Inalcanzable escrita por Duda


Capítulo 18
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Meninas, já escrevi até o capítulo 20 (final dessa parte) e, sei lá, acho que vocês vão se surpreender.

Sobre o capítulo::::sei lá, acho que não ficou muito bom mas enfim, espero que aproveitem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/403691/chapter/18

02 de Julho Segunda-Feira

POV. Angie

– Oi Angie – Vilu disse sentando-se ao meu lado no terraço. – Como você está?

– Estou levando, Vilu, até agora eu não havia pensado sobre as férias, lembrei que voltarei para a casa do meu pai e tenho medo do que pode acontecer. Desde aquela vez ele não veio mais até a escola me procurar e isso me deixa com mais medo. – Eu a olhei. – Mas e você? Está bem?

– Sim, estou animada com as férias, vou viajar com a professora Olga. – Ela disse sorrindo e eu sorri. – É, ela sempre me tratou como se eu fosse sua filha, daí ela conversou com o papai e ele permitiu que eu fosse. – Fez um pausa e parou de sorrir. – Mas eu não sei, estou preocupada com o papai, Angie.

– Por que? – Eu disse olhando-a.

– Porque ele está estranho, está mais triste e preocupado do que o normal, não se concentra nas coisas direito. – Ela disse me olhando. Eu abaixei a cabeça, aquilo era culpa minha.

– Vai ficar tudo bem com ele, Vilu, seu pai é grandinho e ele não ia querer que você deixasse de ir viajar por causa dele, ele só quer seu bem.

– Sim, tem razão. – Ela sorriu. – Vou sentir sua falta, Angie. – Eu a abracei.

– Também vou sentir a sua, Vilu. – Eu falei sorrindo.

POV. German

– Entre. – Eu falei quando escutei alguém dar duas batidas na porta. Eu estava sentado na cadeira de costas para a porta e olhando para a janela pensando na Angie. A pessoa entrou, fechou a porta e ficou parada, eu não me virei.

– Eu quero saber. – Matias disse e eu me virei. – Me fale sobre ele. – Ele me olhava sério. Eu sabia que ele viria. Fiz sinal para ele sentar, ele o fez. Peguei a pasta dentro da minha bolsa e o entreguei, ali havia todas as informações sobre o homem, exceto a que dizia respeito à Angie. Ele pegou a pasta, abriu-a e observou atentamente tudo o que havia nela. Ficou assim durante alguns minutos.

– Tem tudo o que você precisa saber. – Eu disse firme. – Exceto uma coisa.

– Que coisa, Castillo? – Ele disse olhando para a pasta.

– Ele é pai de uma aluna daqui, LaFontaine. – Ele me olhou e eu suspirei. – É o pai de Angeles. – Ele surpreendeu-se.

– E o que você pensa em fazer? – Eu abaixei a cabeça.

– Não sei. – E o olhei novamente. – Durante 5 anos eu só pensei em vingança, essa ideia não saiu da minha cabeça em nenhum dia sequer... até aparecer Angeles. – Eu suspirei e abaixei a cabeça.

– Você não disse que ele a trata mal?

– Sim, eu tenho medo do que ele possa fazer com ela.

– Você se apaixonou mesmo, não é? – Eu assenti. – Como você deixou isso acontecer?

– Você sabe que isso não é fácil de evitar, LaFontaine. – Eu falei após olhá-lo, ele abaixou a cabeça.

– Sim, eu sei. – Murmurou. Ficou um tempo assim, até que ele colocou a pasta em cima da mesa e disse: – Nós precisamos entregá-lo à polícia!

– Não. Não antes dele ter uma lição.

– Você quer sujar as mãos, Castillo?

– Se nós o entregarmos à polícia, eu não sei o que acontece com Angeles, Matias, ela não tem ninguém.

– E se nós dermos uma lição nele, ele pode querer se vingar por meio dela, German. – Matias tinha razão, eu não havia pensado nisso. Ele é perigoso e poderia fazer qualquer coisa com ela.

– Tudo bem. – Eu suspirei. – Você tem razão. – Matias esboçou um fraco sorriso.

– Angeles já sabe?

– Não. – Eu suspirei. – Quando você quer denunciá-lo?

– O mais rápido possível. Converse com ela, explique a situação.

– Eu não posso conversar com ela, Matias.

– Por que está tentando evitar o que sente?

– Eu não estou mais tentando evitar, acontece que se descobrirem será um escândalo, você sabe disso, então eu prefiro evitar contato com ela. 

– Você não tentou evitar na festa, German. – Matias disse sorrindo. Eu suspirei.

– Eu não consegui controlar. – Abaixei a cabeça. – Ela estava lá, sozinha e triste, eu não resisti, Matias. – Eu suspirei e o olhei.

– Eu entendo, German. – Matias falou. – Só toma cuidado com isso. Não sei, espera o ano acabar... quando ela não tiver mais nenhuma ligação com a escola, vocês estarão livres.

– Ela ainda será menor de idade. – Eu abaixei a cabeça e esperei um pouco. – E então, você conversa com ela? – Eu voltei a olhá-lo.

– Ela não vai entender, é melhor nós dois conversarmos com ela. – Eu assenti. – Posso pedir para chamá-la? – Assenti de novo.

POV. Off.

Pablo interrompeu a aula de Matemática para chamar Angie, ela sentiu-se aliviada pois não aguentava mais aquela aula.

– O professor Matias e o senhor Castillo querem conversar com você. – Pablo disse assim que Angie saiu da sala.

– O professor Matias? – Angie estranhou e Pablo apenas assentiu.

Caminharam lentamente até a sala do German, quando chegaram, Pablo abriu a porta e fez sinal para Angie entrar. Ela entrou com o cenho franzido. Matias estava sentado com os cotovelos apoiados nos joelhos em uma das cadeiras que ficam em frente a mesa do German e German estava em pé do outro lado da mesa olhando para a janela. Ambos a olharam quando ela entrou. Matias fez sinal para que Angie sentasse.

– Obrigado, Pablo, pode ir. – Matias disse. Angie sentou-se e German fez o mesmo. Matias e German se entreolharam e Angie olhava para os dois.

– O que aconteceu? O que eu fiz agora?

– É... Angie... – Matias começou. – Há alguns anos a esposa do German, a Maria – Ele suspirou. German olhava sério. – foi abordada em um assalto. O homem pediu sua bolsa, ela o entregou e, mesmo assim – Matias suspirou pesadamente, como se aquilo fosse tão difícil para ele quanto era para German, Angie se perguntou o porquê disso. – e, mesmo assim, ele a matou. – Ele disse olhando para baixo.

– Eu estava junto – German murmurou sério, Angie e Matias o olharam. – naquela noite, eu vi tudo. Eu reparei nos olhos dele. – German suspirou e fez uma pausa. Angie não entendia o fato deles estarem contando tudo aquilo para ela. – Naquele dia aqui em minha sala, quando seu pai te estapeou, – Angie franziu o cenho – ao encará-lo profundamente, me veio aquela noite na memória. – Angie arqueou as sobrancelhas e abriu a boca, já sabia onde eles queriam chegar mas estava incrédula.

– O J-José f-foi quem a ma-ma...

– Sim. – Matias murmurou. Angie sabia que seu pai não era um boa pessoa mas também não conseguia acreditar que ele poderia matar alguém. Não, acreditava sim. Aquele homem era ruim e agora ela entendia porque ele sempre parecia que estava escondendo algo. Matias entregou a pasta para ela.

– Meu Deus... – Ela observou atentamente e levou uma das mãos à boca, horrorizada pelo fato de ser filha biológica de uma pessoa como aquela, da pessoa que havia causado tamanho sofrimento ao German. Após olhar todos os papéis da pasta, ergueu a cabeça, olhou para Matias e depois olhou para o German, que estava sério. – O que vocês pensam em fazer? – Matias olhou para o German, que a olhava.

– Denunciá-lo. – German murmurou, Angie assentiu.

– O mais breve possível, Angie. – Matias falou cautelosamente olhando-a.

– T-Tudo bem, mas... o que vai acontecer comigo? – German abaixou a cabeça, ele queria levá-la para sua casa e deixá-la lá, viver com ela lá, para sempre. Matias o olhou e depois voltou a olhar para Angie.

– Você não tem ninguém com quem possa ficar?

– Eu não posso ficar sozinha? Meus pais me deixaram uma boa quantia de herança, dá para pagar um hotel durante as férias. Não ligaria de ficar sozinha em um hotel.

– Sozinha você não vai ficar, eu não vou deixar! – German falou ao levantar a cabeça. Matias e Angie o olharam. Matias com uma cara de “o que você está falando, seu idiota?” e Angie com uma cara de “a vida é minha e se eu quiser, eu fico sozinha”. German abaixou a cabeça novamente.

– É... Mesmo porque, Angie, por você ser menor de idade, não pode mexer nessa herança ainda. – Matias falou calmamente voltando a olhá-la. Angie suspirou.

– Eu não tenho onde ficar. – Ela murmurou. – Eu posso falar com alguns ami...

– Você fica comigo! – German não aguentou, disse levantando a cabeça para olhá-la. Matias o olhou perplexo e Angie o olhou séria, num misto de alegria e raiva. Sim, raiva porque ele a tratava mal mas sempre arrumava um jeito de tê-la por perto, um jeito que ela não resistia e sempre cedia. – Violetta vai estar lá.

– Violetta vai viajar. – Angie disse.

– Apenas na segunda e na terceira semana de férias. – German retrucou.

– Eu acho melhor... – Matias interveio – que você converse com as suas amigas, Angie. – Matias disse olhando-a. German suspirou, ele sabia que Matias tinha razão. Ele ia cometer uma loucura se a levasse para a casa.

– Matias tem razão. – German murmurou abaixando a cabeça. Angie soltou um risinho sarcástico, Matias e German a olharam.

– O que foi? – German perguntou.

– Nada, Ger... Sr. Castillo. Não foi nada. – Angie abaixou a cabeça.

– Matias, eu posso falar com a Angeles a sós? – Matias o olhou sério. – Por favor. – Matias sorriu para Angie e levantou-se. – Pode ficar com a pasta mas não entregue à polícia sem mim. – Matias assentiu.

– Tudo bem. Cuide-se, Angie.

– Obrigada, professor. – Angie sorriu para Matias e ele saiu da sala. Angie ia se levantar para fazer o mesmo.

– Não. Por favor, fica. Precisamos conversar. – Angie sentou-se novamente.

– O que você quer, Sr. Castillo? – Angie o olhou séria.

– Não me chame assim, Angie. – German murmurou.

– Você quis assim! – Angie havia ficado realmente chateada pela forma como ele a havia tratado e, ainda mais agora, pois depois da dança, por mais que a sensação de dançar com ele fosse maravilhosa, ela teve a impressão de que ele sempre a trataria mal e depois sempre daria um jeito de tê-la de novo. 

– Eu não quis assim, eu tive que agir assim. – Angie suspirou. Ficaram em silêncio por um tempo. Angie de cabeça baixa e German olhando-a.

– O que aconteceu com você na festa? Uma hora me trata mal, me evita e, então, de uma hora para outra, decide me defender de um garoto e, depois, dançar comigo na festa da escola onde todos os alunos poderiam vê-lo.

– Aquele garoto estava incomodando-a, eu só quis evitar isso. E sobre a dança – German suspirou. – eu... não consegui controlar. – German sussurrou.

– Obrigada por me defender.

– Por que ele estava tentando te agarrar?

– Ele se achou no direito de me beijar em qualquer momento só porque eu aceitei ficar com ele semana passada. – German abaixou a cabeça, sentindo uma dor forte no coração. Ele sabia que não poderia proibi-la de nada.

– E você vai continuar com ele? – Ele murmurou olhando-a.

– Não sei, German, ele me pediu desculpas, não é uma pessoa ruim.

– Mesmo depois de termos dançado? – Angie o olhava séria. – Eu sei que uma dança não significa nada mas aquela significou tudo para mim, Angie. – Angie quis deixar o orgulho de lado e pular nos braços de German mas decidiu que era melhor não fazer isso.

– Eu o conheço, German, e sei que uma hora ou outra você volta a me evitar e a me tratar como se eu não fosse nada para você. – Angie abaixou a cabeça. – Eu não posso viver dos poucos momentos em que você não consegue se controlar. – Ela falou baixinho. Passaram alguns minutos. German abaixou a cabeça.

– Se... você está feliz assim – Ele sussurrou. – eu fico feliz por você. – Angie deixou uma lágrima cair. Ela nunca foi dessas meninas que esperavam o príncipe e acreditavam cegamente no amor mas pensava, ao menos, que quando duas pessoas se amavam, lutavam juntas por esse amor.

– Só que eu não estou feliz, German. – Eles se olharam. – Porque eu fui destinada à um amor que eu não posso viver. – Angie abaixou a cabeça. – O ruim das relações é isso, – Disse voltando a olhá-lo – você se sente dependente de outra pessoa para ser feliz e perceber que essa pessoa não sente o mesmo machuca. – Ela terminou derramando mais uma lágrima. 

– Eu preciso de você, Angie, eu quero você. Não duvide do meu amor, por favor. – German disse com a voz embargada – Mas eu...

– Não pode, eu já sei. – Angie suspirou. Levantou-se para sair da sala. – Mais alguma coisa? – Disse de cabeça baixa.

– Passa uma noite comigo. – Ele levantou-se e Angie o olhou profundamente. 

– Para depois voltarmos para a escola e você me tratar mal? – ​Angie não acreditou em como conseguiu manter o seu orgulho firme naquele momento. 

– Eu não vou te tratar mal mas você sabe que não podemos ficar juntos. – Angie assentiu. – Uma noite... é o que eu te peço. – German suplicava. Angie abaixou a cabeça.

– Agora sou eu que não posso, German. – Angie murmurou. – Se eu passar uma única noite com você ficarei o resto da vida pensando nessa noite e sofrendo por isso. – Angie o olhou. – Você nunca vai aceitar o nosso amor. – Ao dizer isso saiu da sala. German se jogou em sua cadeira, ficou ali vendo-a se afastar e sentindo que a tinha perdido para sempre. Angie, por sua vez, saiu da sala dele chorando e foi correndo para o seu quarto, deitou-se em sua cama e chorou, chorou até não aguentar mais. Percebeu que depois que conheceu German, seus choros tornaram-se mais frequentes, muito mais, e prometeu a si mesma que não choraria mais por ele. Mas ela não conseguia, simplesmente não conseguia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inalcanzable" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.