Inalcanzable escrita por Duda


Capítulo 20
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Meninas, eu peço mil perdões por não ter postado ontem, pensei que ia ficar fora de casa só na sexta-feira, desculpem mesmo!

Bom, boa leitura!



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27 de Julho – Sexta-feira, 02h10

– Amor... – Angie disse com a cabeça encostada no peito de German.

– Hã?

– A Vilu chega Domingo, né?

– Sim. – German murmurou.

– E amanhã é nosso último dia juntos. – Angie o olhou e ele assentiu.

– Você não prefere deixar para pensar nisso amanhã? – Ele a olhou. – A gente passa mais um dia maravilhoso juntos, como tem sido todos esses dias.

– Tudo bem. – Angie murmurou e voltou a encostar a cabeça em seu peito. A verdade é que German não conseguia parar de pensar sobre o futuro dos dois.

– Vai ficar tudo bem, meu amor. – Ele disse beijando a cabeça dela.

– Eu sei. – Ela sussurrou. Ambos sabiam que isso não era verdade. Passou um tempinho e Angie deu uma risadinha, lembrando de algo.

– O que foi? – Ela ergueu a cabeça para olhá-lo.

– Eu não te contei mas antes de vir para cá, enquanto eu estava na casa da Fran, eu tive um sonho. O mesmo sonho em todas as noites.

– E como era o sonho?

– Eu sonhava que você estava no quarto comigo e dizia para eu fugir com você. Eu, você e a Vilu. Fugir para bem longe. – Angie disse sorrindo triste. – E aí eu acordava chorando porque enquanto você me puxava, algo impedia que eu me movesse e eu não conseguia ir com você. – German também sorriu triste. – Acho que eu ficava com medo de que você me deixasse.

– Eu nunca vou te deixar, meu amor. Eu estou de olho em você, garota.– Angie sorriu. – Sempre estarei. – Ela deu um selinho em German e voltou a deitar sua cabeça no peito dele. Aos poucos, foi adormecendo. German não pregou os olhos, estava preocupado e não queria que ela fosse embora. Sentia-se como um garoto, precisava dela para sua vida ficar completa mas não poderia tê-la. As semanas foram perfeitas, para os dois, mas ambos sabiam que teria um fim e que, com esse fim, viria a dor de não poderem viver esse amor livremente.

28 de Julho Sábado

Angie acordou e olhou para o lado, German não estava na cama. Enrolou um pouco, levantou-se e foi escovar os dentes. Quando saiu do quarto, escutou uma música. Desceu as escadas lentamente e viu German tocando piano. Enterneceu-se ao ver aquela cena. Aproximou-se dele, sorrindo, e apoiou-se no piano, ele continuou tocando e passou a olhá-la, sorrindo também. Ficaram assim, olhando e sorrindo um para o outro, até que ele parou de tocar, levantou-se, envolveu Angie em seus braços e beijou-a.

O dia passou calmo, assistiram um filme e ficaram deitados na cama o dia inteiro. Fizeram amor, conversaram, riram, depois fizeram amor de novo, conversaram de novo e riram de novo. A vida poderia ser só isso, pois se fosse, ambos estariam satisfeitos. Não pediriam mais nada pois apenas a presença do outro era o suficiente para que tudo ficasse perfeito. À medida que a noite se aproximava, os dois iam ficando mais tensos pois sabiam que Angie teria de ir embora.

– Está chegando a hora. – Angie falou olhando-o. Estavam deitados na cama, um de frente para o outro.

– Eu sei. – German sussurrou. – Eu não quero que você vá.

– Eu não quero ir. – Angie murmurou. – Mas não tem outro jeito, não é? – German suspirou e negou com a cabeça. Passaram-se alguns minutos.

– Nós vamos dar um jeito, meu amor. – Ele sussurrou.

– Que jeito, German?

– Eu não sei. – Angie esboçou um fraco sorriso e levantou-se. – Onde você vai?

– Vou me arrumar, amor. – Angie falou e entrou no banheiro. German levantou-se e foi preparar algo para comerem.

Jantaram em silêncio e saíram de casa em silêncio. German parou o carro em frente à casa de Diego e olhou para Angie, que já derramava algumas lágrimas.

– Olha pra mim. – German murmurou. Angie o olhou e ele levou uma mão ao rosto dela para acariciá-la. – Vai ficar tudo bem, amor.

– Você sabe que não vai, German. – Angie sussurrou, ele suspirou.

– De qualquer forma, eu te amo e sempre vou amar. – Ele murmurou e a beijou. Um beijo que dava a sensação de que seria o último. Finalizaram o beijo com selinhos e encostaram as testas. Angie começou a chorar e German fechou os olhos para não vê-la chorar. – Não chora, meu amor, por favor. – Ele sussurrou.

– Desculpa. Mas é impossível. – Ele a abraçou e ela retribuiu. – Eu te amo. – Angie balbuciou. Ficaram um bom tempo abraçados, até que Angie recebeu uma sms de Diego perguntando onde ela estava. Saíram do carro, German pegou a mala dela e foram até a porta. Diego abriu a porta e se deparou com uma Angie chorosa e um German triste.

– Prazer, Diego. – Diego disse estendendo a mão para cumprimentar o German.

– German Castillo. – German disse cumprimentando-o.

– Eu sei, my darling me falou bastante de você. – Diego disse sorrindo e German deu um fraco sorriso.

– Venha, vamos entrar. – Diego disse abraçando Angie, German suspirou e abaixou a cabeça.

– Eu vou indo. – German adiantou. – Foi um prazer conhecê-lo, Diego. – Estava se virando para voltar ao carro quando Angie o chamou. Ele ficou parado e ela o abraçou, chorando. O abraço mais apertado que eles já haviam dado. German deixou uma lágrima escorrer. – Nós vamos nos ver na escola, meu amor. – German sussurrou.

– Mas eu não vou poder te abraçar na escola. – Angie murmurou.

– Eu sei. – Ele sussurrou. Separaram-se e ele ia beijá-la mas lembrou que Diego assistia aquela cena e optou por apenas depositar um beijo na bochecha de Angie. Diego não ligaria se German a beijasse mas German não ficaria à vontade com aquilo. Afastaram-se e ele caminhou até o carro. Angie o acompanhou com os olhos, chorando, e Diego a abraçou.

– Vem, my darling, vamos entrar. – Diego disse depois que German dera partida no carro. Angie entrou e Diego levou sua mala.

POV. Angie

Os dias na casa do German foram maravilhosos, várias vezes me peguei beslicando meu próprio braço para saber se era real. Eu conheci um outro German que me deixou ainda mais apaixonada, um German cavalheiro, que me tratou como uma princesa. Eu estava com medo de ir para lá porque eu sabia que ficaria como eu estou agora mas ele me fez esquecer de tudo, me fez esquecer do mundo. O tempo em que estive lá foi como se tivéssemos criado um mundo só nosso, estávamos dentro de uma bolha, e ninguém poderia entrar e nos atrapalhar. Era um mundo somente nosso, perfeito e nosso. O “adeus” foi horrível, vê-lo partir me desconfigurou inteira, parte do meu coração estava indo embora e eu sei que nos veremos na escola ainda mas a sensação que estou é de que eu nunca mais o terei como o tive nessas duas maravilhosas semanas.

– Está melhor? – Diego perguntou deitando-se ao meu lado na cama. Já haviam passado 1h e pouco desde que eu cheguei e eu já tinha parado de chorar.

– Sim. – Eu murmurei e sorri triste.

– Quer falar sobre ele? – Eu suspirei.

– Ele foi maravilhoso nessas duas semanas, Di. – Eu falei baixo. – E vê-lo partir me deu a sensação de que eu estava acordando do sonho mais lindo que eu já tive em toda a minha vida.

– Vocês vão se ver na escola, Angie.

– Mas não será a mesma coisa. SE acontecer algo, ele corre um grande risco, Di. Se alguém descobre, a vida dele acaba. – Eu suspirei – Imagina o escândalo.

– É. – Diego me abraçou. – Mas vai ficar tudo bem, um dia vocês serão feliz juntos. – Eu sorri triste. Ficamos conversando mais um bom tempo. Quando consegui dormir eram 04h30. Dormi e acordei pensando nele e assim foi o resto dos dias.

POV. German

Eu não aguentei, acabei trazendo Angie para ficar comigo e talvez tenha sido a melhor coisa que eu fiz. Há muito tempo eu não me sentia tão vivo, tão feliz, tão apaixonado. Não haviam pessoas nos atrapalhando, preocupações nos impedindo de estar juntos, medo ou qualquer outra coisa que nos atrapalhasse. Não existia nada disso, só eu e ela. Eu sabia que aquilo teria um fim, que uma hora nos separaríamos mas eu não me importei, eu queria que o tempo com ela fosse o mais perfeito e não deixaria isso nos atrapalhar. Depois de deixá-la na casa do amigo, eu cheguei em minha casa dilacerado, sentindo um impotência enorme por não poder mudar a nossa situação, por não poder evitar que ela sofra. Eu juro que não ligo de sofrer, já estou acostumado, mas ela, a minha Angie, não pode sofrer e saber que somente eu a levo a isso me dói muito. Eu subi para o meu quarto e encontrei um moletom dela jogado na minha cama. Eu o peguei e meus olhos lacrimejaram. Deitei em minha cama segurando o moletom dela e cheirando-o. Inevitavelmente comecei a chorar.

29 de Julho – Domingo

– Papai, papai. – Violetta entrou em meu quarto e pulou em cima de mim. Eu levantei e fiquei sentado na cama.

– Oi, meu anjinho – Eu disse beijando sua bochecha e a abracei. – Como você está?

– Eu estou bem, papai. – Vilu afastou-se de mim e sentou na cama. – O que aconteceu?

– Nada, Vilu, por que? – Eu dei um sorriso forçado e ela suspirou.

– Papai, seus olhos estão tristes, você está com uma cara pesada. – Eu abaixei a cabeça. – Ah... Eu já sei o que é. – Eu a olhei. – Eu conheço esse moletom. – Ela olhava para o moletom da Angie que estava ao meu lado. Ela voltou a me olhar. – Vai me dizer o que se passa entre vocês ou não?

– Não se passa nada, Violetta. – Ela suspirou. Violetta é nova mas não é ingênua, tem um tempo que ela desconfia de algo, agora ela só confirmou.

– Então o que o moletom da Angie está fazendo aqui? – Ela disse sorrindo. – Tudo bem, papai. – Vilu abaixou a cabeça. – Se você não pode confiar em mim pra contar, tudo bem. – E levantou-se.

– Não, filha, espera, senta aí. – Ela me olhou e sentou. – É que isso é muito complicado, Vilu, eu não sei se você entenderia.

– Tente me explicar. – Eu suspirei. Eu não sabia o que dizer, eu ia mesmo falar sobre Angie com a minha filha de 11 anos?

– Eu... Eu e a Angie nos... nos apaixonamos, Vilu. – Eu disse cautelosamente. Primeiro ela formou um O com a boca e depois ela sorriu. Eu a olhava sério.

– E por que está com essa cara? Isso não é bom, papai? – Ela disse sorrindo e eu suspirei.

– Seria maravilhoso, se nós pudéssemos ficar juntos. – Eu abaixei a cabeça.

– E por que não podem? – Ela ficou séria. – Papai, vocês se amam, nada mais deveria importar. – Eu a olhei e sorri triste.

– Não é tão simples, Violetta.

– Claro que é, vocês que complicam. – Eu suspirei.

– Vilu, se descobrirem sobre eu e a Angie, o escândalo será enorme e eu ficarei conhecido como o diretor que tinha um caso com a aluna menor de idade. Você consegue entender isso? – Eu abaixei a cabeça. – Não podemos ficar juntos. – Murmurei.

– E o amor de vocês? Como fica? – Eu suspirei e a olhei.

– Angie é jovem, ela vai encontrar alguém com quem ela possa ficar e ser feliz.

– E você? Vai continuar sofrendo pelo resto da vida, papai? – Abaixei a cabeça novamente. – Sabe, papai? Às vezes eu tenho impressão de que você gosta de sofrer. – Ela disse levantando-se.

– Violetta! – A repreendi.

– É verdade. Você acha que eu nunca percebi que você sofria pela morte da mamãe? Você acha que eu não notei o seu sofrimento por causa da Angie? – Violetta alterou-se um pouco. Suspirou e continuou me olhando. – Pára com isso, pai... Você também merece ser feliz. – Ela se virou e caminhou até a porta, parou e virou-se para mim. – E a Angie também merece ser feliz. – Ao dizer isso saiu do quarto. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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