Shade and Love escrita por Thality


Capítulo 14
Capítulo 13 - Amizade, amor e um lar


Notas iniciais do capítulo

Oii gente!!
Aí vai mais um capítulo para vocês. Espero que gostem.
Quero agradecer a todos que estão acompanhando a fic, esse número está subindo e isso me deixa muito feliz *-*

Boa leitura ♥

P.S.: Leiam as notas finais do capítulo. É REALMENTE importante.



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Já passava das dez da noite quando Mia acordou de sobressalto, ouvindo batidas insistentes na porta de madeira em sua pequena casa. Sentiu o corpo ficar tenso imaginando que o vampiro que havia aparecido mais cedo havia voltado. Mas logo ouviu vozes femininas chamando-a enquanto as batidas na porta continuavam ecoando. A garota a abriu, encontrando Elena, Bonnie e Caroline do outro lado.

—FESTA DO PIJAMA!!! – As três garotas gritaram ao mesmo tempo. Enquanto invadiam a casa de Mia com seus travesseiros, edredons e bichinhos de pelúcia.

Mia achou graça naquilo. Nunca havia participado de uma festa do pijama antes. Tinha uma ligeira noção de estar com o rosto amassado, mas não se importou, ficou observando enquanto as garotas se jogavam no sofá onde ela dormia minutos antes. 

—Meu Deus! Isso aqui está uma bagunça. –Disse Caroline, olhando o cômodo.

—Não começa, Caroline! –Bonnie, advertiu.

Mas era tarde demais. Caroline já começava a andar por todo o cômodo, recolhendo malas, sapatos, roupas. Tudo o que parecia fora do lugar.

—Qual é? Esse lugar está parecendo uma casa abandonada. –Disse a garota. –A festa do pijama está cancelada até arrumarmos toda essa bagunça e deixarmos tudo com a cara da Mia. 

—Mas já são quase onze horas... –Disse Mia, soltando um bocejo logo em seguida.

Apesar das reclamações, ninguém conseguiu contrariar Caroline. Era sempre assim, ninguém nunca conseguia contrariá-la quando ela decidia algo. A garota loira tinha uma presença de espírito forte, algo que causava incômodo a outras garotas quando estas não a conheciam. Entretanto, intimamente, Caroline Forbes era uma menina frágil, que ansiava por dar sentido a sua vida, que queria ser notada por suas qualidades e, sobretudo, ser amada.

As quatro garotas, aos poucos, transformavam o ambiente. Caroline tinha razão, nada daquilo lembrava um lar. E talvez aquilo tivesse sido proposital, porque Mia, até pouco tempo, não sabia se queria ficar ou voltar para o mosteiro e, por isso, não havia se dado o trabalho de organizar a casa. Nem mesmo havia desfeito suas malas.

Mia não entendia o motivo das três estarem ali, no meio da noite sem avisar. Mas desconfiava que havia sido ideia de um certo vampiro que já havia demonstrado de várias maneiras, direitas e tortas, que se importava com ela. Uma coisa era certa, ali, aquele momento, com aquelas três novas amigas, a garota de olhos cor de lápis-lazúli finalmente começava a sentir que aquele velho chalé podia se tornar o seu lar. 

**

Em um dos extremos da floresta de Mystic Falls, Stefan cavava uma vala grande o suficiente para que ele pudesse enterrar os corpos de todas aquelas vítimas. Ele estava ali há horas e, mesmo sendo mais forte que um ser humano, estava cansado. O cheiro de sangue o incomodava, não por ele não gostar, era exatamente o contrário. Estar ali, o fazia querer cada vez mais beber sangue humano, mas ele sabia que não deveria, sabia que isso o faria perder o controle. Ele tentava a todo custo pensar em outras coisas, pensava em Elena, pensava nos motivos para ser forte, mas estar ali sozinho era uma tortura para ele.

—Alguém me deve um pedido de desculpas. –Stefan quase sorriu ao ouvir a voz do irmão mais velho. –Ah não, espera. Não perca seu tempo. Não vou aceitá-las.

Stefan retirou um anel que estava em seu bolso. O anel do sol que pertencia ao vampiro mais velho e estendeu a mão para entregar a ele. Damon pareceu suspeitar da atitude, demorou alguns milésimos de segundo a mais que o necessário para finalmente pegar o objeto mágico. Ele não se lembrava da última vez em que houvera uma atitude gentil entre os dois.

Após colocar o anel no dedo novamente, Damon foi até o local onde antes era o acampamento de todas aquelas pessoas que agora estavam mortas, lá encontrou uma pá e se colocou ao lado do irmão, ajudando-o a aumentar a vala. Nenhum dos dois dizia uma palavra, era como se nunca tivessem pensado que trabalhariam juntos. E durante aquele momento, Damon se esqueceu completamente de toda mágoa que tinha do irmão. Estranhamente, ele conseguia se sensibilizar pela morte daquelas pessoas, conseguia até mesmo sentir a angústia do irmão em ter que ficar ali, em meio a todos aquele caos e a todas as lembranças que aquilo trazia a ele.

De repente, o celular de Stefan tocou, quebrando o silêncio. Damon estava distraído, lembrando-se de uma época em que havia se afastado do irmão, e ao encontrá-lo novamente, viu que ele havia se transformado. Ele era conhecido como “O estripador”, destruía todo um vilarejo em um único dia, matava as pessoas para além de saciar sua fome. Era algo que Damon assimilava ao vício de um alcoólatra. Logo em seguida, Stefan se arrependia, culpava-se, tentava voltar a si, mas o vício era mais forte que ele.

—Ah, vocês estão com Mia? –O nome da garota fez com que Damon despertasse de seus pensamentos, voltando sua atenção para a conversa que Stefan estava tendo.

“Sim, vamos passar essa noite aqui.” Damon ouviu a voz de Elena ao telefone.

—Acho ótimo. As coisas estão bem ruins. Fiquem atentas... E não convidem... Ninguém para entrar.

Damon parou de cavar e olhou fixamente para o irmão, que compreendeu no mesmo instante que algo não estava como o esperado. Stefan mal percebeu quando Elena disse “ok” e desligou o telefone.

—É um pouco tarde para dizer isso. –Disse Damon, ainda com a pá apoiada na terra, fitando o irmão com um olhar de preocupação que Stefan jamais esperaria ver em seu rosto.

Os minutos seguintes se passaram com Damon narrando todos os fatos do início da noite. A forma como Mia já havia convidado o estripador para entrar em sua casa, e como por questões de segundos, algo de ruim não havia acontecido a ela. Damon também contou sobre o recado que o vampiro havia dado, como se conhecesse Stefan de tempos antigos.

—Ele disse que sente falta de quando eu era um estripador... –Stefan refletiu, mais para si mesmo do que para o irmão. –Então ele me conhece... Foi por isso que ele fez isso aqui. Ele matou todas essas pessoas para me mandar um recado.

—Ah Stefan! –Damon bufou. –Nem tudo gira em torno de você e do seu topete de herói.

—Então porque ele estraçalhou todas essas pessoas e as deixou aqui? Comigo?

—Estou mais preocupado com o porquê dele estar tão interessado em Mia. Ele não estava na casa dela por acaso. Ele poderia ir atrás de qualquer outra pessoa, mas foi atrás dela. Por quê?

—E porque é que justamente hoje, Elena decidiu ir dormir na casa dela? –Stefan questionou, intrigado.

—Talvez eu tenha mandado uma mensagem para Elena... –Damon confessou, voltando a cavar despreocupadamente, como se estivesse alheio ao perigo que agora Mia e todas as outras garotas estavam vulneráveis. –Talvez, eu tenha dito que Mia precisava de amigas humanas tagarelas. Talvez.

—Você colocou todas elas em perigo, Damon!

—Eu achei que iria conseguir encontrar o estripador. Mas ele é muito rápido. É também muito mais forte que eu... Desconfio que ele tenha várias centenas de anos a mais.

—Precisamos pensar em uma forma de manter todos protegidos até descobrir quem é esse vampiro e o que ele quer em Mystic Falls. –Disse Stefan e Damon sorriu o seu sorriso mais cheio de ironia.

—Desde quando eu sou um herói, irmãozinho?

—Você não precisa fingir que não se importa Damon. –Disse Stefan. Aquelas palavras sempre incomodaram o vampiro. Era como se Stefan estivesse querendo se colocar em uma posição melhor que ele pelo fato de “se importar”. Mas para Damon, tudo aquilo não passava de hipocrisia. Porque Stefan já havia feito tanto mal às pessoas quanto ele. Nenhum dos dois era inocente, e Damon sentia orgulho de si mesmo por conseguir assumir aquilo e ainda conviver consigo mesmo. Estava prestes a atacar o irmão com essas palavras, quando ele especificou:

—Estou falando de Mia. –Damon calou-se e abaixou os olhos. –Comigo você não precisa fingir que não se importa... –Antes que perdesse aquele momento, Stefan concluiu com a voz baixa. – Eu vejo a forma como você a olha.

Damon permaneceu em silêncio. O tempo inteiro queria mentir para si mesmo. Queria acreditar que não se importava com Mia e que não sentia nada por ela, mas sabia que aquilo era mentira. Ele não compreendia o que era aquele sentimento, mas era algo de fato, algo que o tornava melhor, mais sensível, mais humano... Algo que o fazia querer ser uma pessoa melhor, querer voltar a ser como era antes do mundo transformá-lo em um monstro. E esse monstro dentro dele, não gostava daquela vulnerabilidade humana.

—Não quero que repita isso. –Disse Damon, largando a pá após ver que a vala já estava grande o suficiente. –Sou egoísta. Se me importo com ela, é porque sei que ela poderá ser útil quando eu quiser que ela seja. –Mentiu, e sentiu como se estivesse dizendo alguma blasfema, era muito difícil para alguém tão sincero e com tão poucos pudores como Damon, sustentar uma mentira como aquela, sobretudo, tentar sustentar aquela mentira para si mesmo. –Você pode continuar daqui.

O vampiro foi se afastando lentamente. Pensando consigo mesmo, repetidas vezes, como se estivesse lutando contra o monstro dentro de si: “Não, eu não quero usar você, Mia Summer. Não quero ser egoísta com você...”.

**

Elena e Mia estavam arrumando a pequena cozinha do chalé. O lugar parecia que nunca antes havia sido usado, pois não havia nada lá. A pia ainda estava coberta com um plástico azul, como se tivesse acabado de ser comprada. Enquanto trabalhavam ali, as outras duas garotas estavam tentando deixar o quarto mais “feminino”, segundo Caroline. E Elena aproveitou o momento a sós com Mia para perguntar o que realmente havia acontecido. Contou a ela sobre a mensagem de Damon e como aquilo a havia deixado preocupada.

Mia contou todos os fatos. Contou, inclusive, que havia convidado o estripador para entrar em casa, e então talvez fosse melhor todas irem embora. Mas Elena nem mesmo cogitou essa possibilidade, há tempos havia descoberto que estava sempre em perigo, desde o acidente de carro que sofrera, soube que a vida era cheia de fatalidades. Isso se intensificou quando soube quem realmente eram Stefan e Damon. Agora já estava acostumada ao sentimento da fragilidade humana.

Elena ouviu com atenção quando Mia relatou a briga que Damon havia tido para defendê-la do estripador. Era algo que ela não estava acostumada e que nem mesmo conhecia.

—Um Damon gentil. –Ela refletiu, ao pensar no vampiro se arriscando para salvar a vida da garota.

—Não, não. –Disse Mia. –Ele não é gentil... Ele só parece... Preocupado.

Mia não quis contar a parte em que Damon fora realmente gentil. O momento quando ele a abraçou e disse com todo carinho que não queria que algo de ruim acontecesse a ela. Aqueles momentos pareciam sagrados para ela, um segredo que pertencia apenas aos dois.

—Você sente algo por ele? –Elena perguntou.

Mia baixou os olhos, e isso bastou para que Elena soubesse a resposta. Sem querer, ela sentiu no peito, uma fagulha de algo que parecia ciúme. Mas espantou aquele sentimento. Estava feliz com Stefan.

—É evidente que sim. –Respondeu Mia. E Elena realmente não esperava que a garota pudesse ser tão honesta. –Mas não sei o que é. Eu deveria odiá-lo. Mas não consigo sentir nada ruim por ele.

Mia queria se esconder por ter dito aquilo em voz alta. Mas era a verdade, e ela não mentia, nunca mentia. Muito embora, se envergonhasse por não conseguir odiar Damon Salvatore, o vampiro que matara a pessoa mais importante de sua vida. Ela se envergonhava ainda mais por ter gostado da sensação de ser abraçada por ele. A sensação de que ele sempre a protegeria. Mas aquilo, ela jamais diria em voz alta.

—Eu estava torcendo por Jeremy. –Disse Elena, com a voz desapontada, porém, brincalhona. Mia a olhou sem compreender o que dizia. –Quando vi os dois juntos na casa dos Lockwood. Fiquei feliz porque achei que Jeremy finalmente havia encontrado alguém... Você sabe... Alguém que o colocasse nos eixos.

—Mas ele tem a Vicky. –Mia retrucou.

—E daí? Eles não estão casados... –Disse Elena, sorrindo divertida como se as duas fossem amigas a muito mais tempo do que realmente eram.

—Quem “estão casados”? –Perguntou Caroline, saindo do quarto, sendo seguida por Bonnie. Ambas subiram de joelhos no sofá, apoiando os braços nas costas do mesmo para observar as duas amigas na pequena cozinha inglesa.

—Ninguém. Estou justamente dizendo isso... –Disse Elena. –Que Jeremy e Mia formariam um belo casal. Vocês não acham?

—Uh, com certeza. –Disse Caroline. –Mia é muito melhor do que a Vicky. É quase um crime Jeremy continuar com ela, tendo Mia como opção.

—Ei! Quem disse que eu... –Mia tentou se defender, mas foi interrompida.

—Ah, com certeza Mia é muito melhor. Só pra começar, ela não tem nenhum caso com o Tyler Lockwood. –Disse Bonnie.

—Ela não usa drogas. –Pontuou Caroline.

—Além disso, ela é linda. –Elena concluiu. –Eu teria os sobrinhos mais fofos do mundo! 

Bonnie e Caroline jogaram almofadas de protesto em Elena aos verem o rosto de Mia ficando cada vez mais rosado.

—Agora você exagerou, Elena! –Disse Bonnie. E todas caíram na gargalhada. Ainda fazendo piadas sobre os bebês de Mia e Jeremy.

—Mas e você e Stefan, Elena? –Caroline perguntou. Enquanto todas se aconchegavam no sofá com uma tigela de brigadeiro feito especialmente para a ocasião.

—O que tem a gente? –Perguntou Elena, fingindo-se de desentendida.

—É simples. –Disse Caroline. –Uma garota e um garoto se gostam... Isso só pode dar em uma coisa: Sexo!

Todas riram, e foi a vez de Elena ficar com o rosto corado.

—Não é da sua conta, Caroline! –Elena jogou uma almofada na amiga.

—Isso significa que sim!

—Mas e você, Mia? –Elena perguntou, tentando desviar a atenção.

—Eu? O que tem eu?

—Você parece uma menina ingênua. –Disse Caroline. –Mas sabemos que essas com cara de boazinha são as piores. Basta olhar para a Elena!

—Ei!! –Elena se defendeu.

—Aposto que você tinha um namorado lá na Flórida. –Disse Caroline.

—Não... –Mia falou, timidamente. –Na verdade, eu nunca tive um namorado.

As três olharam para a garota, sem acreditar. Mia era uma menina linda, inteligente, doce e, além do mais, era apenas alguns meses mais nova do que todas elas.

—Então quer dizer que você nunca...

—Não. –Mia respondeu, antes que Caroline continuasse.

Involuntariamente, Mia se lembrou do sonho que tivera com Damon e sentiu o rosto ficar quente.

—E você já beijou alguém? –Bonnie perguntou.

—Não. –Mia se lembrou de todas as vezes em que Damon se aproximara mais do que ela estava acostumada, e parte dela sempre acreditava que ele iria beijá-la.

—Você ao menos já tocou, ou viu, um garoto antes de se mudar para cá? –Perguntou Caroline.

—Ah... Tenho um amigo na Flórida. –Mia começou, e todas as outras meninas se aconchegaram melhor no sofá para escutar. –O nome dele é Ethan. Nos conhecemos desde criança. No início acho que eu tinha uma queda por ele. –Ela refletiu, e sorriu com a lembrança. –Mas depois, Ethan descobriu que não... Vocês sabem... Ele descobriu que gostava de meninos.

Todas riram.

—Claro que isso é segredo absoluto. –Mia continuou. –Ethan pode até mesmo ser expulso do mosteiro se descobrirem. Antes tudo era muito perigoso para ele... Sempre corria o risco de o pegarem saindo às escondidas, e o expulsarem. Ele não tinha para onde ir. Mas, quando saí de lá, ele havia encontrado alguém. Agora namora há tempos com um menino de Miami. Ethan, a qualquer momento, vai ir embora do mosteiro e viver como sempre quis.

Os olhos de Mia brilharam ao se lembrar do amigo, torcia para que ele pudesse descobrir o mundo que sempre sonhara em ver. Ela mesma, agora ansiava por isso.

—Vai ser bonito... –Mia pensou alto. E, percebendo que as garotas a ouviam, continuou. –Quando Ethan descobrir que pode ser o que quiser no mundo. As pessoas aqui fora olham com muito menos preconceito do que eu imaginava. As pessoas aceitam muito mais o amor, do que me ensinaram. –Caroline a olhava como se Mia fosse a garota mais ingênua do mundo. –Eu sei que não é sempre assim. Sei que existe maldade, preconceito, mas não é como no mosteiro. Lá, eles nos ensinam que podemos até morrer, morrer por dentro, se fizermos... Isso... Se tocarmos, insinuarmos, ou até mesmo olharmos, para outra pessoa com esse olhar de desejo.

Todas as garotas a olhavam, intrigadas. O mosteiro era um lugar de extrema religiosidade, elas sabiam. No entanto, todas evidentemente estavam pensando em quantas experiências Mia havia perdido por causa daquilo. E Mia, ao contrário delas, pensava em quantas experiências ainda tinha para descobrir. Uma parte dela queria aquilo, mas outra parte sentia dúvidas sobre o que era certo e errado. Era errado querer tocar em alguém? Era errado querer beijar alguém? Era errado desejar ser abraçada por alguém? Se sim, então ela já era uma garota perdida.

—Acho que Mia não serve para o seu irmãozinho pervertido, Elena. –Disse Caroline, chamando a atenção. O que tornou a atmosfera mais leve e fez todas rirem.

—Ele não é pervertido! –Retrucou Elena. –Mia é tudo o que ele precisa.

—Ok, meninas! –Bonnie interviu, vendo como toda aquela conversa havia deixado Mia. –Tem uma coisa que eu quero mostrar para vocês... Venham comigo.

E então, todas seguiram para o quarto de Mia, onde havia uma cama de casal, agora delicadamente organizada e coberta com um edredom cor de rosa claro. Antes que qualquer uma delas pudesse se manifestar, Bonnie rasgou um dos travesseiros e espalhou as delicadas penas brancas pelo colchão, convidando as amigas para se sentarem ao redor dela.

Elena relutou por alguns instantes. Aparentemente o travesseiro rasgado era o dela. Mas antes que pudesse contestar, Bonnie começou:

—Vocês se lembram das histórias que minha avó me contava?

—Ah não... De novo não. –Disse Caroline, revirando os olhos.

—É tudo verdade... –Disse Bonnie, sem se irritar com a amiga.

E então, ela fechou os olhos e posicionou as mãos centímetros acima das penas do travesseiro, quando as levantou, algumas penas se levantaram também, como mágica, e todas as amigas olharam, impressionadas. Caroline pareceu um pouco assustada, enquanto Elena e Mia sorriam.

—Eu sou mesmo uma bruxa.

Bonnie compartilhou o sorriso. Ela ergueu as mãos o mais alto que pôde, e então todas as penas começaram a voar, como se a gravidade não fizesse efeito sobre elas. Bonnie mentalizava o céu, e as penas imitavam o movimento dos astros. Elena não se conteve e abraçou a amiga. Mia não conseguia acreditar no que seus olhos viam, tamanha era a felicidade por finalmente ter certeza de que estava certa. O mundo era muito mais do que ela conhecia. Havia maldade sim, havia medo, havia terror. Mas havia aquilo. Havia fantasia, fé, amizade, bondade e amor. E aquilo fazia tudo valer a pena.

Quando Bonnie abaixou as mãos, todas as penas também foram ao chão. E Mia percebeu que estava sorrindo enquanto lágrimas de encanto escorriam pelo seu rosto.

—Nunca imaginei algo tão lindo... –Ela sussurrou, imitando Elena, e abraçando Bonnie. Caroline fez o mesmo e logo, todas estavam reunidas em um abraço único. E agora sim, Mia tinha certeza, aquele lugar havia se tornado seu lar.

**

De uma árvore próxima a janela, Damon Salvatore observava a cena. Sem que o vampiro tivesse consciência, seus lábios se abriram em um pequeno e sincero sorriso. Havia em seu peito, um sentimento há muito perdido. Um momentâneo e rápido flash, de algo que lhe enchia de paz e afeto. Ele estava sereno. Porque agora, mesmo com todo o caos de sentimentos que os envolviam e os perigos que eram frequentes ali, Mia estava entre amigos, e pelo menos por aquela noite, Damon sabia que sua garota estava segura.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam?
Nesse capítulo, quis que vocês percebessem coisas sobre a Mia, e queria perguntar se tem alguém aí que se identifica com ela? Esse dilema de "certo" e "errado".

E esses sentimentos loucos que ela e o Damon compartilham?
Gostaria de dizer que o próximo capítulo será muito, muito importante para os dois. Não percam c:

E esse "Estripador" quem vocês acham que é? Comentem!

Como demorei para postar esse capítulo, vou postar o próximo no final de semana. Mas peço que vocês comentem, pq dá uma dozinha de postar outro capítulo sem que o anterior tenha sido comentado :c
Espero que tenham gostado.
Beijos! ♥



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