Fight For This Love escrita por Succubus


Capítulo 10
Capítulo 9 - Delphic Seaport.


Notas iniciais do capítulo

1°: Pedindo desculpas pelo atraso do capítulo.
2°: Capítulo contém várias partes do livro, porém modificadas por nós. Leiam até o fim, para verem as surpresas.
3°: Não sabemos se vocês se deram conta, mas em quase todos os capítulos tem hiperlinks, com as roupas dos personagens, então pedimos para vocês abrirem para poderem entender. São aquelas palavras em azuis, não são vírus, podem abrir. ♥

Trilha sonora:
Parte I: https://www.youtube.com/watch?v=G00F7CrvTVQ
Parte II: https://www.youtube.com/watch?v=2CuSTiu77FY
Parte III: https://www.youtube.com/watch?v=WsnHLax39zU
Parte IV: https://www.youtube.com/watch?v=BVcBNkXEpDM
Parte V: https://www.youtube.com/watch?v=pFV_8nhRuwY

Succubus



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Parte I:

Acordei mais cedo do que todas as garotas esta manhã, normalmente, isso nunca acontecia, eu quem era acordada por elas, mas tudo mudou desde ontem a noite. Patch havia sumido de repente, quando o pessoal chegou e nem se despediu de mim, o que me fez sentir irritada. Afinal, eu o convidei e ele foi embora de uma maneira ridícula e nada educada, pois, eu tinha deixado o meu orgulho de lado para convida-lo, mesmo que foi mais devido ao fato da Agatha ter ligado para ele sem meu consentimento, mas eu ainda assim, poderia ter disfarçado e inventado alguma desculpa, mas não o convidado, o que eu me arrependo sinceramente. Deveria realmente ter inventado alguma desculpa e não o convidado, aliás, para que eu fiz isso mesmo? Para que ele fosse embora sem ao menos dizer: Até mais? Para que eu ficasse sozinha sentada em cima daquela droga de mesa como uma idiota? Para que eu ainda tivesse de chegar em casa e escutar as muitas perguntas da Agatha sobre como havia sido, em detalhes? E claro, eu não tinha nada a dizer, afinal, o único clima que houve tempo para acontecer, ela chegou junto com os outros para atrapalhar. Se bem que eu mesmo já o havia estragado, quando fiz o brilhante favor de derrubar aquela maldita garrafa no chão. Com certeza, Patch deve ter pensado que eu sou uma retardada, eu mesmo pensei assim, como eu pude derrubar aquela merda? Eu realmente fiquei tão fora de área assim? Como pude ficar tão nervosa, tão nas nuvens, por uma coisa que nem mesmo chegou a acontecer? Sinceramente, sou mesmo idiota.

Ontem, após o sumiço de Patch, eu fiquei realmente nervosa, antes de ficar com muita raiva. Pensei em como ele devia ter ido embora pensando em como eu era desastrada e idiota, afinal, eu derrubei a garrafa em um ato de nervosismo no momento em que ele me beijaria, e Patch, convencido do jeito que é, deve ter pensado em como eu sou apaixonada por ele e como eu fico nervosa em sua presença e, nas palavras dele: Como eu estou caidinha por ele. Me odiei no momento em que pensei nisso, afinal, eu havia dado motivos para que ele tirasse esse tipo de conclusões e isso fazia de mim culpada por Patch presumir que eu sou caidinha por ele. Que ótimo, essa era mais uma das minhas gafes na frente de Patch, ele sempre conseguia me fazer cometer alguma idiotice ou dizer alguma besteira, e isso não era bom.

Quando voltamos a casa de Agatha, ela e Renata já estavam bem tontas, após tomarem pelo menos umas dez Heinekens. Mas dessa vez, eu não fiz como sempre fazia e as ajudava em tudo, a escovar os dentes, tomar um banho gelado, se arrumar para dormir, ajudar a se deitar e essas coisas como se fossem umas crianças e eu a responsável, dessa vez, eu havia ficado tão aborrecida pelo sumiço de Patch, que deixem que se virassem sozinhas. Inclusive, tenho a impressão de que devo ter até atrapalhado um pouco sem perceber, fui a primeira a ir ao banheiro e fazer minhas abluções sem as esperar e sem me importar com elas, afinal, as duas estavam caídas no chão rindo como duas retardadas e falando besteiras. Também fui a primeira a me deitar, mas não dormi em seguida, fiquei algumas horas xingando-me mentalmente por aquela garrafa, por ter convidado Patch, por querer beijá-lo e por todas as idiotices que eu tinha feito naquela noite. Nem percebi quando elas se deitaram, só escutei quando as risadas, por fim, cessaram.

Finalmente, terminei meu banho e sai, secando-me depressa, em seguida, enrolei-me na toalha e fui até o quarto. Após sair do banheiro dei uma olhada nas garotas, as duas estavam jogadas em suas camas, ainda com os vestidos e acessórios da festa, observei-as espantada no primeiro momento, em seguida sorri divertindo-me com a cena. Caminhei em direção a minha bolsa e guardei minha escova de dentes nela, desenrolei-me da toalha e a guardei em um bolso separado, peguei meu pijama e o vesti, preguiçosa. Desenredei meus cabelos e fiz um penteado que aprendi na internet, sentada na cômoda de Agatha, observei no espelho as fotos dela com alguns famosos que ela tirava em cada show que ia. Após terminar o cabelo, preparei uma maquiagem simples e assim que acabei escutei a voz sonolenta de Renata atrás de mim.

— Que horas são? — perguntou ela.

Virei-me para encara-la e percebi sua face de sono, ela esfregava o rosto com as palmas das mãos. Senti vontade de aconselha-la a não fazê-lo, afinal, ela não tinha retirado a maquiagem ontem a noite, mas enfim, não teria importância agora.

— São onze e meia. — anunciei observando meu Iphone, que eu tinha a mania de chamar de celular.

— Sério? — perguntou ela retirando as mãos do rosto e me observando espantada. — E você já está acordada? Nossa, isso sim é um milagre, acho que vai chover! — brincou ela sorrindo.

— Cala a boca e vai lavar essa cara! — rebati esboçando um sorriso divertido. — Você está horrível!

— Engraçadinha! — disse Renata com um sorriso irônico e lançando-me seu travesseiro. Segurei-o depressa, rindo. — Fala sério. Está muito horrível?

Ela me olhou preocupada tentando mostrar-me o rosto o mais ereto possível.

— Com, certeza! Péssimo! — afirmei com uma careta.

— Ah, vai se ferrar, Ash! — resmungou, levantando-se da cama e vindo em minha direção, ela parou em minha frente virando-se de costas pra mim. — Abre meu vestido?

— Ui, tem alguém de mau humor! — brinquei, levantando as mãos e puxando o zíper de seu vestido até terminar de abri-lo.

Assim que terminei, Renata tirou seu vestido, deixando-o caído no chão, em seguida, dirigiu-se de lingerie para o banheiro, desaparecendo atrás da porta. Fiquei somente observando com uma expressão surpresa. Escutei outro zumbido sonolento, instantaneamente meu olhar direcionou-se a cama de Agatha, que já estava sentada com as pernas cruzadas sobre a cama, com os olhos pequenos, a expressão cansada e a face amassada de quem acaba de acordar.

— Por que eu não acordei enrolada nos braços de alguém muito forte e com cheiro de homem? — perguntou ela coçando a cabeça.

— Porque você preferiu ficar bêbada, ai o Dudu achou melhor que a gente viesse todas pra cá!

— Ah, certo, mas me conta mais como foi pegar o Patch. Ops, espera ai, você não pegou né! — encarou-me arqueando uma sobrancelha e com um sorriso irônico.

Senti a raiva começar a dominar meu corpo, mas a ignorei no mesmo momento. A lembrança de eu derrubando uma garrafa no chão e Patch soltando uma risadinha enquanto baixava a cabeça, me deixava nervosa. Odiei aquela lembrança, mas não pude deixar de sorrir lembrando de Patch rindo de cabeça baixa, a franja balançando levemente e seu sorriso com covinhas. Não resisti a corar enquanto sorria.

— Olha, tem alguém corando! — debochou ela soltando uma risada divertida.

— Agatha, toma nesse cu! Cadê o Dudu pra te dar um trato? — fuzilei-a com um olhar. Uma expressão assassina pairava em meu rosto, não só pelo que ela me disse, mas por eu ter me permitido aquele sorriso, quando só devia existir raiva em meu rosto.

— Cadê o Patch pra te tirar essa virgindade de uma vez? — rebateu ela com uma expressão irônica, porém, sua cara estava fechada.

— Contanto que eu não fique arregaçada que nem você, tudo bem, não tem problema! — resmunguei com a expressão carrancuda. Eu não perderia aquela discussão.

— Se faz de santinha, mas aposto que já olhou e desejou aquele volume nas calças dele! — disse Agatha arqueando uma sobrancelha com um sorriso malicioso.

Porra. Lembrei-me da aula de física do Sr. Baker em que eu fui muito decente, observando atenta e descaradamente o volume nas calças de Patch e o quanto eu me sentia excitada observando-o, também lembrei de eu imaginando como deveria ser transar com Patch e como deveria doer. Xinguei-me em silêncio por aquela lembrança, eu não precisava lembrar disso, só precisava das lembranças negativas em relação a Patch hoje.

— Você não deveria tomar banho? — mudei de assunto, mas me mantive firme.

— Sabia. Mas sim, eu deveria e eu vou. — concluiu ela com um sorriso vitorioso.

Algum tempo depois, Renata saiu do banheiro com a toalha nas mãos secando os cabelos. Ótimo, realmente tudo o que eu precisava era ver uma pessoa nua, para que meus pensamentos automaticamente fossem parar em Patch e naquele sonho que eu vinha tendo com ele, em que eu tirava suas roupas enquanto beijava seu corpo. Que droga, isso era tudo o que eu não queria ter em mente agora, não depois de Patch ter sumido misteriosamente ontem e me deixado sozinha em cima daquela mesa, nervosa, confusa, envergonhada e irritada.

— O banheiro está liberado, Gatha! — avisou Renata com um sorriso pronunciando o apelido que demos para a Agatha.

— Ok, vou nessa!

Agatha dirigiu-se ao banheiro depressa e em seguida, escutamos o barulho do chuveiro. Renata e eu conversamos sobre a festa ontem a noite e ela me perguntou tudo em relação ao que ela havia feito em seguida que começou a beber sua sexta garrafa de Heineken, contei sobre ela bêbada falando um monte de besteiras e rindo feito uma idiota sendo carregada para todo o lado por mim ou Manuela, ela riu sobre tudo e eu também, devido as lembranças daquela cena. Também comentamos sobre os garotos jogando sinuca e cochichando uns para os outros alguma coisa que nenhuma de nós, garotas, saberia dizer o que era tão interessante para que eles ficassem algum tempo ali entre cochichos e risadas. Renata me pediu para que eu secasse seu cabelo e nós especulamos algum tempo sobre o assunto enquanto eu secava seu cabelo, fazendo uma escova. Em seguida que acabei, ela me agradeceu eufórica, me abraçando e comemorando em frente ao espelho, eu apenas ria divertindo-me.

Agatha saiu do banheiro e me fez o mesmo pedido, porém, eu já estava com calor por recém ter me livrado do ar quente do secador e minhas mãos já estavam vermelhas e eu não queria que ficassem suadas também, Renata ofereceu-se para fazer a escova em Agatha e em seguida que ela terminou, ouvimos a musica Don't Wake Me Up sair abafada de algum lugar em meio as cobertas da cama de Agatha.

Agatha dirigiu-se depressa a sua cama, atirando-se sobre ela e arrastando-se pelas cobertas até encontrar seu Iphone. Vimos um sorriso largo aparecer em seu rosto em seguida que ela atendeu, animada. Escutamos uma conversa cheia de romantismo e frescurinhas que em seguida percebemos de quem se tratava: Dudu. Renata e eu apenas nos lançamos olhares cúmplices com sorrisos largos no rosto.

— A gente vai sair com o Dudu, o Jasy e um tal de Leo, amigo deles. — anunciou Agatha assim que encerrou a conversa pelo aparelho. Ela olhou para Renata com um sorriso malicioso. — Ah e Rê, esse Leo é pra você.

— O quê? — perguntou Renata incrédula. — Mas eu nem sei quem é esse!

Em seguida que Renata concluiu sua frase, eu estudei as palavras de Agatha e em seguida a reação de Renata e finalmente compreendi a situação. Ao que parecia, isso se tratava de um passeio que envolveria um encontro de casais, pelo que Agatha nos informou. Renata seria o par desse tal Leo e Agatha com certeza, ficaria com Dudu, já que é seu namorado, o que significava que eu teria de ficar com Jasy? Não, não poderia ser isso que eu estava pensando, ela não marcaria esse encontro numa boa sem antes consultar o que pensávamos sobre o assunto. Bem, conhecendo bem Agatha, ela marcaria sim.

— Hã? E por um acaso isso significa que o Jasy é para mim? — disparei surpresa.

— Dã! Não é óbvio? — respondeu Agatha arqueando as sobrancelhas.

— Você ainda está bêbada ou o quê? Como você marca um encontro pra gente sem ao menos perguntar nossa opinião sobre isso?! — retruquei irritada. Ela não tinha realmente feito isso. Eu não queria acreditar naquilo.

— É, aliás, eu não vou ficar com um cara que eu nem conheço! — apoiou-me Renata tão indignada quanto eu.

— Ah chega de drama as duas! Você, — começou Agatha apontando para mim com o dedo indicador — conhece o Jasy e cá entre nós, não é novidade para ninguém que ele quer te pegar e ele é um cara legal, vocês se dão bem, nem vem se fazer Srta. Ashley Chata Claflin! E você, — ela dirigiu o dedo para Renata, dando atenção agora a ela — se você nem conhece o garoto, como você pode dizer que não vai querer ficar com ele? Não começa a se fazer!

Ela estava de brincadeira, não estava? Bom, deveria estar porque parecia óbvio que nem eu e nem Renata iriamos nessa droga de encontro que ela e Dudu haviam planejado. Como ela poderia me induzir a ficar com Jasy quando sabia que eu o considerava como amigo e nada mais do que isso, nunca tinha sequer, me imaginado com Jasy. Tudo bem, ele era um garoto lindo, os cabelos loiro estilo surfista, os olhos azuis, as roupas estilosas, o jeito engraçado, o sorriso encantador, sempre carismático e simpático, ele era realmente um garoto incrível, mas isso não significava que apenas por estes motivos eu iria me jogar nos braços dele apenas porque Agatha queria se encontrar com Dudu mas ele estava também com os amigos. Sinceramente, ela não iria me convencer a ficar com ele, eu não iria fazer isto.

— Tudo bem, talvez eu fique com ele. — desistiu Renata por fim balançando a cabeça para a esquerda e para a direita, pensativa. — Mas eu vou ver se ele é pegavel primeiro!

— Pois eu não posso dizer o mesmo! Sinto muito, mas não vou ficar com o Jasy. — anunciei de ante-mão cruzando os braços e encarando Agatha com uma expressão dura.

— Ótimo, Rê! Então somos duas contra uma, a gente vai! — avisou Agatha com uma expressão contente no rosto, saltando da cama e dirigindo-se ao guarda-roupa.

Observei-a analisar as peças atentamente, paralisada. O que isso significava? Minha opinião não contava para nada? É isso? Então mesmo que eu não quisesse eu iria apenas porque as duas estavam decididas a sair com aqueles garotos? Bom, tudo bem, se elas queriam ir, eu as acompanharia, numa boa, mas eu só teria uma notícia a elas. Eu não ficaria com Jasy, elas querendo ou não, fazendo uma votação na qual eu perdesse, ou não, ou qualquer outra coisa na qual elas pudessem tentar me obrigar a mudar de ideia.

— Beleza, vamos, mas não esperem que eu fique com o Jasy, porque isso não vai acontecer! — afirmei, levantando-me da cadeira e dirigindo-me a minha bolsa.

Retirei as peças de minha bolsa cuidadosamente e as vesti de forma lenta, afinal, eu sinceramente não estava com pressa ou com vontade de ir a essa droga de passeio mesmo. Após terminar de me vestir, escolher os acessórios adequados e os sapatos, sentei-me na cama de Agatha com a expressão fechada, esperando-as terminar de se arrumar.

Enfim, quando todas já estavam prontas, saímos do quarto e fomos depressa pelo corredor, na verdade, eu não fui tão depressa assim. Assim que chegamos e descemos as escadas indo para a sala de jantar, encontramos Jennet, uma das empregadas de Agatha, dirigindo-se para a cozinha, já devia ter preparado uma bela mesa para o almoço. Os pais de Agatha ainda não haviam voltado de viagem, por isso, a mesa era para nós três. Agatha, Renata e eu sentamo-nos a mesa e começamos nossa refeição.

Após terminarmos de almoçar, ficamos um pouco conversando na mesa, em seguida fomos, uma de cada vez, ao banheiro escovar os dentes e dar mais uma checada no visual. Assim que acabamos nossas devidas higienes, todas fomos para a sala de estar, Agatha ligou sua tela plana e ficamos assistindo ao VH1 enquanto conversávamos, para assim, matarmos o tempo até 19:00 horas, a hora combinada com Dudu, segundo Agatha, para nos encontrarmos em um lugar chamado Delphic Seaport, um parque de diversões na rua Main Street, dizem ser um dos parques mais antigos de Concord. Confesso que voltar aquele parque desde 2003, o ano em que minha mãe morreu, é nauseante, já fui lá algumas vezes com as garotas e toda a vez é doloroso, pensar em voltar lá e lembrar de cada momento que passei naquele local com minha mãe é uma tortura para mim, porém, eu não desisto de ir lá quando as garotas me convidam, afinal, mesmo sendo dolorosas, são lembranças de minha mãe.

— FFTL —

Parte II:

Passamos a tarde olhando TV, conversando, dançando algumas musicas e comendo porcarias, apenas para passar o tempo até que chegasse a hora de encontrar os garotos, o que sinceramente, não seria nada mal para um domingo a noite, a não ser pelo fato de que minha melhor amiga quer me fazer ficar com um amigo que eu considero apenas assim mesmo, como amigo. Mas eu já havia deixado tudo esclarecido, então, não tinha porque me preocupar, afinal, seria apenas um passeio, como sempre fazemos e já faz algum tempo desde a última vez em que fui aquele parque, será bom retornar e relembrar os velhos tempos, as velhas memórias. E de repente, eram 19:00 horas em ponto e Agatha, Renata e eu nos dirigimos a garagem, entramos no Fusca 2013 de Agatha e fomos em direção ao Delphic, onde estava marcado de encontrarmos os garotos.

Após andarmos por algum tempo pelas ruas de Concord, chegamos em Main Street, e ao longe, enxergamos as luzes, a musica, o ranger dos metais, os movimentos dos brinquedos e a gritaria eufórica das pessoas vindo do parque Delphic Seaport. Ao que parecia, o local estava bem tumultuado, haviam bastante veículos no estacionamento e confesso que Agatha demorou um pouco para encontrar uma vaga vazia para estacionarmos. Enfim, ela encontrou uma ao lado de uma picape F-Series, e estacionou um tanto quanto depressa. Descemos ligeiro e logo subimos para o parque.

Chegamos ao parque e vimos o local bastante frequentado, com pessoas de todos os gêneros, tipos e tamanhos. Mas nada de Dudu, Jasy e o outro amigo deles. Agatha sugeriu que dessemos um passeio pelo local para tentarmos encontrá-los enquanto aproveitávamos para dar uma olhada nos brinquedos, mas assim que andamos um pouco pelo parque, Agatha recebeu um SMS de Dudu, informando-nos que estavam na parte dos jogos e lancheria do local, especificamente, em uma das mesas de sinuca. Todas trocamos um olhar que queria dizer: Nossa, que milagre, e em seguida, fomos ao encontro dos rapazes.

Assim que adentramos nas salas de jogos, avistamos três garotos com garrafas de Heineken, em uma mesa de sinuca afastada da entrada, a penúltima no final do salão, antes da lanchonete. Logo reconhecemos de quem se tratava: Dudu, Jasy e o outro garoto deveria ser o amigo deles: Leo. Agatha foi na frente e Renata e eu a seguimos um tanto mais atrás observando os garotos atentamente.

— My boy! — Agatha surpreendeu Dudu envolvendo seu pescoço com os braços, chegando por trás e beijando seu pescoço com um sorriso faceiro.

— Até que enfim, minha gata! — respondeu ele com um sorriso divertido. Virando-se e puxando-a para um beijo envolvente.

— Olá meninas! — cumprimentou-nos Jasy, virando-se em nossa direção esboçando aquele seu sorriso encantador. — Como está, Ash?

— Oi, Jasy! — respondi com um sorriso meigo.

Dirigi-me a ele e dei um beijo em seu rosto. Ele envolveu minha cintura com o braço esquerdo e deu um beijo em meu rosto também. Logo quis afastar aquela aproximação, antes que ele finalmente pensasse que eu havia concordado com a ideia de este ser um encontro entre casais e que eu estava disposta a ficar com ele, afastei-me um pouco dele e apoiei meus braços na mesa de sinuca, então, meu olhar parou no outro garoto. Ele tinha a pele entre o moreno claro e o escuro, seus cabelos eram negros e encaracolados, os olhos esverdeados, estava usando uma regata branca que deixava os músculos esguios de seus braços a mostra e definia seu peito sarado.

— Olá! — Renata, sentou-se sobre a mesa de sinuca com um sorriso simpático para o garoto.

— Oi. — respondeu ele, observando-a e revelando um sorriso branco e radiante.

Dudu e Agatha, por fim, perceberam nossa existência novamente. Dudu envolveu a cintura de Agatha e ela pegou sua Heineken sobre a mesa e bebeu um gole, os dois haviam voltado sua atenção para nós.

— Então meninas, esse aí é o Leo. E Leo, essas são as meninas mais gatas que a gente conhece e vem falando tanto: Renata e Ashley. — Dudu fez as apresentações com um sorriso brincalhão e ao mesmo tempo, sedutor. — E meninas, esse é o Leo.

— Prazer em conhecê-las, garotas!

— Prazer, Leo! Eu sou a Ashley! — apresentei-me acenando com um sorriso simpático.

— E eu sou Renata, mas pode me chamar de Rê e o prazer é todo meu! — apresentou-se Renata em tom de flerte, sorrindo e mordendo o canto do lábio inferior.

— E feitas as devidas apresentações, que que vocês acham de um joguinho por duplas antes de ir aos brinquedos? — sugeriu Dudu. Ele estava, com certeza, tentando formar os casais.

— Eu não sei jogar! — declarei com um sorriso fracassado.

Na verdade eu realmente não queria participar daquele jogo e muito menos, dar uma chance para que Jasy pensasse que formávamos um casal quando isso não era sequer uma possibilidade e nem se transformaria em uma.

— Eu posso ensinar você. — ofereceu Jasy observando-me enquanto brincava com o taco, trocando ele entre suas mãos respectivamente.

— Não, eu sinceramente não tenho vontade de aprender.

— Eu também não sei jogar! — anunciou Renata com um olhar com desejo fixo em Leo e um sorriso sedutor, ela pareceu ter realmente gostado dele.

— Quer que eu te mostre como se joga? — perguntou Leo gentilmente.

— Sério? Você me ensinaria?

— Claro, é muito fácil.

— Estou dentro, então! — aceitou Renata, descendo da mesa e parando ao lado de Leo, inclinando o corpo mais na direção dele do que deveria, ainda com a expressão sedutora.

— Faz assim, joguem vocês quatro, enquanto a Ash e eu vamos pegar bebidas e salgadinho. Vamos, Ash? — convidou-me Jasy.

— Claro, vamos sim. — concordei um tanto hesitante. Não sabia se esse era realmente um convite apenas para buscar petiscos ou se era uma deixa para ficarmos a sós.

— Beleza, a gente vai começar. — Agatha observou-me com um sorriso condescendente.

Jasy e eu fomos até a lanchonete e percebemos que havia uma fila em frente ao balcão, até que não estava tão grande quanto parecia, mas com certeza, ficaria ainda maior em breve. Jasy parou no final da fila e eu fiquei ao seu lado enquanto esperávamos a nossa vez. De repente, Jasy me olhou parecendo desconfortável e começou a falar nervoso:

— Sabe, eu achei que você não viria, quer dizer, depois daquela tentativa frustrada de te chamar para um Encontro na Enfermaria. Quer dizer, eu fui tentar ser engraçado mas...

— Tudo bem, Jasy. — interrompi-o com um sorriso carismático. — Foi engraçado e legal da sua parte ter me convidado. Sinto muito ter esquecido!

— Então não era uma desculpa? Você realmente esqueceu?

— É claro. Eu só estava tão cansada e fatigada depois da aula de educação física, que eu só queria um banho e minha cama. — confessei com uma risada preguiçosa.

— Que bom saber disso. Eu duvidei quando vi você e o Patch ontem na festa. Vocês estão saindo? — perguntou ele com uma expressão curiosa.

Eu me vi sem resposta. Não estava saindo com Patch, é claro, mas quando Jasy comentou sobre ter notado nós dois na festa ontem, eu divaguei sobre como tinha ficado esperando a chegada de Patch e de como me afastei de todos assim que ele chegou. Tenho a impressão de que realmente era isso o que aparentava naquela festa, que eu estava saindo com Patch. Perguntei a mim mesma neste momento o que estaria acontecendo entre nós? Não estávamos ficando, sequer havíamos nos beijado alguma vez, mas sem perceber, eu estava sim saindo com Patch, e agora eu percebo o quanto eu estou confusa em relação a Patch e em relação ao que temos, eu nem gosto dele, ele me irrita, mas mesmo assim, estamos saindo? Bem, talvez, eu não o odeie tanto quanto gosto de pensar.

Agradeci mentalmente quando uma das balconistas perguntou a Jasy o que ele desejava, fazendo com que minha resposta já não fosse mais necessária. Senti-me aliviada por isso, pois já começava a ficar realmente desnorteada ao pensar em como eu própria não tinha uma resposta para dar sobre estar saindo ou não com Patch, embora eu tivesse a total certeza de que não tinha nada entre nós dois.

Assim que Jasy pagou pelos pacotes de salgadinho e os refrigerantes, saímos em direção a mesa novamente e graças a Deus, começamos uma conversa sobre as atividades do parque e não voltamos mais ao assunto anterior. Chegamos a mesa e distribuímos os petiscos e os refrigerantes entre todos, Agatha e Dudu enfrentavam Renata e Leo no jogo de sinuca enquanto eu e Jasy conversávamos sobre a partida e comíamos nossos lanches.

Tempo depois, o jogo terminou e Dudu e Agatha foram os vencedores, Agatha e Renata praticamente não encaçapavam quase nenhuma bola, a disputa tinha sido mais entre os garotos, mas enfim o jogo terminou neste resultado. Em seguida do término do jogo, Leo sinalizou com a cabeça para Dudu disfarçadamente e percebi que ele lançou um olhar condescendente para ele e depois também para Jasy.

— Garotas, vocês nos esperam? Nós vamos pegar mais cerveja e voltamos logo. — anunciou ele dando um beijo rápido em Agatha e indo em direção a lanchonete lentamente.

— Não demorem, hein. — preveniu Agatha com um beicinho.

E assim, os garotos dirigiram-se para a lanchonete, andando um ao lado do outro, Dudu quem andava no meio, eles pareceram iniciar uma conversa assim que começaram a se distanciar de nós e imagino que, assim como eu, Agatha e Renata sentiam-se curiosas.

— O que que vocês acham que eles estão tramando? — perguntou Renata.

— Não faço ideia. — mas sinceramente torço para que não seja nada sobre formações de casais. Por favor.

— Nem esquentem garotas, a gente vai saber logo. Mas agora, vamos ao que interessa! — anunciou Agatha abrindo um sorriso malicioso e aproximando-se mais de mim com um ar de sigilo. — E aí Ash, você viu quem chegou agora pouco na mesa atrás da nossa?

Surpresa por aquele comentário, senti-me curiosa no mesmo instante, não havia notado que alguém havia ocupado a mesa atrás da nossa que estava vazia desde o momento em que adentramos no local. Discretamente, passei o olhar pelo salão com o intuito de ver de quem Agatha estaria falando, finalmente, meu olhar parou incrédulo, meu queixo caiu antes que eu pudesse conter o impulso e eu encarei a figura com um misto de surpresa e susto.

Jogando na mesa atrás da nossa, vestido com uma camisa xadrez cinza e preta, uma blusa simples preta por baixo, jeans Levi's da mesma cor e seu famoso boné azul turquesa, o cabelo loiro liso e sedoso com aquela franja invejável, estava Patch. Imaginei o que ele estaria fazendo ali em pleno domingo, afinal, eu nunca esperava encontrá-lo hoje, aqui. Ele estaria me seguindo? Pois em todo o lugar onde eu ia lá estava ele, sempre por perto e sempre coincidentemente nos mesmos lugares ao qual eu estou. Estava começando a ficar realmente apavorada, afinal, a aparição de Patch de repente onde eu estava, começava a se tornar assustadoramente frequente.

— O quê? — disparei incrédula.

— Nossa, ele realmente está sempre no lugar certo e na hora certa, para a alegria dos meus olhos! — exclamou Renata com aquele sorriso provocativo.

— Você deveria ir falar com ele, Ash! O garoto é seu parceiro de biologia! — induziu-me Agatha.

— Sem chance! — garanti virando-me para frente e ignorando-o.

— Ash para de ficar se fresquiando! Que droga! — esbravejou Agatha encarando-me séria.

— Não é me fresquiando, Agatha. Eu só não quero ir falar com ele!

— Ash, eu não entendo você, outro dia você estava a ponto de beijar o garoto e hoje você fica ai fazendo pose. Assim fica difícil! — continuou Agatha indignada.

— Você quer ficar com o Jasy? É isso? — perguntou Renata desviando a atenção para mim.

— Não comecem, as duas! Não vou falar com o Patch, vou fingir que nem notei que ele estava aqui e ponto final! — encerrei o assunto encarando-as com firmeza.

— É, você tem razão, quer dizer, eu também iria preferir mil vezes o lezado do Jasy ao Patch! Viu? Parabéns! — ironizou Renata, revirando os olhos.

— Ai não enche meu saco! — resmunguei fazendo uma careta.

Em seguida, Dudu, Jasy e Leo voltaram com suas Heinekens na mão e vindo em nossa direção com sorrisos largos e condescendentes pairando em seus rostos. Agatha, Renata e eu nos lançamos olhares duvidosos, tentando entender o que eles haviam planejado para que aparecessem assim. Os três voltaram a mesa, Dudu voltou a envolver Agatha pela cintura por trás, Jasy voltou a ficar ao meu lado e Leo ficou novamente com Renata.

— Demoramos muito? — perguntou Dudu, mantendo o mesmo sorriso.

— Que cara de safado é essa, Dudu? — interrogou Agatha encarando-o desconfiada.

— Quem? Eu? Eu não. — negou ele fazendo uma expressão meiga.

— Eu te conheço! O que que você está tramando?

— Nada, amor.

— Hm, de olho, hein!

— Então, vamos para o parque? — perguntou Leo desviando o olhar entre todos.

— É uma boa, quer dizer, você sabe andar nos brinquedos, né Ash? — brincou Jasy com um sorriso divertido.

— Engraçadinho, é claro que eu sei! — afirmei franzindo o cenho e colocando as mãos nos quadris.

— Ah não sei, só quero ver!

— Idiota! — disse empurrando-o levemente para trás soltando um sorriso.

— Certo, vamos então! — disse Renata com um sorriso largo, preparando-se para sair.

— Espera, Ash você não disse que estava com vontade de ir no banheiro? Vai lá, depois não vem pedir quando a gente estiver nos brinquedos, hein. — insinuou Agatha com um sorriso travesso.

— Não obrigada, já me passou a vontade! — declarei arqueando uma sobrancelha e lançando um olhar firme a ela.

— Tudo bem, mas agora me deu vontade! Vamos lá! — declarou ela.

Ela deu um beijo rápido em Dudu e se desvencilhou de seus braços e veio em minha direção, segurando meu braço e levando-me com ela um tanto depressa para sair da mesa. Em seguida que começamos a caminhar na direção da mesa onde estava Patch, ela diminuiu o ritmo. Lancei um olhar furioso a ela, mas Agatha apenas me lançou um sorriso com a expressão incriminadora. Senti uma imensa vontade de socar o rosto de Agatha e brigar com ela, por que ela tinha sempre de se meter em minha vida, mas por fim, não fiz nada disso, apenas passei ao lado de Patch que ainda jogava na mesa, Agatha passou fitando-o descaradamente e eu evitei de olhar para ele, mais por vergonha do que por orgulho.

— E aí, metida. — cumprimentou-me ele, ainda concentrado em seu jogo, em seguida, desviou a atenção a mim com um sorriso canalha pairando em seus lábios.

Não respondi. Apenas foi a minha vez de segurar firmemente o braço de Agatha e puxá-la depressa para o banheiro junto comigo, ela hesitou, mas por fim, caminhou junto comigo, com a expressão contrariada.

Assim que adentramos no banheiro, soltei o braço de Agatha e apoiei as mãos sobre a pia em frente ao espelho, fitando minha imagem e xingando-me mentalmente por acabar sempre cedendo as ideias idiotas de Agatha para me fazer de algum modo, chegar perto de Patch.

— Eu não sei porque você fica se fazendo tanto. Está na cara que ele mexe com você! — declarou Agatha cruzando os braços e me encarando.

— Ah, cala essa boca! Volta lá para o Dudu e me deixe em paz! — esbravejei ainda fitando minha imagem no espelho.

— Mentir para si mesmo é uma das piores mentiras, Ashley. Pense nisso.

Após concluir essa frase, Agatha desapareceu atrás de mim e pelo que pareceu, deve ter retornado para a mesa com os outros. Eu estava sozinha, para ter de passar por ele mais uma vez, torcendo para que ele não emitisse uma só palavra, o que eu tinha a certeza de que não iria acontecer.

Não pude evitar de meditar sobre as palavras de Agatha, realmente, eu havia exagerado e não querer cumprimentá-lo. Era apenas um oi que mal tinha nisso? Talvez eu tivesse apenas descontado a raiva de Agatha sempre querer controlar meus passos e sempre tentar me lançar para cima de Patch, mas no fundo, sabia de que ele não tinha culpa alguma sobre isso, aliás, ele nem deveria saber o que se passava e eu continuava a ignorá-lo. Eu realmente mantinha sentimentos fortes por ele e no começo tinha a plena certeza de que eram negativos, mas agora, já não tinha tanta certeza assim.

Respirei fundo e me observei uma última vez em frente ao espelho, passei a mão no cabelo para ter certeza de que os fios estavam todos nos seus devidos lugares e por fim, voltei-me a porta do banheiro e caminhei em direção a mesa novamente. Andei normalmente pelo salão, pelo menos, até passar pela mesa onde se encontrava Patch, ao passar por ele, tive a surpresa de não escutar nenhuma piadinha dessa vez, e eu já o observava esperando por uma, mas ele não o fez. Passei por ele voltando o olhar para a minha mesa, mas quando estava quase chegando até ela, mudei de ideia. Eu não era tão grossa e mau educada assim, era um cumprimento, não havia mal algum nisso.

Virei-me novamente na direção de Patch e caminhei até ele, chegando em sua mesa e encostando-me de lado nela enquanto o observava.

— Oi! — cumprimentei. E só depois de fazê-lo, percebi o quanto isso tinha sido idiota, mas de qualquer forma, Patch sempre me fazia ficar sem saber como agir.

Ele segurou o taco e virou-se na minha direção, apoiando o braço esquerdo sobre o taco e observando-me com um sorriso largo nos lábios.

— Você é uma caixinha de surpresas, anjo. — disse ele observando-me atentamente.

— E isso é bom? — perguntei arqueando uma sobrancelha.

— Com você, sempre é. — afirmou ele. Em seguida baixou seu olhar observando-me de cima a baixo. — Bonita. Toda essa arrumação para aprender a jogar sinuca? Eu posso te abraçar por trás e te ensinar, ou pode ser o contrário também.

Fiquei um momento observando-o perplexa, meu queixo ameaçou cair, mas eu não permitiria isso, não na frente dele. Segurei meu queixo no lugar e tentei uma expressão suave.

— Obrigada, mas eu passo! — recusei ainda tentando me recuperar.

— Que pena. Realmente deve ser muito mais interessante um encontro na enfermaria. — disse ele, posicionando-se novamente na mesa para mais uma tacada.

Meu queixo ameaçou cair mais uma vez, mas eu ainda mantive-o no lugar. Que ótimo, tudo o que eu precisava era Patch mexendo comigo por isso pelo resto da noite. Finalmente percebi que foi uma péssima ideia vir cumprimentá-lo.

— Pode ter certeza que é! Pelo menos minha companhia não sairia sem se despedir de mim! — afirmei desencostando-me da mesa e me preparando para retornar a mesa com as garotas e os meninos.

— E a minha não me colocaria apenas em roubadas. — disse ele e pude perceber um sorriso em seu rosto no mesmo momento.

Parei de repente. Eu o metia em roubadas? Ele é quem só me colocava em encrencas desde que apareceu. Virei-me indignada em sua direção, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa ele voltou a falar.

— Você quase me fez pegar um resfriado e depois tentou me assassinar com uma garrafa de Heineken? Está tentando se livrar de mim, anjo?

— Ah claro. Pena que eu não consegui!

— Você têm tanto medo assim do que sente por mim? — perguntou ele deixando seu jogo de lado e me observando novamente.

E mais uma vez, ele conseguia me fazer sentir desconfortável e a ponto de odiá-lo novamente. Caminhei até ele firme e rapidamente, parando em sua frente com a expressão fechada, minha voz adquiriu um tom frio.

— Eu não sinto nada por você!

— Está tentando convencer a mim ou a si mesma? — disparou ele com a maior cara-de-pau.

— É talvez eu sinta algo por você, afinal, você sempre está em todo o lugar onde eu vou! Está me seguindo? — insinuei com uma expressão interrogativa.

— Eu te deixo assustada, anjo? — perguntou-me ele com um sorriso sombrio nos lábios.

— Se enxerga, meu querido. Não tenho medo de você. — menti, afinal, haviam várias vezes nas quais eu já havia ficado assustada com a presença de Patch.

— Prove. — desafiou-me ele.

— Como? — coloquei as mãos nos quadris e o encarei o mais destemida que conseguia demonstrar.

Vi os cantos da boca de Patch se alargarem em um sorriso desafiador, em seguida, ele soltou o taco sobre a mesa e virou o rosto em direção a saída da sala de jogos e em direção ao parque e seus brinquedos.

— Vem comigo. — disse ele, voltando-se para mim mais uma vez e em seguida, andando em direção ao parque.

— E eu tenho escolha?! — ironizei acompanhando seu passo e caminhando ao lado dele.

Caminhamos para fora do salão e eu fui com Patch pelo parque, observei os diversos brinquedos pelos quais passávamos. Tentei imaginar o que estaria se passando pela cabeça de Patch naquele momento, sem sucesso. Andamos até chegar em frente a um brinquedo um tanto fora do comum e assustador. Eu conhecia aquele brinquedo mas nunca havia atrevido-me a andar nele, a montanha-russa com o nome de "Arcanjo".

A construção da montanha-russa não inspirava confiança, remodelada ou não. Parecia ter mais de um século de vida e era feita de madeira que tinha passado muito tempo exposta aos elementos da mãe natureza. Os desenhos pintados nas laterais eram ainda mais assustador. Eu observei o brinquedo perplexa, tinha amor a minha vida ao contrário de Patch que pelo que pareceu naquele dia em A.M.A estava tentando se matar. Além do mais, desenvolvi um certo medo de altura em seguida que meu pai decidiu que nossa casa seria de dois andares, afinal, houve um episódio em que eu quase cai da janela do meu quarto no segundo andar quando tinha seis anos, um ano antes da morte de minha mãe.

— O quê? — parei e perguntei incrédula fitando o brinquedo e depois direcionando minha atenção a Patch. — Não vou andar nisso!

— Não se preocupe, se você ficar muito assustada, pode me abraçar. — sugeriu Patch com um sorriso cafajeste, parando um pouco antes da fila e observando-me.

— Você é um idiota! — declarei não contendo um sorriso nervoso, pois eu ainda temia frente a ideia de subir naquela montanha-russa.

— Ande apenas uma vez sem gritar de medo e eu prometo te deixar em paz. — propôs ele ainda mantendo o mesmo sorriso.

Eu estava morrendo de medo, andar naquela coisa parecia suicídio, aquele brinquedo era tão aterrorizante quanto a lembrança de eu quase cair da janela de meu quarto quando criança. Porém a proposta de Patch era realmente tentadora, voltar a ficar novamente sem ele no meu pé durante o resto inteiro do ano me parecia uma maravilha. Se eu sobrevivesse ao Arcanjo sem gritar, estaria livre de Patch, o preço a pagar não parecia tão alto quanto eu o havia imaginado. Adquiri uma expressão firme e forcei um sorriso destemido.

— Então se prepare para me deixar em paz!

A fila para o brinquedo não estava tão grande, o que não me surpreendia, afinal, andar naquilo era uma loucura. Patch e eu paramos no final da fila e esperamos por algum tempo, mas em seguida, já era a nossa vez, tentei controlar minhas mãos trêmulas ao retirar o ingresso do bolso de meu short e entregá-lo ao homem que recebia os ingressos e cuidava do brinquedo. Adentramos a plataforma e Patch, quem foi na frente, escolheu um carro nada amistoso para nós.

O tal carro tinha quatro um agrupamento de quatro desenhos. O primeiro representava uma aglomeração de demônios chifrudos arrancando as asas de um anjo gritando. O segundo desenho mostrava o anjo sem asas empoleirado em uma lápide, observando as crianças brincarem a distância. No terceiro desenho, o anjo sem asas estava perto de uma criança, entortando um dedo para a pequena menina de olhos verdes. No desenho final, o anjo passava através do corpo da garota como um fantasma. Os olhos da garota estavam pretos, seu sorriso tinha sumido, e ela tinha chifres como os demônios do primeiro desenho. Uma lua rachada estava pendurada sobre os desenhos. Aqueles desenhos me apavoraram tanto quanto o meu medo de altura citado anteriormente.

Deslizei para o banco ao lado de Patch e segurei a barra de ferro o mais firme possível, antes mesmo de o passeio começar. Retirei uma das mãos da barra e prendi o cinto, minhas mãos trêmulas pareciam ter dificuldades em fechá-lo, mas por fim, eu o fiz. Em seguida, retornei minhas mãos para a barra flexionando meus dedos firmemente sobre ela.

— Eu disse, — destaquei apenas para tentar me distrair do medo que sentia. — não tenho medo de você.

— Não é comigo que você está preocupada agora, anjo. — lembrou-me Patch observando minhas mãos tremerem constantemente enquanto eu apertava a barra de ferro.

Os carros rolaram para trás, então se lançaram para a frente. Não de um jeito suave, nós nos dirigimos para longe da plataforma, subindo colina acima. No cume da colina, houve um momento de hesitação. Eu conseguia enxergar por quilômetros Concord. Sem querer, eu roubei uma olhada para Patch. Eu encontrei um sentido de consolação por tê-lo ao meu lado. Então ele lançou um sorriso sarcástico.

— Assustada, anjo?

Eu apertei a barra de metal parafusada na frente do carro enquanto senti meu peso inclinar-se para frente. Uma risada trêmula escapou de mim.

Nosso carro voou demonicamente rápido, meu cabelo chicoteando minhas costas. Inclinando-se para a esquerda, então para a direita, nós tremíamos sobre os trilhos. Dentro, senti meus órgãos flutuarem e caírem em resposta do passeio. Eu olhei para baixo, tentando me concentrar em algo que não estivesse se movendo. Foi então que eu notei que meu cinto de segurança tinha se soltado.

Eu tentei gritar para Patch, mas minha voz foi engolida pelo movimento do ar. Eu senti meu estômago ficar oco, e eu soltei a barra de metal com uma mão, tentando colocar o cinto de segurança ao redor da minha cintura. O carro se lançou para a esquerda. Eu bati de ombros com Patch, pressionando contra ele tão forte que doía. O carro levantou voo, e eu o senti levantar dos trilhos, não totalmente fixos neles. Nós estávamos submergindo. As luzes piscando nos trilhos me cegavam, eu não conseguia ver para que lado os trilhos se viravam no final do mergulho.

Era tarde demais. O carro se inclinou para a direita. Eu senti uma onda de pânico, e então aconteceu. Meu ombro esquerdo bateu contra a porta do carro. Ela se abriu, e eu fui arrancada do carro enquanto a montanha-russa acelerava sem mim. Eu rolei para os trilhos e lutei por algo em que me segurar. Minhas mãos não achavam nada, e eu desabei sobre a beirada, mergulhando diretamente para baixo pelo ar negro. O chão se acelerou até mim, e eu abri minha boca para gritar. Quando dei por mim, o passeio havia terminado na plataforma de desembarque.

Meus braços doíam de tão apertado que Patch me segurava.

— Isso é o que eu chamo de gritar. — ele disse, sorrindo ironicamente para mim.

Percebi que, com minhas unhas, eu havia feito círculos que tinham ficado marcados na pele do braço direito de Patch de tão forte que devia ter apertado. Ainda não consegui recuperar a fala, sentia-me tão apavorada com o que tinha acabado de passar que senti que estar ali, respirando, sentada ao lado de Patch, era um milagre. Pensei em verificar depressa meu cinto de segurança e percebi que ainda estava preso em torno de minha cintura, como se nunca houvesse se soltado dali.

— É, parece que você não vai se livrar de mim. É o destino, anjo.

— Meu cinto de segurança... Eu achei que... — comecei recém recobrando fala e ainda sentia-me espantada. — Tinha se soltado...

— Então acho que o brinquedo está aprovado. Vem, vamos tirar você daqui antes que eu fique realmente surdo. — tentou me acalmar sorrindo.

Patch segurou minhas mãos e me ajudou a sair do carrinho. Senti minhas pernas trêmulas enquanto eu descia do brinquedo e caminhava pela plataforma para fora do local. Assim que saímos e começamos a nos afastar do Arcanjo, eu não resisti a dar uma espiada por cima do ombro para o brinquedo novamente e sem perceber, parei de repente.

— Venha, — chamou-me Patch ao perceber que eu havia parado de repente. — Vou te devolver a suas companhias.

— Eu... — comecei, voltando meu olhar a Patch — Pensei que havia escapado do carro e que estava caindo depressa em direção ao chão... Patch, eu jurava que ia morrer.

— Imagino que a intenção seja essa. — respondeu ele com um tom de voz tranquilo, ele estava mesmo tentando me manter calma.

— Mas... O Arcanjo...

— Significa anjo de uma categoria elevada e você conhece o ditado: quanto mais alto, maior a queda. — disse ele sorrindo sarcasticamente.

— Talvez eu seja mais dos anjos da guarda. — constatei sem conseguir expressar qualquer sorriso.

Os cantos da boca de Patch se ergueram e seu sorriso aumentou. Ele aproximou-se de mim novamente e me ofereceu sua mão, como na vez em que fui em A.M.A atrás dele por causa do trabalho de biologia e ele me guiou para aquele bar. Naquela vez, eu me recusei a segurar sua mão, eu não gostava dele e queria deixar isso bem claro, me lembro de até tê-lo ignorado de uma maneira irônica, mas dessa vez, quando Patch me ofereceu sua mão, foi um gesto que me fez sentir mais segura, como quando ele havia tentado me acalmar agora pouco, e pensar em segurar a mão dele, me transmitia a coragem e sensação de segurança que eu necessitava naquele momento. Eu segurei sua mão, mantendo o olhar baixo em direção ao chão, mas pude sentir que Patch me observava surpreso por meu gesto, e sim, eu finalmente havia baixado a guarda dessa vez.

Nós nos dirigimos para dentro da sala de jogos e lancheria novamente. Ao chegarmos em frente a porta, soltei a mão de Patch em um movimento rápido, não precisava de Agatha e Renata mexendo comigo por ter chegado de mãos dadas com ele. Mas tivemos uma surpresa insperada quando adentramos o salão e eu não vi nem sinal de Agatha, Renata, Dudu, Jasy ou Leo. Ao que parecia, eles já tinham ido para o parque, sem mim. Observei em torno do salão atentamente para ter a certeza de que não estavam em outro tipo de recreação, mas realmente constatei que não estavam. Olhei para Patch com uma expressão de duvida e ele me fitou dando de ombros como se se perguntasse o mesmo que eu.

— Ah que ótimo! Onde será que eles estão? — perguntei mais a mim mesma do que a Patch.

— Acho que seus amigos foram embora e deixaram você sob minha responsabilidade. — brincou ele com um sorriso divertido nos lábios.

— Não. As garotas não iriam fazer isso!

Percebi Patch sorrir sarcasticamente e virar o rosto para o outro lado, em seguida voltou sua atenção para mim novamente. Me perguntei o que significaria aquele gesto? Ele realmente acreditava que minhas amigas me deixariam sozinha com ele?

— Elas não iriam me deixar sozinha! — reforcei, já começando a ficar em duvida se aquilo seria realmente verdade. — Afinal, eu vim com a Agatha, não tenho como voltar sozinha!

— Elas não deixaram você sozinha, anjo. — lembrou-me Patch com um sorriso largo nos lábios. — Imagino que elas sabiam que tinham deixado você em ótimas mãos e resolveram ir embora.

— Elas são duas malucas se elas realmente fizeram isso!

Eu não podia acreditar que Agatha e Renata haviam realmente feito isso comigo. Elas eram minhas melhores amigas, droga! Como elas poderiam me deixar sozinha com um cara que mal conhecemos e sair tranquilamente por aí? Não, elas não fariam isso, elas deviam estar em algum lugar no parque enquanto eu ainda não retornava, elas deviam ter aproveitado para dar uma volta e andar nos brinquedos, mas não ido embora. Isso não.

— Se você quiser, podemos procurá-las pelo parque. — sugeriu Patch com uma expressão descrente, como se pudesse afirmar com certeza de que elas haviam me deixado lá e ido embora.

— É, é isso que vou fazer!

Sai na frente com passos rápidos, mas logo Patch estava ao meu lado novamente. Nós caminhamos por todo o Delphic, observando atentamente os brinquedos, as pessoas, as barracas, tudo o que havia em nossa volta, procurando por algum sinal de Agatha, Renata e os garotos. Sem sucesso algum. Novamente, Patch me acompanhou por todo o lugar onde eu ia e creio que demos umas duas voltas repetidas em cada canto do parque, observando atentamente o rosto das pessoas que estavam presentes. Comecei a sentir a esperança de encontrá-las em breve desaparecer e me abandonar a cada volta que dávamos sem encontrar as garotas ou os meninos. Pensei na hipótese de ligar ou mandar um SMS para Agatha ou Renata, perguntando de seu paradeiro e xingando-as por terem sumido sem me avisar, mas finalmente percebi que havia deixado meu celular na bolsa no carro de Agatha, pois segundo ela, nós iriamos retornar ao carro em seguida, era só pegar o dinheiro para os ingressos e para alguma coisa para comermos e era o suficiente. Xinguei-me mentalmente por ter escutado-a e não ter pego meu Iphone, as coisas seriam tão mais fáceis se eu o tivesse pego e levado comigo. Também pensei na hipótese de pedir o celular de Patch emprestado para mandar a bendita mensagem ou ligar para alguma delas, mas infelizmente, eu não sabia de cor o número das garotas e não tinha a menor noção para tentar arriscar um palpite. Eu estava perdida.

Retornamos novamente a sala de jogos e também a lanchonete para termos a certeza de que as garotas não haviam voltado lá com a esperança de me encontrar, mas novamente, eu estava sem sorte. Finalmente já estava cansada de andar em círculos e em vão procurando por minhas ótimas amigas que haviam me deixado sozinha com Patch para ir sei lá aonde. Respirei fundo e finalmente, aceitei a ideia de que estava sozinha ali e que Patch estava certo, Agatha e Renata, haviam saído com os garotos ou ido embora sem mim.

— Se você já estiver cansada de andar em círculos assim como eu estou, vamos ao estacionamento e você vê se o carro da sua amiga ainda está lá, se não, elas já foram. — sugeriu Patch com um sorriso contente.

— Finalmente uma boa ideia! Vamos lá! — resmunguei com uma expressão cansada.

Fui com Patch ao estacionamento, que passava por trás do parque. Era um lugar úmido, cheio de vigas que pendiam do teto, o local era bem espaçoso, com várias vagas espaçosas. Patch me acompanhou até a vaga onde Agatha havia estacionado seu Fusca 2013, que para a minha surpresa, já não tão surpresa assim, não estava mais lá. Percebi naquele momento que estava enganada e Patch parecia conhecer mais sobre minhas próprias amigas do que eu. Elas realmente tinham me deixado sozinha com Patch no Delphic sem ao menos perguntar minha opinião sobre isso, isso era o que me deixava ainda mais indignada do que estar completamente ferrada, eu não tinha sequer pego mais dinheiro para um táxi, pois minha carteira ficou na minha bolsa dentro do carro de Agatha. Parei em frente a vaga vazia, onde antes estaria o Fusca de Agatha. Apoiei as mãos sobre a cabeça e fechei os olhos tentando raciocinar em como faria para dar um jeito nesta situação. Sentia-me tão indignada que tinha até começado a superar meu surto no Arcanjo de um tempo atrás.

— Que inferno! Odeio essas vadias! — esbravejei não conseguindo controlar a raiva.

— Parece que você está sem opções. Podemos ir agora, anjo?

— Eu não tenho opções, não é. — encarei a realidade retomando a calma.

Patch me levou até a vaga onde tinha estacionado sua moto e eu vislumbrei aquela maravilha mais uma vez. A moto de Patch era realmente linda e quando eu andei nela naquele dia, descobri que era realmente maravilhosa. O vento batendo em meu rosto, o ar gelado do vento me refrescando era deliciosamente incrível, e a paisagem que eu vislumbrara enquanto seguia pelo caminho do Elementary, também não deixava nada a desejar, a moto de Patch era realmente um ótimo veículo.

Ele subiu na máquina e colocou o capacete e ligou a moto em seguida entregou-me outro capacete, o coloquei e segurei os ombros de Patch, apoiando-me nele para subir no veículo. Envolvi sua cintura e aquela sensação de segurança voltou como na última vez, esbocei um sorriso involuntário e imaginei se Patch o havia percebido, eu esperava que não.

Onde fica sua casa? — perguntou Patch, pude perceber um sorriso sarcástico e uma ironia nas primeiras palavras.

— Rua Brattle, 332.

E então, fomos a caminho da minha casa, que fui percebendo ao longo do trajeto era bem afastada do Delphic Seaport. As paisagens pela qual passávamos eram encantadoras, o caminho para minha casa era realmente rico em arquitetura e eu presenciava isso a cada lugar ou rua pelo qual passávamos. O frio começava a me dominar, afinal, eu estava com uma blusa de tecido fino e um short, essa não seria certamente a roupa apropriada para andar de moto a noite por ruas frias. Desfrutei um pouco mais das paisagens e do vento refrescante batendo em meu rosto o que me fazia arrepiar de vez em quando, mas mesmo assim não deixava de ser uma sensação completamente agradável.

Enfim, chegamos em frente a minha casa. Uma casa com um exemplo incrível de arquitetura, uma piscina em formato de lago fica localizada no pátio onde a grama esta sempre aparada, a residência tem algumas de suas estruturas em formato oval na parte exterior, o teto varia em diversas formas, triangular, retangular e em forma de uma rampa, com seu exterior branco e detalhes em cinza e grafite, há diversas janelas de vidro algumas com sacada. Patch estacionou a moto em frente a garagem e desligou a mesma.

Desci do veículo e me pus em pé em frente e a moto, retirei o capacete e passei os dedos em meus cabelos, ajeitando-os. Depois preparei-me para entregar o capacete e me despedir de Patch, mas então percebi que ele já havia solto seu capacete no tanque da moto e não estava mais ali perto dela. Surpreendi-me ao virar o rosto e perceber que Patch caminhava tranquilamente para a varanda de minha casa, meu queixo caiu. Soltei o capacete junto ao dele e fui depressa para minha varanda, conseguindo passar por ele e chegar em frente a minha porta. Patch parou atrás de mim com o braço esquerdo apoiado na parede ao lado da porta me observando.

— Boa noite, Patch. Obrigada pela carona. — finalizei tirando a chave do bolso.

Nem esperei por uma resposta e girei a chave na fechadura, abri a porta rapidamente e entrei, virando-me na direção de Patch mostrei um sorriso forçado. Assim que preparei-me para fechar a porta, percebi que algo a trancava, Patch havia posto o pé na porta e apoiado o braço esquerdo sobre ela.

— Não vai me convidar para entrar?

— Não é uma boa ideia. Está tarde...

— Por que não? Ainda têm medo de mim, anjo?

— Não tenho medo de você, já deixei isso bem claro! — esbravejei. — E, realmente está...

Antes que eu pudesse concluir a frase, Patch havia passado por mim e adentrado em minha casa observando curiosamente por os cômodos onde passava. Fitei-o perplexa, enquanto fechava a porta, em seguida, andei um tanto mais rápido do que o normal atrás dele, seguindo-o para onde ele fosse.

— Você têm uma bela casa. — elogiou ele indo em direção a cozinha. Me perguntei como ele sabia onde ela ficava.

— É, eu também acho, obrigada. — agradeci com um sorriso educado. — Agora você já pode ir.

— Você já jantou?

Patch fez coincidentemente, ou não, essa pergunta quando adentramos na cozinha. Parei na porta do comodo e observei Patch continuar pelo local até passar pelo balcão e parar em frente a bancada da pia, ao lado da geladeira.

— Ainda não... — respondi confusa, tentando entender a situação.

— Ótimo. — constatou ele abrindo a gaveta dos telhares, que por alguma forma, ele sabia qual era e pegando uma faca de carne. — Gosta de comida mexicana?

— Você sabe cozinhar? E comida mexicana?

— Eu disse a você que trabalhava em um restaurante mexicano, lembra? O Chef também nos ensina alguns dos pratos principais. — anunciou observando a faca que, assustadoramente, parecia muito afiada.

— Legal. Mas não estou mais com fome. — menti. Na verdade meu estomago parecia mais vazio do que eu imaginei, eu estava faminta.

— E você? Aposto que deve ter pessoas que façam a sua comida, não deve saber nem fritar um ovo.

— Isso não é da sua conta!

— Foi o que eu pensei. — constatou com um sorriso largo.

Quanto mais eu observava Patch com aquela faca em mãos e com aquele sorriso sombrio em minha direção, sentia-me cada vez mais assustada. Agora sim eu estava com muito medo. Dei uns passos para atrás quando percebi que ele se virava com o instrumento em mãos na minha direção.

— Solte essa faca. — ordenei, parecendo realmente uma medrosa.

— Venha aqui, vou ensinar você a fazer tacos. — propôs ele ignorando meu aviso.

— Não quero, obrigada. — recusei ainda assustada. — Acho que já está na sua hora.

— Não tenha medo, anjo. Não vou machucar você.

— Eu não tenho tanta certeza...

— Confie em mim.

— E por que eu deveria?

— Porque sou eu quem sempre salva você quando se mete em roubadas?

— É o mínimo, afinal, é você quem me coloca nelas! — disparei, encarando-o séria.

— Não, eu sou apenas o motivo de você se colocar nelas, a verdade é que você é uma garota atrevida, anjo. — rebateu ele com um sorriso cafajeste.

— Você é um idiota! — disse após alguns minutos de silêncio, como ele conseguia sempre me deixar sem respostas?

Patch caminhou até o balcão e apoiou os braços cruzados sobre ele enquanto me observava com um sorriso cretino.

— Andou em um brinquedo assustador ao meu lado no parque e está com medo que eu te ensine a cozinhar?

— Eu não estou com medo!

— Não é o que parece.

O fitei pensando em alguma resposta inteligente para que ele não descobrisse o quanto eu ainda estava apavorada neste momento, como na última vez em que caí nas provocações de Patch e acabei com um pesadelo maluco sobre minha morte de um brinquedo de parques de diversões. E eu não queria parecer uma medrosa na frente dele novamente, de alguma forma, Patch sempre conseguia me convencer a fazer o que ele quer e isso não chega a ser totalmente ruim.

— Me ensina logo esse caralho! — resmunguei.

Atravessei a cozinha passando pelo balcão no qual Patch se debruçara e parei em frente a bancada da pia esperando por minhas ordens, afinal, eu não tinha a mínima ideia do que deveria fazer, Patch estava certo sobre o que havia dito em relação a eu ter empregada que cozinhe e faça todas as outras tarefas culinárias.

Patch dirigiu-se a dispensa e após alguns momentos, voltou com vários ingredientes nas mãos, soltou-os na bancada a minha frente e voltou-se para a geladeira procurando por outros ingredientes que ainda faltavam.

— Estamos sozinhos? — perguntou ele com uma expressão confusa.

Isso devia ser porque normalmente há vários funcionários noturnos em casas como a minha.

— Sim, estamos. — respondi voltando minha atenção aos ingredientes a minha frente.

Instantaneamente senti um tremor percorrer todo o meu corpo e um frio em minha espinha, talvez dizer que estávamos realmente a sós tivesse sido uma péssima ideia. Patch não era o tipo de pessoa em que eu confiava o suficiente para ficar apenas com sua companhia. Dizer que estávamos mesmo sozinhos foi burrice.

— E o seu pai?

— Tá aí uma boa pergunta. — rebati com uma careta, ainda com o olhar nos ingredientes.

— Você fica sozinha nessa casa? — perguntou-me incrédulo. O que ele acha? Que eu sou uma garotinha assustada? — Aí está uma coisa difícil de se imaginar.

— Você vai me ensinar a fazer isso ou não? — perguntei voltando os olhos para ele com irritação.

— E eu ainda posso te ensinar a fazer muitas coisas, anjo. — disse Patch enquanto fechava a geladeira e trazia o restante dos ingredientes para mim.

Patch posicionou-se atrás de mim e observou-me, instintivamente senti um temor tomar conta de mim, engoli em seco. Fitei todas as coisas a minha frente e tentei parecer o mais tranquila possível.

— Primeiro, pegue o tomate e corte em rodelas. — instruiu-me ele. Eu podia sentir seu halito quente de hortelã em meu pescoço.

Peguei o tomate a minha frente e a faca a minha esquerda, senti-me aliviada ao perceber que ela não estava nas mãos de Patch. Comecei a cortar o tomate em rodelas como Patch me instruiu.

— Você tem mesmo que ficar em cima de mim? — disparei sarcástica.

— Qual o problema para você? E aliás, não teria tanta graça em ensinar você um dos meus melhores pratos se você não tivesse de ficar tão perto de mim. — rebateu, provavelmente, com um daqueles sorrisos cafajestes.

— Gostei do seu perfume. — continuou ele — E do seu short.

— Mantenha o olhar nos ingredientes, Patch.

— O que eu posso fazer se as suas pernas são mais interessantes? — respondeu com a maior cara-de-pau. Meu queixo caiu no mesmo instante.

— O que eu faço agora? — mudei de assunto antes que eu ficasse tão vermelha quanto aquele tomate.

— Escolha a cebola e pique.

Deixei as rodelas de tomate no canto da tábua de cortar e coloquei a cebola em seu lugar, comecei a picá-la prestando a atenção no que estava fazendo, não queria ter de ouvir mais nenhuma das piadinhas de Patch naquele momento.

— FFTL —

Parte III:

Após terminar de fazer os tacos Patch me acompanhou no jantar, como se eu me surpreendesse por isso. Jantamos e em seguida, recolhemos os pratos e levamos tudo para a cozinha, guardei o que tinha sobrado na geladeira enquanto Patch soltava os pratos sujos na pia. Fiquei observando-o e pensando no quanto ele sabia sobre mim e em como eu não tinha a menor ideia de quem ele era, eu não sabia praticamente nada sobre Patch enquanto ele parecia ter uma enciclopédia inteira sobre mim em sua mente. Eu detestava essa desvantagem, ele era um enigma para mim enquanto eu parecia ser sempre óbvia para ele e eu precisava acabar com isso, e logo.

— Certo, o que você acha de me falar um pouco sobre você. — sugeri cruzando os braços. — Afinal, você sabe tudo sobre mim e eu não tenho a mínima ideia de como você seja.

— Está interessada em mim agora, anjo? — perguntou ele dirigindo-me um sorriso vencedor.

— Interessada é uma palavra muito forte. — constatei. — Vamos chamar de intrigada.

— Tudo bem, o que quer saber?

— O que quiser me contar? — sugeri interrogativa.

Patch me lançou um sorriso que me pareceu em tom de deboche enquanto balançava a cabeça em negativa. Em seguida, voltou sua atenção para as coisas na pia.

— Vem me ajudar a arrumar essa bagunça. — disse ele mudando completamente o assunto.

— Mudando de assunto? — perguntei com um sorriso e uma expressão sarcástica.

— Que tal você vir me ajudar e calar essa boca? — perguntou ele com um sorriso grande nos lábios e jogando-me o guardanapo.

Eu o segurei e não pude evitar de sorrir com aquele gesto.

— Não pense que eu desisti das minhas respostas. E você é um idiota!

Caminhei até ele com o guardanapo em mãos e coloquei-me ao lado do escorredor, enquanto começava a secar as louças que estavam nele. Patch lavava a louça que havíamos usado, e pela primeira vez eu vim a minha própria cozinha para fazer alguma coisa que não fosse comer.

— Primeira pergunta: por que você não fica no colégio como todos os outros alunos? — quis saber.

— Que cor é a sua calcinha?

— Por que você é tão babaca? — perguntei não contendo o riso e batendo com o guardanapo no braço de Patch.

— Porque você me deixa louco. — rebateu ele com um sorriso largo nos lábios.

Fiz uma careta e revirei os olhos. Terminei de secar a louça e passei por trás de Patch e comecei a guardar as coisas nos armários, e quando acabei parei apoiando minhas mãos na bancada e observando Patch terminar com a louça suja. Algum tempo depois, ele já havia acabado e em seguida, voltou sua atenção para mim, sua expressão era indecifrável, mas eu podia imaginar que tipo de pensamentos se passavam por sua mente, com certeza, tinham algo haver com putaria e eu certamente não iria querer saber.

Patch soltou o guardanapo que havia usado para secar suas mãos sobre o escorredor e então eu percebi que ele não estava com a menor pressa de ir embora, eu sinceramente não deveria mesmo ter mencionado que estava sozinha em casa.

— Que horas você pretende ir embora? — disparei encarando-o.

Patch virou-se para mim e caminhou devagar em minha direção. O observei com uma expressão confusa, passei os olhos pelo escorredor para conferir se aquela faca assustadora estava ali como deveria e tive o prazer de perceber que estava, mas isso não aliviou totalmente o meu impulso de susto.

Patch parou em minha frente e apenas uma fina camada de ar separava nossos corpos, ele apoiou as mãos na bancada em torno de mim e nossos rostos já pareciam próximos até demais para o meu gosto. Aquela proximidade me assustava e me excitava ao mesmo tempo, eu o queria mas também tinha medo dele e de mim quando estávamos perto um do outro, eu ficava completamente louca quando estava com Patch e isso não era nada bom.

— Você pensa demais, anjo. — observou Patch com um sorriso sedutor.

— Pelo menos alguém aqui faz isso. — respondi tentando evitar seu olhar, o que era bastante complicado. — Patch, acho melhor você ir.

— Para cá? — perguntou ele descendo o rosto na altura do meu pescoço e dando um beijo quente e um tanto demorado nele. Senti um calor começar a dominar meu corpo, mordi o lábio com força e tentei automaticamente me proibir de sentir prazer com aquilo.

— Ou para cá? — continuou ele passando o rosto para o outro lado de meu pescoço e dando um beijo tórrido e longo nele.

No mesmo instante aquele calor me consumiu completamente e eu senti meu corpo todo corresponder positivamente a aquele toque. Senti um prazer e uma excitação me dominarem por completo. Fechei os olhos e respirei fundo, eu precisava encontrar a parte racional de meu cérebro, a que sabia de que ficar com Patch era completamente errado. Eu não devia nem sequer cogitar essa hipótese. Isso tudo estava errado, eu não podia fraquejar, não podia fazer isso, não com Patch.

— Patch... — comecei tentando me recompor. Sem sucesso.

— Hm? — disse ele e eu senti seus lábios começarem a percorrer cada centímetro de meu pescoço, o que deixava ainda mais difícil para mim mandá-lo embora.

A cada momento em que seus lábios eram pressionados contra minha pele eu sentia aquele calor aumentar cada vez mais, sentia meu corpo se arrepiar e pedir por mais, um prazer imenso me consumia, o que deixava tudo ainda mais difícil pra mim, eu precisava nos afastar de alguma maneira, mas eu sinceramente não queria fazê-lo. Embora essa fosse a coisa certa, embora meu cérebro me passasse um aviso claro dizendo: Encrenca!, embora eu soubesse o tipo de cara que Patch era, tudo o que eu queria era ignorar isso e me jogar em seus braços, mas eu não deixaria que isso acontecesse.

— Você sabe que isso é errado! — argumentei tentando me manter firme, mas minhas mãos já apertavam a bancada com uma certa força.

— E você também... — sussurrou ele enquanto continuava a beijar meu pescoço, eu podia sentir sua respiração contra minha pele enquanto seus lábios dominavam-na.

— Então... Vamos parar... Por aqui. — consegui dizer mas minha voz falhava e eu sentia que ela saia apenas entre sussurros.

— Não é o que você quer. — sussurrou ele para mim e eu pude sentir um sorriso aparecer em seu rosto entre os beijos.

Patch aproximou mais o seu corpo do meu, unindo nossos corpos, suas mãos se voltaram para minha cintura e ele as deslizou até minhas pernas, pressionando-as contra elas ele me segurou com força e sentou-me sobre a bancada. Senti minhas pernas bambas assim que foram tiradas do chão, apertei os olhos e procurei por a parte racional de meu cérebro novamente, infelizmente, não a encontrei dessa vez.

— Tire o boné. — cuspi as palavras enquanto encarei seu boné azul turquesa que estava agora, quase na altura de meu rosto.

Patch ergueu a mão direita e inclinou o boné para trás. Logo, voltou a mão para minha perna e puxou-me mais para frente, ficando entre minhas pernas. Nossos quadris estavam separados apenas por um pouco espaço, senti as mãos de Patch deslizarem em minhas coxas com firmeza, seus lábios eram deliciosamente quentes e a cada beijo que ele dava em meu pescoço, eu sentia minha resistência diminuir.

— É melhor parar... — disse entre sussurros, minha voz ameaçava falhar de vez.

— Por que isso é contra suas normas? — sussurrou ele levando a boca a minha orelha e após a fala, ele mordeu meu lóbulo levemente.

— É, então pa... — comecei, mas finalmente, qualquer parte racional de meu cérebro desapareceu, e eu me entreguei a minha vontade. — Então me beija logo.

Pude sentir ele sorrir antes de erguer o rosto para o meu novamente, vislumbrei seu sorriso canalha, o que me deu ainda mais prazer e me fez sentir meus lábios secos e cheios de desejo, meus olhos famintos observavam os lábios de Patch, fazendo-me morder o canto de meu lábio inferior no mesmo instante. Patch aproximou o rosto do meu, seus belos olhos azuis observavam minha boca com desejo.

Parte IV:

— Não esquece que foi você quem pediu. — sussurrou ele com um sorriso vitorioso.

E dizendo isso, seus lábios finalmente encontraram os meus e eu senti o delicioso gosto de hortelã percorrer cada centímetro de meus lábios. Percebi que aquele momento vinha rondando meus pensamentos mais íntimos a muito tempo, senti no mesmo momento que nada mais importava, eu realmente não queria saber o que aconteceria depois, só me importava o agora e o prazer da sensação de ter os lábios de Patch nos meus. Sua língua encontrou meu lábio inferior pedindo passagem para minha boca e foi concedida rapidamente. Nossas línguas se chocaram e começaram a travar uma batalha deliciosa.

Minhas mãos soltaram a bancada por fim, e se ergueram e descansaram no peito de Patch. Deslizei-as lentamente pelo mesmo, meus dedos faziam sua blusa se enrugar, continuei a subir minhas mãos até que elas encontrassem seu pescoço e assim, eu o puxei para mais perto de mim. Ele se aproximou com meu gesto sem hesitação, sua língua explorava toda minha boca. Levei as mãos para seus cabelos, os belos, loiros e macios cabelos de Patch, estava realizando um de meus maiores desejos ao passar meus dedos entre os lisos fios de Patch, aquela era uma sensação maravilhosa. Entrelacei meus dedos em seus cabelos e comecei a puxá-lo devagar.

Quando o ar se fez necessário nossos lábios começaram a se distanciar, mordi o lábio inferior de Patch sem conter o desejo e o puxei fortemente para mim. Antes que nossos lábios se afastassem, senti Patch passar a língua em meus lábios, a excitação tomou conta de mim, senti um imenso prazer. As mãos de Patch em minhas coxas se tornaram mais firmes, ele me ergueu mais para trás, fazendo-me inclinar mais sobre a bancada, ele inclinou seu corpo para o meu, fazendo com que eu quase ficasse deitada sobre a bancada, seu peito subia e descia no mesmo ritmo que o meu, não havia mais espaço que os separasse.

Nossos lábios voltaram a se encontrar e sua língua foi logo invadindo minha boca sem pedir permissão e minha língua acompanhou seu ritmo. Deslizei as mãos pelo seu pescoço e meus dedos encontraram a gola de sua camisa, passei-os por ela e desci minhas mãos para seus ombros encontrando os primeiros botões de sua camisa, como sempre aberta. Comecei a puxar sua camisa para trás, passando-a pelos seus braços, minhas mãos acariciavam-nos e eu pressionava minhas palmas e meus dedos contra os mesmos enquanto terminava de tirar a camisa. Patch me ajudou a terminar de tirar sua camisa, erguendo os braços para trás e puxando-a com minha ajuda, no mesmo momento, senti ele morder meu lábio inferior e puxá-lo deliciosamente devagar e em seguida, voltar os lábios para os meus, sua língua invadia novamente minha boca sem pedir permissão alguma.

Finalmente, tirei por completo a camisa de Patch e a joguei para longe, nem percebi onde. Voltei as mãos para seus antebraços e as deslizei para seus braços e seguidamente para seus ombros, pressionando-as contra os mesmos, apertando fortemente e cravando minhas unhas em sua pele. Tive a deliciosa sensação de sentir os músculos de Patch em minhas mãos. As mãos de Patch tomaram minha cintura, pressionando-as fortemente contra mim, apertando minha cintura devagar, enquanto ele puxava meu corpo para o dele, apertando-me contra ele, meu corpo se arrepiou por completo com seu toque, suas mãos eram quentes e fortes. Suas mãos deslizaram pelo meu quadril e desceram por minhas coxas até que seus dedos encontraram o botão de meu short e o abriram, em seguida deslizaram para o zíper do mesmo e o abriram por completo em um movimento rápido. Finquei minhas unhas com ainda mais força em seus ombros e eu o puxei mais para mim enquanto arranhei sua pele devagar.

As mãos de Patch subiram devagar para o cós de meu short e ele começou a puxá-lo para baixo em um movimento lento e prazeroso. Ergui meu quadril permitindo que o short passasse por ele até chegar em minhas coxas, Patch o tirou devagar pressionando as mãos fortes por minhas coxas e finalmente, arrancando meu short que eu só senti me abandonar, sem perceber onde foi parar. Sem o short, ergui minhas pernas da bancada e envolvi a cintura de Patch, unindo nossos quadris. Desci minhas mãos pelos seus braços e as deslizei pelo seu peito até seu quadril, meus dedos encontraram o botão do jeans de Patch e instantaneamente lembrei-me do sonho que vinha tendo repetidas vezes em que eu abria o jeans de Patch e percebi com satisfação que finalmente eu realizaria aquela fantasia que eu tinha desde o dia em que fui em A.M.A com Patch. Abri o botão e deslizei os dedos para o zíper de seu jeans, abri-o devagar desfrutando do prazer imenso que sentia. Abri um sorriso entre nosso beijo sem me importar com o que Patch pensaria, agora era tarde, ele me condenaria de qualquer jeito, meus lábios dominaram os dele, e minha língua percorreu faminta por sua boca.

Parte V:

Antes que eu pudesse subir minhas mãos para o cós do jeans de Patch para tira-lo, escutei o som abafado de uma música que eu conhecia. Era Anonymous do Three Days Grace e parecia vir de um lugar muito próximo de mim e Patch. Senti o corpo de Patch enrijecer de repente ao escutar a musica tocar. Ele parou o beijo dando-me um selinho rápido e tirando suas mãos de mim, voltando-as para a bancada e apoiando-se nela.

Patch ergueu-se de volta a sua posição ereta, mas no instante em que começou a se afastar, meu corpo, preso ao dele por minhas pernas em sua cintura, acompanhou o dele e eu precisei segurar minhas mãos em seus ombros para que elas não despencassem sobre a bancada. Assim que ele se endireitou, soltei minhas pernas de sua cintura mas ainda mantive minhas mãos em seus ombros endireitando-me sobre a bancada. Sentei-me e minhas pernas ameaçaram tremer, Patch estava entre elas com o rosto voltado para trás, sua mão direita voltou-se para o bolso traseiro de seu jeans e retornou para frente em minha direção com seu Samsung Galaxy branco nela. Patch segurou o aparelho com a outra mão também.

— Merda. — reclamou ele baixinho observando o aparelho atentamente.

Patch continuou a segurar o aparelho com a mão direita e voltou a esquerda para a minha mão direita sobre seu ombro, ele segurou-a com um movimento delicado e puxou-a para baixo. No mesmo instante, senti-me totalmente confusa, mas tirei a outra mão de seu ombro também e as apoiei sobre a bancada observando-o e tentando entender o que havia acontecido. Patch mexeu o polegar sobre a tela do celular e levou o aparelho a orelha direita.

— Fala. — atendeu ele.

Encarei-o ainda confusa. Sua expressão parecia indecifrável, mas eu podia sentir que havia alguma coisa errada e que eu não compreendia o que era e aquilo me deixava frustrada. Patch olhou para mim e esboçou um sorriso rápido enquanto escutava uma voz que eu não identificava no outro lado da linha.

— Em casa ué, onde mais eu estaria? — disse ele com uma careta.

O que? Quem estaria falando com ele para que ele precisasse dizer que estava em casa quando estava aqui? Tudo bem que eu preferia que ninguém soubesse sobre isso ou eu morreria de vergonha, mas com certeza não era por esse motivo que ele havia mentido para alguém que estava em casa quando não estava. Com quem ele estava falando? Seria algum de seus pais? Poderia ser algum amigo chato que ele não estivesse a fim de conversar. Mas o que eu realmente não queria era que fosse uma namorada. Talvez Patch estivesse namorando com alguma garota fora do colégio, ele era um garoto lindo poderia conseguir uma namorada se quisesse. Então seria isso? Patch tinha uma namorada e mesmo assim ficava dando em cima de mim descaradamente? Se ele tinha mesmo uma namorada, então eu era a outra? Não, eu não aceitaria isso. Eu nunca ficaria com um cara que estivesse namorando e de repente, isso havia acontecido? Não, não poderia ser. Eu não era a outra, nunca seria. Se Patch realmente tivesse uma namorada e mesmo assim havia provocado o que aconteceu aqui e me deixado me entregar aos beijos e até mesmo, me permitir ir até mais além do que isso se essa droga de celular não tivesse tocado, eu o mataria. Ele não poderia ser tão canalha assim de me deixar me entregar para ele mesmo estando namorando. Ou seria?

— O quê? — disparou ele com uma expressão incrédula.

Então, Patch dirigiu-se depressa para a janela da cozinha, com os dedos, afastou um pouco algumas frestas da persiana que estava fechada e observou por ela. Fitei-o começando a ficar realmente assustada e irritada, mas por fim, decidi que esperaria que ele desligasse para fazer o interrogatório. Após mais alguns minutos de conversa na qual eu estava realmente irritada para prestar a atenção, percebi que Patch desligou e guardou novamente o celular no bolso traseiro de seu jeans. Virou-se em minha direção novamente e passou o olhar por ali, como se procurasse alguma coisa. Em seguida, fixou o olhar em algum ponto e caminhou, passando por mim, para perto da geladeira. Observei-o e percebi que ele havia se abaixado e pego sua camisa no chão perto do refrigerador. Ele ergueu-se novamente e veio em minha direção.

— Tenho que ir. — anunciou ele.

E em seguida que concluiu a frase, aproximou-se de mim mais uma vez erguendo o rosto em direção ao meu e dando-me um selinho rápido. Percebi o movimento surpresa e confusamente tentando entender o que se passava, ainda estava atordoada.

— O-o que? — perguntei confusa balançando a cabeça.

— Eu falo com você amanhã. — disse ele, caminhando de costas em direção a porta da cozinha.

O fitei desnorteada, aquela situação era realmente estranha e confusa, eu já não entendia mais nada. Como assim, uma ligação e ele dá o fora sem me explicar nada a não ser falo com você amanhã. Que tipo de explicação era essa? O observei atentamente e meu olhar caiu para o botão e o zíper abertos de seu jeans. Desejei me punir severamente por aquilo, por favor, não me diga que fui eu quem fiz isso.

— Patch... Zíper, botão... — lembrei-o. Acho que como eu, ele também ainda não havia percebido.

Patch baixou a cabeça e observou o jeans, em seguida voltou o olhar para mim com um sorriso sarcástico, o que me fez corar. Fechou o botão e o zíper de seu jeans e me observou novamente.

— Bela calcinha. Então ela é rosa? Como eu imaginei. — disparou com um sorriso canalha e piscando-me o olho.

Apenas senti minhas bochechas arderem automaticamente e imaginei que agora sim deveria estar igualzinha aquele tomate. Meu queixo ameaçou cair mas eu o mantive firme no lugar, já estava com a cara vermelha, não queria ficar boquiaberta também. Notei ele se virar e depois desaparecer do comodo. Esperei um pouco mais perplexa e tonta, em seguida, escutei a porta da frente bater e levei minhas mãos ao meu rosto sacudindo-o instantaneamente.

— Quero morrer!

Quando consegui me recompor, levantei a cabeça mais uma vez e passei o olhar pelo chão procurando por meu short. Avistei-o perto do balcão a minha frente e saltei de cima da bancada. Não pude evitar o impulso de olhar para meu quadril e perceber que eu estava com uma calcinha cor-de-rosa de renda e com um lacinho. Que ótimo, era tudo o que eu queria mesmo, agora cada vez que eu visse essa calcinha me lembraria desse momento, e de como eu havia ficado tão surpreendentemente realizada com ele, como eu havia sentido um prazer intenso só em beijar Patch e em como aquilo havia me deixado excitada. Voltei o olhar para a bancada e percebi como olhar para ela nunca mais seria a mesma coisa, não pude evitar de sorrir e balançar a cabeça em negativa fitando-a.

Finalmente, fui até onde estava meu short, me abaixei e o segurei, ergui-me mais uma vez e caminhei para a porta da cozinha. Ao passar por ela, virei-me novamente para o comodo e observei-o mais uma vez pensando em como entrar nela e não lembrar do que havia acontecido aqui entre mim e Patch seria impossível daqui para frente.

Após vislumbrar mais uma vez, virei-me novamente e dirigi-me para a sala de jantar e em seguida, para a sala de entrada, fui até a porta da frente e a tranquei. Segui em direção a escadaria e subi depressa para o meu quarto, chegando no corredor, corri para a porta de meu quarto, abri-a tão rápido quanto o vento e adentrei no espaço do mesmo modo. Fechei a porta e fui logo em direção ao banheiro.

Depois de sair do banheiro, corri para minha cama já vestida com meu pijama. Deitada em minha cama um sorriso enorme estava estampado em meu rosto e uma felicidade proporcional me dominava, eu me sentia nas nuvens naquele momento. Eu tinha finalmente realizado o sonho que tinha em beijar Patch e a sensação de seus lábios nos meus era realmente tão incrível quanto eu esperava, na verdade, creio que era até mais. Seu halito de hortelã ainda estavam em meus lábios, mesmo após eu já ter escovado os dentes, eu podia sentar o sabor de seu beijo em minha boca. Suas mãos deliciosamente quentes e fortes passando por meu corpo, seu corpo contra o meu... Tudo. Tudo havia sido perfeito, eu nunca pensei que me sentiria assim, não apenas por beijar um garoto, não com Patch principalmente, mas sim, eu estava realizada. Sabia que aquela ligação que ele recebera tinha sido realmente esquisita, mas eu não estava nem aí neste momento. Se ele realmente tinha uma namorada ou alguma coisa do tipo, bem, eu me preocuparia com isso amanhã, hoje tudo o que eu queria era lembrar e relembrar por diversas vezes seguidas aquele momento. Esta noite sim, eu desejava sonhar com Patch e com o que aconteceu... Ou melhor, não aconteceu.


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Notas finais do capítulo

Omg, que capítulo bem grande. Enfim, gostaram? Sim, não, talvez, quem sabe? Comentáriosss, ♥

Succubus



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