A liberdade tem um preço! escrita por Coriolanus Grimes


Capítulo 33
A arena - Dia 10!




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Após sair da arena, os tributos passam a noite bem longe dali. O céu está mais escuro do que de costume, algo bem estranho.

- Tenho certeza que eles usaram a energia da arena pra colocar naqueles bestantes! - diz Catarine enquanto olha para o céu.

- Não só a energia da arena! - diz Kather em resposta - Acho que eles utilizaram muito mais!

- Muito mais...quanto? - pergunta Cat ansiosa para a resposta - Ah, sei lá! Só sei que aqueles bestantes estavam muito mais excitados e “energizados” pra o meu gosto.

- É verdade! - diz Raphael ainda com a face triste pela morte de Reyna - Além do mais não tem como a gente competir com aqueles bestantes agora. Eles são 3 e tem a energia de não sabe o quanto. E nós somos 5, mas somos bem menores e a gente ta morrendo de cansaço.

- Se a gente lutar com eles a gente morre! - diz Cat realista ao mesmo tempo que conta cada um dos tributos. Sobraram Kather e Keven do distrito 2; Raphael Gost do distrito 12; Matthew Quingley do distrito 8; e ela, Catarine Elizabeth White do distrito 3.- Então é por isso que a gente vai fugir né?

- Vamos sim! - diz Matthew entrando na conversa e colocando alguns suprimentos em uma mochila - Cada um pra um lado.

- Como assim? - pergunta Kather e Cat juntas indignadas.

- Vocês não acharam que a gente ia ficar juntos depois dessa né? - responde ele clareando suas mentes - Não tem mais nenhum tributo pra matar além de nós. É impossível acabar com os bestantes agora. Já está tarde e daqui a pouco o décimo dia na arena vai chegar, e o máximo é de 14 dias.

- Então vamos ficar juntos e…

- E nos matarmos?! - responde ele sem nenhum freio nas palavras - Porque é isso que vai acontecer se a gente ficar junto.

- Mas a gente não precisa se matar, a gente pode…

- Não Catarine, a gente NÃO pode! - retruca ele. Catarine sente um peso, mas logo retoma a postura. - Se a gente não se matar em no máximo 4 dias, a Capital é quem vai matar a gente, e com certeza vai ser de maneiras horrendas e dolorosas.

- Isso é verdade! - diz Raphael resolvendo apartar a briga - As mochilas estão dividias igualmente. Das 18 mochilas que a gente tinha antes da guerra, dividimos em 5 pra cada um. Sobrou alguns tipos de alimento aqui por não caber nas mochilas, mas quem quiser pode pegar.

O tempo passa. O sol começa a nascer no horizonte indicando um novo dia, o décimo dia na arena. Os tributos tomam café juntos pela última vez. E então todos se põe de pé encostando as costas. Matthew começa a contar:

- Dez…

Os tributos começam a se afastar. Alguns correm, alguns andam, apenas Matthew fica.

- Nove…

Eles já estão a uma distância razoável um dos outros. Matthew continua contando número por número. Faltam 3 números quando quase todos já estão no limite da floresta.

- Dois… Um!

Todos os tributos correm. Matthew também corre, com uma espada na mão olha pra todos os lados pra não ser atingido de surpresa.

Os irmão do 2 já saíram da floresta quando uma flecha penetra a perna de Keven. Kather olha pra trás e vê Catarine que já está se preparando pra outra flecha. Cat e Kather jogam suas armas ao mesmo tempo. Os shurikens de Kather cortam a flecha no ar em pedacinhos, e faz a boca de Cat ir ao chão de tão impressionada. Kather lança mais uma rodada de shurikens, desta vez Cat não tem tempo pra armar uma flecha, e os shurikens atravessa seu rosto, suas pernas e braços, a cortando, mas não matando-a. Catarine cai no chão, e Kather corre em sua direção. A adaga está no alto se preparando pra penetrar o coração de Cat quando arma para bem perto de seu peito. Kather olha pra Cat que ainda consegue enxergar, e com os olhos diz que não pode fazer isso e que Cat foi uma boa companhia. Kather sai de lá com Keven que anda desajeitado novamente com um machucado na perna, enquanto Cat fica caída, imóvel, esperando um tributo indesejado a matar.

Raphael chega ao limite da mata e então resolve voltar. O melhor lugar pra alguém como ele ficar é na floresta, que é praticamente uma lar para os tributos do distrito 12. Raphael adentra a densa mata enquanto olha pra todos os lados pra ver se não tem ninguém, e não tem. Ele então se senta pra fazer um pequeno lanche, quem sabe o último. Ele prepara um belo sanduíche, que infelizmente vai ter que comer bebendo água mesmo, além do mais ninguém tem tempo pra fazer suquinho.

Raphael se vira pra pegar alguma coisa na mochila enquanto deixa o sanduíche em cima de uma pedra cinzenta e aparentemente limpa. Um beija-flor aparece de trás dar árvores e pousa na mesma pedra no sanduíche. Raphael não o vê quando algum líquido cai da boca do pássaro direto para o sanduíche. O pássaro então sai voando ligeiro e silenciosamente. Raphael então novamente se vira, pega o sanduíche na mão e antes que possa morder uma voz o interrompe:

- Não coma isso se não quiser morrer! - é Matthew como esperado. Raphael coloca de volta o sanduíche na pedra.

- Por que? - pergunta ele. Matthew cospe em cima do sanduíche. - NÃO MATTHEW!

A saliva entra em contato com o pão, e ele começa a borbulhar e fazer um tipo de ácido que come todo o sanduíche, e o local onde ele estava agora tem uma pedaço de pedra com alguns buracos.

- Em contato com água o ácido entra em ação! - diz Matthew - Neste caso, a nossa saliva.

- Quem é que fez isso? - pergunta Raphael enfurecido.

- Provavelmente o bestante beija-flor. - responde Matthew naturalmente - Você tem que memorizar os bestantes e o que eles fazem cara, agora só restaram três, fica fácil saber.

Raphael balança a cabeça em concordância.

- Mas enfim, que diabos você está fazendo aqui? - pergunta Raphael - Acho que você tinha deixado bem claro que a gente devia ficar longe um dos outros.

- Vim te pedir aliança! - responde Matthew - Ta bom que é meio estranho uma aliança só de duas pessoas, mas lá tem 3 e eles estão bem separados!

- Não todos Matthew! - repreende Raphael - Esqueceu que o Keven e a Kather estão juntos? Eles devem estar bem preparados pra qualquer problema.

- Ah, mas vai, por favor! - implora Matthew.

- Eu já disse e não volto atrás Matthew! - responde Raphael enquanto se vira pra pegar algo na mochila - Melhor nós nos separarmos e cada um ir para um lado e fazer o que bem entender.

- É verdade, além do mais os dias na arena já estão acabando...pra alguns! - responde Matthew enquanto aproveita a distração de Raphael para levanta uma adaga e enfiar em suas costas. Raphael está a ponto de morrer quando shurikens - que já estão quase acabando - mudam a direção da adaga e a fazem atravessar a perna de Raphael. Ele grita e então começa a perder muito sangue, mas não a ponto de morrer. Matthew percebe o perigo iminente e então sai correndo desviando dos vários shurikens que o tentam acertar. Mas antes dele entrar no meio das árvores, um shuriken raspa em seus dedos arrancando o indicador. Ele hesita com um grito mas continua a correr, pois pensa que ainda vem mais shurikens por aí, enquanto na verdade o último já foi lançado e ele não corre mais perigo.

Raphael ainda caído no chão olha pra Kather, que tem Keven quase inconsciente no chão. Ele pede ajuda com o olhar mas Kather nega, ela não pode ajudar mais ninguém a não ser seu irmão, se não assim os Jogos Vorazes deste ano não vão acabar nunca. Ela então adentra a outro lado da mata puxando seu irmão enquanto a tarde começa a acabar dando lugar a lua branca e brilhante no céu.


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