para sair mas antes, deu alguns passos em direção a Renata que estava de costas para ele. Chegou em sua orelha e sussurrou alguma coisa que não podemos ouvir, abriu um sorriso sem vergonha e foi indo embora atrás de Patch.

Nem eu, nem Agatha sabíamos o que ele havia dito mas foi algo que deixou Renata bem irritada, porque ao mesmo tempo ela se virou para ele com uma expressão indignada, deu alguns passos na direção pela qual ele seguiu e gritou:

— Idiota, babaca, filho da puta! — esperou alguns minutos e gritou ainda mais alto que chegou a retumbar em meus ouvidos. — Vai se ferrar, imbecil!

— Oh, oh. — suspirou Agatha com um sorriso travesso. — Certo, agora, o que ele disse? Safadeza né?

Ela levou algum tempo encarando os dois pararem assim que encontraram Dudu e mais uns garotos, então voltou-se para nós mais uma vez.

— Eu odeio ele! — rosnou ela parecendo realmente irritada.

— Ok, agora até eu fiquei curiosa. — confessei a encarando desconfiada.

— Fala menina! — gritou Agatha atraindo olhares e fazendo Renata despertar de seu transe com um susto.

Renata ergueu o olhar para nós com relutância, arqueou uma sobrancelha, fez uma expressão irônica e forçou uma voz com irritação e deboche:

Ah, e não se preocupe, — ela tentou imitar a voz de Jasy. — eu sei ser forte e sei ser rápido.

Agatha arregalou os olhos e tentou se conter, mas soltou o ar bruscamente em uma gargalhada espalhafatosa e longa, chegou a se encolher de tanto que ria. E eu infelizmente não consegui me conter, porque essa era a primeira vez em que a piadinha não era sobre mim e agora entendo porque quando não é conosco é tão engraçado, também me contorcia e gargalhava alto, alguns dos alunos se viravam para nós, Renata parecia estar ficando vermelha, só não sabia se era de raiva ou de vergonha.

— Ai eu sabia que não devia ter contado para vocês. — ela disse se virando para Agatha com a expressão irada. — Eu só não odeio mais ele do que eu te odeio Agatha!

— Esse é o meu garoto! — Agatha conseguiu dizer entre a pausa de seus ataques de riso.

— Depois você confirma com a gente Rê. — ousei fazer a piadinha assim que consegui parar um pouco de rir.

Renata apenas nos encarou com um sorriso forçado sem humor, ergueu as mãos e levantou seus dedos médios apontando cada um, para cada uma de nós.

A srta. Masterson finalmente chegou e parou no centro de nós gesticulando para que fizéssemos um círculo em que ela ficasse no centro, então todos prestaram a atenção nela, e assim ela começou o seu discurso.

— Pessoal, eu sei que nós ainda estávamos no conteúdo de reprodução humana, mas devido ao ocorrido já que ganhamos esta oportunidade de visitar um lugar com uma ampla vegetação, vamos passar para nosso seguinte conteúdo, sem perder totalmente o foco deste ainda em questão. — ela sorriu como se agora fosse ficar muito divertido, duvidava que ficasse. — Vamos começar a estudar os tecidos vegetais, ou seja, os tecidos de uma planta mas não vamos sair totalmente do conteúdo de reprodução humana. Já que para essa tarefa, todos terão que fazer as pesquisas em dupla, com seus respectivos parceiros do sexo oposto, e além disso, ainda terão que conviver e passar a noite em uma barraca com seus colegas de dupla, o que ainda se aplica ao conteúdo da atração sexual, e de como vocês vão lidar diante a essa convivência de um dia inteiro e mais uma noite com o parceiro do sexo oposto.

Ouviu-se então a gritaria em comemoração e em tom de brincadeira por parte dos meninos, e algumas reclamações e comentários sobre querer trocar de dupla por parte das meninas, normalmente Renata estaria incluída entre essas garotas que reclamavam e exigiam a troca de parceiro, mas essa vez ela estava apenas com os braços cruzados e a expressão fechada, uau, eu nunca vi alguém conseguir deixa-la calada, Jasy virou um dos meus ídolos.

— Você não vai reclamar? — sussurrei para ela baixinho, enquanto a srta. Masterson explicava sobre nossa tarefa.

— Até parece que agora ela quer mudar de parceiro. — Agatha sussurrou para nós duas mantendo sua expressão de safadeza. — Agora ela quer descobrir essa força e rapidez.

Eu esperava que a nossa amiga fosse surtar e brigar conosco, fazer aquelas gritarias dela e se fazer como sempre dizendo o quanto nunca iria querer saber de Jasy e blá blá blá. Mas não, ela simplesmente continuou encarando o nada e sussurrou para nós um vai se foder, me perguntei se ela realmente estaria se perguntando sobre o que ele disse para ela.

Depois de algum tempo de enrolação a srta. Masterson nos entregou um kit com: alguns potes de vidro e um estojo com pinças diversas, além de uma versão menor de um microscópio para lidarmos com as plantas e deveríamos fazer uma redação sobre tecidos. Então, as respectivas duplas deveriam se juntar e montar o acampamento, Patch, Jasy e Dudu vieram em nossa direção, pararam em nossa frente e Dudu foi o primeiro, como sempre.

— Vamos gatinha? — ele brincou passando o braço entorno do pescoço de Agatha e puxando-a gentilmente consigo. Eles acenaram para nós e então se afastaram.

— Olha só para avisar que eu...

Renata foi começar uma frase, mas antes que conseguisse concluir Jasy jogou levemente para ela uma mochila verde musgo um pouco grande, e pela careta que ela fez e quase derrubou o objeto, ela parecia estar pesada.

— Vamos a gente tem uma barraca para montar. — ele piscou para mim e acenou para Patch, e começou a andar adiante. Renata o observou boquiaberta e com uma expressão levemente irritada. — Ah, e a gente quer dizer que você vai ajudar, então vamos logo princesinha de barro.

Ela o encarou com a expressão fechada e só pelo seu olhar pude perceber de que ela parecia pretender esgana-lo.

— Eu odeio ele. — ela começou a andar em sua direção devagar. — E como você espera que eu monte essa porra?!

— Se vire.

Patch parou em minha frente observando os dois partirem com um sorriso no rosto sem esconder que a cena o divertia, eu também não pude evitar de rir.

— Esse seu amigo, é melhor do que eu pensava. — ele me encarou ainda sorridente. — É uma das poucas pessoas que eu acho que consegue colocar aquela sua amiguinha na linha.

— Sim, ele realmente é. — concordei sorrindo.

— Não ria tanto. — ele me jogou uma mochila bem parecida com a que Jasy deu para Renata, e provavelmente tão pesada quanto, também tive certa dificuldade para segura-la. — Eu também não pretendo fazer tudo sozinho.

— Porque vocês não podem ser igual ao Dudu, seus brutamontes! — resmunguei carrancuda ainda me vendo mal para segurar a mochila.

— Porque vocês as duas precisam de pulso firme, anjo. — ele piscou com aquele sorriso encantador. — Mas eu posso te levar abraçada até lá. — disse lembrando o jeito como Dudu fez com Agatha quando chegou.

— Sério? Eu ficaria grata pela gentileza.

— O que você vai me dar se eu levar essa mochila? — ele abriu um sorriso de cafajeste indecente.

— Eu estou com aquele pijama perfeitamente transparente aqui. — arqueei uma sobrancelha sugestiva.

— Cá entre nós, — ele ergueu a mão e gesticulou com o dedo indicador para que eu me aproximasse como se fosse revelar um segredo, aproximou-se um pouco de minha orelha. — aquele pijama é muito broxa.

Não consegui evitar de rir, realmente não deveria ser engraçado mas de algum jeito foi.

— Vai se foder, Patch! — disparei.

Tentei segurar a mochila o melhor que pude e comecei a andar em linha reta com uma cara emburrada. Não demorou para que ele aparecesse ao meu lado sorrindo daquele seu jeito irresistível, não o olhei, mas podia sentir que ele me observava.

— Mas, as suas lingeries são bem provocantes. — eu pude imaginar aquela expressão de safado, mesmo sem olhar para ele. — O que você acha de trocar o pijama por elas?

— Não. — disse simplesmente sem encara-lo.

— Tudo bem, pode ser sem elas também, eu não me importo.

— Ok, Patch. — sibilei em tom debochado. — Vou anotar seu pedido.

— Certo, fiquei com pena, você parece ainda mais anã carregando essa mochila. — ele pegou a mochila dos meus braços e apoiou em suas costas, senti uma alívio enorme quando me vi livre daquele peso, aquilo não era uma mochila, era um monstro.

— Não preciso da sua pena, mas obrigada pelo cavalheirismo. — ironizei.

— É, imagino que não. — ele se aproximou um pouco de minha orelha. — Não faça essa cara, ou eu vou agarrar você aqui mesmo. Você sabe o quanto fica provocante quando fica brava.

— Que cara? — o olhei com a expressão carrancuda.

— Não me provoque, anjo

— Eu? Não estou fazendo nada. — continuei o encarando da mesma maneira.

— Está me desafiando? — ele arqueou uma sobrancelha.

— Pareço estar? — desafiei.

— Pessoal vamos acalmar isso aí. — a srta. Masterson chegou em nossa frente repentinamente, colocou-se entre nós afastando-nos com suas mãos, nos fazendo recuar. — Eu estou de olho em vocês hein.

Virei a cabeça para o lado revirando os olhos, por que essa professora sempre tem que aparecer quando a coisa esta ficando interessante?

— Então, vocês sabem montar essa barraca? — ela perguntou desviando o olhar entre nós dois.

— Pois é, Ashley estava acabando de me dizer como ela ia montar. — ele me lançou o seu olhar repleto de malícia. — Parecia realmente interessante.

— Ah, então você já sabe? — ela me olhou sorrindo. — Isso facilita bastante o meu trabalho.

— É claro que não, Patch deve ter entendido errado o que eu disse. Ele que irá montar. — declarei rapidamente lançando a ele um olhar furioso. Que tipo de ideia foi essa?

— Isso ainda estamos negociando. — ele sorriu. — Mas sabemos montar.

— Que bom, qualquer coisa não me chamem, é sério, eu estou muito ocupada. — ela deu uma leve risadinha antes de ir em direção a outros alunos.

— É, nós também. — eu entendi o que aquilo queria dizer. Que eu estava muito encrencada, repentinamente lembrei da frase de Jasy, eu sei ser forte e sei ser rápido, e não consegui evitar de perceber o quanto Patch se encaixava nessa frase, ou pelo menos eu apostava nisso.

— É...

— FFTL —

Após ter montado nossa barraca, Patch no fim não me deixou ajudar em nada, porque ele sabia que provavelmente eu iria fazer alguma merda, nós começamos a nossa pesquisa, que ao contrário do que eu pensei foi horrível. Eu nunca imaginei que examinar umas plantinhas, pegar amostras, tentar seguir instruções de livros e procurar pelas plantas na lista que a srta. Masterson nos deu fosse ser tão difícil, eu finalmente entendi o que Jasy quis dizer quando brincou sobre ficarmos imundas por causa da terra, eu perdi a conta de quantas vezes resvalei e cai ao longo de nosso trajeto, e o pior era ter de aturar as piadinhas e insinuações vindas de Patch, mesmo me ajudando cada vez que eu caia ou ameaçava a cair, isso não diminuiu os acessos de raiva que eu sentia dele devido as suas brincadeiras sobre mim e meus tombos.

Mas, após muito sacrifício, muitos tombos, muitas procuras e muitas frustrações, nós finalmente conseguimos concluir a tarefa e reunimos um bom material para fazermos nossas redações, se é que Patch fez a dele, eu tinha minhas duvidas, mas me convenci de que isso não era da minha conta. Quando finalmente acabamos a parte nerd do acampamento, fizemos uma grande fogueira e sentamos em torno dela em um círculo, assamos marshmallows (que inclusive eu detesto), e então, cada um comeu o lanche que trouxe em sua mochila, afinal, John instruiu os funcionários a fazerem um banquete a todos, mas com tanto vegetais naquela mesa, acabou que todo mundo apenas beliscou e se lançou as suas guloseimas. Depois de tudo, estávamos todos liberados para nos dirigirmos aos luxuosos banheiros divididos entre feminino e masculino, para nos banharmos e concluirmos o resto de nossa higiene antes de irmos dormir.

E quando finalmente esse dia exaustivo chegava ao fim, tudo o que eu queria era ficar na barraca para que ele acabasse logo e pela manhã eu retornaria para casa. Ao chegar na barraca, Patch já havia organizado ela por dentro também, fiquei mesmo agradecida, afinal eu já estava morta, sinceramente duvidava que eu tivesse condições de ainda ter que montar o interior da barraca.

O interior da barraca era iluminado apenas pela luz de um lampião que ficava do lado direito da mesma, do lado esquerdo ficava minha mala e a mochila de Patch, e finalmente em frente ficavam os colchonetes de dormir, que pelo menos eram razoáveis. Fui enrolada em um roupão até a barraca, visto que o meu pijama era a mesma coisa que estar de lingerie. Quando entrei no local Patch já estava jogado sobre os colchonetes, vestido com suas roupas casualmente pretas e o cabelo ainda úmido, ele ficava incrivelmente lindo mesmo daquele jeito.

— Oi? — perguntei apenas para ter certeza de que ele havia notado a minha presença, afinal, estava olhando para o teto com uma expressão pensativa.

— Hm? — ele ergueu a cabeça e me enxergou, então voltou sua posição anterior. — Estava me perguntando porque alguém trás uma mala para ficar apenas um dia fora?

— Ah... — abri um sorriso amarelo reconhecendo que talvez fosse realmente um exagero uma mala para ficar apenas uma noite. — É... Nunca se sabe. — obviamente eu corei.

— É, vai que um urso rasga todas as suas roupas, aí você puxa uma mala. Não se preocupa eu tenho outras. — zombou sorrindo.

— Ok, Patch, eu já entendi que foi um exagero. — declarei sentindo cada vez mais vergonha, a maioria das garotas trouxe uma mochila, algumas até bem pequenas, mas a Ashley claro, trouxe uma mala.

— Você sempre exagera, eu gosto assim, anjo.

— Am... Que bom então. — e agora com certeza eu estava parecendo um tomate. E que porra foi essa que eu disse? Que bom então, Agatha está certa, eu sou retardada. — E aí, o que você está fazendo? — perguntei depressa mais para apagar a burrice da minha outra frase do que por qualquer coisa.

— O que parece que eu estou fazendo? Nada.— ele riu levemente. — E você? — perguntou com uma pontada de ironia, ele já sabia a resposta.

O que parece que eu estou fazendo? Nada. — devolvi a resposta imitando sua voz, em seguida comecei a rir. Ele também riu.

— Ah é? Vamos fazer nada juntos.

Aquilo me fez estremecer, realmente aquela ideia de fazer nada não me convenceu, eu sabia que havia de alguma maneira segundas intenções por trás daquele nada, e sabia que essas segundas intenções eram também minhas, e não só de Patch, afinal, quem eu estava tentando enganar? Quer dizer, porque eu vesti um pijama curtíssimo de renda e preto, logo a cor que ele gosta? Coincidência, ata Ashley, seria o que Agatha diria, já faz algum tempo que você espera por esse momento, um momento em que vocês ficariam sozinhos, um momento em que vocês transariam.

Puxei o zíper fechando a única entrada de acesso a barraca, respirei fundo, tomei coragem e tirei o roupão, soltando-o sobre minha mala, mas Patch parecia não estar me observando naquele momento, de uma maneira estranha eu percebia que tinha alguma coisa diferente, já que nós estamos sozinhos e ele ainda não havia tentado nada, aliás, como se isso já não fosse suficientemente estranho se tratando de Patch, ele também evitava de olhar para mim e desconfio que já estava deitado propositalmente, como se de alguma forma estivesse se afastando de mim, na verdade acho que isso é tudo uma paranoia minha, mas não sei porque tinha a impressão de que ele realmente estava estranho.

Depois desses minutos pensando e percebendo que ele ainda não havia olhado para mim, eu decidi me jogar naquele colchonete de uma vez, e foi isso que fiz. Me deitei no colchonete, ajeitando os meus cabelos, de costas para Patch. Eu preferia acreditar, para não me sentir tão atirada que aquele pijama não era tão curto, não era a cor preferida dele, e definitivamente eu não estava empinando a bunda para o seu lado já que se eu tivesse de calcinha seria a mesma coisa comparando ao short de meu pijama, é Ashley, você é uma vagabunda. Mas eu não era assim, pelo menos não até conhecer Patch. Então era culpa dele, e corrigindo a minha frase: É Ashley, Patch te deixou uma vagabunda.

Mesmo eu sentindo que estava sendo observada, eu podia jurar que assim que eu deitasse ali, ao lado dele, estaria tudo resolvido, mas não estava. De algum jeito que eu não entendia, não sabia se era alguma coisa que eu havia feito, eu senti um movimento entre os colchonetes, mas ao contrário do que eu pensei não era bom. Eu podia jurar que essa hora a gente já estaria se beijando, ou que pelo menos ele já estaria em cima de mim, mas ao contrário do que eu pensei quando virei levemente a cabeça para o lado, para observar o motivo do movimento entre os colchonetes, a minha decepção não poderia ser maior. Patch estava virado para o outro lado, como se ignorasse totalmente o meu estado naquele momento, será que esse pijama também era broxa? Bom, eu esperava que fosse essa a explicação, porque ou era isso, ou eu não era atraente o suficiente, ou a pior das hipóteses, eu literalmente parecia uma vagabunda e Patch não gostou disso. Talvez eu estivesse me atirando demais, mas pelo o que ele falava, e pelo jeito como ele age, eu podia jurar que ele queria a mesma coisa, então por quê? Eu não sabia.

— Boa noite, Patch? — sugeri confusa.

— Boa noite, anjo. — ele disse simplesmente, sem nem ao menos olhar para mim para dizer isso.

Suspirei em derrota, por que que eu sempre sou rejeitada? E não é a primeira vez, deve ser castigo, porque pela primeira vez que eu decido tomar a atitude, o cara me rejeita. É, talvez eu mereça isso, principalmente para aprender a não ser tão atirada da próxima vez, viu quer dar uma dê garota de atitude e nem sabe como. Não sabia porque eu estava mais indignada, havia muitos motivos, mas acho que o principal deles era Patch sempre ficar insinuando coisas sobre sexo para no fim não fazer isso. Só perdi meu tempo.

— Boa noite .

Fechei os olhos e apenas canalizei todas as minhas forças em descansar, depois de um dia tão pesado como esse, e decidi que acampamento era uma droga. A última coisa que pensei antes de adormecer completamente foi: Espero que você tenha mais sorte Rê, porque essa história de forte e rápido, nunca dá certo. E então apaguei.

De repente, eu acordei devido a uma movimentação. Quando adormecera, estava sobre uma superfície macia e confortável, mas agora eu me via sobre uma outra completamente diferente. Eu sentia uma superfície dura e quente, era mesmo confortável, porém estranhamente rígida, mexi a cabeça e comecei a abrir os olhos devagar, a luz era fraca então não foi tão difícil me acostumar com ela, eu me via sobre um tecido preto. Meus olhos se arregalaram, não poderia ser, arrisquei erguer a cabeça levemente e devagar, visualizei o rosto de Patch, não tão longe do meu, porém seus olhos pareciam estudar, todo o meu corpo antes de estacionar nos meus, eu finalmente entendi, a superfície dura eram os músculos do peito de Patch, onde eu estava exatamente agora, ou pelo menos minha cabeça estava. Nossos olhos se encontraram repentinamente, pude sentir minhas bochechas corando devagar, ele me encarava aparentemente inexpressivo. Mas notei, que ele parecia ter me observado durante todo o meu sono. Levei alguns minutos para conseguir recuperar a fala.

— Oh... Desculpe Patch... Eu ás vezes me mexo demais... — levei alguns minutos para entender o duplo sentido daquela frase, meu rosto devia estar vermelho essa hora, vi que ele abriu um sorriso, que ótimo, parece que eu não fui a única a perceber isso. — Quer dizer... — já era essa merda, se eu tentar arrumar vai ficar ainda pior.

— Eu entendi, e percebi. — ele continuou sorrindo. — Tudo bem, pode dormir em cima de mim quando quiser. Ou não dormir. — agora eu entendi o duplo sentido nessa frase, mas tinha a impressão de que tinha sido proposital.

— Que tal agora? — insinuei em tom sedutor, sorrindo de canto.

Me ergui um pouco apoiando minhas mãos em seu peito e empurrando-o levemente para baixo, para que ele fosse obrigado a se desapoiar de seus cotovelos e deitar-se novamente sobre o colchonete. Assim que ele deitou afastei seu braço devagar ocupando o espaço, apoiei minha cabeça sobre sua clavícula, e uma de minhas mãos sobre seu peito. Subi minha perna direita por cima da sua, e coloquei-a no vão entre suas pernas.

— Ashley... — ele começou como se fosse me dar uma advertência, mas eu pressenti isso, e sinceramente não queria ser rejeitada de novo.

Comecei a deslizar a minha mão sobre a superfície rígida e musculosa de seu peito, deixando meus dedos deslizarem pelas dobras do tecido, subindo e descendo, movendo-se para os lados, de certa forma aquilo me instigava. Eu senti que aos meus movimentos ele tencionou seus músculos, e seu corpo enrijeceu-se, de alguma forma isso me incentivou a continuar. Fui descendo aquela mão lentamente por seu peito, pela sua barriga, até estacionar, alcançando o cós de sua calça, deslizei minha mão sobre o cós de seus jeans, devagar, coloquei por dentro do cós de sua calça sem pressa, imediatamente, eu senti seu corpo ficar ainda mais tenso.

— Ashley é sério... — antes que ele pudesse continuar a frase, eu subi novamente minha mão dessa vez passando por baixo do cós de sua blusa, senti sua pele quente e seus músculos rígidos em minha palma e instantaneamente um calor se apoderou de meu corpo, subi a mão devagar por seu peito apertando sua pele, alisando seus músculos. — Me lembro de ter falado dormir.

Estacionei aquela mão em seu peito e ergui o rosto para encara-lo, abri um sorriso provocante e fixei meu olhar em seu pescoço, como se de repente ele capturasse a minha atenção me fazendo deseja-lo. Inclinei a cabeça para mais perto, e quando alcancei a pele não resisti ao impulso de deslizar os lábios sobre a superfície macia, cheirosa e quente. Oh sim, eu amo esse cheiro. Comecei a depositar beijos molhados e excitantes por toda a extensão de seu pescoço, lentamente comecei me atrever a dar leves mordidas, pressionando meus dentes em sua pele, puxando-a com eles suavemente e libertando-a devagar.

— Se eu não te conhecesse bem, — começou com dificuldade, parecendo estar realmente fazendo um grande esforço. Um esforço para se controlar. — diria que está tentando me seduzir, anjo.

Sorri com seu comentário e sem pensar muito, sucumbi ao desejo de ter meu corpo próximo ao dele, passei a perna que estava entre as suas por cima da outra e joguei meu corpo para cima do seu, puxei minha mão para fora de sua blusa devagar e apoiei as duas no colchonete em torno de sua cabeça, com as pernas cada uma envolta de seu quadril. Nossos rostos ficaram da mesma altura, e tivemos nossos olhares presos um ao outro e eu podia ver o desejo em seus olhos, assim como nos meus, mas por algum motivo ele ainda estava relutante.

Aproximei meu rosto de sua orelha, deixando os lábios exatamente na altura da mesma, umedeci-os e sussurrei com voz provocante:

— Esse pijama também é broxa?

Dizendo isso, finalmente liberei o peso de meu quadril com uma certa força sobre o dele, senti o contato entre nossas intimidades, mais uma vez senti aquele seu grande volume começar a ganhar vida, e a endurecer lentamente. Mas eu ainda percebia que ele tentava de tudo para manter o controle, seu corpo ainda estava tenso e eu sentia pela primeira vez que ele estava se esforçando ao máximo para se controlar.

— Por que está se controlando, Patch? — sussurrei deixando minha voz sedutora em seu nome, provocando-o. Passei a língua no lóbulo de sua orelha e comecei a cravar os dentes devagar puxando sua pele, e a soltando sem pressa. — Está com medo de mim?

Após a fala, comecei mexer o quadril contra o dele em um vai e vem lento e sensual, rebolando minha intimidade contra a sua, e dessa vez eu senti seu membro ereto se pressionar contra minha entrada. Ele soltou um suspiro profundo, inclinando a cabeça para trás assim que proferi o movimento. Instantaneamente ele segurou minha cintura com força e eu finalmente pensei ter vencido, mas ele estava tentando com suspiros sôfregos, me deter.

— Desde quando você se tornou tão pervertida, anjo? — ele sorriu e então imitou uma de minhas frases. — Você é tão cafajeste! — tentou imitar minha voz e riu, não pude evitar de soltar uma risadinha também.

— Desde quando você acha? — insinuei ainda com a voz sedutora.

Então levei o rosto para encarar o seu, e seus olhos estavam de um azul escuro, que eu nunca vira antes, repletos de desejo e parecia estar sendo quase impossível para ele continuar. Ótimo. Aproximei mais nossas faces e passei meus lábios pelos seus ameaçando beija-los mas não o fiz, continuei a ameaçar beija-lo mas sempre afastava antes de acontecer, provocando-o exatamente como ele fazia comigo e me ensinara. Eu sorria.

— É muito excitante te ver embaixo de mim, mas eu ainda prefiro você por cima. — provoquei. Passei minha língua em seu lábio superior trazendo mais desejo para aquele movimento. Senti que ele segurava minha cintura com mais força e mesmo eu tendo certeza de que iria ficar marcado, não queria que parasse. Por fim ele riu levemente, mas parecia tão tenso e nervoso, definitivamente ele já estava perdendo o controle.

— É... Foi engraçado... — ele disse com dificuldade, eu finalmente parecia estar quebrando a sua defesa. — Agora desce. — ...ou não.

— Oh... Você tem certeza disso? Quer mesmo que eu desça, Patch? — sussurrei o mais sedutora possível, rebolando com mais maestria em seu pênis completamente duro, suspirando satisfeita, afinal, aquela sensação era tão prazerosa para mim, quanto para ele. Eu também podia ouvir seus suspiros satisfeitos tanto quanto os meus, e sua defesa parecia estar diminuindo. Comecei a distribuir beijos por sua mandíbula e deslizei os lábios de volta ao seu pescoço, voltando a beija-lo mais ferozmente, cravei os dentes em sua pele e comecei a puxa-la com a língua com vigor, nunca deixando de rebolar contra seu quadril. Senti sua pele se arrepiar, e ele soltar um suspiro mais alto, mais prazeroso, mais livre.

— Não... — ele decidiu por fim, sentindo as suas defesas desmoronando. — Não quero.

Sorri vitoriosa ao sentir suas mãos envolverem a minha cintura por completo e os músculos de seus braços rígidos em minha pele me apertando contra si. Ele foi se erguendo do colchonete lentamente e me levando consigo, então deslizou as mãos de minha cintura pela minha bunda apertando-a com força enterrando as mãos em minha pele, puxando-a com ferocidade, sua boca alcançou meu pescoço enchendo-o de beijos e em seguida, mordidas prazerosas e chupões tão deliciosos quanto marcantes. Suas mãos voltaram a passear pelo meu corpo estacionando em minhas coxas e pressionando a minha pele fazendo-a se enrugar.

Ele me segurou em seu colo e deitou-me no colchonete, ficando sobre mim entre minhas pernas, então sua boca passou para a minha clavícula, deixando as marcas de suas sucções e mordidas, ele continuou passando pelo vão entre meus seios, continuando pela minha barriga, então senti suas mãos agarrarem o short de meu pijama e puxa-lo consigo passando por minhas pernas, e abandonando-me. Depois de se livrar da peça, ele chocou o quadril mais uma vez contra o meu, mas com uma força mais instigante, me transmitindo um prazer que eu nem pensava que pudesse existir. Soltei um gemido alto demais para o meu gosto, e mesmo não conseguindo evitar os próximos, apenas controlei o barulho deles. Patch sorriu de seu jeito canalha e segurou a parte interna de minha coxa com força puxando-me mais para ele, colando nossos quadris de modo que eu não conseguia mais parar de gemer, senti-a um êxtase que começava a me dominar, e isso se intensificou á medida que Patch começou a movimentar seu quadril contra o meu devagar e começando a aumentar o ritmo aos poucos.

Eu senti-a seu pênis ereto ainda maior do que já era normalmente, e a essa altura minha calcinha já se encontrava encharcada. Cravei as unhas em seus braços arranhando sua pele devagar e forte, os gemidos se intensificaram assim como os suspiros dele. Enrosquei minhas pernas em torno de seu quadril o apertando mais contra mim, suas mãos se ergueram para a borda de minha blusa, puxando-a lentamente, então suas mãos contornaram minha cintura e me ergueram para si fazendo-me sentar em seu colo, inclinei a cabeça para trás gemendo cada vez mais, senti suas mãos puxando o tecido de minha blusa, soltei seus braços e ergui os meus permitindo que ele passasse a blusa por eles e por minha cabeça, livrando-se do tecido e voltando aquelas mãos grandes e fortes para minha cintura fina, apertando-a com força enquanto seus olhos analisavam meu corpo atentamente.

Ergui minhas mãos para o seu rosto e o levantei para que pudesse me encarar, olhos nos olhos. Eu não sabia se era possível, mas a luz do lampião seu rosto mesmo pouco iluminado se tornava cada vez mais radiante. Ele não era perfeito, ele era a perfeição.

— ...Cadê a... pessoa... que não... queria? — ousei dizer entre os gemidos, forcei um sorriso mordendo o canto do lábio e o encarando.

— ...Você gosta disso... não é? Me provocar... — suspirava sorrindo de um jeito que misturava o canalha, o sensual, e o angelical. Então mordeu meu queixo, e subiu a boca para minha, mordendo e puxando meu lábio inferior, em seguida fazendo sua língua adentrar em minha boca explorando-a, e se retirando devagar. — Eu gosto disso... só não sei se tanto quanto... gosto de provocar você.

— É o que... eu faço... de melhor... — gemi, puxando seus cabelos, trazendo seu rosto para o meu e grudando nossos lábios de um jeito tão feroz, como nunca havíamos feito. Sua língua logo invadiu minha boca, e eu retribui o gesto, nossas línguas se digladiavam em uma batalha loucamente molhada e prazerosa, em um beijo desesperado.

Voltei a rebolar o quadril no seu acompanhando seu ritmo, que nós íamos intensificando, permitindo que suspiros e gemidos escapassem de nossos lábios, eu o queria tanto, eu o desejava mais do que tudo naquele momento, queria senti-lo dentro de mim mostrando o seu lado mais forte e mais rápido. As mãos de Patch deslizaram pelas minhas costas, contornaram a minha clavícula e infiltraram o bojo de meu sutiã, encontrando meus seios rígidos, e os cobriram parcialmente massageando-os e pressionando suas mãos em minha pele, enterrando-as em minha carne, me proporcionando um prazer inigualável. Lambi seu lábio superior, joguei a cabeça para trás e soltei gemidos que eu mal podia controlar.

— ...Mais forte... Mais rápido... — gemi inclinando o peito para suas mãos e fechando os olhos para saborear ainda mais daquelas sensações que eu nunca havia sentido.

Patch atendeu meu pedido, e suas mãos se tornaram tão mais fortes, quanto mais rápidas, massageando e esmagando minha pele na região de meus seios, em um transe enlouquecedor. Ele deslizou as mãos para fora de meu sutiã, desceu-as por minha barriga, passou por minhas pernas e as agarrou com firmeza, então me segurou e me inclinou em direção ao colchonete deitando-me nele e se mantendo de joelhos entre minhas pernas, observando meu corpo com um sorriso maldoso de filho da puta.

Segurei sua blusa e o puxei para mim, passando os lábios nos seus e sentindo o firmar de seus braços em torno de minha cintura enquanto ele se apoiava no colchonete. Deslizei as mãos até a borda de sua blusa, a qual levantei devagar na altura de seu peitoral maior, e deixei seus músculos definidos a mostra, o que quase fizeram meu queixo cair, seu peito era torneado, com músculos firmes e fortes, mas não exagerados, não resisti ao impulso de perder minhas mãos por aquele local acariciando toda extensão de seu peito, comecei a passar as unhas arranhando lentamente sua definição, apertava sua pele enterrando minhas unhas em sua carne apalpando cada espaço que havia naquele peito definido.

— Vejam só... então você... estava escondendo isso... de mim? — suspirei arqueando uma sobrancelha e com um sorriso travesso.

— Eu sou... uma caixinha de surpresas, anjo... — respondeu entre suspiros, me dirigindo um sorriso vadio e sensual.

Sua mão contornou a parte interna de minha coxa e encontrou minha calcinha com o tecido encharcado, pelo meu desejo incontrolável. Senti a mão de Patch descer pela minha calcinha, em gestos excitantes e fortes. Sua mão descia e subia, fazendo eu ficar ainda mais molhada, se é que era possível.

— Patch... — gemi sofregamente, fechando os olhos e me deixando ser tomada por aquele prazer.

Notei que ele gemeu ao mesmo tempo, afastando minha calcinha mais para o lado e tomando posse daquela região. Cravei as unhas em seus braços com a força que ainda me restava, afundei a cabeça no travesseiro, apertando mais os olhos e desistindo de controlar meus gemidos. Patch deslizou os dedos habilidosos por entre a pele sensível e lubrificada de minha vagina, em movimentos de vai e vem, pressionando os dedos firmemente, acariciando toda aquela extensão e fazendo semi-círculos.

— Caralho... — balbuciei com meu peito arfando e a respiração ofegante.

Rebolei o quadril em direção a sua mão, em busca de mais toques, meus gemidos se intensificaram quando Patch deu atenção especial ao meu clitóris, em vezes beliscando e em outras massageando o polegar sobre ele.

— Você está tão molhada... — ele suspirou com a voz sedutora e um sorriso sem vergonha. — ... E quente.

Gemi tão alto que temi que todos no acampamento pudessem ter escutado, mordi o lábio inferior com força, arranhava seus braços com vontade, revirava a cabeça afundada no travesseiro, me contorcia sob ele, sentindo o desejo aumentando cada vez mais. Patch pressionava os dedos com mais força, excitando meu clitóris e me levando a loucura a cada novo toque, apertando minha vagina e permitindo que seus dedos deslizassem com mais felicidade devido a quantidade em que eu derramava aquele líquido demonstrando o tamanho de minha excitação.

Mesmo depois de tudo isso a minha vontade incontrolável por mais contato apenas aumentava cada vez mais. E tomada por esse desejo de mais aproximação, inclinei meu peito em direção ao dele, sentindo quando ele se uniu ao de Patch e imediatamente senti seus músculos esmagando minha pele, seu corpo era quente, grande e forte e tudo o que eu queria era estar totalmente unida aquele corpo. Passei minhas mãos por seus músculos até alcançar a altura de seu pescoço, segurei-o com força e ergui meu rosto trazendo o seu de volta para mim, comprimindo meus lábios contra os seus em um beijo loucamente ardente e feroz.

Senti que ele havia parado os movimentos em minha vagina, e de supetão um dedo seu havia me penetrado e permaneceu imóvel, esperando alguma reação. No primeiro momento arregalei os olhos e senti um desconforto enorme, e sem conseguir evitar me desprendi de seus lábios e soltei um gemido realmente muito alto, mordi meu lábio inferior tentando ser silenciosa e acabei sentindo o gosto amargo de ferrugem.

— Desculpe... — sussurrei após sentir que a sensação de desconforto dava lugar ao prazer inexplicável. Ele sorriu me observando.

— Por acordar todo o acampamento? Capaz, o máximo que vai acontecer, vai ser um guarda vir aqui, mas veja pelo lado bom, talvez a gente ganhe nota em biologia, afinal, o tema é sexo. — debochou ele como se eu já não estivesse me culpando o suficiente.

— Ah... cale a boca... — consegui dizer entre suspiros, afinal era prazerosamente estranho ter algo me penetrando.

— Por quê? — perguntou aproximando os lábios de minha orelha e passando a língua pelo meu lóbulo. — Tem uma ideia melhor do que eu possa fazer com ela? — ele mordeu meu lóbulo me instigando.

— O seu dedo já está fazendo o trabalho dela.

Insinuei com uma expressão de sem vergonha, então inclinei mais o quadril para o seu dedo e iniciei movimentos com o mesmo, rebolando em seu dedo para estimulá-lo a continuar. Ele depressa atendeu ao meu pedido e começou a movimentar seu dedo em minha vagina, entrando e saindo com maestria e iniciando com um ritmo deliciosamente lento e o aumentando cada vez mais, fazendo com que aquele movimento vai e vem me deixasse completamente louca e em êxtase, eu sentia que cada vez ficava mais molhada, aproveitando daquele prazer absurdo que eu nem pensava que pudesse existir antes, essa sensação era realmente incrível.

— P-patch... — gemi com um sorriso satisfeito.

Eu queria desesperadamente liberar um pouco daquela força que me consumia e então, dirigi minhas mãos para os ombros de Patch cravando minhas unhas em sua pele, liberando minha força, e continuei descendo, deslizando-as por seu peito, arranhando-o e apertando, ao chegar na altura de sua cintura avancei com minhas mãos pela lateral de seu corpo, me dirigindo as suas costas. Mas quando comecei a leva-las ao centro de suas costas, senti seu dedo abandonar-me bruscamente, soltei um gemido de reprovação e minhas mãos foram detidas depressa pelas de Patch, que não tardaram em segurar-las e empurra-las contra o colchonete.

O encarei com a expressão confusa tentando saber o que eu havia feito de errado e o porque de seu movimento.

— Eu acho melhor a gente dormir. — ele declarou após nos encararmos olhos nos olhos por alguns instantes.

— Por quê?! — perguntei protestando, eu podia ver o desejo em seus olhos, então por que ele acabaria com uma coisa que nós dois queríamos? Afinal, eu podia ver que ele desejava aquilo tanto quanto eu.

— Porque está tarde, e nós vamos partir amanhã cedo.

Declarando isso ele libertou minhas mãos e se apoiou no colchonete devagar.

— Ah, jura Patch? Por que está tarde? Essa é a melhor desculpa que você arranjou?! — cuspi as palavras demonstrando minha real indignação, o fuzilando com o olhar.

— Não é uma desculpa. — ele sorriu tentando parecer desentendido.

— Francamente Patch, você já foi melhor nisso.

— E o que significa nisso? — perguntou insinuando um duplo sentido em minha frase, mas nós dois sabíamos a que eu me referia.

— Não se faça de sonso, porque você não é! — ficava cada vez mais indignada.

— Irritada, anjo? — perguntou com a perfeita expressão de canalha. — Está fazendo de propósito por que sabe que eu não resisto quando você faz assim?

— O que adianta se no final de tudo, você não faz nada?! — disparei arqueando uma sobrancelha, desafiadora.

— Certo... — começou me encarando com um sorriso descrente, como se sentisse ofendido. — Essa doeu.

Ele se ergueu um pouco mais sobre as mãos apoiadas ao colchonete, senti que ele se preparava para me deixar, mas eu já tinha prometido a mim mesma que não seria rejeitada por ele outra vez e não pretendia descumprir essa promessa. Segurei sua blusa depressa o prendendo no lugar, sobre mim. Não deixei tempo para que ele pudesse tentar argumentar e me inclinei para ele o puxando para mais perto e esmagando seus lábios com um beijo sensual e quente o qual, pela primeira vez era eu quem dominava, invadindo sua boca com minha língua e convidando a sua a participar de meu jogo.

Patch participou daquele beijo loucamente quente, deitando-se novamente sobre mim e direcionando suas mãos a minhas pernas, enterrando as mãos em minhas carnes com uma força excitante e ideal.

— Você não desiste não é? — sussurrou afastando levemente nossos lábios que ainda se chocavam.

— E você não gosta assim? — sussurrei de volta, mordendo seu lábio inferior lentamente.

— Você sabe que sim. — seus lábios partiram agressivos para cima dos meus, devorando-os com voracidade, me deixando sem ar.

Enquanto nos devoramos naquele beijo voraz, deslizei as mãos pelo peito de Patch alcançando o cós de seu jeans, passei as mãos por ele e finalmente as posicionei em seu botão. Abri o botão do jeans e deslizei os dedos, segurando seu zíper e o puxando para baixo lentamente.

Senti que sua mão direita liberou minha coxa devagar e após uns instantes ele segurou minha cintura com ela, parando o beijo devagar, finalizando com um selinho demorado, então afastou os lábios dos meus e passou a beijar minha mandíbula com sensualidade, descendo a boca ao meu pescoço e fazendo sucções por toda a extensão do lugar, me fazendo fechar os olhos para aproveitar ainda mais daquelas sensações.

— Sabe, no fim... — ele começou enquanto tomava meu pescoço para si, eu realmente mal prestava a atenção em suas palavras. — Vamos ter que dormir cedo de qualquer maneira. — continuou ele entre sussurros — A menos que você tenha camisinha.

— O quê? — perguntei tonta, afinal eu não havia realmente prestado á atenção em suas palavras, também não conseguia com ele proferindo beijos em meu pescoço. Me perguntava se ele tinha feito de propósito para conseguir me distrair.

— Então... — ele ergueu a cabeça encarando meu rosto com uma expressão de quem se desculpa, mas seu sorriso era culpado. — Estou sem camisinha.

— Você deve ser o único garoto nesse mundo que anda sem camisinha, Patch. — o encarei semi-cerrando os olhos, e tentando conter meu acesso de raiva.

— Para você ver o quanto eu sou inocente, anjo. — ele sorriu tentando aparentar a tal inocência, que ele nunca teria.

— É, estou vendo. — revirei os olhos, mas não pude evitar de sorrir também.

— Vai adiantar se eu disser que sinto muito?

— Se eu puder dormir no seu peito de novo, mas dessa vez realmente dormir, adiantaria. — sugeri sorrindo de forma convincente. E eu que tinha me prometido não ser rejeitada de novo.

— Pode dormir comigo sempre que quiser anjo. — ele sorriu do seu jeito cafajeste, sabendo que eu entenderia o duplo sentido da frase de qualquer jeito.

Me deu um selinho e se ergueu, saindo de cima de mim e se deitando ao meu lado, afastando o braço em minha direção para que eu pudesse ocupar o espaço dele. Ajeitei o sutiã e coloquei minha calcinha em seu devido lugar mais uma vez, então sorri e fui em sua direção, ficando no espaço anteriormente ocupado por seu braço.

— Por que que eu sempre acabo semi-nua e você sempre totalmente vestido? — desabafei sorrindo injustiçada e arqueando uma sobrancelha o encarando.

— Porque eu sou bom no que faço, anjo. — ele piscou com seu sorriso safado. — E você ainda tem muito o que aprender.

— E você vai ser quem vai me ensinar. — sugeri devolvendo seu sorriso safado.

— Com todo o prazer. — então ele se ajeitou mais sobre o colchonete. — Mas por hoje, vamos ficar por aqui mesmo. — e gesticulou para que eu deitasse também.

— Fica me devendo essa. — pisquei.

Dirigi meu olhar ao seu peito que ainda estava pouco a mostra, não resisti ao impulso de morder o lábio, subi as mãos por sua barriga definida e musculosa a mostra, apalpando sua pele quente e firme, até alcançar a borda de sua blusa e puxa-la para baixo lentamente, aproveitando para acariciar seu peito uma última vez, então apoiei a cabeça sobre o mesmo e envolvi sua cintura, fechando os olhos e sentindo o mexer de sua mão em meus cabelos, o que me ajudava a adormecer com mais facilidade. Essa noite eu sabia que dormiria perfeitamente bem, afinal, eu tinha Patch comigo e aquilo me deixava realmente feliz e segura. Me senti adormecer com um sorriso, embora soubesse que essa noite não iria sonhar e também nem precisava, já que o meu sonho estava se realizando exatamente agora.


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Notas finais do capítulo

Então amores? O que vocês tem para nos dizer sobre esse capítulo? Vamos esperar os comentários, dessa vez a meta vai ser seis, já que conseguimos no anterior, nem é tanta coisa!
Estamos com metas para esse 2014, esperamos conseguir concluir todas, e gostaríamos de compartilhar com vocês que Fight For This Love terá uma segunda temporada! Yes, vai ter! Mas não se preocupem, porque ainda tem muita coisa para acontecer até lá. Digam o que vocês acham sobre isso, estamos esperando o contato, e até o próximo. ♥

Succubus



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