–Annabeth, querida! – Sra. Jackson deu um abraço apertado. – Fiquei sabendo do incêndio pela TV. Seu quarto foi atingido?

–Graças aos deuses não.

–Que bom! – ela se virou para o Percy. – Filho coloque as coisas dela no seu quarto. Acho que Annabeth quer tomar um banho.

–Olá Annabeth! – acenou Paul do sofá.

–Oi Sr. Blofis.

–Vamos Annie. – chamou Percy

Os dois adentraram no apartamento. Percy colocou as coisas de Annabeth em cima da cama e a olhou. Não tinha reparado ainda, mas o uniforme branco do internato tinha manchas pretas de fuligem, que também estava presente no rabo de cavalo, a saia plissada, mesmo sendo na altura do joelho, deixava amostra parte das pernas muito bem torneadas de Annabeth. Os lindos olhos cinzas observavam algo na parte interna da porta do guarda-roupas.

–Que foi? – perguntou.

–Nada, estava olhando essa foto. – ela pegou uma foto. Era eu, ela e Grover rindo em um dia de sol, na praia do Acampamento, alguns dias antes de descobrirmos a entrada do Labirinto.

–Bons tempos, né?

–Melhores agora, já que você é meu namorado. – Os dois se beijaram, mas Annabeth acabou tropeçando em um monte de roupa que Percy havia deixado no meio do quarto, os dois caíram no chão um em cima do outro e começaram a rir.

–Ham-ham, interrompo alguma coisa? – perguntou Sra. Jackson, com uma sobrancelha levantada, claramente tentando não rir, escorada na batente da porta. Percy levantou rapidamente, Annabeth também ajeitando parte do uniforme que havia saído do lugar.

–Não mãe. Nós caímos por causa dessas roupas que eu deixei aqui.

–São para lavar? – disse recolhendo.

Percy confirmou. Sra. Jackson estendeu uma toalha para Annabeth.

–Aqui, pode usar essa. Tem shampoo e condicionador dentro do armário da pia e sabonete na primeira gaveta, se faltar. A água quente é a torneira da esquerda.

–Obrigada Sra. Jackson, com licença.

Annabeth saiu do quarto e entrou no banheiro, logo em frente. Percy e sua mãe foram até a sala.

–Percy ponha a mesa para mim. Paul vá ver os waffles.

–E você, sua folgada? – disse Paul em tom de brincadeira. Sally estava muito feliz com ele, e isso deixava Percy satisfeito com o padrasto, os dois estavam cada vez mais apaixonados.

–Está na hora do CSI NY, hoje é final de temporada, imperdível. – falou indo para sala, onde a TV já estava ligada.

Paul retirou os waffles da máquina e colocou mais massa para preparar.

–Filho, vá ver de Annabeth já saiu do banho. – Sally nem tirou os olhos da tela para falar isso, Sra. Jackson era viciada em CSI NY, adorava o det. Mac Taylor.

Percy foi em direção ao quarto, a porta estava meio encostada, sem querer (meio querendo), olhou pela fresta e viu. Annabeth estava em frente ao espelho do armário, só com blusa e calcinha. Ele reparou novamente nas pernas, que era a parte mais aparente, bem fortes e torneadas graças aos anos de treinamentos pesados e diretos no Acampamento, aquelas pernas subiam até fazerem uma curva perfeita, Percy não podia negar que isso chamava atenção em Annabeth. Ele balançou a cabeça, estava meio atordoado, nunca tinha pensado sobre essas coisas antes, muito menos com Annabeth, que sempre fora sua amiga. Era uma situação esquisita. Percy voltou alguns passos no corredor e voltou pisando forte. Bateu na porta.

–Só um minuto Percy. – Ele escutou barulho de tecido e depois a porta abriu. Annabeth tinha vestido um short bege e estava com uma camisa regata branca.

–Vamos comer? Adoro waffles. Tem mel?

–Acho que sim. – respondeu Percy, ainda pensando no que tinha visto.

–Que foi Cabeça de Alga? Você está com uma cara engraçada...

–Nada não. Acho que é fome.

Os dois seguiram para a sala, os waffles, estavam distribuídos em dois pratos, um em cada lado da mesa, geleias, mel e outras guarnições estavam no centro. Sr.Blofis já se servia de um, e colocava bastante mel. Percy se sentou ao lado de Annabeth e começaram a comer.

–Percy, comprei aquela geleia de blueberry que você adora.

–Obrigado, mãe.

A TV estava ligada no jornal, Annabeth começou a prestar atenção.

–Ainda não se sabe o que causou o incêndio no Saint Paul Institute, no Upper East Side. – disse a âncora – As únicas informações é que o foco do incêndio começou no terceiro andar e que é possível que tenha sido um incêndio criminoso, mas descartaram ataque terrorista. Essa hipótese era investigada, já que muitas filhas de senadores e a própria filha do Prefeito de Nova York, estudam nesse instituto. Agora vamos com as informações do tempo, e então Tom, como vai ser esse sábado?

–Boa noite Sarah, como vocês sabem já é final de verão...

Annabeth pensou no monstro que vira entrando no prédio dos dormitórios, porque ele tinha colocado fogo nos dormitórios, porque não tinha atacado Annabeth direto?

–Annabeth...

–Sim, Sra. Jackson?

–Você tem suspeita do que foi esse incêndio?

–Eu vi quem colocou fogo. Foi um monstro. Mas não sei por que não me atacou direto.

–Hum. – seguiu-se um silêncio na mesa, Sra. Jackson tentava evitar ao máximo falar do “outro lado” da vida do Percy e Sr. Blofis ainda não estava acostumado a essa realidade, ele só começou a acreditar quando Sra. O’Leary apareceu no meio da sala, há somente algumas semanas atrás.

+++

Percy saiu do banheiro só com a parte de baixo do pijama. Annabeth, já de camisola, não pode deixar de reparar no abdômen bem definido de Percy, fruto de todo o treinamento durante esses quatro anos no Acampamento. Percy levou uma das mãos à cabeça e falou:

–Minha mãe arrumou o sofá para mim. Então... Boa noite. – ele se aproximou da porta do quarto, de onde Annabeth o observava, e a beijou, depois a beijou novamente, mas dessa vez da testa.

–Boa noite Cabeça de Alga.

Annabeth encostou a porta e apagou a luz. Ao lado da cama ainda tinha um abajur acesso, ela deitou e pegou um livro (para os interessados ela estava lendo Orgulho e Preconceito, para um trabalho de literatura). Mas Annabeth não conseguia se concentrar, ficava pensando no Percy dormindo desconfortável no sofá da sala. E isso iria se repetir durante os dias em que ela ficaria aqui.

Desligou o abajur e se virou para dormir. Virava para um lado virava para o outro e nada. Annabeth não estava conseguindo dormir, olhou o relógio.

–Pelos deuses! Já estou tentando há duas horas.

Ela sentou e olhou para porta encostada. A loira pensou e tomou uma decisão.

>>CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO<