Acordei na minha cama, aquilo tudo tinha sido um sonho? Os arranhões e machucados nas minhas mãos diziam ao contrario, mas o que exatamente era real? Duas garotas entrando no meu quarto me deram a resposta. Elas agora usavam roupas normais. Aoi estava com uma roupa extremamente social, seu cabelo preso com um rabo de cavalo e um par de óculos de grau cobria seus olhos.  Kei usava uma touca azul clara, uma blusa com estampa de urso e uma saia azul pinçada.

“Espero que não se importe, precisávamos de roupas normais então pegamos um pouco de dinheiro.” Aoi falou sentando na beirada da cama.

“Não tem problema. Como vocês chegaram aqui?”

“Nós estamos aqui faz tempo, não se lembra bobinha?”

“Vocês estavam na minha mente, como vieram parar na realidade?”

“Não sabemos. Só que estamos aqui agora. Podemos ficar na sua casa não é?”

“Claro que sim Aoi.” Como eu poderia negar algo para essas duas? Nossa conversa foi interrompida por batidas fortes na porta.

“RUIVINHAAAA! ABRE ESSA PORTA AGORA! LOGO LOGO!” Só podia ser uma pessoa. Fui até a porta, e o que vi me surpreendeu: W estava acompanhado de um cara que eu nunca tinha visto antes. Ele usava roupas pretas, tinha cabelos ruivos e olhos verdes.

“Quem é seu amigo W?”

“PESSOA... DA MINHA CABEÇA... APARECEU... DE REPENTE...” Ele ainda estava recuperando o fôlego, mas consegui entender a mensagem.

“Você também?”

“Não me diga que...”

“Entre. É... Muito prazer...”

“Meu nome é Chisei. Muito prazer Orihime.”

“Nossa que formal. Aoi, Kei venham aqui.” As duas garotas apareceram na sala.

“Nossa ruivinha, quem são suas amigas?”

“Não é bem isso, elas estavam na minha cabeça também.”

“Que raio de brincadeira é essa? Ei vocês três de onde apareceram?”

“Já explicamos a Ori que não sabemos seu pateta.” Kei falou dando um tapa na cabeça de W.

“Como aconteceu com você Ori?”

“Naquela hora que você veio me deixar, eu acabei desmaiando, e quando acordei elas já estavam aqui. E você?”

“Quase a mesma coisa.”

“Vocês dois merecem os parabéns. Não é todo mundo que consegue superar uma crise daquelas sem nenhuma vitima.” Aoi disse num tom bastante sério.

“Mas sabem que uma hora ou outra vão ter que ceder a seus verdadeiros sentimentos.”

“Tenho de concordar com Kei, negar sua verdadeira natureza e viver uma mentira não vai ajudar vocês em nada, e vai acabar terminando em tragédia.” Chisei terminou.

“Não dêem atenção a esses dois, se tivessem cedido nessa crise iam arranjar muitos problemas.”

“Escutem, vocês três podem nos deixar conversar um pouco a sós?”

“Claro.” Aoi saiu arrastando os outros, e eu me acomodei no sofá.

“Pelo visto não vamos conseguir descobrir de onde eles vieram. Mas agora temos uma questão mais importante, o que vamos fazer com eles?”

“Não podemos deixar escondidos em casa, alguém eventualmente veria. E ruivinha, não podemos contar a verdade pra ninguém, nem mesmo pra T-suki ou pro Ichigo. Eu posso dizer que o Chisei é um amigo e como já estou quase me mudando para meu apartamento posso inventar que estamos rachando o aluguel. E essas duas ai podem ser suas primas que vieram estudar em Karakura e vão ficar na sua casa por um tempo.”

“Acha que alguém vai acreditar?”

“Eu não tenho nenhuma ideia melhor. É isso ou “pessoal, esses três são pessoas que estavam na nossa cabeça. Eles têm haver com uma vontade que temos de sair matando todo mundo. ””

“Temos de tomar cuidado, ainda tem a Nina que com certeza não desistiu.”

“Enfim, já é tarde e amanhã você e os outros prometeram me ajudar com a mudança, então é melhor eu ir para casa.”

“Espera W, eu tenho uma pergunta. No meu caso, Aoi e Kei são minha lógica e meus instintos, então porque você só tem o Chisei?”

“Ori, você sabe que minha vida foi diferente da sua. Talvez minha lógica e meus instintos estejam completamente misturados.”

“Talvez. Era só isso mesmo.”

“Tudo bem. CHISEI VAMOS EMBORA!”

“Não precisa gritar Leonard.” O ruivo seguiu para a porta de saída.

“EU JÁ DISSE QUE MEU NOME É W INFERNO!”

“Não adianta mudar de nome, não pode mudar seu passado ou quem você realmente é.”

“NÃO PEDI SUA OPINIÃO IDIOTA!”

“Até breve senhoritas.” Com isso os dois foram embora. Segui para a cozinha onde uma panela fervia no fogão.

“Eu fiz comida para nós.” Aoi falou distribuindo pratos na mesa e servindo uma sopa de cheiro bastante agradável. “Quais são seus planos para amanhã?”

“Nós três vamos para a escola, mas antes eu preciso dar um jeito de conseguir documentos pra vocês.”

“Na verdade nós temos.” A resposta da ruiva me deixou intrigada. Elas não sabiam como tinham chegado até aqui mas tinham documentos? O que raios estava acontecendo. Eu tinha de descobrir logo, mas agora meu corpo implorava por algum descanso. Tomei a sopa e imediatamente voltei para minha cama.