LEIAM AS NOTAS INICIAIS

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Já fazia muito tempo que nós nos conhecíamos. Desde os 3 anos. No mínimo. A Kira sempre foi desse jeito, alegre, brincalhona e sem se importar com nada, por isso eu nunca me incomodava de brincar com uma garota quando nossos pais nos levavam para os antigos jantares.

Quando, aos 9 anos, descobri que nós dois iriamos estudar juntos, fiquei animado, sempre nos divertíamos e achei que seria legal. Mas, ao ver que eu era o aluno transferido, ela desviou o olhar e me ignorou. Eu demorei um ano para conseguir falar com ela novamente, já que nem aos jantares ela ia mais. Nunca mais fomos amigos como éramos quando crianças, mas com o passar dos anos, voltamos a nos falar e ser amigos. Infelizmente, fui percebendo que não era o suficiente para mim. Não queria mais apenas a amizade dela.

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Era extremamente gratificante saber que alguns planos infalíveis davam certo e que é sempre bom tem amizade com alguns professores. Ofereci ajuda para o professor de matemática, que era o responsável da sala, e fiz a separação de quartos. Quando vi que tinha numero impar de meninas e meninos, revi todas as autorizações e me coloquei no quarto junto com a Kira. Pelo menos, o professor era idiota e não se lembraria que fui eu que fiz a separação, assim não teria castigo pra mim. No fim, todos (eu) sairiam no lucro.

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Quando vi aquela garota de pijama, eu surtei. Por menos provocante que fosse, já estava louco pra tira-lo dela. Camiseta larga por larga, com certeza ela ficaria melhor usando uma minha.

─ Nate. Pijama, ouviu? PI-JA-MA ─ ela me trouxe a realidade ─ E se você dormir só de cueca, eu vou te bater.

Eu não conseguia a levar a serio. Por culpa disso, acabei fazendo piada.

─ Positivo e operante Kira-chan. ─ ri ─ Ordem recebida e entendida com sucesso! ─ terminei a frase, peguei meu pijama e fui para o banheiro.

Enquanto tomava banho ouvi a porta se abrindo, e tive certeza que ela havia saido do quarto, portanto eu simplesmente sai do banheiro só com o shorts do pijama, já que tinha esquecido a camiseta na mochila. Quando a vi deitada e embaixo da coberta, entrei no modo automático e pulei em sua cama. Não sei se ela ficou mais surpresa por causa do pulo ou do fato de eu estar sem a camiseta.

─ Você não vai dormir Kira-chan. ─ disse, tentando provoca-la.

─ Sim sim... e quem não vai me deixar dormir?? ─ perguntou em tom de deboche.

─ Eu. ─ minha voz falhou bem na hora em que eu disse isso, mas, aparentemente, ela curtiu.

Fui em direção a minha cama ciente que ela me observava. Tirei as coisas que estavam lá, fui para a cama da Kira, a peguei, voltei para minha cama e a coloquei no meu colo. Ela não estava falando nada ou reclamando, achei estranho, mas achei melhor ficar quieto.

Acabei lembrando de duas coisas: 1ª) mais cedo, ouvi ela reclamando do "problema" de ficarmos nós dois no quarto. 2ª) ela gostou da minha voz falhada. Junte esses dois e PUF! Temos uma Kira quieta, hipnotizada e mais linda ainda.

─ Você estava querendo resolver esse problema, certo? ─ como ela não respondeu, especifiquei ─ De ficarmos somente nós dois no quarto.

Quando ela fez "sim" com a cabeça, eu puxei ela para mais perto, a ponto de ficarmos com a testa e o nariz encostados, e fiquei repetindo: "Eu não acho que seja um problema, Kira". Estava olhando em seus olhos, ao mesmo tempo em que ela evitava olhar em minha direção por causa da vergonha, eu supus, já que ela estava vermelha.

─ Olhe para mim Kira. ─ reparei que ela me ouvia quando eu falava daquele jeito. Será que ela estava achando minha voz sexy? ─ Olhe nos meus olhos.

Inicialmente ela me olhou com uma expressão de quem olhou por curiosidade, porém logo em seguida sua expressão se suavizou.

─ Você não sabe quanto tempo eu tive que esperar para fazer isso Kira.

Enquanto diminuia a distância entre nós, senti seu hálito quente em meus lábios e ouvi as seguintes palavras:

─ Eu não sei beijar.

─ Então deixe que eu te ensine. ─ disse, antes de iniciar o primeiro de muitos outros e futuros beijos.

Demorou alguns segundos para ela me beijar de volta, mas na hora que ela me correspondeu, percebi que ou aquela garota já tinha experiencia ou eu era um ótimo professor. Ela abraçou meu pescoço e suas mãos macias afagaram meu cabelo, me dando um leve arrepio. Ela se separou de mim, provavelmente, por falta de ar, já que estava ofegante. Esperei ela recuperar o ar perdido e a puxei de volta para mim, mas diferente do que eu imaginava, ela se levantou. Na hora em que eu ia perguntar o que havia acontecido, ela voltou a se sentar no meu colo, mas com as pernas uma de cada lado do meu corpo.

Antes que eu pudesse me aproximar mais dela, senti seus lábios nos meus. Nunca pensei que algum dia da minha vida eu receberia um beijo como aquele de alguém, e muito menos da Kira. Estávamos nos beijando rápida e ferozmente, fazendo nosso ar acabar antes e, consequentemente, nos separarmos antes. Olhei para ela e vi seu rosto fino e delicado, assim como seu pescoço. Sua pele branca ansiava por beijos e já que sou um cavalheiro, atendi ao pedido.

Reparei que o quarto estava em silêncio e isso não me agradava muito. Parei de beijar o pescoço de Kira e disse:

─ Não precisa ficar com vergonha Kira. Esse seu lado que eu conheci hoje fica aqui, junto com tudo que acontecer nesse quarto.

A garota se arrepiou, me fazendo sorrir antes de voltar a beijar seu pescoço e colocar minhas mãos por baixo de seu pijama, acariciando diretamente suas costas.

Confesso que após ouvir Kira gemendo, fiquei mais excitado. Minhas intenções já não eram as melhores, e aquela garota conseguia me enlouquecer de um jeito que nenhuma outra pessoa jamais conseguiu. Tenho quase certeza que ela não percebia que ela estava me chamando no meio de seus gemidos. Quando eu estava me preparando para ir em direção a sua boca, Kira me empurrou. Provavelmente já estava sentindo falta do meu beijo em sua boca.

─ Agora é minha vez.

Ela se soltou de mim e me empurrou na cama, e, ao cair, abri meus braços. Ela passou para meu lado direito e veio se aproximando lentamente e provocativamente. Quando ela ficou por cima de mim, ela foi chegando mais perto do meu rosto, levantei meus braços automaticamente para tentar puxa-lá para mim, mas ela se afastou e me deu um tapa leve.

─ Agora é a minha vez, não a sua. Entendeu??

A Kira, falando daquele jeito, suada e com os lábios meio inchados era totalmente sexy. Ela só estaria mais sexy ainda se ela estivesse usando uma camiseta minha. Do nada, senti ela distribuindo leves beijos no meu pescoço. Ela era rápida. Mal pude parar de ter pensamentos indecentes envolvendo ela que a garota já tinha deixado uma marca de chupão no meu pescoço.

─ Eu não deixo marca, mas você deixa?? Isso é injusto.

Mesmo tendo sido uma pergunta retórica, imaginava que ela iria dizer algo sobre meu comentário, mas ela ficou quieta e veio em direção a minha boca. Conforme eu ia aumentando a intensidade do beijo, minhas mãos iam diminuindo a velocidade nas suas costas. Minha língua pediu passagem e ela cedeu após dar uma mordida em meu lábio e eu soltar uma risada. Enquanto nossas línguas se conheciam, pousei minha mão na bunda da Kira, na esperança que ela não percebesse. Ela logo tirou a minha mão e pôs de volta ao meio de suas costas, e eu aproveitei esse seu momento de distração e inverti nossas posições, me deitando por cima dela.

Nos beijamos mais algumas vezes, sempre nos separando quando o ar era necessário, até que ela me empurrou e se virou de costas para mim. Demorei um pouco para entender que ela queria ir dormir.

─ Estou cansada. Agora mais cansada que na hora em que entramos no quarto ─ não pude evitar de sorrir, pois passamos uma bela noite nesse quarto ─ Boa noite Nate. Nos vemos amanhã.

Aparentemente, ela iria passar a noite na minha cama mesmo. Apesar da minha vontade de acontecer algo a mais, meu amor pela Kira ela maior que a minha seca. Tenho certeza que teremos tempo para sexo no futuro. Por isso eu me aproximei dela, a abracei e disse:

─ Boa noite, minha pequena.

Não sei quando eu adormeci, mas posso dizer tranquilamente que foi uma das melhores noites da minha vida.

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