O casal de sádicos seguiu pelas ruas vazias de Edo, e depois de algum tempo, finalmente chegaram ao Shinsengumi, que parecia mais abandonado que o lado de fora. Mesmo assim, os poucos soldados que haviam no composto os olharam de forma estranha.

“Oy sádico o que deu nesses idiotas?” Kagura perguntou enquanto eles se dirigiam ao quarto.

“Ah, é proibido trazer visitas para passar a noite, mas eu não estou nem ai pras regras estúpidas do Hijikata-san, e esses covardes obviamente não vão ter disposição o suficiente para me enfrentarem. Não precisa se preocupar china girl, só são um bando de virgens invejosos.”

“Você fala como se conhecesse essa norma muito bem... Já trouxe alguém aqui?” A voz da Yato saiu extremamente baixo e um pouco magoada, alguma parte pirada e idiota dela não gostava da ideia.

“Eu conheço cada norma feita pelo Hijibaka-san, assim eu posso quebrá-las para talvez matá-lo de raiva. Respondendo a outra pergunta, se quis dizer que eu já tive alguma coisa com outra garota está mais do que errada china girl.” o capitão do Shinsengumi falou, fazendo a garota dar um imperceptível sorriso. “Bem, chegamos.” ele completou, deslizando a porta de seu quarto.

Kagura sinceramente não sabia o que esperar do cômodo. Algemas, chicotes, fotos do vice-comandante cobertas de dardos... Mas foi um choque se deparar com um quarto simples e bem arrumado.

“Não vai entrar?” O rapaz perguntou.

“Ah claro, só estou me certificando de que não tem nenhuma armadilha.”

“Tsc, se eu tivesse colocado alguma você não conseguiria descobrir pirralha.”

“Tanto faz. EI ESPERA AI EU NÃO POSSO DORMIR AQUI!”

“O que foi, esqueceu de alimentar seu cachorro monstro e ele vai sair devorando as pessoas?” Pela piada Sougo ganhou uma bela marca de mão em sua cara.

“Não é isso seu rei idiota do planeta dos inúteis! Como espera que eu durma com esse vestido cheio de frescuras?”

“Ah china, com certeza a ultima coisa que eu quero é que você fique com qualquer tipo de roupa.” Antes de levar outro golpe na cara, o sádico segurou o punho da sua rival. “Calma é só brincadeira. E quanto ao seu problema podemos resolver isso.” Sougo se dirigiu a um armário com roupas, e hesitou um pouco antes de jogar para a garota uma camisola rosa, com flores bordadas.

“EU SABIA! VOCÊ TRAZ POBRES GAROTAS PARA ESSE LUGAR, ROUBA SUAS INOCENCIAS E NEM DEVOLVE AS ROUPAS! EU TE ODEIO SEU BASTARDO MORRA!”

“Não seja idiota china, isso era... Da minha irmã.” Sougo falou pausadamente. A garota chinesa lembrava vagamente de o sádico ter uma irmã, mas ela não estava mais entre os vivos.

“Eu não posso usar isso.”

“Porque? Olha, não é exatamente da minha irmã, eu tinha comprado para dar de presente pra ela, mas não deu tempo.”

“Mesmo assim, eu prefiro outra coisa.” Kagura colocou a roupa delicadamente nas mãos do garoto e remexeu seu guarda roupa, achando um dos kimonos casuais dele. “Onde é o banheiro?”

“Vamos eu te levo lá.”

“Como assim lá? Não tem um banheiro aqui?”

“Estamos na sede da policia, acha mesmo que ia ter um banheiro em cada quarto?”

“Mas e se alguém entrar lá?”

“Como se eu não fosse um profissional.” Sougo falou e tirou um “pedaço” da parede, revelando uma caixa cheia de chaves. “Assim ninguém vai nos incomodar” o capitão do Shinsengumi puxou Kagura pela mão. Para sorte da garota, eles foram por um caminho onde não havia ninguém, não seria nada agradável ser vista indo se trocar naquele lugar.

“Prontinho china girl.” Sougo trancou a porta do banheiro.

“Agora pode cobrir os olhos.”

“O que?”

“Eu não vou deixar você me olhar sem roupas seu tarado pervertido!”

“Que saco.” o rapaz reclamou, mas acabou obedecendo. Apesar de todos os seus instintos sádicos e masculinos estarem gritando para agarrar a Yato, não queria assustá-la. A espera ia valer muito à pena.

“Uh-Oh.”

“O que foi china?”

“Essa droga de vestido não quer me soltar.” a verdade é que desde que tinha vestido, Kagura sabia que ia ser complicado tirar aquela coisa, mas não esperava estar em uma situação daquelas quando fosse se trocar. Agora, a única coisa pra fazer era uma pergunta estranha. “Pode me ajudar?”

“Sério?”

“Só se prometer se comportar.”

“Tudo bem.” Sougo se aproximou da garota, começando a abrir o zíper da parte de trás do vestido, aproveitando para passar suas mãos levemente na pele alva, fazendo a garota se arrepiar.

“J-Já?”

“Desculpe. É impossível me comportar.” o rapaz finalmente perdeu seu autocontrole, beijando o pescoço da ruiva. Ela não resistiu, apenas se virou e encontrou os lábios da pessoa que amava e odiava tanto. Aquele beijo foi diferente dos outros, era como se seu sangue estivesse sendo fervido, aquilo era um banheiro ou uma sauna afinal de contas?

“Eu... Vou... Deixar... Você se trocar em paz... A chave está aqui em cima...” Sougo falou com grandes pausas e saiu porta a fora. Kagura ficou muito confusa, será que tinha feito alguma coisa errada? A única coisa que podia fazer era voltar rapidamente, mas ao invés de vestir o kimono que tinha escolhido, por algum motivo ela acabou colocando apenas o terno que Sougo havia abandonado ali, só para cobrir sua roupa de baixo. A Yato andou rapidamente para não ser pega com aqueles mínimos trajes, e quando chegou ao quarto, viu que seu namorado/rival estava parado numa janela, e o abraçou pelas costas.

“C-China? O que foi? Que roupa é essa?”

“O que tem de errado com você?”

“Nada.”

“Não minta pra mim ou eu quebro sua cara. Você nem está parecendo o mesmo bastardo sádico de sempre.”

“Acho que é porque o bastardo sádico exagerou uns minutos atrás. China eu...” As palavras de Okita foram interrompidas por um beijo inesperado da garota. Quando ela se afastou, seu rosto estava extremamente corado, mas suas palavras foram firmes.

“Mas eu amo esse bastardo sádico.”

“Você não entende, eu podia ter feito algo errado.”

“Isso não seria uma novidade.”

“Ok, agora eu não sei se você é uma anta mesmo ou só está me zoando.”

“Viu, é essa pessoa que eu quero ver.”

“Eu só não quero fazer nada que te magoe sua idiota.”

“Haha, como se um inútil como você pudesse me magoar. Okita Sougo, eu nunca tive medo de você e não é agora que vou começar a ter.” Kagura deu um sorriso irônico que foi parado pela boca de Sougo, que agora não tentava esconder todo o desejo que sentia. Suas mãos ainda a tocavam com hesitação, mas ele tinha percebido que a garota não estava assustada com aquilo.

“Depois não vá choramingando pro seu pai careca e seu pai preguiçoso ouviu?” o sádico retirou seu próprio terno que cobria o corpo da Yato.

“Como se eu fosse perder pra você.”