The Powerful escrita por rafa_s


Capítulo 9
Capítulo 8: Isso não estava nos meus planos




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Passamos no meu quarto pra eu pegar alguma roupa, meu baby-doll e minha nécessaire. Assim que cheguei ao quarto dele, fui direto pra janela. Agora o oceano era iluminado pela lua que aparecia por entre as poucas nuvens que tinham no céu.

- Eu podia ficar aqui pra sempre, só observando essa paisagem – falei suspirando.

- Vai se arrumar, Bella – ele disse me puxando dali. – Já te dei passe livre pra você ver isso quando quiser.

Relutante, obedeci, fui trocar de roupa e escovar os dentes. Quando coloquei o baby-doll vi que era curto demais, mas não tinha mais volta. Respirei fundo rezando pra ele já estar deitado.

Pelo jeito joguei pedra na cruz, além dele estar de pé, usava somente uma calça de moletom, deixando o seu tanquinho com seis quadradinhos à mostra.

Quando me viu, começou a analisar meu corpo enquanto eu sentia meu rosto esquentando. Ele olhou minhas pernas e foi lentamente subindo para meu quadril, parando um tempo ali. Depois olhou meus seios, me deixando ainda mais vermelha.

- Ed? – Chamei sem graça.

Ele me encarou e sorriu. Safado. Depois entrou no banheiro e fechou a porta. Fui colocar a roupa que eu estava usando na minha bolsa e depois me joguei na cama dele. Era macia, espaçosa e tinha seu cheiro. Fiquei imaginando como seria ter isso tudo pra mim – eu até era rica, mas nada perto dele.

- Já dormiu? – Edward perguntou derrepente.

Levei um susto, dei um pulo e soltei um gritinho – acabei caindo de joelho na cama com a boca tampada pelas minhas mãos e olhando assustada pra ele.

- Ei, calma – disse quando percebeu que me assustou de verdade. – E você nem sabe as histórias do castelo.

Aquela última frase fez um frio subir pela minha espinha.

- Que histórias? – perguntei me ajeitando no lugar.

Ele andou até a cama e sentou do outro lado, depois virou pra mim – estava sorrindo maliciosamente.

- Nada que você tenha que se preocupar, gostosa – se deitou. – Agora deita aí e vamos descansar que amanhã é domingo.

Ele se cobriu e se espalhou pela cama. Deitei e me cobri também, a fim de esquecer o que tinha acontecido, mas do que ele tava falando afinal?

- Bella, você ta com medo? – perguntou se virando pro meu lado.

Fiz o mesmo e ficamos nos encarando.

- Não – menti.

Ele me lançou o sorriso torto e balançou a cabeça.

- Já te disseram que você é uma péssima mentirosa?

- Eu não menti – tentei novamente.

- OK – fingiu acreditar. – Só não vai me agarrar durante a noite – se virou pro outro lado e murmurou alguma coisa, que eu não consegui identificar.

Virei pro outro lado “Se o inimigo ia me atacar, que fosse de frente”, pensei. Mas que inimigo?

E foi com esse pensamento que dormi.

Eu estava fora do castelo e vi uma mulher, ela usava um lindo vestido rosa e estava parada no meio do jardim olhando a torre mais alta e mais antiga. Quando cheguei mais perto ela se virou e me encarou. A mulher era linda, parecia uma princesa. Derrepente um clarão cruzou o céu, e sua face se transformou, tomando um tom pálido com uma feição de dor e ódio. Aquilo me assustou e tentei correr, mas acabei caindo – isso ta ficando ridículo, até em sonho?

- AAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH – gritei, sentando na cama toda suada.

- Bella, você ta bem? – perguntou Edward assustado se sentando ao meu lado.

De início me assustei, mas logo lembrei onde eu estava e com quem. Relaxei e ainda ofegante assenti pra ele – que havia ligado o abajour que ficava ao lado de sua cama.

- Foi só um pesadelo – falei me levantando e indo em direção ao banheiro.

Lavei meu rosto e me encarei no espelho. Que sonho foi esse? Não tenho nada assim desde que vi o exorcista com Alice e minha mãe. Tudo culpa do desgraçado do Edward que ficou implicando comigo antes de dormir.

Sai do banheiro e marchei até a cama com a cara fechada, nem olhei pra ele.

- Bella? – Chamou.

Ignorei e virei pro lado.

- Beeeeellaaaa – chamou denovo, dessa vez como uma criança quando quer alguma coisa.

Me fiz de maluca e fingi que estava dormindo. Inesperadamente ele começa a fazer cosquinhas em mim. Como ele era mais forte, óbvio que eu não consegui me soltar, então fiquei chorando de rir até ele parar. Respirei várias vezes fundo, tentando buscar todo o ar que perdi.

- Agora da pra me dizer o porquê da senhora estar me ignorando? – Perguntou me segurando pelo ombro, fazendo com que eu olhasse pra ele.

- Por que você me botou medo – falei emburrada.

Ele sorriu pra mim, e aquilo fez com que por segundos a minha raiva sumisse. Rapidamente me virou de costas pra ele e me abraçou pela cintura.

- Esquece isso e dorme, amanhã se você quiser eu te conto a história – quando eu ia protestar ele reclamou. – E não, eu não vou te soltar. Agora cala a boquinha e aproveita, não é qualquer uma que pode ter esse lugar.

Resolvi me calar e aproveitar a posição, já havíamos dormido juntos – inconscientes, mas juntos. – O resto da noite foi tranquila e sem sonhos.

Acordei com Edward me cutucando, ora com o dedo, ora me balançando.

- É bom você ter uma boa desculpa pra estar me acordando, Edward Cullen – eu disse com a voz rouca de sono.

- Elas estão aqui – falou rouco no meu ouvido me dando um arrepio na espinha. – Me salva. Rápido!

Quando levantei, a porta do quarto se abriu e por ela passaram Victoria, Irina, Jessica e Lauren. “Como elas conseguiam entrar sem arrombar?” pensei analisando a porta. Ao nos verem ficaram paradas olhando o quadro – eu meio deitada toda descabelada e Edward sem camisa, praticamente em cima de mim segurando meus ombros e olhando pra elas.

- Abacatinho, o que significa isso – apontou pra mim enfatizando o “isso”.

Edward saiu do transe e se levantou – ele estava tenso. – Caminhou até elas com a mão em punhos.

- EU que pergunto, sua maluca – ele praticamente cuspiu na cara dela. – O que faz você pensar que pode entrar aqui desse jeito?

Eu estava chocada. Minha boca era um “o”, nunca esperaria isso, não agora. Ontem mesmo ele estava fugindo delas, e agora lá estava ele como Bruce Banner a ponto de virar o Hulk.

- E então? – gritou novamente.

Saí do choque pra observar as invasoras. Constatei que elas estavam tão chocadas, ou mais, do que eu. De repente Victória pareceu boa o bastante pra falar.

- Eu… A ge-gente só que-ria saber… - gaguejou.

- E não podia esperar? – ele olhou furioso uma a uma. – Saiam daqui agora!

Então elas correram como uma manada de búfalos e acabaram amontoadas na porta. E então Irina se afastou e deu um empurrão nas três, fazendo-as caírem no corredor. Antes de sair deu um tchauzinho e se foi.

- Acho que ta na hora de meter meus pais nisso – ele disse desanimado fechando a porta.

 (…)

Chegamos ao escritório de Carlisle e Edward bateu na porta. Esme a abriu rapidamente, parecendo surpresa com o que via, mas logo estampou um sorriso acolhedor e mandou que entrássemos.

Carlisle não estava no cômodo, isso fez com que eu me sentisse mais a vontade. Sentamo-nos de frente pra enorme mesa e Esme nos acompanhou, mas se instalou na grande cadeira.

- O que trás vocês aqui, meus queridos? – perguntou serena e calma de mais.

Edward estava rígido, toda aquela fúria parece ter dado lugar à insegurança. Imediatamente segurei sua mão por baixo da mesa e limpei a garganta – chamando a atenção de Esme.

- Esme, estamos aqui pra falar de um problema que Edward tem – falei firme e de uma vez só.

Ela pareceu surpresa, mas curiosa. Tomei isso como um bom ponto de partida e imediatamente comecei a narrar a novela mexicana que Edward vivia todo verão. Quanto mais eu contava, mais assustada ela ficava, e quando terminei se levantou e abraçou Edward.

- Me perdoe por isso, meu amor – ela disse como se estivesse se sentindo culpada, se soltou e ficou olhando pra ele. – É tudo minha culpa.

Agora eu não estava entendendo nada. Passei o olho pela sala procurando alguma bebida forte, ou uma droga jogada por cima da mesa. Não achei nada, então a encarei denovo à procura de uma resposta.

- Sentem-se – indicou as cadeiras que ocupávamos antes dela se levantar. – Elas sempre me falam tão bem de você. Presumi que fossem amigos – quando entendi o significado de amigos fiquei boba. – Achei que você não se incomodasse, afinal nunca me disse nada – parecia estar prestes a cair em prantos.

- Calma mãe, também não precisa ficar assim – Edward estava visivelmente incomodado em vê-la daquele jeito. – Eu estou bem, a Bella está me salvando dos leões – disse enquanto acariciava o cabelo dela.

Esme sorriu pra mim e se desvencilhou do filho mandando-o sentar.

- Acho que vou chamá-las aqui e ter uma conversa séria com todas elas – declarou cheia de determinação.

- Mãe, não precisa disso. Só quero que você não deixe elas pegarem nessa chave novamente – ele explicou.

Depois do mistério resolvido, ficamos conversando com Esme sobre o grupo, e ela parecia feliz de Edward finalmente ter arrumado uma amizade.

Fomos tomar café, mas como era cedo de mais pra um domingo, não tinha ninguém comendo ainda. Depois nos dirigimos pro meu quarto pra eu guardar as roupas sujas de ontem.

Edward estava todo animado, pois finalmente teria paz em seu aposento. Ele estava empolgado me contando de quando Emmett descobriu que papai noel não existia. Quando parou de falar, fitei seu rosto e vi que tinha praticamente um ponto de interrogação impresso na sua cara. Segui seu olhar e foquei em um embrulho que tinha na frente da minha porta.

Corri em direção à caixa. Chegando lá, vi que nela tinha um cartão com o meu nome – era impresso. - Ágilmente peguei o envelope e abri, tirando uma folha branca de dentro.

Bella,

Precisei viajar além do oceano pra encontrar algo que me encantasse tanto. Espero que goste do humilde presente que comprei pra você.

Com amor,

Seu admirador.

Mal terminei de ler e o papel já estava sendo arrancado da minha mão. Os traços no rosto de Edward eram severos e ele não parecia muito feliz. Ignorei e me lancei no presente. Abri a porta do quarto e corri pra minha cama arrancando todo o papel colorido que envolvia o pacote.

Quando abri me animei instantaneamente, era uma caixa de bombons e parecia bem cara. Meu subconsciente queria que aquele presente fosse do garoto parado na minha frente, mas pela expressão rabugenta que ele adquiriu, eu já sabia que não era dele mesmo.

- Quer um, Ed? – Falei esticando a caixa. – Está uma delícia.

Ele bufou e se sentou ao meu lado.

- Não, vai que é da Victoria e tem veneno? – disse despreocupado.

Eu não tinha pensado nessa possibilidade. Aquela menina era uma doida, e isso com certeza poderia ser armação dela. E se tudo fosse uma vingança de James?

Peguei a caixa como se estivesse com nojo e joguei em cima de um dos sofás do quarto – arrancando risadas de Edward. Olhei brava pra ele, que prontamente parou de rir. Me levantei e fui arrumar as coisas.

- Qual é o programa de hoje? – Perguntei de costas pra ele, com a cabeça dentro do armário.

- Não sei, acho que podemos ficar pelo castelo mesmo. O que você acha? – perguntou destraído.

Me virei pra ele para dar a resposta e vi que ele ainda encarava o meu mais novo presente.

- Pode ser – disse por fim, dando de ombros e tirando-o de seus pensamentos.

Ficamos conversando até a hora do almoço no meu quarto. Ele era um excelente amigo e nos dávamos incrivelmente bem. Chegando à sala de jantar, toda a trupe estava lá. Antes de sentar fui cumprimentar Jake, Leah e Seth que estavam em uma conversa animada com Ângela e Mônica.

Fui pro meu lugar, e surpreendentemente Edward e Alice travavam uma discussão sobre o meu mais novo “admirador”. Eles já estavam quase gritando, então forcei uma tosse pra ver se os dois tomavam juízo.

Depois do almoço Esme e Carlisle reuniram todos na sala de estar. Perguntei pra Edward, mas ele também não fazia idéia do que estava acontecendo.

- Boa tarde pra todos – Carlisle disse gentilmente. – Bom, com o término da primeira semana, e tendo em vista que vocês se deram muito bem com seus parceiros, Esme e eu resolvemos mudar os grupos pra vocês se conhecerem melhor.

Esme tomou a frente e prosseguiu.

- De acordo com os grupos da semana passada, resolvemos misturar e fizemos novos grupos – discretamente vi que ela deu uma piscada pro Edward.

Carlisle se dirigiu até um mural de cortiça e lá prendeu uma folha.

- Aqui estão os grupos que serão oficiais a partir de amanhã – apontou a folha. – Obrigado pela atenção de todos, agora aproveitem seu domingo.

Os dois subiram a escada, deixando só conversas baixas pra trás. Alice rapidamente correu até o mural e de lá soltou um gritinho animado. Ela voltou praticamente dançando e vi que os quatro ao meu lado a olhavam curiosos.

- Ed, sinto te informar, mas sua mãe te separou do Emm – cantarolou despreocupada. – Jazz, se tivermos que fazer algum tipo de trabalho será no meu quarto, ok? – E deu uma piscada safada pra ele.

Jasper estava vermelho e parecia abobalhado com o que a diabinha havia acabado de falar. Vi que Rose, Emm e Edward fitavam ela do mesmo jeito. Não aguentei e caí na gargalhada. Quem via Alice achava que era a raínha das fadas-puras, mas eu sabia muito bem a mente que aquele projeto de anã tinha.

- Alice, diz logo qual é o nosso grupo – perguntei já que os outros ainda processavam a mente poluída da baixinha.

- O nosso grupo é a gente, o Jasper, o Edward e um tal de Tyler – disse pensativa.

- Calma – Rose praticamente gritou. – Me separaram de vocês? – Ela estava visívelmente irritada.

- Calma sua louca – Alice parecia tranquila. – Você ta no grupo do Emmett.

Aquilo pareceu o suficiente pra ela, que agora estampava um sorriso sem graça. Emmett não pareceu preocupado em demonstrar sua felicidade, logo a abraçou de lado pela cintura.

Após uma tarde chuvosa e descontraída, jantamos ainda animados com nosso novo grupo. Ao terminarmos surgiu a pergunta “O que vamos fazer agora?”

- Vocês não têm bebida por aí não? – perguntou a baixinha cheia de fogo.

- Temos – Emmett pareceu com tão incendiado quanto Alice. – Vou pegar. Me encontrem na biblioteca – e saiu correndo veloz como uma bala.


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