Todas as meninas estavam reunidas no pátio do Saint Paul Institute, na ilha de Manhattan, elas olhavam desesperadas para o terceiro andar do edifício dos dormitórios, onde enormes labaredas de fogo se projetavam das janelas. Ninguém sabia como o fogo havia começado, exceto uma das garotas, ela estava sentada debaixo de uma árvore, lendo calmamente um grosso livro de arquitetura. Seus olhos profundamente cinzas absorviam cada uma das palavras. Ela segurava, em baixo do livro, um esquadro, aquela régua em forma de triângulo, quer dizer, os mortais enxergavam um esquadro, na verdade o que ela segurava era uma faca, uma faca de bronze celestial.

Annabeth estava atenta a tudo que acontecia ao seu redor, mesmo lendo, e também estava em alerta, pois quem colocou fogo no colégio tinha sido um monstro. A semideusa não o tinha visto saindo do prédio, então provavelmente ele não tinha conseguido escapar da própria armadilha.

Os bombeiros chegaram, as alunas abriram caminho para o caminhão passar, jatos de água começaram a atingir o prédio, a fumaça subia cada vez mais alto.

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Eles demoraram toda a manhã e metade da tarde para controlar o incêndio, quando terminaram veio a notícia. O diretor subiu no palanque onde era feito o hasteamento da bandeira e com um microfone anunciou para todas as alunas.

–Todos os dormitórios foram interditados pelos bombeiros. Como as aulas ocorrem em outro prédio, elas continuarão normalmente, mas o instituto não pode abrigá-las. Seus responsáveis estão sendo avisados, e todas as medidas que forem possíveis de serem tomadas para arranjar um lugar para as senhoritas dormirem serão feitas. – o diretor parecia um político fazendo um discurso, na verdade ele é, vai concorrer para o cargo de juiz do condado nas eleições desse ano.

Muitas das meninas não tinham para onde ir, inclusive Annabeth, já que o pai mora em São Francisco, e a mãe é uma deusa e não pode abrigar ela no Olimpo (mesmo que Annabeth esteja reformando ele). Ela pensava rapidamente, em todas as alternativas, o Acampamento fica muito longe, não dá para ir e voltar todo dia, um hotel sairia caro demais, vai saber por quantos dias os dormitórios ficaram interditados, só sobra uma opção e Annabeth não ficou muito confortável com ela, dormir na casa de seu namorado, Percy Jackson.

Não é que Annabeth não gostasse de ficar com o Percy, muito pelo contrário, ela adoraria passar esses dias com ele. O problema é que eles estão namorando a pouco tempo, e nunca tinham dormido juntos antes. O que a mãe dele ia achar disso? E a mãe dela, Athena, que nem aprova o namoro deles? Em compensação era um caso de vida ou morte, ela não ia ter onde dormir.

–Nem todos os quartos foram atingidos. – continuou o diretor – Os pertences que restaram estão sendo trazidos pelos bombeiros, etiquetados com o número do quarto.

O quarto de Annabeth ficava no quarto andar e, graças aos deuses, seus pertences estavam todos em perfeitas condições. Ela pegou a mochila e foi para um canto isolado do gramado, encoberto por umas plantas, onde tinha uma mangueira. A semideusa ligou a mangueira no modo esguicho e apontou para cima. A luz do sol bateu na barreira d’água e se separou nas sete cores do arco íris. Annabeth pegou um dracma e jogou.

–Ó Íris, deusa do arco-íris, aceite minha oferenda e me mostre Percy Jackson, 104th East com 1st Avenue, Manhattan.

O arco-íris tremulou um pouco e apareceu uma imagem de meio corpo do Percy, o cabelo dele estava cheio de espuma. Annabeth corou um pouco quando percebeu que ele estava no banho.

–Percy. – falou, tentando não assustar o namorado, mas não adiantou, no instinto ele pegou a toalha e se cobriu.

–Annabeth! Que susto... – ele também ficou um pouco vermelho.

–Não se preocupe – falou logo Annabeth – Eu não vi nada, a MI só está me mostrando metade do seu corpo.

–Ah... Ok. – falou, sem nenhuma expressão.

–Está sozinho? – perguntou a loira.

–Sim, eu acabei de terminar o treino de natação, estava tomando banho para tirar o cloro do corpo. O que foi? Parece preocupada.

–Percy é que estou com problemas...

Annabeth contou toda a história o fogo, a interdição e por último perguntou se podia ficar na casa dele por uns dias.

–Claro que pode, minha mãe com certeza não vai se importar. Mas e você? Você está bem? Se machucou? Perdeu alguma coisa?

Annabeth abriu um pequeno sorriso, Percy ficava muito fofo preocupado, as sobrancelhas dele ficavam franzidas e juntinhas e ele os olhos dele assumiam um brilho intenso.

–Não, estou com tudo aqui. As aulas foram suspensas hoje, mas Segunda voltam normalmente. Vou aproveitar o restante da tarde e vou dar uma passadinha no Empire States para ver como anda a reforma. Você me pega lá quando terminar sua aula?

–Sim. Até mais tarde.

–Te amo, Percy.

–Também te amo, minha sabidinha.

>>CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO