O Outro Lado - A Verdade escrita por Isa


Capítulo 10
Flashback real


Notas iniciais do capítulo

Iae pessoas como estão?



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W dirigiu por muito tempo, até que chegamos a um lugar que eu já conhecia bem. O matagal onde havia quase matado Mei e tido aquela experiência insana com as duas garotas na minha cabeça. Paramos a moto e logo depois ele caiu no chão, pressionando as unhas contra as mãos ao ponto delas sangrarem.

“O que está acontecendo?” Perguntei deixando meus joelhos cederem.

“Eu não sei, só precisávamos ficar longe de todo mundo para não acabar acontecendo nada ruim.”

“Nunca aconteceu isso com você antes?”

“Não desse jeito. Normalmente era só quando me envolvia em alguma briga, mas dessa vez.... Dessa vez...” Ele parecia ter engasgado com a resposta.

“O que foi?”

“Eu tive vontade de matar a T-suki Ori. Isso nunca tinha acontecido, mesmo nas minhas piores crises. Tem noção de como eu me senti quando ela passou lá em casa e minhas mãos começaram a vacilar enquanto minha cabeça passava imagens dela morta?” as lagrimas começaram a escorrer no rosto dele. Nunca na vida eu tinha visto W chorar, e isso mostrava o quanto essa situação era horrível.

“Eu já me perguntei mais de um bilhão de vezes porque somos assim. Não a nenhuma ligação entre as pessoas que tem esse instinto. Porque justo nós? Eu não aguento ter esses pensamentos horríveis.”

“Às vezes dá vontade de apenas acabar com essa desgraça não é? Uma faca no peito, um tiro, qualquer coisa que destrua tudo de uma vez. Mas somos covardes e não nos deixamos morrer.” W falou com um sorriso debochado, como se estivesse fazendo pouco de si mesmo.

“Eu vou pra casa.” Forcei minhas pernas a ficarem de pé.

“O que?”

“E se alguém nos encontrar aqui? Quem garante que não vamos trucidar essa pessoa? O melhor a fazer é tomar algumas pílulas pra dormir até isso acabar.”

“E se não adiantar?”

“Só mudar a dosagem das pílulas de uma para dez deve resolver tudo permanentemente.” Com isso, W se levantou também.

“Eu te levo até lá.”

Seguimos o caminho de volta sem falar nada, eu apenas falei “não faça nada idiota” antes de entrar em casa, mas logo estava completamente sozinha. Tranquei todas as portas e janelas, para impedir que alguém entrasse. Ichigo e os outros provavelmente notaram meu sumiço, mas só poderiam fazer algo em relação a isso quando fossem liberados da escola.

Engoli duas pílulas para dormir, como tinha feito na noite anterior, mas dessa vez meu corpo se recusava a aceitar o torpor causado pela droga. Minhas pernas se moveram sozinhas até a cozinha, e acabei pegando uma faca no armário. Comecei a bater na porta desesperadamente, meu lado assassino estava tentando quebrar ela? Ao que tudo indicava, meu raciocínio e meu instinto estavam brigando firmemente e o que isso resultava era essa confusão insana pelo domínio do corpo.

“Já chega. Eu não aguento mais. Me deixe dormir ou me mate logo de uma vez.”  Eu pensava como se estivesse falando com seja lá o que controlasse o que estava acontecendo.

Depois de algum tempo, surpreendentemente consegui dormir, acordando algumas horas depois. Meu corpo doía, minha cabeça latejava insuportavelmente, mas eu parecia normal e calma, apesar das marcas de arranhões e amassados na minha porta. Peguei o celular no bolso e vi que haviam varias ligações perdidas de Ichigo, e apenas lhe mandei uma mensagem dizendo que tinha me sentido mal e voltado pra casa, e acabei dormindo, o que não deixava de ser uma verdade.

Observei minhas mãos banhadas em sangue e fui até a pia da cozinha lavá-las. Quando já estava quase conseguindo ver o que era um real ferimento e o que era apenas sangue coagulado, senti a presença de duas pessoas atrás de mim. Quando me virei meus olhos ficaram completamente surpresos, aquilo definitivamente era uma alucinação.

“Olha só Aoi ela finalmente acordou!” a garota falou com uma voz angelical.

“Eu não sou cega Kei. Ficamos preocupadas Orihime, eu estava quase chamando uma ambulância.” Não podiam ser elas, isso era impossível. E porque estavam diferentes daquela outra vez. Antes Kei tinha cabelos loiros e compridos, agora eles eram cor de areia e curtos. Já Aoi parecia não ter mudado muito, com exceção das olheiras grossas em seus olhos.

“Ei não vai falar nada?” a ruiva de cabelos cor de sangue falou, e eu apenas respondi a única coisa que passava na minha cabeça.

“O que vocês estão fazendo aqui?”

“Não sabemos, só viemos parar na sua casa de repente. Não é demais?” Kei falou de seu jeito animado. Toquei o braço de uma delas para confirmar que não era uma alucinação. Elas eram de carne e osso. Isso foi o suficiente para eu apagar novamente. Pela primeira vez, havia um sentimento dentro de mim dizendo que o que aconteceu com Milly e tudo antes daquele dia tinha sido brincadeira de criança.


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Notas finais do capítulo

Até segunda!



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