Yume No Kakera escrita por Nemui


Capítulo 19
O começo de uma rivalidade...


Notas iniciais do capítulo

Konbanwa minna-san!
Boa noite minha gente!
Sei que demorei mas to aqui de volta com mais um cap pra vocês...desculpem o tamanho...acabei me empolgando um pouco na hora de escrever...
Espero que gostem...não esqueçam o vocabulário em japonês no final...
Espero seus comentários mais tarde!



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Acordei e fui direto tomar um banho, como estávamos perto do rio e todos ainda dormiam eu pensei em me refrescar um pouco.

– Yume-chan? Onde vai? – Tsume-chan acorda e esfrega o olho esquerdo.

– Eu vou tomar um banho. Você quer ir? – Pergunto cochichando.

– Hai! – Ela sorri, ambas pegamos nossas coisas e vamos tomar um banho de rio.

– Que fria! – Digo entrando na água enrolada numa toalha.

– Yume-chan! Tem uma coisa que eu quero te perguntar! – Tsume-chan já tinha entrado no rio, a água cobria até seus ombros.

– Pode falar...

– Você está estranha desde o dia da lua nova. O que foi que aconteceu? – Ela tinha que perguntar justo sobre isso?

– N-Nada de mais... – Tento sair do assunto.

– Você está escondendo alguma coisa...por que não me conta? – Ela insiste.

– Se eu te contar você vai achar que eu estou inventando... – Digo de cabeça baixa, já tinha jogado a toalha para fora do rio e estava com a maior parte do corpo submersa, só deixei os ombros de fora.

– Por que não tenta me convencer? – Ela diz chegando mais perto com um sorriso no rosto.

– Bem... – Comecei a contar tudo o que aconteceu quando InuYasha se recuperou do veneno que ele recebeu do youkai aranha, ela prestava atenção em todos os detalhes.

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– “Pra que eu disse aquilo?” – Penso enquanto tentava dormir, vi Yume e Tsume saírem de fininho com toalhas e roupas novas, devem ter ido tomar banho, como sempre fico de guarda acabei perdendo o sono depois de algum tempo acordado.

Flashback on:

– InuYasha! – Ouvi a voz de Yume bem ao longe, estava com frio e minha cabeça não tinha os pensamentos muito claros, senti algo escorrer pela minha garganta e então percebi que estava com a boca cheia de algum líquido estranho, tossi e quando pude ver Yume a minha frente com o rosto todo molhado e seus olhos ainda escorrendo lágrimas, me senti estranho a pouco ela disse que não se importava comigo e agora estava chorando...Apaguei de novo e acho que acordei no meio da madrugada.

– Por que...estava chorando? – Perguntei, não aguentaria perguntar olhando diretamente pra ela então olhei pro outro lado.

– Eh? Ah! Aquilo...Eu pensei que você fosse morrer... – Ela fala ainda estranha, nunca a tinha visto agir desse jeito.

– Pensei...que não se importava comigo... – Digo me lembrando do que ouvi dela a pouco tempo antes.

– G-gomennasai! E-Eu não...tive a intenção de dizer aquilo... – Ela estava gaguejando na hora de falar, aquilo me deixou suspeitas.

– Eu...Posso...deitar no seu colo? - Acho que nessa hora eu perdi a cabeça...toda vez que me torno humanos minha vida vira de ponta cabeça.

– S-Se sente melhor? - Ela me ajudou a deitar no colo dela, era quente, comparado com a temperatura que eu estava na hora, era até um tanto acolhedor...

– Aham... – Confirmei, mas minha cabeça estava embaçada como se o que eu quisesse como humano não fosse o mesmo da minha forma real. – Você...tem um cheiro bom...Flores... – Minha boca parecia falar conta a minha vontade, fiquei o tempo todo de olhos fechados...por algum motivo Yume me fez sentir...como se Kikyou ainda estivesse aqui...

– D-Do que está falando?! Você sempre diz que não gosta do meu cheir-

– Era...mentira... – Depois disso fingi dormir pra não tocar no assunto de novo...tive que deixar esse lado longe de mim depois que acordasse e por isso tenho evitado falar com ela até agora.

Flashback off:

– InuYasha? – Kotaro acordou também.

– O que foi? – Perguntei direto.

– Aproveitando que as garotas não estão aqui...o que houve na noite de lua negra que deixou você estranho até agora? – Ele é bem intrometido pro meu gosto.

– Não enche! Não aconteceu nada! – Eu estava bem irritado, aquilo não diria respeito a ele. – E eu não sei a onde você tá me achando estranho! – Digo virando as costas.

– Você foge da Yume-sama toda vez que ela chega perto...mesmo quando ela tenta conversar você ignora ou finge que não ouviu. O que houve? – Ele estava insistindo de mais.

– Não aconteceu nada! Não importa o que aconteceu aquela noite! Eu não quero lembrar daquilo! – Grito, queria ver se ele finalmente calava a boca.

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Eu e Tsume-chan estávamos voltando pro acampamento quando escutei um grito do InuYasha.

– Não importa o que aconteceu aquela noite! Eu não quero lembrar daquilo! – Me senti parar completamente.

– Yume-chan... – Tsume-chan colocou a mão no meu ombro e eu abaixei um pouco a cabeça. Comecei a andar de volta para meu saco de dormir, passei no meio de InuYasha e Kotaro, coloquei minha outra roupa e a toalha dentro da minha mochila, tudo ficou em silêncio enquanto eu passava .

– Y-Yume... – Ouvi InuYasha resmungar meu nome enquanto me deitava novamente no saco de dormir.

– É bom vocês dormirem ou não vão aguentar acordar amanhã de manhã. – Digo fechando o saco quase todo.

– Yume-sama... – Kotaro fez uma cara de pena, eu mantive um sorriso falso no rosto o tempo todo, apesar de provavelmente estar estampado na minha cara que eu não estava feliz. No outro dia de manhã fiz o possível pra não falar com InuYasha, tinha certeza que ele tocaria no assunto.

– Tsume-chan! O que acha de na próxima vila treinarmos um pouco juntas? – Pergunto quando já podia ver a vila no horizonte.

– Pode ser...mas por que? – Ela pergunta, estava confusa.

– Você é ótima no arco e flecha...eu comecei a usar a menos de 3 meses...queria que você me ensinasse algumas coisas. – Digo sorrindo.

– Ok! Então vou fazer o meu melhor! – Ela pisca com o olho direito.

– É esse o espírito! – Digo fazendo nós duas rirmos. Depois de chegarmos na vila eu treinei com Tsume-chan como combinamos, fiquei quase o dia todo treinando, até que anoiteceu.

– Preciso de um banho urgente! – Digo pegando minhas coisas na mochila.

– Posso ir com você? Estou precisando relaxar um pouco também. – Ela diz segurando uma toalha.

– Mas é claro! – Afirmo. Como tinha planejado, fiquei o dia todo evitando ter encontros com InuYasha, algo me dizia que eu não iria escutar algo que me deixasse feliz se falasse com ele. Toda vez que ele vinha falar comigo eu chamava a Tsume-chan ou ignorava.

– Yume-sama! – Kotaro me chamou um pouco antes de sair. – Posso falar com você um instante? – Ele pergunta.

– Tudo bem...Ah Tsume-chan! Pode ir na frente que eu já vou. – Aviso, logo ela sai do templo onde nos abrigaram e vai para o rio não muito longe dali. – O que queria dizer? – Pergunto.

– Bem...eu achei estranho o jeito que você agiu hoje...eu acabei vendo que toda vem que o InuYasha chegava perto de você, dava um jeito de escapar...foi por acaso pelo que ele disse ontem a noite? – Ele pergunta, de certa forma ele tinha acertado...mas também tinha errado.

– Não exatamente... – Abaixo um pouco a cabeça.

– Como assim?

– Na verdade não foi pelo que ele disse naquela hora...foi por algo que ele disse antes...ou melhor...que eu imaginei que ele disse... – Digo tentando forçar um sorriso a ficar em meu rosto.

– Pelo que imaginou que ele disse? Não entendi muito bem... – Acabei deixando Kotaro confuso com o meu pensamento.

– Bem...é que...no dia em que o InuYasha ficou em forma humana eu ouvi ele dizendo algo que...ele jamais diria em seu estado normal...então acredito que tenha sido um sonho...acabei acordando desse sonho quando ouvi ele dizer que não se importava comigo...acho que devia agradecer a ele por isso... – Digo me virando de costas.

– Agradecer? Por algo que não faz sentido? Mas-

– Não me importa agora! – Interrompo ele. – Foi só um sonho...e eu acordei! Nada a mais... – Digo saindo do lugar, fui para o rio.

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– Um sonho... – Digo enquanto pensava comigo mesmo deitado no teto do tempo...lá eu tinha escutado tudo o que ela falou com Kotaro. – “Então é assim que ela vê...” – Penso olhando o sol se por.

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– Tsume-chan? – Encontrei com ela no caminho pro rio. – Já vai voltar.

– Já. Acabei tomando o banho mais rápido do que eu pensei...Gomen! – Ela se desculpa.

– Não tudo bem! Eu posso me virar sozinha. – Digo, nos despedimos e eu direto para o rio, sem perceber acabei ficando Prada na frente do rio sem nenhuma reação, apenas vendo a água se mover. – “Porque eu estou parada aqui?” – Penso vendo meu reflexo na água...me senti horrível...por fora eu estava fingindo ser alegre como sempre, mas por dentro alguma coisa me dizia que esse dia não iria acabar bem.

– Porque está aí feito uma boba? – Ouvi uma voz conhecida, era a de Kikyou, confirmei esse pensamento quando a vi parada ao meu lado.

– Kikyou?! – Murmurei e me levantei ficando a um metro exato de distancia dela.

– Também achei estranha a sua presença...Como passou pela minha kekkai? – Ela pergunta séria como sempre.

– Kekkai? Mas...eu não vi nada assim... – Digo confusa...como poderia ser capaz de passar por uma kekkai como a dela eu não sabia. Ouvi um barulho estranho...olhei pra trás e encontrei com alguns youkais que mais pareciam enguias, eles carregavam alguma coisa.

– O que é isso? – Perguntei enquanto via os youkais soltarem o que carregavam em cima de Kikyou.

– Tamashi...preciso delas para viver já que não posso pegar o que ficou com você. – Ela diz desviando o olhar para os youkais, fiquei surpresa por ver uma miko tão conhecida fazer algo do tipo. – Ele não veio com você? – Ela pergunta...tinha certeza que ele, era o InuYasha.

– Não...eu não falei com ele o dia todo...não sei onde está agora. – Digo, desviando o olhar dela para o chão. – Mas...se quiser posso ir chamar ele... – Digo, ela se aproximou um pouco.

– Não é necessário... – Ela diz encostando o dedo indicador da mão direita em mim. – Você está no meu caminho! – Me senti congelar, não consegui me mover e percebi meu corpo ficar mais claro. – Está aqui...Não me atrapalhe! – Ela diz, já nesse momento, eu já estava presa a uma árvore, amarrada pelos youkais que coletavam almas, a árvore era parecida com a árvore em que eu encontrei InuYasha, estava de joelhos e ainda não podia mover meu corpo. – Se você acha que pode fazê-lo se esquecer...está errada! – Ela afirma, sorria para mim, mas tinha o verdadeiro desejo de me matar.

– Fazê-lo se esquecer...? Ficou maluca? Acha mesmo que aquele baka iria te esquecer? Ele ficou mais de uma semana depressivo depois de te ver viva outra vez! E eu sei que ele sempre pensa em você só do jeito que ele fica pensativo do nada! Ele...ama você! Acha mesmo que o amor pode ser mudado? – Perguntei, algo me apertou por dentro ao dizer isso, como se eu estivesse querendo me matar.

– Nós morremos nos odiando! O amor que você diz...Só serviu para criar um ódio maior ainda! Não serve de nada para mim! – Afirma ainda sorrindo maliciosamente.

– Então pra que tudo isso? – Perguntei, ouvi um barulho estranho vindo de perto.

– InuYasha! - Digo ao ver ele surgir por entre os arbustos.

– K-Kikyou... – Ele murmura.

– Ei eu sei que te evitei o dia todo, mas não precisa me ignorar por causa disso! – Grito irritada. Vi-o se aproximar de Kikyou aos poucos, ficou no máximo um metro de distancia dela.

– Você...está roubando almas de pessoas mortas? – Ele pergunta.

– “Ele...não pode me ver?” – Pensei.

– Esse corpo foi feito de terra e dos meus ossos apenas...preciso me alimentar das almas humanas ou não me moverei mais! – Ela diz séria. – Você...me odeia não é mesmo? – Ela diz abaixando um pouco a cabeça.

– Eh? – InuYasha hesita em dizer algo.

– Foi movida pelo ódio que me consumiu que eu tenho me mantido viva! – Ela afirma ainda séria.

– Você é idiota ou o que? Mesmo que me odeie isso nunca vai adiantar em nada porque... – Ele parou de falar por um segundo, dentro de mim eu já sabia o que ele iria dizer...mas não me sentia preparada. – Não há um dia que se passe sem que eu pense em você! – Vi a expressão de Kikyou...ela parecia surpresa...mas eu não estava.

– “Por que estou me sentindo assim? Eu sempre soube que desde antes de eu encontrar com ele, ela já tinha seu coração, mas...” – Vi uma lágrima escorrer pelo meu rosto, não tinha sentido. – “Não tenho motivo para estar assim! Por que não consigo me controlar?” – Meu rosto já estava ficando todo molhado, minha mente estava certa...não tinha como esse dia acabar pior.

– Não tem como eu sentir ódio ou qualquer sentimento ruim por você! Sabe disso! – Ele nunca esteve tão sério na minha frente.

– InuYasha! Mesmo depois de tudo você ainda me aceitaria? – Kikyou se aproximou dele.

– Mas é claro! – Ele diz, Kikyou o abraça e então os dois se beijam, por um instante não só me senti despedaçada por dentro...mas também me senti ardente...de raiva!

– Kikyou! Por que me trouxe aqui se eu não tenho utilidade pra você? Não me adianta nada ficar vendo essa cena de novela! – Gritei, meu rosto ainda escorria lágrimas.

– Sei que não podemos voltar ao tempo em que ainda estava viva. Mas...eu queria ficar com você mais tempo...você se sentira bem...se o tempo parasse...e pudéssemos ficar a eternidade juntos? – Ela pergunta.

– Sim...eu não me importo se puder ficar com você...sempre... – Ela pareceu desmaiar.

– Francamente! Eu não vou interferir em nada! Será que dá pra me soltar logo! – Grito pra Kikyou. Foi quando vi algo estranho, o chão começou a engolir os dois.

– InuYasha! Não o deixarei partir! Nunca mais vou sair do seu lado! – Kikyou disse isso sorrindo enquanto continuava abraçada a ele.

– InuYasha! Acorda seu baka! Será que não sabe escutar quando precisa! – Ele estava inconsciente. – Kikyou! Eu sei que está me ouvindo! Nunca vi ninguém mais covarde que você! Ele disse que queria ficar com você e não morrer! Eu sei que ele está disposto a procurar por quem matou você e vingar a sua morte! – Grito, até ai, o corpo dos dois já tinha sido metade engolido.

– De que adianta a vingança se não posso voltar à vida? – Ela aponta para mim e senti algo bater forte em meu peito me empurrando para trás, voltei a me mover e meu corpo já estava normal.

– Voltei...Kikyou! Você ainda assim é uma covarde! Sei que se ele estivesse consciente jamais iria morrer junto de você! Não...Não pode levá-lo com você! – Gritei cada vez mais alto, minha garganta já estava ficando dolorida. Quando percebi...várias luzes começaram a sair de Kikyou, eram as tamashis que ela havia roubado.

– Não posso deixar que...esse corpo fique completamente vazio! – Ela diz apertando os olhos e ainda segurando a yukata de InuYasha. – Vamos! InuYasha! – Ela começou a puxá-lo mais uma vez, o corpo dos dois estava com uma boa parte por debaixo da terra.

– Não! InuYasha! Acorda seu baka! InuYasha! InuYasha!!! – Gritei cada vez mais alto, mas ele não podia me ouvir...

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– O que foi isso? – Eu e Kotaro estávamos no templo tomando chá e preparando as coisas para dormir. InuYasha e Yume-chan ainda não tinham voltado, levei um susto quando ouvi um estrondo e vi uma luz forte vinda de fora.

– Olha lá! – Kotaro me mostrou um ponto no meio da floresta onde a luz era mais forte.

– É perto do rio! A Yume-chan estava lá! – Digo ficando inquieta.

– Vamos lá! – Ele diz pegando sua arma, eu pego o arco e flechas que Yume-chan usava, isso foi o que me deixou mais preocupada, sem uma arma como ela iria se proteger?

– “Só espero que ela esteja bem!” – Pensei enquanto corria atrás de Kotaro direto para o rio, segundos depois, a luz sumiu.

– Mas como... – Ambos nos assustamos com o sumiço da luz...isso poderia ser um mal sinal.

– Vamos lá! Temos que saber o que aconteceu! - Digo, ele assentiu com a cabeça e fomo para o rio descobrir o que aconteceu...


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Notas finais do capítulo

Palavras em japonês usadas nesse capítulo:

Hai: Sim
Youkai: Monstro ou demônio
Gomennasai: Desculpe/Desculpa/Sinto muito
Gomen: Foi mal
Kekkai: Barreira
Tamashi: Alma
Baka: Idiota
Yukata: Tipo kimono...no caso...a roupa vermelha que InuYasha usa.



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