- Estou mais que bem, meu amor – disse voltando ao seu jeito habitual.

Analisei sua expressão, e ela parecia bem mesmo. Deitei novamente, estava me sentindo um lixo.

- Vamos dormir? – perguntei e ela assentiu.

Nos arrumamos e em alguns minutos estávamos prontas pra uma boa noite de sono. Meu estômago revirava de tão ansiosa que eu estava com a idéia de ter Edward novamente pela manhã.

Não sei quanto tempo eu demorei pra dormir, mas soube exatamente quando já estava sonhando.

Nós seis estávamos em um lugar medonho, com alguns ossos em volta. Os cinco estavam olhando fixamente pra porta. Resolvi fazer o mesmo. Sobressaltei ao ver que na madeira tinha o brasão do castelo gravado.

Acordei toda suada.

Olhei pro meu lado, e Rose dormia calma. Essa história ta mexendo demais comigo. Se pelo menos eu tivesse o...

Olhei pro meu anel, e sorri pra idéia perversa que eu estava tendo. Não sei como aquilo surgiu, mas agora me parecia uma ótima idéia. Puxei a jóia do dedo.

“É Rose, é uma pena o Edward não estar aqui logo depois desse sonho” pensei lentamente. “Vou ter que me contentar com o Newton”.

Coloquei o anel sorrindo e fui até o banheiro pra pelo menos lavar o rosto e escovar os cabelos. Em exatos cinco minutos alguém já batia na porta do meu quarto. Ouvi passos. Rose acordou.

- Onde ela está? – Edward. – Eles foram pro quarto dele?

- Você voltou na floresta, Edward? – Rose perguntou séria.

Não aguentei e comecei a rir. Olhei pra porta e os dois me olhavam – Rose confusa, e Edward boquiaberto. Quando ele pegou o cordão e ficou analisando, foi o fim da picada.

- Edward, deixa de ser ridículo – falei rindo.

Ele me olhou – primeiro confuso, mas depois sua expressão foi mudando lentamente. Ele entendeu e fechou a cara. Rosalie olhava de mim pra ele.

- Ops, acho que é a minha deixa – falou. – Fica aí enquanto eu me troco – empurrou Edward pra dentro e bateu a porta.

Olhei pras minhas mãos. A idéia não era tão boa, agora. Ele chegou perto de mim, e fez carinho na minha bochecha. Em um movimento rápido me puxou pra perto, levantou meu rosto e me beijou. Sem dizer uma palavra.

O beijo estava bem mais empolgado do que o normal, e isso estava me deixando louca. Passei meus braços por seu pescoço, e segurei seu cabelo com força, passando os fios pelos meus dedos.

Senti sua respiração ficar pesada – junto com a minha. Ele se separou de mim respirando fundo e depositou um beijo em meu pescoço.

- Se você soubesse o que eu estava sonhando – sussurrou bem perto do meu ouvido com uma voz rouca. – Você é que estaria arrependida de não ter acordado ao meu lado – e num movimento exageradamente demorado, prensou seu volume contra meu baixo ventre.

Puta que pariu.

Ele só podia estar querendo me matar. Em menos de vinte e quatro horas ele havia dito que me amava, e agora ele tinha que fazer isso? Eu estava arrepiada, não sabia o que falar.

O que você diria a Edward Cullen em um momento desses? Sem palavras né? Ed riu, e eu agradeci aos céus por estar com o meu anel. Ele estava rindo só da minha falta de atitude, imagina se ele ouvisse isso.

- Acho que você precisa de um banho – ele falou se soltando de mim.

Essa atitude fez com que eu voltasse à terra. Sorri maliciosa, me virando pra ele – que pareceu surpreso com a minha reação.

- Acho que é você que precisa de um banho, Ed – disse com o mesmo tom que ele havia usado comigo, e saí do banheiro, deixando-o de boca aberta.

No quarto, Rosalie já estava pronta, e segurava o pijama que eu havia emprestado.

- Bella, obrigada pelo pijama – ela encarou a porta do banheiro. – Do jeito que estamos, pode guardar ele pra mim, em caso de emergência – sorriu, indo até a porta do quarto. – Vejo vocês no café.

Olhei pro relógio, e faltavam trinta minutos pra gente descer. Droga. Agora que a coisa estava ficando boa? Senti os braços fortes me envolverem, e instantaneamente fiquei toda arrepiada.

- É melhor você se arrumar, ou quer que Esme me sequestre por mais uma noite? – perguntou atrás de mim.

Virei pra ele com uma sobrancelha levantada. Edward tinha os lábios inferiores presos por seus dentes perfeitos. A visão do paraíso.

- Que foi, Bella? – perguntou com um sorriso cínico. – Precisa de ajuda?

Se eu já estava excitada antes, depois dessa “me joga na parede e me chama de tinta” – acho que não era assim.

- Seu safado, já volto – disse apertando a bunda dele e indo pro banheiro.

Ele riu alto.

- Saiba que mais tarde o moletom está proibido – gritou do quarto, se referindo ao meu atual pijama. – Eu quero aquele seu shortinho de volta.

Uma fauna inteira devia estar dentro de mim, meu corpo parecia em festa. Já de porta fechada, tirei minha roupa e fui pro chuveiro. Não queria ficar mais um segundo longe de Edward. Nem tentei relaxar no banho, lavei meu cabelo, depois o corpo e prontamente desliguei a água.

Quando terminei de me enxugar olhei em volta e vi que não tinha roupa pra mim. Tirei o anel.

“Ed, esqueci minha roupa” pensei. Ouvi as risadas dele lá fora. “Pega o meu roupão na gaveta da direita, na parte de baixo do meu armário?” coloquei a jóia de volta na minha mão direita.

As batidinhas na porta me sobressaltaram. Me enrolei na toalha, e fui abrir. Edward deu um pulo quando eu abri a porta toda, e me olhou dos pés a cabeça. Puxei o roupão de sua mão, e com um sorriso malicioso fechei a porta novamente.

- Ah Swan, a senhorita está brincando com fogo – gritou lá de fora.

E que fogo!

Coloquei o roupão e enxuguei meu cabelo. Não podia nem pensar em como seria dormir com ele hoje. Saí do banheiro, Edward estava sentado no meu sofá vendo um canal de esportes. Sorriu pra mim, mas não se levantou.

Fui até o armário e separei uma roupa simples, queria terminar logo isso. Alice iria me matar, ou não. Agora eu tinha Edward pra me proteger. Coloquei minha roupa íntima ainda com o roupão e entre as portas do armário.

Dei uma espiada em Edward, ele parecia interessado demais no programa que passava. Silenciosamente tirei meu roupão e fui colocar uma calça jeans. Rápido demais. Minha pressa era tanta que acabei me enrolando com as pernas da calça e caí de bunda no chão.

Olhei pra Edward e ele já estava de pé. Sua boca caiu ao ver meu estado – sentada com os joelhos meio levantados e a calça até os joelhos. Ele ficou parado alguns segundos, e eu comecei a corar pelo modo como ele me olhava. Luxúria?

Tentei levantar, mas rapidamente ele já estava ao meu lado me ajudando. Assim que fiquei de pé, puxei a calça pra cima. Olhei pra ele, que tinha os olhos fixos no meu soutien.

Quando percebeu que eu o olhava, sorriu e me jogou contra a parede, me beijando loucamente. Suas mãos deslizavam pela lateral do meu corpo, e o toque dele diretamente contra a minha pela, deixavam um rastro quente. Aquilo estava simplesmente maravilhoso.

Comecei a alisar timidamente seu abdome definido. Delicioso. Ele derrepente travou e parou o beijo. Depois olhou pra porta e se virou pra mim.

- Tem gente chegando – se afastou me dando passagem.

Fui ofegante até o armário e peguei a batinha que eu havia separado. Assim que passei a peça pela minha cabeça alguém bateu na porta. Edward foi até lá e atendeu. A voz não falou nada por uns segundos.

- Posso falar com a Bella? – Newton?

Quase comecei a rir, devido ao acontecimento que trouxe Edward até aqui.

- A minha namorada está se arrumando pro café – Edward disse com uma voz séria, e pausadamente.

Namorada? Meu coração acelerou. Eu queria dar pulinhos e bater palma – inspirada em Alice.

Falando na diaba, um furacão passou pelo Edward na porta, e derrepente Alice e Rose pararam na minha frente com sorrisos enormes. Meu namorado – suspira – olhava pra elas com uma cara confusa. E vi que Mike passou um pouco pela porta pra olhar também.

Dei graças a Deus, por estar totalmente vestida agora, em menos de dois minutos, três seres, e um príncipe, me encaravam. Cada um de seu jeito, é claro.

- Vocês não conseguem ser mais indiscretas? – sussurrei, tirando risadas das duas.

- Quando Alice viu, eu estava com ela. Não pude resistir, tive que vir também – sorriu ainda mais, a loira.

Olhei pros dois na porta, e Edward pareceu notar novamente a presença do Newton.

- Bem, sua conversa terá que esperar – disse empurrando o garoto pra fora. – Até mais – e bateu a porta.

Depois se virou pra nós três, e seu olhar se fixou em mim. Queria saber o que as outras duas estavam pensando – isso me deixou nervosa.

- Estamos descendo, passei aqui pra ver se você queria ir, mas como Rose já havia me falado – pausou a baixinha olhando pra Edward – você já tem companhia.

Entre risinhos as duas passaram pela porta. Procurei imediatamente minha sandália e a calcei.

- Você é perfeita – disse assim que me levantei. – Por que sua irmã e Rosalie estavam pensando na música do scooby?

Quase que eu gargalhei na cara dele, mas tive que me conter. Agradeci mentalmente as duas.

- Como se você não conhecesse Alice – falei sorrindo.

- É verdade – disse pensativo. – Vamos? – me estendeu a mão.

Aceitei, pegando meu celular na cama. Ele me puxou agilmente, e depositou um beijo rápido em minha boca. Derreti. Esse homem é perfeito.

- Vamos, meu amor – falou, e com uma mão em minha cintura me guiou até a porta.

Fiquei com medo desse sonho acabar, e eu ver que ainda estou ao lado de Rose, babando no travesseiro. Mas a pergunta que ele fez, me tirou dos meus pensamentos.

- Bella, você quer ser minha? – falou me prendendo na porta, agora fechada.

Ele parecia nervoso e inseguro. Seus dedos me apertavam de leve, como se estivesse me contendo, pra que eu não fugisse.

“Como se eu fosse mesmo fazer isso” pensei sarcástica.

Eu não sabia o que falar. Na verdade, eu não saberia falar nada, me sentia completamente muda. Esse Deus grego desse jeito comigo, eu faria o que ele pedisse. Só não me pergunte nada.

Acabei por sorrir, e acho que foi o bastante pra Edward, que me deu mais um beijo daqueles.

Surpreendendo, me pegou no colo e me levou escada abaixo, com um sorriso extremamente lindo. Seus olhos brilhavam com uma intensidade tamanha, seu verde estava mais vivo do que nunca. Meu coração parecia que iria explodir a qual quer momento de tanta felicidade.

No hall encontramos com Esme, que ao nos ver abriu um enorme sorriso. Senti meu rosto esquentar – queria me esconder em seu peito musculoso, e colocar o cabelo na frente da cara. Mas não foi o que eu fiz, já que logo ele me colocou no chão.

- Mãe, - falou animado – ela aceitou.

Ok. Eu devia estar roxa agora.

Esme juntou as duas mão e cruzou os dedos, colocando ao lado do pescoço. Ela era tão fofa. Seu sorriso era triunfante.

- Bem vinda a família – exclamou chegando mais perto de mim. – Fico feliz de meu filho ter encontrado uma menina maravilhosa, como você.

Que vergonha.

- Obrigada – agradeci com um sorriso tímido.

Ela me deu um abraço apertado e carinhoso.

- Agora vão tomar café – falou olhando o relógio. – Já estão atrasados.

- Ah mãe, castigo não, né? – perguntou como uma criança.

Eu ri, nunca vi Edward agir dessa forma. Esme riu e negou com a cabaça. Ele foi até a mãe e deu um beijo na bochecha, me arrastando logo em seguida pra sala de jantar.

Chegando até a mesa nossos amigos nos receberam cheios de sorrisos. Ângela e Leah também tinham sorrisos em seus lugares. Mike nem nos olhava, e as víboras tinham os olhos cerrados.

Nossa, nós causamos tanto impacto assim?

Sentei e logo todos começaram a falar ao mesmo tempo.

- Aê irmão! – Exclamou o grandão. – Vai perder a virgindade – riu alto.

Edward deu um tapa na cabeça de Emmett. Alice ria descontroladamente.

- Bella, então o peixe caiu na sua rede, heim? – Agora foi Rose.

Arregalei os olhos, ela estava andando muito com Em. Jasper deu um tapa na irmã, recebendo um olhar mortífero dela. O coitado se encolheu e chegou mais pra perto de Alice. Todos riram.

E assim se foi a refeição. Lembrei que hoje era segunda, e eu não teria a minha tarde a sós com Edward, droga. Quando acabamos, todos fomos pegar os horários da semana com Esme, no hall.

O nosso grupo era o maior, tinham seis. Sorri ao ver nossa atividade de hoje. Aula sobre estratégias de guerra, na praia e com a Sra. Glow. Ao terminar de ler as instruções, me senti jogando detetive, só faltou “com o castiçal”. Meu sorriso aumentou ao ver que seria só depois do almoço.

- Bellinha, vamos todos lá pro seu quarto? – perguntou a baixinha. E ao ver a expectativa no rosto dos outros, não tive como negar.

- Tudo bem – falei sem graça.

Edward bufou ao meu lado. E Alice deu língua pra ele.

- Não é só porque vocês estão namorando que você vai monopolizar a Bellinha – disse em tom acusatório. – Mas eu não quero ir agora. Estaremos lá daqui a meia hora – avisou. – Quero tomar um banho antes – piscou pra Jasper.

Ele pegou a mão da baixinha e a puxou, guiando-a escada acima. Rose e Emmett fizeram e mesmo, seguidos de nós dois.

Chegando no meu corredor, o telefone de Edward tocou. Ele olhou o visor e ficou tenso. Imediatamente fiquei curiosa. Ele respirou fundo e atendeu.

- Oi Tânia – fez uma cara desanimada pra mim.

Esperou ela falar.

- É verdade – respondeu.

Fez sinal pra que eu sentasse. Me dirigi até a cama e tirei minha sandália, logo depois sentei.

- Isso não é da sua conta – falou com a voz mais séria. – Sim, é isso mesmo que eu quero, nunca estive tão certo – cuspiu e depois desligou o telefone.

Aquilo me fez sobressaltar. O que aquela maluca estava falando pra ele?

- As notícias correm – disse balançando o celular no ar.

Logo entendi que de algum jeito o fato de estarmos namorando já chegou até o ouvido de sua EX. Aquilo não me importava, afinal “ele nunca esteve tão certo”.

Ed jogou o celular no sofá e depois veio em minha direção. Tinha um semblante sério. Aquilo fez meu estômago revirar. Eu não queria uma má notícia.

- Não vou deixar ela incomodar a gente – disse olhando nos meus olhos.

Fiquei aliviada com o que ele tinha acabado de me falar. Era bom saber que tudo o que ele havia me dito até agora era verdade. Isso me fez pensar em como o meu último namoro foi diferente desse. Com Ed era tudo tão mágico.

- Bella, fala alguma coisa – Edward pediu, me chamando de volta a terra. – É frustrante não ouvir seus pensamentos – resmungou.

Mordi meu lábio inferior, e com uma expressão maliciosa sentei em seu colo. A atitude pegou ele de surpresa. Cruzei minhas pernas em seu corpo e lentamente – olhando em seus olhos – fui chegando mais perto do meu destino.

Recuperado, seus olhos estreitaram, e ele mantinha um sorriso safado no rosto. Mordi seu lábio e puxei, bem devagar, arrastando os dentes. Sua expressão mudou, e seus olhos pareciam escurecer. Imediatamente senti uma mão apertar, por dentro da minha blusa, a minha cintura, enquanto a outra segurou o meu cabelo e o jogou pra trás.

Fechei os olhos e senti sua respiração quente chegar até o meu pescoço. Conti o gemido – não podia ser tão fácil assim pra ele. Edward beijava, mordiscava e lambia, o local. Aquilo estava me tirando do sério.

Com as duas mãos, ele levantou a minha blusa. Entendendo o que queria, levantei meus braços, dando espaço pra ele tirar a peça. Assim que o fez, ouvi um gemido baixo.

Edward me encarou e trocou nossas posições, me deitando na cama. Eu já me sentia toda molhada, e pela visão que eu estava tendo, isso só tendia a melhorar. Ele, ajoelhado em cima de mim, tirou a camisa, deixando parte do seu corpo – extremamente gostoso – amostra.

Quanto foi que a temperatura aumentou tanto?

Não aguentando mais a distância, o puxei pra mim – o controle, eu tinha mandado pro inferno. Ele não se opôs, simplesmente me puxou pela nuca e me deu um beijo cheio de desejo. Sem desgrudar de mim, ele largou meu pescoço e se apoiou no cotovelo, levando a outra mão até meu seio.

Dessa vez, não pude conter o gemido. Ele sorriu na minha boca, dando mais intensidade ao movimento que fazia. Pelo jeito, era Edward quem estava perdendo o controle agora.

Tinha uma mecha do meu cabelo grudada no pescoço, fui tentar tirar, e foi aí que aconteceu. Meu anel encontrou o cordão dele, e aquilo nos fez paralisar. Em questão de segundos, tive uma visão macabra.

Era noite, uma sombra vestida com uma manta, passava correndo pelo jardim do castelo. Outra pessoa – um homem – estava parado, encostado em um muro.

- Isso é arriscado demais, minha amada – falou a voz masculina quando a outra pessoa chegou mais perto.

- Não me importa, eu quero você, sempre – definitivamente era uma mulher, e eu já conhecia aquela voz.

O homem suspirou, e então abaixou o capuz da veste, revelando Belatrix. Afagou seu rosto, apreciando a mulher. Ela segurou o cordão que o homem tinha, e apertou dentro de sua mão, o encarando logo em seguida.

- Do que valeu tudo isso, se eu não posso ter você? – indagou triste.

O homem suspirou e a abraçou, sendo correspondido.

- Ah Bela, eu sempre serei seu – disse por fim.

Derrepente eu estava encarando as bolas verdes de Edward, que definitivamente estavam assustadas. Tentei sentar, e ele logo entendeu o meu gesto, indo pro meu lado.

- Você… - tentou falar. – Você viu… isso? – perguntou bobo.

Eu apenas assenti. Ficamos calados por alguns minutos nos encarando. Quando me toquei do que estávamos prestes a fazer antes da “interrupção” e de como estávamos no momento, imediatamente ruborizei. Isso pareceu tirar Edward do transe.

- Você é absolutamente perfeita – me puxou pro seu colo, me embalando como uma criança.

De olhos fechados, sorri. Ele suspirou alto, e eu podia sentir seus olhos em mim.

- Temos que nos vestir – disse desanimado. – Daqui a pouco eles chegam aqui.

- Eu não quero eles aqui – falei ainda com os olhos fechados, me aconchegando mais em seu colo.

Ele alisou meu cabelo, e depois beijou o topo da minha cabeça.

- Mais tarde, eles não vão estar aqui – sussurrou.

Senti um arrepio. Me desgrudei dele e o encarei com um sorriso sacana.

- Você é impossível, Edward.

Me levantei e fui até o lado da cama onde minha blusa estava jogada. Com um movimente, propositalmente lento, deslizei a peça pelo meu corpo. Ao virar me deparo com Edward boquiaberto, com uma mão entre as pernas.

Ele estava mesmo tentando esconder aquilo?

Fui até ele e quando ia jogá-lo no colchão, alguém bate na porta. Cerrei os olhos, e ele só me encarava.

- Dessa vez você escapou, – falei com a voz baixa. Cheguei perto do seu ouvido e completei – gostoso.

Ele tentou conter um som que saiu da sua boca, mas é claro que eu percebi. Fui abrir a porta, e Edward correu pro banheiro. Cacete, o que está acontecendo comigo? Será que finalmente o DNA da minha mãe estava dando sinal de vida? Eu viraria uma Alice? Estremeci.

- Bella – a baixinha disse em tom acusatório entrando no quarto, assim que abri a porta. – Você me deixou plantada na porta! O que está acontecendo? Cadê o Edward?

Essa história da Alice não ver mais o meu futuro, parecia deixá-la extremamente estressada. Dei passagem pra que os outros entrassem. Peguei uma lanterna na minha gaveta e joguei pra baixinha.

- Pode ir descendo, eu vou esperar o Ed – disse.

- Será que eu abro? – perguntou se referindo a porta.

Dei de ombros.

- Tenta.

Vagarosamente, ela abriu meu armário, e segurou a maçaneta. Fechou os olhos e a girou. Ao ouvir o “click” sorri. A baixinha estava triunfante.

- Vamos cambada – disse aos outros. – E Bella – chamou minha atenção – pode ficar aqui curtindo o Ed se quiser – piscou pra mim.

Emmett gargalhou.

- É, pode até ir pro quarto dele – completou rindo.

O grandão era um gênio! O quarto do Edward estaria livre e desempedido pra nos receber.

Quando os quatro passaram pela porta, fui até o banheiro e bati de leve. Edward abriu a porta, e graças ao seu cabelo molhado percebi que ele havia tomado um banho.

- O que você acha…

- Bella, não vamos deixá-los aqui mofando – saiu do banheiro colocando a blusa.

Suspirei derrotada, vendo suas costas musculosas se distanciando de mim. Chegando até o armário ele parou, e sorrindo estendeu a mão. Fui me arrastando até ele, e então descemos as escadas.

Do corredor estreito nós já ouviamos as risadas e gritarias vindas do cômodo escondido. Meus amigos sabiam mesmo se divertir. Quando abrimos a porta, os quatro nos encararam de boca aberta.

Não entendi até focalizar duas garrafas de vodka e cinco latas grandes de energético em cima da mesa de madeira. Inútilmente o bombado tentou esconder.

- O que vocês estão aprontando? – perguntei com a mão na cintura.

- Bellinha – Alice levantou e veio até mim. – Não briga com a gente, a idéia foi toda do Emmett – entregou o grandão.

Olhei pra Edward e ele parecia se divertir. Ao ver a cara do meu cunhado entendi a diversão do gostosão. Emm tinha os olhos arregalados, olhando de mim pra Edward. Aos poucos ele ia chegando pra trás de Rose – que revirava os olhos.

Não sei como ele podia ser tão medroso. Com um peteleco ele poderia me jogar do outro lado da sala, mas lá estava ele todo assustado me encarando. Bufei.

- Por que raios eu iría brigar? – disse pro alívio geral. – Emmett, você as vezes é um gênio.

Ele me lançou um sorriso enorme e veio correndo meio desengonçado na minha direção. Fechei os olhos e senti um baque contra meu corpo. Esperei o aperto forte, mas nada veio. Bem devagar eu abri um pedacinho do olho direito e vi Emmett sentado no chão choçando a cabeça.

Olhei em volta e os outros me encaravam, todos estavam brancos. Virei confusa pra Edward, que apoiou uma mão no meu ombro e apertou um pouco.

- O que está acontecendo? – perguntei em voz alta.

Olhei pra mesa e Alice olhava a garrafa de vodka bem de perto. Edward riu, e isso me aliviou um pouco.

- Não tem nada na bebida, Alice – chamou a atenção da minha irmã, que imediatamente nos olhou.

Rose saiu do transe e foi ajudar o grandão, que tinha uma feição extremamente confusa. Todos pareciam voltar ao normal.

- Bellinha, seu poder é demais – a pulguinha saltitou em minha direção. – E sabe o que isso quer dizer? – aquele sorriso, eu já conhecia ele. – COMPRAS!

Jogou os bracinhos pro alto e começou a fazer algum tipo de dança da chuva – na minha opinião. Peguei a mão de Edward e o puxei pra dentro do aposento.