Crônicas De Um Casal De Semideuses escrita por Emily di Angelo


Capítulo 6
Conto 2 - BECAUSE I LOVE YOU - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Só para compensar o meu sumiço durante quase dois meses.

Mais um capítulo hoje



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Annabeth pegou um táxi até o Empire States, aonde fica o Olimpo hoje em dia, no saguão cumprimentou o segurança e pegou o cartão de acesso ao 600º andar, ela pegou inseriu o cartão na fenda do elevador, fazendo surgir o botão de número 600. Estava tocando uma musica que Annabeth não reconheceu, principalmente porque se tratava de uma música brasileira, ela entendia muito bem a música, pois português era uma, das dez línguas que sabia falar.

O Olimpo tinha sido completamente destruído na guerra contra Cronos. A ponte que ligava o elevador ao cume flutuante da montanha ainda apresentava rachaduras que os funcionários de Annabeth tentavam consertar. Diversos espíritos da natureza estavam pendurados de cabeça para baixo em cipós a algumas centenas de metros de altura, consertando a parte de baixo da ponte, dois enormes ciclopes erguiam com uma corda a estátua de Hera que havia caído em cima de Thalia, durante a batalha.

Seu mestre de obras, um sátiro muito simpático, já estava vindo em sua direção com um capacete e uma prancheta. Ele estendeu outro capacete para Annabeth.

–Srta. Chase, você chegou na hora certa. Estão discutindo novamente sobre estátuas.

–Afrodite e Apolo de novo? – perguntou irritada. Eles chegaram à parte onde se localizavam os templos mais importantes, tudo estava destruído, a fonte espirrava água para todos os lados, colunas estavam rachadas, archotes derrubados ao chão. “Ainda vou ter muito trabalho pela frente.”, pensou Annabeth, antes de ser interrompida por gritos furiosos e por seu sátiro.

–Err... Na verdade... – disse ele apontando – É Athena e Poseidon.

Annabeth olhou assustada a cena, nunca tinha visto sua mãe tão exaltada. Os olhos da deusa, normalmente cinza claros, estavam escuros como uma grande tempestade, ela movimentava os braços e apontava o dedo na cara de Poseidon, que estava com uma cara tranquila, como se não tivesse uma deusa louca gritando com ele.

–Poseidon, você não vai por uma estátua sua na frente do meu templo! Eu não permito!

–Atheninha... – Poseidon sabia que ela odiava que chamassem ela assim – ... As ruas do Olimpo são públicas, eu ponho minha estátua onde eu quiser.

–Eu tentei resolver por bem! Eu tentei usar a diplomacia. Mas se você colocar sua estátua aqui eu vou te empalar com minha lança.

Quando ela falou isso uma lança apareceu em sua mão, a presilha de cabelo que usava se transformou em um elmo e sua pulseira em um escudo. Ela ia começar a atacar quando percebeu Annabeth no canto, observando.

–Filha?

–Oi mãe. – depois se virou para o deus – Boa tarde, senhor Poseidon.

–Pelo menos sua filha tem educação. – murmurou o deus. Athena ignorou e chamou sua filha.

–Annabeth preciso ter uma conversa com você. Por favor entre no meu templo, ou melhor, no que sobrou dele.

Assim que a deusa virou Poseidon fez uma careta, mostrando a língua para ela.

–Poseidon... eu vi. Creio que você tem mais o que fazer. Não esqueça o que combinamos.

Annabeth ficou desconfiada, Poseidon e Athena fizeram um combinado? Isso não é bom.

–Só uma coisa, antes de ir lorde Poseidon, você não vai poder colocar sua estátua aqui. Só poderá colocar estátuas suas na área do seu templo. As únicas estátuas permitidas em qualquer lugar são de Zeus e Hera. – falou cautelosa Annabeth, com medo da reação de seu sogro. Athena assumiu uma posição vitoriosa, Poseidon pareceu não ligar.

Humpf, Annabeth você tem razão. – disse o deus – minha estátua não ficará bem aqui, ela será bombardeada por titica de coruja.

Antes que Athena pudesse responder a altura ele desapareceu, junto com a estátua.

–Entre antes que aquele energúmeno volte.

O templo de Athena estava arruinado. As enormes estantes, com milhões e milhões de livros, tinham sido vítimas do efeito dominó, uma foi batendo na outra até não sobrar nenhuma de pé. Baús, onde a deusa guardava pedras com escritos primitivos, estavam com suas tampas amassadas. O forro das poltronas de leitura saltava por rasgos.

–Mãe, como a senhora consegue morar aqui? É a única deusa que não arrumou o próprio templo.

–Eu só arrumei meus aposentos. Estou gastando toda a minha energia ajudando os deuses menores que não tem tanto poder para reconstruir seus templos, reativar as defesas do Olimpo e reforçar a prisão dos novos e antigos prisioneiros. Para você ter uma noção passei a última semana hospedada no palácio de Poseidon ajudando a reforçar a nova prisão de Tifão.

A deusa parou e olhou ao seu redor.

–Outro motivo é que não tive coragem de mexer nas minhas estantes.

Athena me guiou até um dos baús, o mais antigo de todos, e um dos mais danificados.

–Segunda edição do Código de Hamurabi... – falou em um tom desolador.

–O primeiro conjunto de leis escritas. – completou Annabeth.

–Isso mesmo. Duas tábuas totalmente destruídas. Não sei se conseguirei recuperar. Mais adiante alguns pergaminhos que consegui salvar do incêndio da biblioteca de Alexandria, resistiram ao fogo, mas não as pedras que caíram em cima deles.

Annabeth sentia a dor de sua mãe falando sobre o que tinha perdido.

–Aqui é minha preciosidade, graças aos deuses não foi atingida. A verdadeira Pedra de Roseta, nossa única forma de comunicação com nossos companheiros egípcios. – ela olhou para Annabeth e se lembrou de algo subitamente.

–Quase me esqueci... Tenho um assunto para tratar com você.

–Algum problema mãe?

–Talvez. Fiquei sabendo do incêndio no seu colégio, e também sei aonde irá se abrigar até a interdição acabar. Isso me deixou preocupada, pois você e o filhote de sardinha estão... estão... em uma idade, digamos no mínimo, complicada.

Annabeth começou a ficar ruborizada no rosto, nunca pensou que ia ter esse tipo de conversa com uma deusa.

–Mãe...

–Me deixe continuar... – Annabeth percebeu que a mãe também estava um pouco vermelha – Você sabe muito bem que não tenho experiência nesse assunto, por isso eu pedi ajuda a outra pessoa para ter essa conversa com você.

–Não tem necessidade mãe. Não vai acontecer nada, estamos namorando há somente três semanas! Não vai acontecer nada demais, precisa confiar em mim.

–Eu confio em você... O problema é o peixe-palhaço que você chama de namorado.

Annabeth respirou fundo para não se irritar.

–Mãe, compreenda uma coisa, eu AMO o Percy e ele me AMA, nunca faria nada que eu não quisesse. E ele não é um peixe-palhaço e muito menos um filhote de sardinha.

–Você que precisa compreender que filho de peixe, peixinho é. Ele é que nem o pai, vai te usar e quando cansar vai te jogar fora. Eu já Poseidon fazer isso com diversas ninfas. A diferença é que eu não posso matar Poseidon, já Perseu Jackson...

Annabeth percebeu que a deusa não estava brincando, se Percy, em algum momento, magoasse Annabeth ele estaria morto.

As duas viraram para trás quando as portas do templo se abriram, um facho de luz passou entre as estantes caídas e uma sombra estava projetada nela, uma sombra que vestia um jaleco e salto alto. Annabeth não estava acreditando em quem a mãe havia chamado. Uma dica: o templo já estava impregnado de Chanel nº5.

–Atheninha! – exclamou Afrodite, dando saltinhos esquisitos para chegar até nós.

–Fique a vontade, vou deixar vocês a sós. – disse Athena se dirigindo para a porta de saída.

–Fica aqui Athena, quem sabe você não aprende um pouco também.

Athena arregalou os olhos e ficou completamente vermelha.

–Muito obrigada Afrodite, mas não. Eu nunca vou usar isso em minha eternidade, então acho desnecessária minha participação.

Falando isso saiu pela porta, quase correndo, como se estivesse com medo que Afrodite amarrasse ela em uma poltrona. Annabeth não sabia onde enfiava a cara, ela estava completamente vermelha, Afrodite estava fazendo anotações com uma caneta rosa com plumas enormes na ponta. A deusa estava com um vestido rosa, por cima uma coisa incomum, um jaleco branco.

–Lady Afrodite, porque está usando um jaleco?

–É que eu sou a psicóloga do Olimpo, eu converso com esses loucos que moram aqui.

Annabeth ficou surpresa, Afrodite psicóloga?

–Bom Annabeth estamos aqui para falar de uma coisa normal, que todos nós fazemos.

–Tem certeza dessa sua afirmação? – perguntei. A deusa pareceu pensar um pouco e reformulou a frase.

–Que todos nós deveríamos fazer, mas alguns frescos que tem “juramento” não fazem: o sexo.

–O sexo. – Concordou Annabeth.

–Isso querida. Então como se sente em relação a isso? – perguntou, perguntou seriamente, tão seriamente que quase fez Annabeth rir.

–Sério? Sério mesmo?

–Responda querida.

–Tá bom. Mesmo achando que não é necessário ainda... Eu acho que é muito cedo, e eu não estou preparada para todas as responsabilidades que vem junto com a primeira relação.

Afrodite escrevia freneticamente na prancheta felpuda, fazendo as plumas da caneta balançar de um lado para o outro.

–E você acha que o Percy quer?

–Duvido muito, acho que ele ainda não pensa nisso.

–Você que pensa. Todos os meninos dessa idade pensam nisso.

–Mas acho que ele respeitaria minha opinião.

–Certo... Vocês já se tocaram mais intimamente?

–Não me sinto confortável com essa pergunta. – respondeu Annabeth corando mais ainda, como se isso fosse possível.

–Tudo o que você disser vai ficar entre essas paredes.

–Acho que só uma vez, e sem querer, minha mão roçou de leve nas “partes” do Percy. Mas nós nem estávamos namorando ainda, foi durante uma batalha, estávamos de costas um para o outro e eu fui fazer um giro em volta dele agachada, para pegar a pernas dos inimigos, e aí toquei sem querer.

–Mais alguma coisa que você quer me contar?

–Não! – disse a loira se irritando – Só estamos namorando há três semanas, uma semana no Acampamento e duas em Nova York! Sendo que nós nem nos vimos direito depois que fomos embora do Acampamento. Agora preciso ir que eu combinei com o Percy de me pegar aqui quando acabasse a aula dele, e ele já deve estar aí embaixo. Com licença.

Annabeth se levantou e se dirigiu a porta.

–Não esqueça de usar proteção, Annabeth. – falou Afrodite calmamente, ainda fazendo anotações.

A semideusa saiu do elevador ainda um pouco tensa com a situação que ocorreu. Percy já estava em frente ao Empire States, encostado no Prius do Paul, seu padrasto, balançando as chaves.

–Boa tarde, senhorita Chase. – disse ele, todo cavalheiro, abrindo a porta do carro para Annabeth.

–Deixa de ser bobo Percy. – falou o beijando apaixonadamente. – Vamos logo para sua casa, que preciso tomar um banho, a fumaça do incêndio e a poeira dos escombros do Olimpo acabou com o meu cabelo.

–Ele está lindo como sempre.

Annabeth riu e entrou no carro.

–E então, você sabe pilotar essa máquina?

–Pode apostar que sim. – disse Percy ligando o motor e acelerando.

>>CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO<


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?

até mais :*



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