A Viajante escrita por MFR


Capítulo 8
Capítulo 8




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Ao chegar em casa, eu me afasto dele, e vou para a cozinha tentando parecer relaxada. Notem eu disse tentando, agora eu pergunto, por que não consigo esconder nada dele?

Ele estreita os olhos, confuso, e se senta na bancada da cozinha, provavelmente esperando eu falar por que deu estar triste.

Mas é claro que eu estava triste, a conversa que tivemos com Taro e Geórgia não saia da minha cabeça.

Ok vou explicar como é minha relação com Salazar: nós somos mais próximos que irmãos, mais próximos do que recém casados e com certeza muito mais próximos que namorados, temos os mesmos gostos, os mesmos amigos, temos nossos casos mas só temos eles para não ficarmos na seca, nos últimos dez anos dormimos juntos (dormimos do verbo dormir, sabe sonhar, acordar, bocejar..assim) todos os dias.. bom, quase todos a única coisa que nos separava era as guerras que ele era chamado.

Era ótimo ficar com ele, eu não saberia viver sem ele, então se você perguntar algo assim ”Mort você é apaixonada por ele?” eu poderia responder algo assim “SIM, CLARO,COM CERTEZA.” Eu sabia que ele também gostava de mim, mas não sabia como, por que ás vezes ele me tratava como irmã e ás vezes como mulher, e isso me deixava confusa demais para me declarar e... tá confesso, parece clichê mas eu tinha medo que com um simples “eu estou apaixonada por você” eu o perdessem.

Sal percebe minha aflição e puxa minha cintura para perto dele me fazendo ficar entre suas pernas, eu suspiro e olho para seus olhos verdes quase pretos. O pior foi que quando eu olhei para eles, não aguentei mais, e perguntei:

– Sal, o que nos termos um com o outro?

Ele arregala os olhos e abre a boca. Eu continuo olhando seus olhos, que se mostravam preocupados e pensativos. Fecho meus olhos e o abraço colocando meu rosto na curva de seu pescoço, ele retribui colocando os braços em minha volta e o rosto em meu cabelo. Ficamos assim por quase vinte minutos.

– Estressadinha? – ele me chama e afasta meu rosto para me olhar. – Eu não sei. Eu vi você crescer deste que tem 7 anos, eu aprendi a ver você como irmã, mas todas as vezes que via ou ainda vejo você interessada em outros, sinto vontade de corta lhes a garganta. Quando você veio para cá e... cresceu, vi que não era mais uma garotinha, mas eu ainda, mesmo que pouco, te vejo ainda daquele jeito– ele diz.

É, Salazar pode ser uma das pessoas mais inteligente do Mapa Dimensional, mas quando se tratava de sentimentos... pod ser uma mula.

Respiro fundo, e falo para mim mesma “agora vai, se tiver medo, vai com medo mesmo” e digo.

– É uma pena, por que eu sei o que eu quero. – depois beijo o canto de sua boca, fazendo seus olhos se arregalassem com um misto de surpresa e (por favor, que eu não esteja errada) felicidade. Eu me solto de seus braços – Vou dormir.

Ele assente e murmura confuso:

– Daqui a pouco eu vou.

Eu aceno e subo as escadas fazendo de tudo para não chorar.

[...]Horas depois...

Eu acordo de um péssimo sono, sozinha na minha cama.

Estranhando a falta de Sal, fui procura-lo, olho em seu quarto, nada, desço a escada.

Encontrei-o dormindo no sofá todo torto, suspiro e sorrindo fazer o que? Sal foi minha benção e ainda é.

Sento do seu lado no sofá e toco em seu rosto, ele se mexe ficando ainda mais torto e acorda. Ele olha para mim confuso e eu ri. Acho que ele se lembrou de ontem, pois se sentou reto como uma tabua. Riu e afago sua bochecha, depois ele ri, e nos abraçamos. Ok, ok temos uma relação estranha.

Eu me levantei e disse

– Vem vamos comer. – mas minha voz falhou. E ele continuou sentado

– Estressadinha, sobre ontem...

– Esquece isso – eu o corto e me viro para a cozinha. Entretanto ele se levanta. E me puxa para seu peito, segurando minha cintura e... e... ele... ele me...

BEIJOU

De inicio a surpresa me impediu de responder, mas 0,0000002 segundos depois eu correspondi. O beijo era cheio de.. saudade? É acho que esta palavra esta boa, mesmo não fazendo sentido, pois só nos beijamos quando dormimos(é dessa vez dormir significa sexo) juntos seis anos atrás... eu não contei isso, né? Bom não tem importância foi só uma vez.

Concentre-se no beijo Mort!!!!

Nos separamos e colamos nossas testa, ele sorriu e perguntou:

– Isso responde a pergunta de ontem?

– Sim, mais ainda quero ouvir – respondi. Ok eu não sou fácil.

Ele revirou os olhos e sorriu de lada.

– Eu.estou.apaixonado.por.você. – ele disse pausadamente e me beijou de novo.

Posso dizer que este beijo estava beeem mais quente. Depois de uns 2 minutos, estávamos no sofá e ele estava sem camisa por cima de mim me beijando.

[...]

Eu já disse que ele é muito irritante ás vezes? Uma prova disso à seguir:

– Ah, alias feliz aniversario – ele diz interrompendo o beijo.

Olho com um grande “?” na testa. Ele suspira e diz:

– Hoje é 26 maio na BETA. Parabéns agora você tem 23 aninhos! – ele diz

Sabe, eu tinha esquecido completamente... se bem, que com os acontecimentos recentes, eu tinha bons motivos.

– Eu esqueci – Digo com uma careta. Ele maneou a cabeça sorrindo e continua:

– Vem cá – e ele se levanta indo para a escada e eu o segui a contragosto. – Eu não entreguei seu presente...

– Percebi – Interrompo fingindo estar emburrada. Ele revira os olhos e me diz para mim esperar no meu quarto enquanto entrava no seu. Depois ele volta, escondendo o presente atrás das costas.

– Levanta. – odeio quando ele é mandão, ninguém manda em mim... só ele, por que eu levantei. – era para ser um presente de aniversario como todos os que eu te dei. – aí ele mostra uma caixinha de veludo preto aberta com um fino anel de prata com uma perola preta feito carvão mas extremamente reluzente. – Mas agora... é um anel de noivado. – ele disse colocando o anel no meu dedo anelar de minha mão direita. Eu sorri mas como não sou fácil...

– Por que noivado? - Pergunto olhando o anel.

– Compromisso é muito sem graça, e como vamos ter 17 anos para sempre... casamento é muito serio. - Eu ri e nos beijamos sorrindo.

É isso mesmo ele vira meu noivo e nem pede para isso. Já falei que nossa relação é estranha?

Pois bem, ela é, e por incrível que pareça, é assim que preferimos.


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