It Was Meant To Be escrita por Mi


Capítulo 10
60 Segundos


Notas iniciais do capítulo

Depois de vários meses eu resolvi aparecer (cara de pau). Vocês já estão cansados de desculpas esfarrapadas de escritores que demoram séculos para atualizar, por isso não vou deixar nenhuma. Espero que a vontade de me matar não aumente com esse capítulo.
Boa leitura!



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Capítulo X: 60 Segundos

O Sol estava se pondo. As nuvens ganhavam cores no céu. Já fazia um dia que estavam no mar, sem sinal se quer de terra firme.

As horas que se seguiram assim que deixaram a “Ilha dos Diabetes”, como a própria filha de Atena havia apelidado, foram cheias de carícias. A loira cedera a mais alguns beijos de Percy, deixando bem claro que ainda estava magoada.

Quando Annabeth viu os grãos de areia, envoltos pela água do mar, tão perto dali, os olhos saltaram da órbita. Finalmente encontrariam o semideus que estavam procurando?

Caminhou lentamente até onde Percy descansava. Admirá-lo, enquanto dormia, era realmente incrível. Lembrou-se que, nos seus mais íntimos desejos, gostaria de acordar todos os dias e observá-lo dormir, até que ele abrisse os olhos e a notasse ali, ao seu lado, sorrisse e sussurasse um bom dia.

Alisou os cabelos do moreno e beijou-lhe a testa.

– Cabeça de Algas, acorde. Acho que chegamos ao nosso destino. Só pode ser aqui.

O garoto respondeu algo, que saiu abafado pelo travesseiro, impedindo que Annabeth compreendesse.

– Vamos, Jackson. Levante logo esse seu trazeiro daí. – Disse irritada, empinando o nariz.

– Prefiro quando me chama de Cabeça de Algas. – Respondeu virando-se para ela e sorrindo. – Aliás, pode repetir o beijo para me acordar? Mas tenta abaixo do nariz agora.

Annabeth revirou os olhos, deixando claro que estava de saída. Então o filho de Poseidon, num gesto rápido, sentou-se e a puxou pela cintura.

– Se você não dá, eu roubo. – Falou, selando seus lábios.

– Criança! – Ralhou a loira, levantando-se logo em seguida, já que caíra sobre o garoto.

– Que você adora! – Retrucou Percy, deitando-se novamente.

– Jackson, a ilha. Vamos logo.

[...]

Assim que adentraram na Ilha, foram surpreendidos por uma mensagem de Íris.

Reconheceriam aquela beleza exuberante em qualquer lugar. A mulher que ali aparecia, era ninguém menos que a deusa do amor, Afrodite.

– Pombinhos! Como vão vocês? Espero que não estejam feridos. Não foi minha intenção em momento algum, pelo contrário, só quis ajudar. Bom, se ainda não perceberam, eu mesmo conto: Estou por trás dessa missão. Tchrã! Ah, não me odeiem, por favor. Vocês se amam, eu sei que sim e não suportaria ver o meu casal favorito separado, quando em momento algum, nenhum dos dois desejou isso.

“Deixei essa mensagem para pedir desculpas se causei algum dano e dizer que o semideus está nessa ilha. – Então a imagem se calou e Afrodite colocou a mão na boca – Estou falando muito rápido, não é? Enfim, procurem a árvore do fruto proibido, o encontrarão lá. Boa sorte!” – E a imagem tremeluziu e foi desaparecendo com uma deusa enviando beijos pelo ar.

Os semideuses estavam estáticos.

– Eu devia ter desconfiado. – Bradou Annabeth, batendo os pés contra o chão.

– Calma, Sabidinha. – Percy tentou pará-la, segurando-a pelos ombros.

– Estou cansada, Percy! Cansada desses deuses se metendo em nossas vidas. – Estava irritada, já não bastava a mãe ou a perseguição dos monstros, agora todos os deuses queriam intervir.

O moreno abraçou-a.

– Não fique assim, pelo menos nós nos resolvemos.- Falou, a voz branda, beijando-lhe o topo da cabeça.

– Eu disse que ainda não te perdoei. – A filha de Atena fez birra, fechando a cara.

– Ainda. – E dizendo isso, juntou seus lábios ao dela.

– Melhor nos concentrarmos na missão.

[...]

Estavam à procura da macieira já faziam alguns minutos. Percy sentia-se disposto, mas Annabeth não. Um cansaço começou a tomar-lhe conta e ela não sabia o motivo.

– Vem Annabeth. – O garoto estendeu-lhe a mão, vendo que ela parara. – Nem andamos tanto assim. – Falou zombando com ela.

– Você tem água aí? – Perguntou. – Minha garganta está seca e estou um pouco zonza.

– O quê? Você não está se sentindo bem? Vamos voltar ao iate. – Já ia andando em direção a praia, mas Annabeth resolveu contestar.

– Não Percy, falta pouco. Acho que aguento. – Disse, tentando tranquilizá-lo.

– Você tem certeza? – Indagou.

– Claro. – A garota sorriu fraco, tentando demonstrar que não se sentia tão mal assim.

E então continuaram a busca.

[...]

– Ali está ele. – Gritou Percy, apontando para um garoto ruivo enjaulado. O mesmo foi correndo em direção a criança.

Annabeth continuou caminhando, já que seus pés não lhe ajudavam a andar mais rápido.

– Oliver? O que você faz aí? – Percy reconheceu o filho de Apolo.

Oliver Dawson, era um dos filhos mais novos – até então reconhecidos – de Apolo. Havia chego no acampamento alguns meses antes da missão. Tinha apenas 12 anos e não se dava muito bem com os irmãos. Era ruivo e magricela, mas encantador. Percy o ajudara algumas vezes e Oliver o admirava muito.

– Percy! Finalmente. Não sei como vim parar aqui, a última coisa que me recordo é de uma mulher bonita falando comigo e depois... – Disse o garotinho, confuso.

– Vou te tirar daí. Annabeth, me ajude aqui. – Gritou Jackson, vendo a demora da loira.

– Quem é Annabeth? Sua namorada? – Disse Oliver, curioso.

– Não. – Respondeu cabisbaixo.

– Ela é bonita. – Afirmou o ruivo. – Você acha que eu tenho chances com ela? – Perguntou logo em seguida.

Percy riu, embora sentisse uma pontada de ciúmes. Mas qual é? Era o pequeno Dawson ali, não havia motivos para isso.

– Não sei, por que não pergunta para ela? – Sugeriu.

– Vou fazer isso mesmo. – Respondeu confiante.

Quando Annabeth aproximou-se, reparou que a loira estava terrivelmente pálida.

– Annie, você parece um fantasma. – A esse ponto, o garoto estava demasiadamente preocupado com ela.

– Estou bem, um pouco cansada, Percy. Só isso. – Disse ofegante.

– Isso são coisas de se falar para um donzela, Percy? A senhorita é muito linda. – Oliver pronunciou-se, as bochechas ficando no tom do cabelo.

Annabeth sorriu.

– Obrigada cavalheiro. Esse outro aqui é um grosso. - Apontou para Percy. - Qual é o seu nome?

– Oliver Dawson. Você também é semideusa? Como eu nunca a vi no acampamento?

O assunto ainda doía no peito de Annabeth. Afinal, sofrera muito quando teve de sair de lá, mas não via problema agora em lembrar-se disso.

– Resolvi entrar para a caçada alguns anos atrás. – Falou simplesmente.

– Para a caçada de Ártemis? Você é doida? Ah, já sei! Você não gostava de garotos antes, mas vejo que sua sorte está mudando, porque você me conheceu. – Falou, piscando um olho para ela.

Annabeth soltou uma gargalhada, que foi interrompida pela dor que sentiu no abdômem.

Percy pigarreou, chamando atenção para si.

– Se vocês não se importam, ainda precisamos tirar o garoto da jaula.

– Claro. – Eles concondaram e Annabeth então ajudou Percy a abrir a gaiola em que se encontrava o menino Dawson.

Assim que viu-se livre, correu para os braços do moreno, abraçando-o.

– Obrigada Percy, mais uma vez.

– Que nada, baixinho. Já disse que vou ajudá-lo sempre. – E então, afundou uma das mãos nos cabelos alaranjados do menino, bangunçando-os. O mesmo desvencilhou-se dele e abraçou Annabeth.

– Obrigada Annie. – E ela repetiu o gesto de Percy, bagunçando os fios acobreados.

– Não há de quê, nobre cavalheiro. – E piscou para o menino.

– Isso é estranho, não é? Eu é quem deveria salvar a donzela. – Oliver disse pensativo e os três caíram no riso.

Então ouviram palmas e viraram-se para ver quem era. O sarcasmo que inundava a voz não impediu que ela fosse reconhecida.

– Ora, ora, ora. Vejam se não é a filha ingrata e o genro teimoso?! Eu devia saber que você não cumpriria sua promessa, peixinho. Como ousa desobedecer-me? – Atena disse, controlando a imensa vontade de acertá-lo com sua lança.

– Como ousa você fazer isso comigo, mamãe? – Annabeth interferiu. – Você nem se quer ligou para como eu fiquei quando Percy terminou comigo, sem motivos aparentes.

– Sempre deixei claro que era contra esse romancezinho de vocês! Já consegui separá-los uma vez e conseguirei de novo. Afrodite pensa que está ganhando, mas não está.

– Eu não deixarei que você faça isso mais uma vez, Atena. Posso ter abaixado a cabeça antes, mas agora não. Você não entende? Eu a amo. E enfrentarei quem precisar para tê-la comigo. – Dessa vez, Percy quem havia se pronunciado.

Antes que a deusa da sabedoria pudesse dizer algo, ouviram o som de algo caindo. Annabeth estava ao chão e Oliver, na tentativa de diminuir o impacto da queda, estava sob ela.

– Annabeth! – O moreno gritou, correndo em sua direção. – O que está acontecendo com você, Sabidinha? – Tirou-a de cima de Oliver, colocando-a sob seus braços.

– Percy... – Ela tentou, mas a voz falhou.

Atena, que já entendia tudo, estava irada. Não, aquilo não podia estar acontecendo.

– Olha o que você fez com ela, moleque! Ela está morrendo! – Bradou.

– Morrendo? Como assim morrendo? – O garoto desesperou-se. Aquele só podia ser mais um dos truques da deusa.

– Ela era uma caçadora, quebrou o juramento. Pelos deuses, minha filha não! – E a esse ponto, já estava desesperada.

– A culpa é sua. – Despejou Percy, sobre a deusa. – Nada disso teria acontecido se você não me obrigasse a ter terminado com ela... – Mas foi impedido de continuar, pela pequena mão que fracamente se encaminhou para seus lábios.

– Por favor, não... Não briguem. – Pediu Annabeth e expremeu os olhos, tentando afastar a dor.

Percy mal enxergava devido as lágrimas que vinham descontroladas. Oliver estava confunso, mas as mãos tremiam e os olhos marejavam, devido ao pouco que estava entendendo. E Atena, ah... Essa o sentimento de culpa começava a aparecer, inundando sua mente. Estava perdendo a filha bem diante dela. Sua favorita. O presente de uma paixão tão linda.

Então a loira segurou nas mãos da mãe.

– Mamãe... A culpa não é da senhora. – Engoliu seco. – Não diretamente... O que quero dizer é que, foi escolha minha entrar na caçada... Eu poderia ter seguido outros caminhos...

Atena limpou as lágrimas que escorriam pelo rosto da menina e beijou-lhe o topo da cabeça.

– Eu amo você, Annabeth. Só eu sei o quanto te amo. Me desculpe, eu nunca quis... Não quero perdê-la. – E então, pela primeira vez, pelo menos para eles, viram uma deusa chorar.

A loira sorriu fraco.

– Percy... – Chamou a atenção do moreno. – Não chore...

– Você... Annabeth, seu maior medo era que eu morresse e agora... Você está aqui. Eu não consigo suportar, eu não... – Ele não conseguia terminar. O nó em sua garganta era enorme. O amor da sua vida estava o deixando em seus braços. E a culpa também era dele.

– Cabeça de Algas... Eu... Me desculpa ter sido tão dura. Eu... – Annabeth estava calma. Embora a voz estivesse fraca e embargada pelo choro, ela só queria dizer tudo o que precisava, antes de deixar aquele mundo. – É normal, não é? Semideuses não vivem por muito tempo. – Fechou os olhos com força mais uma vez, por causa da dor.

“Eu tive sorte em viver 17 anos... E pelo menos cinco deles ao seu lado. – Sorriu fraco. – Antes... Antes de ir... Percy, não chore, olhe para mim, por favor – implorou – Diga a Thalia, diga a ela que estarei com Luke. Ele cuidará de mim. – Aquilo fez Percy torcer levemente o nariz. – Ao papai e aos meus irmãos, que eu os amo. Mãe – Annabeth olhou para o lado – Também amo você. E.. – suspirou pesadamente – Peça desculpas a Ártemis...”

Então fez um gesto para que Percy aproximasse o rosto do seu.

“Eu devia ter... eu devia ter falado do chifre do minotauro... Aquela primeira vez que nos falamos... E...”

– Eu não teria ficado tão intrigado em relação à você... – Percy admitiu em meio as lágrimas. – Eu tinha uma foto sua no meu caderno...”

– Deixe-me continuar, Cabeça de Algas... – Sorriu fraco com a declaração dele. – Passaria por cada... por cada dor... por cada missão novamente ao seu lado se fosse preciso. Eu só queria dizer que amo você... Desde os meus 12 anos. E que... Se algum dia você teve dúvidas disso... Percy. Você sempre foi único. – E a esse ponto, o moreno já juntava os lábios dos dois, mesmo que fosse por uma última vez e sussurou que a amava.

Em meio a isso, Annabeth sentiu o corpo relaxar e sentiu quando os lábios de Percy deixaram os seus. Queria pedir para que ele deixasse-os ali, mesmo que por mais alguns segundos, mas sabia que não havia como. O cansaço estava abandonando seu corpo. Ouviu os gemidos da mãe e não conseguiu despedir-se de Oliver. Alcançou o breu, finalmente, deixando a orquestra de choros para trás.

Quando pensou que tinha todo o tempo do mundo, a vida mostrou o contrário para Annabeth e tudo o que ela mais queria, quando percebeu que estava morrendo, era que lhe concedessem alguns minutos a mais. Ah! Sessenta segundos podiam fazer muita diferença.

Vejam só: Se Annabeth tivesse mais um minuto, veria Ártemis chegar e no minuto que se seguiu, veria sua melhor amiga descontrolada, debatendo-se ao seu lado, tendo de ser segurada pela deusa. E no minuto seguinte, teria tempo de ouvir a proposta de Percy e de talvez tentar argumentar, dizendo que aquilo era uma grande besteira. Afrodite conseguiria uní-los, só não era do modo como havia planejado.


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Notas finais do capítulo

Não corrigi, então desculpem-me os erros. Espero que tenham gostado. A fic se encerra no próximo capítulo.
Até mais.