Yume No Kakera escrita por Nemui


Capítulo 20
Depressiva? Minha cabeça está quente...


Notas iniciais do capítulo

Minna!! *^* Gomen ne!!!!
Eu sei que demorei muuuito mas pra compensar escrevi um cap de quase 7 páginas...
Culpem o meu colégio e as provas!
Não esqueçam o vocabulário japonês no final...
Espero que gostem...



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No capítulo anterior...

– Você está estranha desde o dia da lua nova. O que foi que aconteceu? – Ela tinha que perguntar justo sobre isso?

– Bem... – Comecei a contar tudo o que aconteceu quando InuYasha se recuperou do veneno que ele recebeu do youkai aranha, ela prestava atenção em todos os detalhes.

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– Você foge da Yume-sama toda vez que ela chega perto...mesmo quando ela tenta conversar você ignora ou finge que não ouviu. O que houve? – Ele estava insistindo de mais.

– Não aconteceu nada! Não importa o que aconteceu aquela noite! Eu não quero lembrar daquilo! – Grito, queria ver se ele finalmente calava a boca.

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– Yume-chan... – Tsume-chan colocou a mão no meu ombro e eu abaixei um pouco a cabeça. Comecei a andar de volta para meu saco de dormir, passei no meio de InuYasha e Kotaro, coloquei minha outra roupa e a toalha dentro da minha mochila, tudo ficou em silêncio enquanto eu passava .

– Y-Yume... – Ouvi InuYasha resmungar meu nome enquanto me deitava novamente no saco de dormir.

– É bom vocês dormirem ou não vão aguentar acordar amanhã de manhã. – Digo fechando o saco quase todo.

– Yume-sama... – Kotaro fez uma cara de pena, eu mantive um sorriso falso no rosto o tempo todo, apesar de provavelmente estar estampado na minha cara que eu não estava feliz. No outro dia de manhã fiz o possível pra não falar com InuYasha, tinha certeza que ele tocaria no assunto. – Yume-sama! – Kotaro me chamou um pouco antes de sair. – Posso falar com você um instante? – Ele pergunta. – Bem...eu achei estranho o jeito que você agiu hoje...eu acabei vendo que toda vez que o InuYasha chegava perto de você, dava um jeito de escapar...foi por acaso pelo que ele disse ontem a noite? – Ele pergunta, de certa forma ele tinha acertado...mas também tinha errado.

– Na verdade não foi pelo que ele disse naquela hora...foi por algo que ele disse antes...ou melhor...que eu imaginei que ele disse... – Digo tentando forçar um sorriso a ficar em meu rosto. – Foi só um sonho...e eu acordei! Nada a mais... – Digo saindo do lugar, fui para o rio, sem perceber acabei ficando parada na frente do rio sem nenhuma reação, apenas vendo a água se mover, mas por dentro alguma coisa me dizia que esse dia não iria acabar bem.

– Porque está aí feito uma boba? – Ouvi uma voz conhecida, era a de Kikyou, confirmei esse pensamento quando a vi parada ao meu lado.

– Kikyou?! – Murmurei e me levantei ficando a um metro exato de distancia dela.

– Ele não veio com você? – Ela pergunta...tinha certeza que ele, era o InuYasha. Ela encostou o dedo indicador da mão direita em mim. – Você está no meu caminho! – Me senti congelar, não consegui me mover e percebi meu corpo ficar mais claro. – Está aqui...Não me atrapalhe! – Ela diz, já nesse momento, eu já estava presa a uma árvore, amarrada pelos youkais que coletavam almas, a árvore era parecida com a árvore em que eu encontrei InuYasha, estava de joelhos e ainda não podia mover meu corpo. – Se você acha que pode fazê-lo se esquecer...está errada! – Ela afirma, sorria para mim, mas tinha o verdadeiro desejo de me matar.

– Fazê-lo se esquecer...? Ficou maluca? Acha mesmo que aquele baka iria te esquecer? Ele ficou mais de uma semana depressivo depois de te ver viva outra vez! E eu sei que ele sempre pensa em você só do jeito que ele fica pensativo do nada! Ele...ama você! Acha mesmo que o amor pode ser mudado? – Perguntei, algo me apertou por dentro ao dizer isso, como se eu estivesse querendo me matar.

– Nós morremos nos odiando! O amor que você diz...Só serviu para criar um ódio maior ainda! Não serve de nada para mim! – Afirma ainda sorrindo maliciosamente.

– InuYasha! - Digo ao vê-lo surgir por entre os arbustos.

– K-Kikyou... – Ele murmura.

– “Ele...não pode me ver?” – Pensei.

– Foi movida pelo ódio que me consumiu que eu tenho me mantido viva! – Ela afirma ainda séria.

– Você é idiota ou o que? Mesmo que me odeie isso nunca vai adiantar em nada porque... – Ele parou de falar por um segundo, dentro de mim eu já sabia o que ele iria dizer...mas não me sentia preparada. – Não há um dia que se passe sem que eu pense em você! – Vi a expressão de Kikyou...ela parecia surpresa...mas eu não estava.

– “Por que estou me sentindo assim? Eu sempre soube que desde antes de eu encontrar com ele, ela já tinha seu coração, mas...” – Vi uma lágrima escorrer pelo meu rosto, não tinha sentido. – “Não tenho motivo para estar assim! Por que não consigo me controlar?” – Meu rosto já estava ficando todo molhado, minha mente estava certa...não tinha como esse dia acabar pior.

– Não tem como eu sentir ódio ou qualquer sentimento ruim por você! Sabe disso! – Ele nunca esteve tão sério na minha frente.

– InuYasha! Mesmo depois de tudo você ainda me aceitaria? – Kikyou se aproximou dele.

– Mas é claro! – Ele diz, Kikyou o abraça e então os dois se beijam, por um instante não só me senti despedaçada por dentro...mas também me senti ardente...de raiva!

– Sei que não podemos voltar ao tempo em que ainda estava viva. Mas...eu queria ficar com você mais tempo...você se sentira bem...se o tempo parasse...e pudéssemos ficar a eternidade juntos? – Ela pergunta.

– Sim...eu não me importo se puder ficar com você...sempre... – Ela pareceu desmaiar.

– InuYasha! Acorda seu baka! Será que não sabe escutar quando precisa! – Ele estava inconsciente. – Kikyou! Eu sei que está me ouvindo! Nunca vi ninguém mais covarde que você! Ele disse que queria ficar com você e não morrer! Eu sei que ele está disposto a procurar por quem matou você e vingar a sua morte! – Grito, até ai, o corpo dos dois já tinha sido metade engolido.

– De que adianta a vingança se não posso voltar à vida? – Ela aponta para mim e senti algo bater forte em meu peito me empurrando para trás, voltei a me mover e meu corpo já estava normal.

– Voltei...Kikyou! Você ainda assim é uma covarde! Sei que se ele estivesse consciente jamais iria morrer junto de você! Não...Não pode levá-lo com você! – Gritei cada vez mais alto, minha garganta já estava ficando dolorida. Quando percebi...várias luzes começaram a sair de Kikyou, eram as tamashis que ela havia roubado.

– Não posso deixar que...esse corpo fique completamente vazio! – Ela diz apertando os olhos e ainda segurando a yukata de InuYasha. – Vamos! InuYasha! – Ela começou a puxá-lo mais uma vez, o corpo dos dois estava com uma boa parte por debaixo da terra.

– Não! InuYasha! Acorda seu baka! InuYasha! InuYasha!!! – Gritei cada vez mais alto, mas ele não podia me ouvir...

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– O que foi isso? – Eu e Kotaro estávamos no templo tomando chá e preparando as coisas para dormir. InuYasha e Yume-chan ainda não tinham voltado, levei um susto quando ouvi um estrondo e vi uma luz forte vinda de fora.

– É perto do rio! A Yume-chan estava lá! – Digo ficando inquieta.

– Vamos lá! – Ele diz pegando sua arma, eu pego o arco e flechas que Yume-chan usava, isso foi o que me deixou mais preocupada, sem uma arma como ela iria se proteger?

– Mas como... – Ambos nos assustamos com o sumiço da luz...isso poderia ser um mal sinal.

– Vamos lá! Temos que saber o que aconteceu! - Digo, ele assentiu com a cabeça e fomos para o rio descobrir o que aconteceu...

– InuYasha... – Ao longe eu consegui escutar uma voz conhecida, algo começou a me incomodar. – InuYasha! – A mesma voz gritou, cada vez mais perto.

– “Quem é?” – Consegui pensar por um segundo, abri um pouco os olhos e vi o chão aberto, agarrada ao meu peito, Kikyou não mostrava sua face e ao nosso redor várias luzes começavam a sumir.

– InuYasha! Baka! Acorda! InuYasha! – A mesma voz gritou, fiquei confuso, parecia com a voz de Kikyou, mas aparentemente mais nova.

– Yume? – Levei um susto quando minha visão voltou ao normal e a vi presa a uma árvore ainda me chamando. – Yume! – Saltei de onde eu estava e fui até ela. – Você está bem? – Perguntei ao ver o espanto no rosto dela, os olhos inchados e o rosto molhado mostravam que ela estava chorando...mas por que?

– Então...você já se decidiu não é? – Kikyou voltou a falar, eu me virei para ela, ainda era estranho vê-la mesmo sabendo que ela já havia morrido.

– Me...decidi? – Fiquei confuso com aquelas palavras. – Do que está falando? – Perguntei.

– Você...deveria entender...mas afinal quem sou eu pra dizer isso...sou apenas um cadáver que recebeu uma chance para sofrer mais ainda! Agradeça ao Naraku por mim! – Nesse hora Kikyou começou a andar para fora do lugar e quando eu comecei a segui-la percebi que ela sumiu, me lembrei de Yume e quando olhei em sua direção ela estava se levantando e esfregando os olhos com as mangas da blusa.

– Yume! Você está bem? – Perguntei, como ela não falou comigo o dia todo fiquei preocupado.

– Sim...não precisa se preocupar comigo! – Ela disse sorrindo. – Só me sinto um pouco solitária...já que não tenho ninguém nesse mundo estranho...nada de mais... – O tom de voz ficou mais baixo e depressivo.

– Solitária? Mas eu estou aqui com você! – Eu disse não entendendo o que ela quis dizer.

– Não é bem isso que eu quis dizer... – Ela pareceu estranha por um momento. - Ah! Eu tenho umas coisas pra resolver com a Tsume-chan então vou indo na frente ok?! Jya... – Ela podia estar sorrindo, mas o tom de voz era de um sentimento completamente contrario a isso.

– “Será que eu fiz alguma besteira?” – Pensei olhando ela se distanciar, quando percebi que estava quase amanhecendo voltei pro templo, toda vez que entro em lugares assim me sinto meio sufocado, talvez pela purificação.

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– Yume-chan? – Encontrei com Tsume-chan e com Kotaro na volta pro templo, os dois pareciam bem preocupados.

– Yume-sama o que foi que aconteceu? – Kotarou perguntou, os dois me acompanharam até o templo e a única coisa que eu respondi, foi que tínhamos encontrado com Kikyou e que eu tinha sido acordada mais uma vez...apesar de não contar exatamente o que aconteceu eles me entenderam, logo depois peguei minhas coisas e como eram só algumas horas de onde estávamos até o Poço que me levava pra casa, fui andando mesmo...geralmente eu pediria pro InuYasha me levar pra lá já que levaria menos tempo...mas ele tem mais com o que se preocupar do que comigo.

Passaram se 5 horas e eu tinha acabado de chegar na vila da Kaede-sama. Fiz o possível pra passar despercebida, mas começou a chover então eu tive que pedir pra ficar até que a chuva passasse. Já era de manhã, quase 11 horas e a chuva ainda não tinha ido embora, decidi então em seguir mesmo na chuva, que já tinha diminuído. Fui o mais rápido possível até o Poço, lá eu já estava encharcada. Como sempre...pulei dentro do poço e logo em seguida já estava em casa, por alguma razão, fiquei tão presa em meus pensamentos que mesmo escutando todos falarem comigo, eu só fui tomar um banho e depois fui pro quarto. Por um instante me lembrei das palavras de InuYasha e de como aquilo me deu mais vontade de dar um tapa no rosto dele.

– Solitária? Mas eu estou aqui com você! – Ele definitivamente não me entendeu...

– “Baka! Será que não entende nem o que faz?! Você nunca esteve do meu lado...de verdade...” – Penso agarrada as almofadas, acabei caindo no sono e acordei com a minha okaa me chamando.

– Ohayou meu coraçãozinho mole! – Minha okaa estava estranha, acho que ela sacou o que pode ter acontecido. – Você saiu tão rápido pro quarto ontem que nem consegui falar com você...fiquei preocupada quando não te vi no jantar e vim dar uma olhada em você...pode me explicar porque seu rosto e seu travesseiro estavam molhados? – Ela pergunta com uma voz melosa e acolhedora.

– N-Não precisa se preocupar. Eu já estou melhor. E eu só acordei pra realidade, foi só isso! – Eu disse olhando pro chão, mantive um sorriso falso no rosto.

Mais tarde, vesti o uniforme, tomei café e fui pro colégio. Apesar de meu corpo estar aqui no presente, minha cabeça estava beeem longe. Me senti realmente presa ao passado o tempo todo, tentei prestar atenção nas aulas, mas as palavras entravam por um ouvido e saiam pelo outro, quando notei o sinal já tinha batido e era horário de almoço.

– Yume! – Hitomi bateu com a mão direita em cima da minha mesa, isso me tirou de meus pensamentos.

– Yume-chan...você está bem? – Ami perguntou.

– C-Claro que sim! P-Por que não estaria? – Perguntei forçando um sorriso. Acho que nem eu acreditaria na maior cara de falca que fiz.

– Escuta aqui! – Kimi segurou meu rosto com as duas mãos. – eu sei que você ta escondendo alguma coisa! Por que não conta logo pra gente? – Ela diz séria.

– Eh? – Hesitei.

– Isso é verdade! Pensei que nós fossemos amigas! – Hitomi concordou cruzando os braços. Kimi soltou meu rosto.

– E-Eu...não sei se seria uma boa ideia... – Digo olhando pra janela.

– Ah! Já sei! – Ami se alegrou repentinamente.

– O que foi Ami? – Perguntei.

– Por acaso é alguma coisa sobre aquele garoto? – Eu fiquei perdida...de que garoto ela estava falando?

– Quem? – Kimi e Hitomi ficaram confusas junto comigo.

– Aquele seu namorado...que você falou da outra vez que tem cabelo branco e usa roupa vermelha! – Ela disse alegre.

– “Droga! Agora que eu tinha esquecido dele!” – Eu travei completamente. Tinha acabado de esquecer daquele peste e ela me lembra. Eu abaixei a cabeça e um sorriso maligno brotou no meu rosto.

– Yume-chan? – Kimi me chamou e quando eu levantei o rosto elas me olharam com medo.

– Tinha que me lembrar dele justo agora? – Perguntei com raiva.

– Gomen! Não foi intenção! – Ami juntou as mãos e abaixou a cabeça. Eu dei um suspiro e então as chamei para ir a lanchonete, como era sábado, não teríamos aula a tarde.

– Pode ir falando! – Hitomi me olhou com um sorriso malicioso enquanto eu suspirava de medo, tristeza e mais um monte de emoções ruins misturadas.

– Eu nem sei por onde começar... – Digo olhando para o copo de 500 ml de MilkShake em minhas mãos.

– Desde o início...onde se conheceram, primeira impressão, quando começou a gostar dele etc...

– Ok então... – Eu estava pensando em como contar para elas... – A gente se conheceu num lugar lá perto de casa, ele estava preso em cima de uma árvore e eu o ajudei a descer, minha primeira impressão foi de que ele era um cosplay do InuYasha por causa da roupa, depois que eu entendi que ele era assim mesmo, arrogante, um idiota que acaba com a minha paciência, obcecado por brigas e preso no passado dele mesmo...acho que eu comecei a gostar dele a alguns meses quando ele me ajudou enquanto eu estava com um problema, só que ele nunca me enxergou assim porque ainda gosta da ex-namorada dele que foi pra bem longe, enquanto ela esteve fora ele teve um problema e quase morreu, eu o ajudei a se recuperar e enquanto ele ainda estava consciente me falou uma coisa que nem em sonhos eu imaginava que ele diria, por um instante achei que ele também gostasse de mim...isso até ontem...ela voltou e eu vi os dois conversando, acabei escutando que ele ainda a amava e ela retribuía isso...só que o amor que ela sente por ele é estranho e maligno, eu sei disso porque ela mesma me disse, depois de ontem eu meio que acordei pra realidade e encaro o que ele me disse como um sonho... – Contei tudo isso encurtando algumas partes e escondendo o fato de que a Kikyou já tinha morrido.

– Nossa...sua vida é mesmo complicada. – Hitomi ficou um pouco séria.

– Mas pelo menos é mais interessante que a nossa. – Kimi começou a fazer gracinhas, ela tinha razão e eu até me alegrei um pouco depois de botar tudo...ou quase tudo...pra fora, agora só faltava uma coisa...voltar pra casa e dormir! Pouco antes de chegar em casa eu já estava morrendo de sono e alguma coisa me dizia que eu tinha ficado febril já que meu corpo inteiro amoleceu enquanto eu me jogava na cama logo após chegar em casa e cumprimentar todo mundo. Apaguei...


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Notas finais do capítulo

Palavras em japonês usadas nesse capítulo...

Youkai: Monstro/Demônio
Baka: Idiota
Tamashi: Alma
Yukata:O mesmo que Kimonos
Jya: Até/Até mais
Okaa: Mãe
Ohayou: Bom dia

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