The Powerful escrita por rafa_s


Capítulo 10
Capítulo 9: A mulher de rosa




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Edward riu alto – ou ele era algum tipo de retardado ou havia alguma piada interna. – Depois nos guiou até a antiga torre com uma lanterna. Subimos e subimos, eu achava que chegaríamos ao céu desse jeito, mas finalmente chegamos até o grande cômodo.

O lugar era encantador. De dia pelo menos, agora eu estava me sentindo em um filme de terror. A qualquer momento o Drácula pularia de trás de uma estante e seria o nosso fim.

- Vou pegar umas velas – Edward disse mexendo em umas gavetas de um dos armários.

- E a gente não vai acender a luz? – Perguntou Alice agarrada no meu braço esquerdo.

- Não, vamos nos divertir – Edward parecia empolgado.

A diabinha me agarrou mais, fincando as unhas no meu braço.

- AAAAIIII – gritei.

E foi aí que aconteceu. Alice gritou e correu, ouvimos depois um “baque” e um uivo de dor. Rosalie começou a gritar enquanto a lanterna de Edward começou a piscar e de repente se apagou.

- Salve-se quem puder! – gritou Rose.

Ouvimos um barulho de porta batendo e procurei lembrar onde estava Edward. Fui tateando pela parede à procura do armário. Achei um braço e agarrei. Ele era pequeno demais pra ser de Edward, parecia mais Alice.

A porta se abriu e uma nova lanterna iluminava o local – muito mal. Ela mirava o teto.

- Ouvi gritos! Rose? Vim te salvar minha raínha – Emmett gritou entrando no cômodo e batendo a porta atrás de si.

Edward apareceu em frente a luz da lanterna dele e Emmett deu um pulo acompanhado de um grito. Eu ainda me agarrava a – suposta – Alice, até que a porta bateu denovo e ela deu um salto, largando de mim.

- Calma gente – Edward acendeu uma vela iluminando melhor o lugar.

Meus olhos já estavam se acostumando, cuidadosamente me dirigi até eles. Edward me deu uma vela e deu outra a Jasper que amparava Alice. Rose correu e grudou em Emmett.

- Vocês estão bem? – Ele perguntou mais baixo agora que todos estavam calmos.

- Sim – respondemos em coro.

- Sim – uma voz soou atrás de mim.

E então a gritaria começou novamente. Acabei apagando a minha vela e correndo pro Edward, que estava branco. A porta estava longe da gente e atrás da entidade. Estávamos encurralados e eu já via a minha morte.

Emmett pegou a lanterna que estava no chão e iluminou a nossa frente.

- AAAAAAAAHHHHHHHHH – gritamos ao ver que realmente tinha mais alguém ali.

Depois do surto fomos aos poucos parando de gritar. Me decepcionei ao ver que o assassino na verdade era a Sra. Glow. A coitada parecia mais assustada do que a gente.

- Vocês querem me matar do coração? – Ela disse com a mão no peito.

Eu não conseguia falar nada, e pelo jeito eles também não. Ela nos encarou por uns segundos e marchou até a porta.

- Não façam mais isso – disse, já fora da biblioteca. – Não esse ano – e então desceu as escadas deixando nós seis com cara de idiotas.

Ficamos alguns segundos ainda amontoados na parede. Depois que o susto foi passando todos ficaram gradativamente mais relaxados. E então Emmett soltou a frase que todos ficaram gratos de ouvir.

- Eu trouxe tequila, alguém vai?

Soltamos vivas e começamos a beber com os copinhos de plástico do bebedor da biblioteca – estamos em um castelo bebendo tequila em copos descartáveis. Por essa eu não esperava.

(…)

- HAHAHAHAHAHAHAHAHA...

Eu nem sabia mais do que estávamos rindo, só sei que a tequila já tinha ido toda e Emmett estava pensando em pegar uma vodka.

- Gente – Emm disse com um quê de mistério na voz. – Eu tenho uma história de arrepiar – colocou então a lanterna no queixo, dando um ar sombrio pro seu rosto.

- Emmett, eu não to mais afim de ouvir histórias eróticas – falei entediada.

- Ah Bella, você é tão estraga prazer – a baixinha se mostrou emburrada com o meu comentário.

Rose, Emmett e Edward caíram na gargalhada enquanto Jasper olhava pra ela incrédulo. Ao ver a cara dele não aguentei e explodi em risadas também. Alice – que parecia perdida – entrou na brincadeira deixando o coitado com cara de idiota.

- Ai, você ainda me mata, baixinha – Emmett disse já recomposto. – Bella, a minha história não tem pornografia – acrescentou. E depois completou pensativo – Mas acho que isso a tornaria bem mais interessante – ele agora sorria perdido em sua imaginação SUPER fértil.

Revirei os olhos e fiquei de quatro, dando um tapa na cabeça dele – que estava do outro lado da roda. Voltei pro lugar onde eu estava, entre Alice e Rose, e fiquei de pernas cruzadas novamente.

- Conta logo a tal história macabra – imitei um fantasma, sem sucesso.

Alice – a bêbada – teve outra crise de riso junto com o bombado. Ele que deveria ser irmão dela, e não eu. Inspirando várias vezes Emmett tentou conseguir algum ar e então falou.

- É a história de um dos fantasmas que assombra o castelo – ele agora estava sério.

- Corta essa, cara – Jasper desdenhou fazendo gestos com a mão. – Isso não existe.

Pruuuuum.

- AAAAAAAAAHHHHHHHH – eu e as meninas gritamos quando o barulho do trovão ecoou pelo aposento.

- Ei, vocês estão parecendo três galinhas desse jeito – Edward tampava os ouvidos. – E já são onze horas, se meus pais nos pegarem aqui, vamos ter que ir embora – falou emburrado.

Eu não queria discutir e nem sair dali, então optei por ficar quieta e tentar me controlar. Allie e Rose pareciam pensar o mesmo que eu, pois logo ficaram caladas.

 Agora todos fitavam Emmett querendo saber da história.

- Pela reação de vocês ao raio, acho que não deveria contar nada – disse fazendo um charme.

- Desembucha logo, grandalhão pervertido – pediu Jasper com uma delicadeza ímpar, à La Edward.

Emmett revirou os olhos e depois retomou seu ar misterioso, olhando cada um de nós nos olhos.

- Há muito tempo atrás uma princesa do castelo se apaixonou por um dos soldados e eles viviam um lindo romance às escondidas – Rose e Alice suspiraram. – Um dia a linda princesa resolveu contar pro Rei sobre o seu amor.

“Não satisfeito com o romance, o Rei mandou o soldado em uma missão por sete anos além dos oceanos. Ele tinha a esperança de que sua filha o esquecesse, então cortou qualquer meio de comunicação que eles pudessem ter um com o outro” ele nos fitou novamente, dando uma pausa.

“Conforme o tempo passava, a princesa ia ficando cada vez mais deprimida. Depois, como mais uma tentativa de acabar com esse amor, o Rei disse a princesa que o soldado havia se casado, e que agora tinha uma família. Isso acabou deixando a garota mais melancólica.”

Nessa parte até eu suspirei, que história mais trágica e deprimida. Me surpreendeu ela estar saindo da boca de Emmett. Mas pela cara que ele fazia não era ali que ela terminava. Procurei então me concentrar e ouvir até o final.

- Vendo o estado da filha, o Rei comprou um lindo tecido rosa e mandou que as empregadas do castelo fizessem o mais belo vestido pra ela. Já tendo em vista que era de sua cor favorita.

Aquilo me fez lembrar do pesadelo assustador que tive. Senti um frio subir minha espinha e fiquei toda arrepiada. O que faltava era eu ser perseguida por um fantasma.

- Na última prova de roupa, a princesa foi até a torre de batalha mais alta do castelo, e se jogou nas rochas causando a própria morte.

Agora eu e as meninas soltávamos exclamações de surpresa. Que vida trágica dessa princesa.

- O soldado acabou voltando mais cedo de sua missão, e ao saber o que aconteceu com sua amada ficou inconsolável. Nunca mais o viram, e até hoje de sete em sete anos a princesa vem assombrar o castelo. Ela sai das águas à procura de seu amor e anda por aí.

Ok. Emmett filho da mãe. Se ontem eu não consegui dormir só por uma provocação do Edward agora eu tava fudida. Era o que me faltava, ter um sonho com o fantasma e agora saber que o tal existia. Merda.

Alice estava branca e tinha os olhos marejados, naquele momento ela parecia mais inocente e indefesa do que nunca. Quando ia consolá-la vi os braços de Jasper envolverem-na.

Rose parecia assustada também, mas se mostrava mais forte do que Alice, pois se levantou em silêncio e se dirigiu pro lado do consumidor de anabolizante. Edward parecia entediado, ele brincava com o copo descartável.

- Acho que já está na nossa hora – o rabugento disse levantando, pro meu desespero.

Já que os casais usaram o medo como desculpa pra ficarem se agarrando, eu corri atrás dele. Quando chegamos no fim da escada, decidi que não daria pra eu me fazer de forte essa noite, ainda mais com essa sensação estranha que eu sentia no momento.

- Ed – chamei, dando o braço a torcer.

- Fala, gostosa – respondeu ainda concentrado no copo, que estava transformando em algo parecido com um sol.

- Er... Será que você poderia me fazer companhia hoje? – perguntei tímida.

Ele parou derrepente, fazendo com que eu trombasse nele e caísse de bunda. Antes que eu pudesse reclamar ele me pegou no colo e caminhou em direção ao meu quarto.

Na porta ele me pôs no chão e eu a abri. Estava tudo escuro e como no momento eu estava desprovida de coragem resolvi me fazer de maluca e deixá-lo entrar primeiro – que rapidamente acendeu a luz.

- Sabe, achei que você fosse mais corajosa – deu de ombros tirando a camisa.

OMFG.

Ele tinha mesmo que fazer isso? Eu ia acabar o mês louca se ficassemos só assim até lá. Limpou a garganta, fazendo com que eu corasse imediatamente ao ver que havia sido flagrada secando seu corpo perfeito.

- É... – o que ele tinha falado mesmo?

- Você está bem? – perguntou se jogando na cama e cruzando os braços atrás da cabeça.

Era a visão do paraíso. Óbvio que pra estar no paraíso eu teria que estar ali, coladinha nele.

- Bella? – me chamou.

- Oi... Eu... Ah! – Lembrei o que ele havia perguntado.

A cada palavra que eu soltava ele ia mudando de expressão. No final ele tinha uma sobrancelha levantada e um sorriso debochado no rosto.

- Sabe o pesadelo que eu tive? – falei indo até meu armário, que parecia se distanciar.

- O que tem ele? – perguntou interessado.

Eu peguei meu pijama e já ia trocar a blusa quando ouço o desgraçado rindo atrás de mim, e só aí que eu vi que devia estar ficando louca. Na verdade eu estava perturbada com aquele Eros na minha cama.

- Já volto – disse totalmente sem graça indo pro banheiro.

Como ele ia ficar ali a noite toda, fui tomar uma ducha fria pra acalmar o lado Alice que se aflorava em mim. Os jatos gelados que batiam em minhas costas eram agradáveis e me fizeram relaxar. Fechei os olhos e tentei não pensar em nada.

- Bella, ta tudo bem aí dentro? – Edward perguntou do outro lado da porta.

Desliguei o chuveiro percebendo que havia esquecido do tempo e peguei a toalha.

- Ta sim, só estava com um pouco de dor de cabeça – menti.

Me enxuguei rápido e coloquei um baby-doll. Sai do banheiro secando o cabelo e sentei na ponta da cama de costas pra ele. Senti a cama afundar e lá estava Edward me olhando de perto.

- Me conta seu pesadelo – pediu curioso.

Eu já havia até esquecido da suicída de rosa que assombrou minha noite. Ele tinha mesmo que me lembrar disso?

- Ah, eu sonhei com a princesa – disse olhando meus joelhos.

- Com a princesa? – Edward estava visivelmente confuso.

Soltei uma jorrada de ar pela boca e me preparei pra contar tudo a ele. Falei todos os detalhes e ele riu quando eu disse que havia caído – era mesmo patético.

- Nossa – falou quando terminei. – Interessante.

- Interessante?

- É. Sabia que na teoria esse é um dos anos em que ela “aparece”? – disse desinteressado fazendo aspas no ar.

Pronto. Agora mesmo que eu não durmo. A maluca tinha que voltar logo esse ano que eu to aqui? Teria que alugar Ed pelo resto do mês.

Mas... Porque isso é ruim mesmo? Não é. Sorri maliciosa.

- Bella? – passou a mão na frente do meu rosto.

- Ed, você tinha mesmo que me contar isso?

Ao fim da frase ele estava mordendo o lábio inferior e tinha uma sobrancelha levantada. Agora eu morro. Não consegui pensar mais em nada, só naquela boca que parecia um imã pra mim.

- Se quiser te protejo – falou baixo com a voz rouca, me deixando mais doida. – É só me pedir – se afastou deitando na cama e me deixou quase babando e em transe.

(…)

Eu estava na biblioteca lendo Romeu e Julieta e de repente alguém entra e para na minha frente, fazendo sombra no livro que eu estava concentrada. Quando ia protestar quase tive um infarto.

Era ela.

- O- o que…? – gaguejei.

Ela sorriu, mostrando que seu rosto sob a luz do sol era ainda mais lindo. Eu ia tentar novamente falar, mas ela se virou e foi andando mais pra dentro da biblioteca, entre as estantes.

Curiosa a segui. Já que estava no inferno…

Ela chegou perto de uma parede e sorriu novamente pra mim. Depois puxou um livro de capa verde e então eu acordei.

Estava arfando e suada, ia me mexer, mas braços me cercavam. Sorri com a idéia de ter ficado a noite toda assim.

- Bella? – a voz rouca e sexy soou no meu ouvido. – Ta acordada?

Eu não queria sair dali agora, era muito confortável e parecia tão certo. Coloquei a atriz que existe em mim – em algum lugar – em ação e fingi dormir. Fiquei satisfeita quando ele me agarrou mais ainda e colou meu corpo junto ao seu. Tirei mais uma soneca, sem sonho.


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Notas finais do capítulo

E aí, o queestão achando?



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