Inalcanzable escrita por Duda


Capítulo 17
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, meninas, eu precisei modificar o capítulo quase inteiro. Pode haver erros de concordância, sei lá, porque eu fiz essas modificações aqui mesmo!

Sobre V2::::::ontem fiquei com muita dó da Jade e adorei a vontade dela de querer foder o German. Sinto cheirinho de German se fodendo e não estou triste com isso, tem que se foder pra aprender. Só isso.

Bom, aproveitem o capítulo.



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30 de Junho – Sábado

POV. Angie

German voltou a ser como era. Voltou a ser o carrasco, o diretor que todos os alunos temem e voltou a me evitar. No dia seguinte ao que eu voltei para a escola, nós conversamos e desde aquele dia eu não deixo de derramar, pelo menos, uma lágrima em todas as noites.

Flashback On - 04 de Maio

– Oi, German – Eu disse sorrindo após fechar a porta da sala dele. – Por que me chamou? – Eu juro que esperei que ele dissesse que era porque queria me ver.

– Me chame de Sr. Castillo, por favor, Saramego. – Ele disse sem me encarar. Eu sentei e franzi o cenho.

– Como assim? O que aconteceu?

– Aconteceu que você não pode me chamar de German, contente-se em me chamar de Sr. Castillo. – Disse ainda sem me olhar.

– Qual é o seu grau de bipolaridade? Porque eu juro que não entendo como é possível alguém dizer que me am...

– Shhh – Ele me olhou finalmente. – Alguém pode estar escutando.

– Escutando como? A porta está fechada e eu não consigo ver mais ninguém aqui dentro além de nós. – Aquilo tudo estava sendo uma piada para mim.

– Eu não sei, eu só sei que... – Ele suspirou. – tem professores que querem me tirar daqui e só estão procurando uma falha minha para poder fazê-lo.

– Tá, mas também não precisa me tratar assim.

– É necessário. – Eu suspirei.

– Que seja... O que você quer comigo? – Já que ele estava sendo seco, eu também seria.

– É... Eu vou te colocar em duas aulas optativas, na aula de Canto – Eu sorri. – e na aula de Dança.

– Tá... E por que isso?

– Matias, Jackie e Esmeralda me pediram para conversar com você à respeito da sua indisciplina em sala de aula. – Eu suspirei. – Eles gostam de você e querem o seu bem. E... me disseram que eu estava fechando os olhos para o modo como você está agindo e... que eu precisava tomar uma providência.

– Então eles mandaram você me colocar em mais aulas? Ok. Não sabia que você era pau-mandado. – German me olhou sério.

– Você não entende mesmo, não é? – Ele murmurou.

– Não entendo o que?

– Se continuarmos com isso – Ele se aproximou mais da mesa e eu pude ver medo em seus olhos – eles vão me pegar, Angie. – Ele respirava angustiado. – Entenda, por favor, eles precisam ver que eu tomei alguma providência sobre você. – Ele abaixou a cabeça. – Não torne as coisas piores para mim, não me faça ser duro com você porque isso me dói, me dói muito. – Ele falou bem baixo e voltou a me olhar. – Faça o possível para prestar atenção nas aulas, tire o melhor de você, por favor, eles precisam ver alguma melhora. – Ele estava praticamente suplicando e eu ficava cada vez pior com tudo aquilo.

– E o que eu ganho com isso?

– Boas notas, bom relacionamento com os professores...

– E com você? Bom relacionamento com você também?

– Por favor, nã... – Ele sussurrou.

– Tudo bem, Sr. Castillo – Eu disse me levantando – eu prometo que darei o melhor de mim. – E saí da sala.

Flashback Off

Eu fiz o que prometi, melhorei mais do que 100%, se é que é possível, em todas as matérias, e ele tinha razão, alguns professores passaram a me tratar melhor, a serem mais receptivos comigo, outros não ligavam e tinha o Gregório, que tirou o tempo para me infernizar. Mas enfim, a única pessoa que eu queria que me tratasse melhor, que se importasse, que me desse atenção, estava sentado em sua sala vivendo para o seu trabalho e sentindo prazer em ser o carrasco da história. Ele preferiu assim e, por mais que me machucasse vê-lo daquele jeito e saber que ele nunca será feliz se continuar agindo assim, eu decidi seguir com a minha vida ou, ao menos, tentar. Resolvi dar uma chance ao Gabriel, aquele garoto que vivia na minha cola. Começamos a ficar essa semana e... é, não é um German Castillo, lindo, alto, moreno, forte, cheiroso, com aquele olhar penetrante e aquele sorriso encantador e aquela voz sedutora e aquele bei... Contenha-se, Angeles... mas então, o Gabriel é legal e me trata bem, pelo menos isso.

– AN-GIE, SAI LOGO DESSE BANHEIRO. – Fran gritou. Já eram 20h30 e estávamos nos arrumando para a festa de fim de semestre que surpreendentemente o German permitiu que ocorresse. A festa ia começar às 21h30 e era só para os alunos do Ens. Médio. 

– TUDO BEM, JÁ ESTOU SAINDO. – Eu disse desligando o chuveiro. Abri a porta e mostrei a língua pra Fran, ela retribuiu. Sequei meu cabelo com outra toalha e comecei a me arrumar. Coloquei um vestido preto e curto com uns detalhes no colo, meia calça preta e salto também preto. Não passei nada forte no rosto, nada mesmo, apenas o batom vermelho, e prendi o cabelo num coque, mas não um coque qualquer, um que eu havia aprendido para festas. Quem não me conhecesse, jamais me daria 17 anos ou menos. 

Esperamos mais um tempinho até Fran terminar de se arrumar e fomos em direção ao ginásio de esportes, a festa seria na quadra poliesportiva que ficava no segundo andar. Ficamos esperando Dan, Maxi e Gabriel chegarem para entrarmos com eles. Durante o tempo em que ficamos esperando, vi apenas o professor Matias e a professora Esmeralda entrarem juntos, eles passaram por nós e nos cumprimentaram. Logo depois o Pablo entrou.

– Olá meninas. – E nos cumprimentou. – Vocês estão lindas. – Nós sorrimos. Ele ia continuar andando mas eu o chamei.

– Pablo, – Ele parou e olhou para mim. – v-você s-sabe se o Castillo vem? – Eu perguntei sem graça, ele sorriu.

– Ele já está aí, Angie. – Eu estranhei. Imaginei que ele não fosse à festas, Pablo percebeu. – Ele realmente não gosta de festas, se é o que pensou, mas quando se trata das festas da escola ele sempre comparece para vigiar os alunos. – Ele sorriu e entrou.

Os meninos finalmente chegaram. E com eles, Ludmila e Naty. Nós entramos e fomos caminhando até uma mesa vazia próxima à entrada da quadra. Haviam mesas espalhadas pelos cantos da quadra e no meio ficava a pista de dança, tinham todas aquelas luzes que costumam ter em festas e tinha um DJ também. Todos os inspetores estavam lá e dos professores apenas Matias, Jackie, Beto, Jade, que era irmã de Matias e professora de Biologia, Olga, que era professora de Geografia e que, para variar, estava atrás do Ramalho. Contudo, quem eu mais queria ver ainda não tinha visto, passei os olhos por toda a extensão da quadra e não vi German.

– Ei, o que foi? – Gabriel disse colocando um copo na mesa. Já tinham se passado umas duas horas desde que chegamos e todos estavam lá se divertindo, mas eu não conseguia, não parava de pensar em German. – Vem, vamos dançar! – Gabriel nem esperou eu responder e me puxou.

– Ah não, por favor.

– Ora, Angie, você está fazendo aula de dança para quê?

– Ok, só um pouco. – A música era animada, não teria problema algum.

Dançamos bastante, era a sensação que eu tinha, mas o fato é que passaram apenas cinco minutos desde que eu me levantei para dançar, só que parecia uma eternidade. De repente vimos um tumulto do outro lado da quadra. Estava tendo uma briga de dois garotos que eu acho que eram do 1ºAno. Foi aí que eu o vi, estava lindo, todo de preto com uma gravata cinza. Ele foi separar a briga dos garotos e, após conversarem, ele saiu do ginásio com os dois garotos. Com o tumulto desfeito, eu e o Gabriel voltamos a dançar. Ele dizia algumas coisas durante a dança mas eu não dava a mínima, minha cabeça estava bem longe. De repente, Gabriel me pegou pela cintura e me beijou, eu o empurrei.

– Onde você conseguiu bebida? Sua boca está puro álcool.

– Eu trouxe.

– Como?

– Isso não interessa. – Ele sorria. – Vem. – E me puxou novamente.

– Não, Gabriel, sai. – Ele continuava me agarrando e eu tentava me desvencilhar. Todos estavam dançando e nem estavam ligando para aquilo. – Sai, Gabriel, me solta. – Eu falei alterada e, do nada, alguém o puxou com força pela camiseta, fazendo-o me soltar.

POV. German

Passou um tempo desde a última conversa com Angeles e eu venho evitando-a durante todo esse tempo. Está sendo difícil pois todas as vezes que eu a vejo, minha vontade de beijá-la é enorme. Eu nunca exerci tão brilhantemente o meu autocontrole como eu estou fazendo agora e, bom, os professores que queriam me tirar parece que desviaram suas atenções para outras coisas. O fato é que tudo voltou a ser como era antes. Eu sendo odiado por todos, eu sendo rígido com os alunos, eu escutando reclamações de alguns professores com relação aos alunos - e confesso que nestes momentos eu sempre me distraía pensando em como seria se eu fugisse com a Angie -, eu sofrendo por não poder mostrar ao mundo quem eu amo. Por eu ter voltado a ser rígido com os alunos, decidi fazer uma média e permiti que essa festa ocorresse, mesmo sabendo que certamente eu veria Angeles e teria a chance de não conseguir manter o controle.

Já se passaram duas horas e eu não a vi ainda, juro que não sei se fico satisfeito ou triste por isso. Eu estava sentado na mesa com o Matias e o Beto quando percebemos um tumulto, eram dois garotos brigando, nós os separamos e eu os levei para fora do ginásio, mandei Pablo e Samuel os levarem para seus quartos. Voltei para a quadra determinado a acabar com a festa porém eu esqueci de tudo quando entrei e vi aquele garoto Gabriel agarrando a minha Angie. Por instinto eu caminhei rápido até ele e o puxei pela camiseta.

– Garoto, não está vendo que ela não quer você? – Eu disse alterado. Eu me virei para olhar para Angie e... ela estava maravilhosamente linda. Não consegui evitar sorrir ao encarar a cara de surpresa dela.

– Senhor, estão todos olhando. – Ela disse e eu quase não a escutei por conta do barulho da música. Eu fiquei sério e olhei em volta. Realmente, todos estavam olhando e estavam indignados. Eu a olhei novamente e suspirei. Eu queria tanto abraçá-la, dizer que ela está linda e tirá-la para uma dança.

– Você está bem? – Eu perguntei após alguns minutos, ela assentiu. Olhei de novo para o garoto. – Se eu pegar você de novo tentando agarrar qualquer uma das meninas – sim, eu tentei disfarçar – à força, você vai se ver comigo, garoto. – Ele assentiu. – Vá para o seu quarto. – Ele ficou parado me olhando. – Agora! – Eu aumentei um pouco o tom de voz. Ele foi. Olhei de novo para Angie, dei um fraco sorriso e fui para a mesa onde os professores estavam.

– Pablo, – Eu o chamei assim que o vi se aproximar. Retirei uma caneta do paletó, peguei um guardanapo e escrevi um bilhete. – Toma, entregue à Saramego... discretamente, rapaz. 

– Senhor, é perigoso.

– Vai logo. – Eu deveria estar ficando louco mesmo mas eu precisava ficar com ela. Eu fiquei olhando-a e quando Pablo a entregou o bilhete, ela sorriu.

POV. Off

Angie recebeu o bilhete que dizia:

Me encontre no salão da piscina quando der 1h.

Com amor, German.

Angie não evitou sorrir ao ler o bilhete. Olhou para o relógio e já eram uma 00h30. O DJ havia começado o repertório de músicas lentas, alguns alunos começaram a entediar-se e irem embora. Alguns casais dançavam e Angie sentia uma certa melancolia ao vê-los. Alguns professores já tinham ido embora, Matias ainda dançava com Esmeralda, Pablo dançava com Jackie e outros inspetores dançavam com algumas alunas. Angie olhou mais uma vez para o relógio, os ponteiros indicavam dez para uma da manhã, ela olhou em volta e não viu German, então decidiu ir ao seu encontro.

– O que você está fazendo, German? – Angie perguntou assim que entrou no salão da piscina, o qual estava iluminado apenas pelas luzes que vinham da própria piscina, e o viu em pé de frente para a mesma.

– Dança comigo? – German pediu com a mão estendida assim que ela se aproximou mais dele.

– Você ficou louco? – Angie franziu o cenho.

– Sim, eu fiquei louco... – Ele sorriu sem mostrar os dentes – fiquei louco por você, Angeles. – Ela sorriu. – Aproveite os momentos em que eu não consigo controlar o que eu sinto por você.

– Alguém pode nos ver, German. – Ela disse pousando uma mão sobre a dele. Ele beijou a mão dela e aquilo a fez estremecer.

– Não se preocupe, estão entretidos demais dançando com seus pares. – Ao dizer isso, envolveu-a pela cintura, Angie colocou os braços em volta ao pescoço dele e, com o que era possível se escutar do andar acima, começaram uma dança lenta. Não deixavam de olhar para os olhos um do outro. German passou a olhar para os lábios de Angie, estava a ponto de beijá-la quando Angie desviou e encostou a cabeça no ombro dele, deixando uma lágrima cair. Ela queria aquele beijo tanto quanto ele mas sabia que ele podia se meter em problemas por causa daquilo. Dançaram lentamente com os corpos colados, um sentindo os batimentos do outro e ambos sentindo-se como se estivessem em outra dimensão, como se não tivesse mais ninguém ali além deles.

– German, alguém pode nos pegar aqui. – Angie disse olhando-o, ele abaixou a cabeça.

– Eu não consigo controlar, Angeles. – German a olhou. – Estou com uma vontade louca de beijá-la. – Disse olhando para os lábios dela e, sem pensar, encostou seus lábios aos dela. Um beijo calmo e suave, que terminou com um selinho.

– Você é impossível, German. – Angie sorriu e ele acariciou o rosto dela. – É melhor nós voltarmos para a quadra. 

– Eu não quero te soltar. – Angie o olhou e abaixou a cabeça. 

– Mas é necessário, German. – Ao dizer isso, Angie se afastou e foi embora. German esperou um pouco e voltou para a quadra. Sentou-se na mesa, a qual apenas Matias estava sentado.

– Você ficou louco? – Matias assim que German sentou.

– Por que? – German o olhou.

– Eu não acredito que você se apaixonou por uma aluna, Castillo.

– Quem prova isso? – Matias suspirou.

– Eu os vi no salão da piscina. – German abaixou a cabeça. – Olha, eu não vou julgá-lo, você só precisa ter cuidado. – German suspirou e ficou quieto. – Eu te conheço, Castillo, – Matias disse olhando-o – e eu lembro muito bem como é quando você está apaixonado. – Ele disse sério.

– Você não vai querer falar sobre a Maria agora, não é? – German o olhou e Matias abaixou a cabeça. Ficaram um bom tempo em silêncio. – Matias... – Ele olhou para German, que esperou um pouco e continuou: – Eu encontrei o homem que a matou. – Matias ficou olhando para German, suspirou e foi embora. German encostou-se na cadeira e esperou a festa acabar.

German sabia que Matias partilhava do mesmo sentimento de vingança que ele, sabia que Matias queria tanto quanto ele acabar com a raça do homem que matou a Maria e sabia que Matias iria procurá-lo para saber mais sobre isso. E então seria a oportunidade perfeita para contar-lhe sobre Angeles e sobre o fato do assassino ser o pai dela. German confiava essas informações a ele. Na verdade, seria capaz de confiá-lo a sua vida. Mas por agora, a mente e o coração de German permaneciam concentrados em Angeles e ficariam assim por um bom tempo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido. Se tiver erro, me avisem, pfvr.



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