A Escolhida escrita por Pandora


Capítulo 52
Capitulo 55: Monstro- Parte 2: Sem dor, sem pena, sem misericórdia.


Notas iniciais do capítulo

Oi....
Demorei pra caramba né? Espero que esse cap recompense minha demora. Desculpa.

Obrigada a DJDCAL por me ajudar a escrever o final do cap.

Obrigada também a você que comenta a fic. Obrigada a todos.
Enjoy!!!!!!!!



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Capitulo 55: Sem dor, sem pena, sem misericórdia.

“Sufocamos o nosso pior lado, a fim de que, um dia, o pior de nós morra...porém não é ironico, os que sacrificamos? ...

Eu nunca fui a praia...

Porém naquele momento, enquanto obervava a piscina, pensei que não haveria lugar melhor para ir.

Queria me sentir livre, apenas isso, livre.

Estava tão atolada e sufocada com A Seleção, com as chantegsn de Clarckson, com a insegurança do meu amor por Maxon, tão insegura quanto à mim.

...sufocamos alguns amores que não queremos que existão, sufocamos certas dores, que não querem ser sentidas...

A Seleção já estava tão saturada para mim...

Então, ali, na beira daquela piscina, com meus pés balançando na água pouco movimentanda, que estava molhando meu vestido branco, suspirei. Eu estava perdida.

Estava tão distraída com a flor amarela que tinha em mãos, que não havia percebido Kriss chegar por trás de mim e se sentar ao meu lado, com seu vestido que batia no joelho tocar apenas suas fitas que afinavam sua cintura encostar na água translúcida.

–Você me assustou- sussurrei e sorri minimamente para não dar a entender minha total falta de atenção.

–Desculpa- ela sussurrou timidamente.

Olhei para o céu, de onde ainda caia gotas de chuva, só que em menos quantidade.

Fechei meus olhos, sentindo a chuva descer por meu rosto e olhei para Kriss com a visão periférica.

–Não está com frio?

Ela deu de ombros, como se aquilo não fosse nada demais.

O frio não parecia importar muito para nós duas. Para mim, principalmente, já que estava de certa forma congelada por dentro.

...sufocamos certas vontades, que nos fariam entrar em discórdia com nossas virtudes...

Assim que fui expulsa do gabinete do rei pelos guardas, tendo que deixar meu pai nas mãos do rei, fez com que, algo dentro de mim nascesse....Ele tinha que pagar, mas todas as formas pareciam arriscadas demais.

–Sabe, não é incrível como o ser humano pode ser tão cego algumas vezes?

Ela perguntou com seu tom de voz baixo, soltando algumas lascas de ironia.

–Nem me fale- respondi distraídamente enquanto olhava para a água que se movimentava lentamente de acordo com o balanço de nossos pés e da chuva.

Pensei em Maxon, sobre como ele pôde estar tão cego todo aquele tempo. Eu falei que o amava algumas vezes, e ele não terminou A Seleção, como havia dito uma vez que faria.

E como eu pude estar tão cega quanto a tudo ao meu redor? O comportamento de Mason, a aproximação do rei, a falta de cartas da minha família, a tudo.

–E também não é incrível, a capacidade do ser humano, de resistir a acontecimentos que levariam a consequências trágicas, e de ter a sorte de sair das piores situações, algumas vezes?

Olhei para ela, já confusa pelas perguntas. Não como elas eram feitas, mas porque...

–Porque fala isso Kriss?

Ele continuava olhando para a água, com a mesma sendo refletida em seu rosto, enquanto desciam gotas de chuva pela extensão de sua pele.

–Por nada- ele arqueou uma sobrancelha casualmente- é só que, eu acho absolutamente incrível, que muitas dessas situações, poderiam ser evitas pela mesma pessoa que está passando por ela. Quando você quase morreu afogada, tudo isso poderia ter sido evitado.

Sorri ironicamente e voltei minha atenção para a piscina.

–Impossivel Kriss, acredite, eu atraio o caos.

–Não, não é disso que eu estou falando America. Não é sobre você, ou sobre o caos que você atrai.

–É sobre o que então?- perguntei olhando-a curiosa, ao passo que a mesma também olhava para mim.

...sufocamos desconfianças...

–Não é interessante, a nossa capacidade de confiar?

Olhando-a nos olhos, mil suposições passaram por minha mente. Ela estava falando sobre confiança, como se já tivesse sido magoada por confiar em várias pessoas. Como já tivesse passado por mil decepções, mas suas palavras que se seguiram, foram além do meu entendimento.

...sufocamos ódio...

–Era para você ter morrido.- Ela sussurrou olhando para a água, com um sorriso de canto.

–O que?

Eu levantei lentamente, e fiquei a olhando, esperando uma resposta.

–No dia da chegada daquela droga de princípe, no dia da piscina- ela também se levantou e seu tom se tornou mais agressivo, sendo pouco a pouco, a verdade era dita.

–Eu te empurrei nessa piscina!- Ela exaltou-se apontando o dedo para minha cara e para a água da piscina- e-eu fiz tudo certo, desístei Celeste para a mesma servir como suspeita, eu garanti que alguns guardas não estivessem por perto, e o que você fez? Você viveu!

Epifania. Odio. Confusão e mais uma dose de raiva corriam por mim.

Kriss tentou me matar. Ela tentou me matar e eu nem desconfiei dela.

–Kriss, como você pôde?- perguntei completamente chocada, mas tudo que ela fez foi continuar a falar de seus feitos, sorrindo algumas vezes, como se tivesse orgulho dos mesmos.

–Eu chantageei Elise para te perguntar sobre Mason, eu obriguei ela a colocar veneno em sua comida no dia em que te chutei embaixo da mesma. Mas não! A princesa America tinha que estar sendo admirada por dois principes idiotas, e receber a atenção deles só porque levou um chute! Eu já levei tiros e facadas e nem por isso eu morri. Se você não tivesse vindo para a seleção, você não estaria passando por isso- sua voz pingava desprexo e nojo por mim.

...oprimimos tudo isso, e muito mais, em um calabouço em nossa mente, com medo de destruir os que muitas vezes nos mantem vivos, e de deixar vivo o que pode nos destruir...

E quanto a mim, não conseguia me mexer de maneira alguma. Estava tudo tão confuso e estranho...Ela tentou me envenenar. Tentou me matar várias vezes e de pensar que eu a defendi quando Marlee disse para não confiar nela.

Marlee.

Ela estava certa e eu fui tão cega, não quis acreditar.

–Ah, e como eu poderia esquecer a cereja do bolo. O tiro que você levou.

–Impossível...- olhei para ela com certo medo- para você ser a responsável por meu tiro, você teria que...que..

–O que? Ser uma sulista?- ela sorriu de maneira ousada e fria.

Arregalei os olhos. Não pode ser.

–Eu pedi para ele colocar mais veneno naquele projétil que te atingiu mas não podia, as armas do exército estavam em sua primeira fase de adaptação, aquilo foi só um teste, e ainda por cima nem conseguiu te atingir direito. Ele acertou seu braço, e eu disse para ele acertar seu coração. Mas bem, no fim, você não será tão inutil assim.

Olhei para meu braço, que não estava mais com gesso, e observei a cicatriz da bala no mesmo. Ainda doia.

E lembrei do dia em que fui atingida. Lembro de ter me perguntado o porque de não atirarem em Maxon e Mason, mas agora entendo melhor. Kriss queria a mim morta, não a eles.

–Então você é sulista...que raios está acontecendo nesse lugar?!- proferi ao mesmo tem que um raio cortou o céu, nos assustando.

–Não sua idiota- ela me olhou estranho, como se eu tivesse dito a pior das ofensas.- Eu nunca disse que era sulista, eu disse que mandei te darem um tiro.- ela falou como se sua lógica fosse impecável.

–Então...o que você é?- sussurrei com o único tom de voz que eu consegui achar. A chuva estava piorando novamente, nos deixando totalmente encharcadas.

...sempre nos perguntamos o porque de não os destruir por completo, achando que esse controle esta em nossas mãos...

–O que eu sou?- ela perguntou retoricamente no mesmo tom de voz que eu, preoferindo-as como se fosse uma leve piada infame.

–Eu sou um monstro. Mas não se preocupe, você também é. Quando Clarckson me contratou, o exercito dele era apenas um projeto. E eu era a arma perfeita. Ingenua, doce, porém fatal.

–O exercito de Clarckson...você faz parte dele!

...até que um dia, nossas cicatrizes voltam a virar feridas...

Eu me sentia em uma teia de mentiras, com vários nós de hipocrisia em suas juntas, e várias presas à mercê.

–Querida, eu não faço parte, eu sou a líder dele! E amanhã, quando Maxon me escolher, eu e Clarckson assumiremos total poder, total submissão de todas as castas, afinal, eu só entrei na seleção para isso mesmo.

–Então é isso? Você e Clarckson queriam submissão?

–Não, não é só isso. Eu aniquilarei os rebeldes, sulistas, nortistas e os revolucionários. E então, eu deixarei toda a população de Illéa submissa a mim. Sem dor, sem pena, sem misericórdia.

...e os monstros, encontram um jeito de sair."


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