Fundação Kloon escrita por Brukis Calarezo


Capítulo 9
Capítulo 8: Especial de natal!


Notas iniciais do capítulo

Oi gente,
resolvi fazer um especial de natal para vocês! Tenho que admitir que algumas partes estão paradas, mas tem partes bem emocionantes e reveladoras! O final foi o que eu mais gostei, ficou muito fofinho! huashuas
Espero que gostem!
Boa leitura!



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POV outro Dawid

– Por favor, você tem que acreditar em mim. – bia disse coma voz tremula. Certamente era uma ótima atriz.

– Como? Como posso acreditar em alguém que escondeu a verdade todo esse tempo? Eu não sei como fui tão tolo para crer que me amava. – respondi sem levantar a voz.

– Eu ainda te amo... – pude ver uma lágrima escorrer em seu rosto e me contive para não abraçá-la, queria tanto tê-la em meus braços de novo.

Acordei com o pulso acelerado. Queria que tivesse sido apenas um sonho, queria nunca tê-la conhecido, mas não foi isso o que o destino guardou para nós.

POV Bia

– Bia, café da manhã! – acordei com os gritos de minha “mãe”.

– Já vou!

Estava exausta, não dormira quase nada essa noite, por causa da carta que eu escrevi. Reli-a várias vezes, eu simplesmente não conseguia acredita, ou melhor, não conseguia aceitar tudo aquilo. Não parecia eu. Essa coisa de apagar a memória me deixou extremamente confusa! Tenho que admitir que é difícil de acreditar que uma droga dessas exista, mas ela não só existe como também foi usada em mim. Esse último pensamento fez meus pelos se arrepiarem. Chega de pensar nisso!

Fui até o banheiro, lavei o rosto, troquei de roupa e guardei o diário e a carta no mesmo local que os achara. Desci as escadas e quando cheguei na sala, deparei-me com um enorme pinheiro enfeitado com bolas coloridas, luzes que piscam e com uma enorme estrela dourada no topo. Perguntei-me o que era aquilo.

Entrei na cozinha e a mesa também havia sido decorada com arranjos brilhantes com bolas, folhas, flores e anjinhos. A toalha de mesa era vermelha, verde e branca, decorada com sinos dourados. Minha mãe deve ter notado minha cara de confusa e perguntou.

– Bia, algum problema?

– Pra que tudo isso? – apontei para a mesa super enfeitada na minha frente.

– Horas, é natal. Nós sempre decoramos a casa. – natal? O que será isso? Nunca ouvira falar nisso antes. Até tinha reparado em casas e comércios enfeitados, mas achei que era normal, não achei que tivesse algum motivo.

– Natal? Interessante... – preferi não perguntar, pois parece que eu deveria saber o que era. – Mas e aquela árvore? – tive que perguntar sobre a árvore, afinal não é todo dia que se vê uma arvore dentro de casa.

– Ah, eu mudei ela de lugar, estava muito escondida do outro lado da sala, ninguém prestava atenção nela. Você não tinha visto? – ela respondeu com a maior tranquilidade.

– Acho que não tinha reparado. É realmente bonita. – falei tentando disfarçar minha falta de conhecimento sobre esse tal de natal.

– Obrigada, filha. Realmente deu trabalho para montar. – respondeu dando uma risadinha. Decidi que estava na hora de ir, peguei um waffle com calda de caramelo e subi para o meu quarto. Missão do dia: descobrir quem é esse tal de natal.

POV outra Bia

Estava andando em direção ao meu quarto, depois de limpar milhares corredores, quando me deparo com um calendário digital grudado no alto de uma parede. Nele estava marcando 24 de dezembro. Nossa, já é véspera de natal e estou trabalhando igual a uma condenada! Isso deveria ser proibido.

Cheguei ao meu quarto, meu lindo e maravilhoso quarto, onde eu pretendia deitar na minha cama maravilhosa depois de tomar um banho também maravilhoso. Abri a porta e tomei um susto quando encontrei Dawid lá dentro.

– Que susto menino! Quer me matar do coração? Você sabe que não se pode entrar no quarto de uma dama desse modo? – falei irritada.

– Bom, se você vir uma por ai, me avise. Agora precisamos conversar. – fiquei sem resposta. Então fiquei simplesmente encarando-o, ele continuou. – Quem é você? Por que está aqui? E o que você fez com a minha Bia? – oi?

– O que? Como assim quem sou eu?

– Não se faça de desentendida, eu encontrei esse bilhete que a minha Bia escreveu para você. – observei, em sua mão, o bilhete que a clone havia deixado em uma porta escondida em minha parede. Droga! Não pretendia contar-lhe a verdade, ainda não. Mas era o jeito.

– Calma. Sente-se ai. – apontei para a minha cama. Ele sentou, porém seus olhos continuavam fixos em mim. É agora. – É muito importante que o que vou lhe contar aqui, não seja sabido por mais ninguém.

– Não se preocupe, eu não irei dizer nada. – ele pareceu ser sincero.

– Bom, você deve ter lido o bilhete, portanto sabe que a “sua” Bia me pediu para vir até aqui e trocar de lugar com ela. Respondendo então a sua perguntou, eu sou, digamos assim, a Bia “original”. – ele não disse nada, então continuei. – Por que estou aqui? Bem, na verdade tem dois motivos, mas tudo que você precisa saber é que vim organizar uma “revolução” dentro da Fundação. – ele riu.

– Você sabe que isso é impossível, né? A Fundação existe a anos e ninguém nunca conseguiu derrubá-la.

– Ninguém também nunca tentou. – respondi.

– Não vai dar certo. – ele não devia ter dito isso.

– É desse jeito realmente não vai mesmo. Você tem que parar de agir como eles, parar de pensar como eles, você não percebe? É isso que a Fundação quer! Ela quer que vocês tornem o que eles disserem uma verdade absoluta! Eu vim do mundo lá fora, e acredite, eles não falam a verdade.

– Prove. – Dawid levantou-se da cama. Então eu fui até a minha bolsa e tirei de lá meu contrato.

– Parágrafo 5º: A Fundação Kloon é impenetrável, ninguém entra nem sai, temos total controle sobre sua “mercadoria”. – Dawid olhou confuso para o papel.

– O que é isso?

– É o meu contrato, aquele onde meus pais autorizam a criação de um clone, para quando eu precisar, retirar seus órgãos como se ele não fosse um ser humano. – percebi que ele ficou um tanto chocado com a minha fala, então continuei na esperança de convencê-lo. – Eu entrei na Fundação e a minha clone saiu, portanto isso torna o parágrafo 5º falso. Quer mais? – perguntei com um tom irônico.

– Sim.

– Parágrafo 11º: Os clones são apenas uma réplica dos seres humanos, portanto eles não têm a capacidade de raciocinar ou ter qualquer sentimento. Exceto os clones substitutos. – o rosto de Dawid passou de chocado para irritado.

– O que? Deixa eu ver isso! – ele arrancou o contrato da minha mão. – Eu não acredito! Esse diretor vai ver quem não tem sentimentos quando eu arrebentar a cara dele! – é assim que se fala.

– Então você vai ajudar, ou não? – perguntei na esperança de que já o tivesse convencido.

– Mesmo eu odiando todos eles, isso ainda é muito arriscado e eu sinceramente não acredito que vá dar certo. – pude ver a tristeza tomar sua face. Ele me devolveu o contrato e se virou para ir embora, então eu tentei apelar para seu lado emocional.

– A sua Bia acreditava, e pelo que me parece, mesmo sem memória, algo nela ainda acredita. – ele parou para ouvir, porém não se virou. Quando terminei, ele continuou andando e saiu.

POV Bia

Depois de finalmente descobrir tudo sobre o natal, resolvi que era hora de começar a ler o diário. Mal o abri e alguém bateu na porta.

– Oi mãe.

– Oi filha, vim trazer seu vestido para hoje à noite. – ela me entregou uma caixa prata. Eu agradeci-a com um beijo e fui correndo para cama abrir a caixa. Deparei-me com o seguinte look (http://weheartit.com/entry/71240316/via/bruna_torrescalarezo?page=28). Adorei!

Guardei o vestido, a bolsa e o sapato, e voltei para cama para ler o diário. Novamente alguém bateu na porta. Será que eu nunca vou conseguir ler isso?

– Oi mãe, de novo.

– Oi filha, de novo. O almoço está pronto e depois eu quero que você venha comigo comprar o presente das suas tias que eu esqueci. – fazer o que? Eu leio o diário depois, ele não vai sair correndo mesmo.

Voltei para o quarto, guardei o diário no mesmo lugar de antes e desci as escadas para almoçar.

POV outro Dawid

Natal. Uma época que costumava ser feliz, e que agora só me traz lembranças ruins. E só espero que Alice não esteja certa sobre Bia. Seria horrivelmente maravilhoso se ela voltasse... Não, espera, esqueçam o maravilhoso.

Sai do isolamento de meu quarto na esperança de que não houvesse ninguém em casa. Quando estava quase chegando na cozinha para comer algo, minha mãe me chama.

– Dawid, preciso da sua ajuda! As luzes da varanda caíram e eu não consigo colocar de volta! – a voz da minha mãe era tão irritante quando ela me pedia para fazer algo.

– Já vou! – peguei uma pêra na cozinha e fui comendo até chegar na varanda. – O que você quer que eu faça?

– Quero que pendure as lâmpadas como estavam antes, lá no teto da casa.

– E como você espera que eu alcance o teto? – perguntei olhando a altura da casa.

– Usando a escada, bobinho. – odiava quando ela me dava apelidos como se ainda fosse uma criancinha.

– Escada? – perguntei já analisando o tombo que eu ia tomar. Nunca fora muito bom com escadas.

Apoiei a escada na beirada do teto e enquanto uma mão minha segurava na escada, a outra segurava as lâmpadas. Para minha infelicidade eu não prestei muita atenção nas lâmpadas e acabei enroscando um pé nelas. Resultado, eu enrolado em lâmpadas e dolorido, no chão. Como eu odeio escadas! Fui tentar me levantar e ouvi uma risada familiar.

– Alice?

– Eu mesma. – ela respondeu com um tom debochado.

– Para de rir e me ajuda a levantar. – ela tirou as lâmpadas de cima de mim e eu finalmente levantei.

– Eu tomei a liberdade de ver suas correspondências – folgada como sempre. – e isso chegou para você. – ela me entregou um pacote marrom e imediatamente entendi por que a pressa de dá-lo a mim. O pacote vinha da casa de Bia.

POV Bia

Depois de voltar das compras com minha mãe, fui me arrumar para a ceia. Coloquei minha roupa nova, arrumei o cabelo colocando-o todo de um lado só, passei um perfume rosa que estava na estante do meu banheiro e passei algumas das mil maquiagens que estavam no meu armário.

Desci as escadas e deparei-me com um monte de pessoas desconhecidas. Tentei evitá-las ao máximo a maior parte da noite, afinal de contas eu não sabia nada sobre elas. A noite demorou um pouco a passar, nós jantamos e umas duas da manhã, fomos abrir os presentes.

Eu ganhei uma bolsa da Kipling rosa, um kit de maquiagem em uma necessaire rosa e um vestido também rosa. Meu deus, será que as pessoas não sabem me dar outra cor não?

Depois disso as pessoas começaram a ficar bêbadas e eu não me sentia mais confortável lá. Sai pela porta dos fundos e lembrei-me do primeiro dia que chegara aqui. Eu estava tão assustada, fui capaz de ficar bêbada, e eu só tenho quinze anos! Que vergonha. As coisas mudaram bastante desde então, eu não estou mais assustada, estou um pouco confusa, mas agora eu pelo menos sei por que estou aqui, eu agora tenho um propósito para viver que não seja dar a minha vida por alguém que não conheço, ou ficar limpando corredores.

Andei até o fim da rua observando o enfeite de todas as casas, não tinha uma que não estivesse brilhando. Gostei do natal, desconhecemos isso lá na Fundação, é um ótimo feriado onde você pode ficar com quem você ama e agradecer a Deus por tudo.

Parei no fim da rua, em frente a varanda da última casa, a menos enfeitada de todas, e fiquei em estática. Ele levantou-se do banco da varanda e veio caminhando até mim. Eu mal estava respirando direito quando ele disse.

– Oi.

– Oi.

– Noite iluminada, não? – ele disse tentando puxar assunto.

– Sim. – um silêncio constrangedor pairou no ar. Eu não sabia o que dizer. Ele então tirou uma carta de dentro do bolso e disse.

– Isso chegou hoje na minha casa. Você me enviou.

– Eu? – bom se não fui eu ou é a outra Bia, ou sou eu antes de apagarem minha memória.

– É claro, você não se lembra, apagaram sua memória. – ele falou com tanta naturalidade que eu fiquei chocada.

– Como você sabe?

– Você sempre foi muito esperta, escreveu essa carta e programou a entrega para hoje antes de te levarem.

– Me levarem...para a Fundação?

– Sim. – novamente um silêncio constrangedor. Ele então deu um passo para perto de mim, e pegou na minha mão. Eu não sei por que, mas eu adorei sentir o calor da sua mão na minha, era suave, leve e...familiar.

– Você ainda não sabe, mas eu errei com você no passado, e pretendo nunca mais repetir esse erro de novo. Eu preciso te ajudar, eu quero te ajudar. Pode confiar em mim, juntos iremos recuperar sua memória.

– Por que faria isso? – eu antes estava olhando para baixo, então ele colocou a outra mão em meu queixo e o levantou até que meus olhos azuis encontrassem os seus. Prendi a respiração.

– Eu faria qualquer coisa para tê-la novamente em meus braços.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram?
Comenteeeeeem! Duvidas, criticas, sugestões, TUDO! A opinião de vocês é muito importante para mim!
Aliás, eu acho que meu índice não está muito bom né? Se algumas de vocês lindas leitoras puder fazer um para mim, eu agradeço muuuuiiiitooo!
Beijooosss,
Até a próxima!