A Viajante escrita por MFR


Capítulo 24
Capítulo 24




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NESSIE

O cheiro dos Ra'zacs era horrível, já tinha sentido carniças mais perfumadas.

Nas fotos que eu vi alguns vestiam capas com grandes capuzes, mas nenhum vestia coisa alguma agora, felizmente eles não tinham muito o que mostrar.

Eram muitos, mais de mil, e os monstros maiores, Lethrblaka eu acho, voavam acima do exército como corvos gigantes e assustadores.

Para minha surpresa eu não tive medo, por mais estranhos que sejam esses monstros os Volturis que minha família enfrentara quando eu era criança são muito mais assustadores. Os Ra'zacs estavam vivos, eu podia ouvir seus corações, seus pulmões batendo, suas veias pulsando. Eu podia mata-los...

– Nessie! - Mort chama minha atenção.

Percebo que estava meio agachada, pronta para atacar, tinha viajado por um segundo e quase esqueci de Percy.

Olho para esquerda, um tsunami com quase cinquenta metros de altura e pelo menos cem metros de comprimento ia em direção ao exercito de monstros.

Percy estava bem no meio da onda, meio agachado em cima da prancha preta, ele sorria. Doido.

Todos os Lethrblaka alçam vôo rapidamente e o exército tenta voltar, mas a onda inunda pelo menos metade dos monstros.

Imagino que a onda chegaria a nós, só que Percy parecia controlar muito bem toda a água formando uma muralha de água salgada.

Depois de quase dois minutos os Lethrblaka descobrem Percy, três deles voam em direção ao semideus, mas ele afunda na água.

Por um segundo Percy fica dentro da onda, mas depois um túnel se abre no lado da onda e então o semideus pula em nossa direção vindo pelo túnel.

O salto tinha pelo menos dez metros, mas ele cai em pé conjurando a armadura. A onda continua de pé enquanto Percy fica parado. Nenhum Ra'zac passa pela onda, muitos morrem, mas alguns ainda ficam vivos dentro da água segurando fôlego. Percy tinha que manter a água por mais tempo, se não os monstros continuariam vivos.

Infelizmente, dois Lethrblaka voltam a achar Percy. Ele tira a tampa da caneta e mata o primeiro com apenas um movimento na diagonal, o segundo investe, mas Percy se defende. A onda oscila.

Annabeth ia correr para ajuda-lo, mas Nico é mais rápido. Enquanto Percy mantém o monstro de costas para nós, o filho de Hades salta e segurando sua espada com as duas mãos ele a enfia nas costas do Lethrblaka que morre na hora.

Os monstros voadores voam em direção a sede enquanto Percy continua segurando o tsunami.

As barreirais mágicas da sede queimam uns, mas pelo menos dez conseguem romper

– PERCY, SOLTE! - Sal grita.

Percy faz um movimento como se estivesse empurrando algo e a onda desaba em direção ao resto do exército. Os semideuses se aproximam de nós prontos para lutar.

Os arqueiros se preparam quando a água se esparrama para todos os lados apresentando pouco mais de quinhentos Ra'zacs furiosos.

Alguns elfos atiram flechas que os monstros desviam facilmente.

Metade dos dragões voam com seus cavaleiros, Mort e Sal correm direto para os Ra'zacs.

Mort salta girando suas duas espadas que cortam a cabeça de dois monstros, flechas encontram os monstros que estavam distraídos com ela, quatro monstros pulam ao mesmo tempo em Sal que matou eles mais rápido do que eu conseguia ver.

Corro com toda minha velocidade, me atiro ao primeiro Ra'zac que eu vejo e quebro seu pescoço e arranco sua cabeça, mato o próximo desse jeito e outro, e mais outro. Escolho mais um, mas algo o alcança antes de mim, um esqueleto. Fico surpresa por um instante, mas depois sorrio, Nico.

MORT

Qualquer preocupação que eu tive antes da Batalha, se desfez quando senti as lâminas de Dídyma cortando músculos e ossos dos Ra'zacs.

Eu mau prestava atenção no que fazia, só girava as duas espadas.

Com um pequeno tremor no chão Nico soltou seus esqueletos, não muitos, dez ao máximo.

Depois de matar um ra'zac realmente insistente olho em volta.
Percy lutava tentando se manter longe das mãos dos monstros

Garoto esperto - penso - por mais habilidoso que ele fosse, Percy tem menos força.

Nessie arrancava uma cabeça atrás da outra, Annabeth se mantinha perto de Percy, Nico conjurava um esqueleto para cada monstro morto.

Garoto burro - penso - logo ele ficaria sem energia se continuasse lutando e conjurando zumbis.

Aparentemente todos iam bem, até mesmo Nico e Annabeth, que eram os mais fracos, pareciam conseguir aguentar muito bem um Ra'zac por vez.

Uma faca é lançada por cima do meu ombro e se finca no olho de um Ra'zac, o monstro não morre então eu puxo a adaga e corto sua garganta.

Olho em volta buscando quem lançou a adaga, mas aí sinto que a faca não é dessa dimensão.

Presto atenção e vejo que era uma Kunai de bronze que fazia parte do jogo que Sal ganhou de Taro a uns duzentos anos. Salazar adorava elas então eu guardo a Kunai junto com as minhas adagas de lançamento.

ERAGON

Montado em Saphira, posso ver como a batalha ia bem... Pra nós.

Cavaleiros e seus dragões lutavam bravamente, Sal, Mort e seus amigos matavam um após o outro sem parar.

Arya estava no chão com Fírnem, eles lutavam juntos em total sincronia.

Seguro mais firmemente a cela de Saphira quando ela mergulha em direção a uma aglomeração de Ra'zac soltando as chamas azuis e amarelas e os queimando em um segundo.

Meu desejo é pular da sela e lutar contra os monstros, mas permaneço sobre Saphira dando ordens aos meus alunos.

Essa batalha duraria pouco.

KATNISS

Lado a lado com Peeta eu encarava a porta da Sala dos Dragões.

Da batalha eu não conseguia ouvir nada alem dos rugidos de Saphira e de Fírnem. O resto do Prédio estava em silêncio, os cozinheiros, empregadas e outros funcionários estavam todos juntos num quarto no subsolo da cozinha, então quando ouvimos o som de passos todos nos preparamos.

Aos pés de Cuaroc eu ergo meu arco e Peeta me imita.

Os passos ficam cada vez mais fortes, deviam ser uns dez pelo quantidade de sons.

Trinco os dentes quando a porta gigante é empurrada, ela estava trancada, mas não esperávamos que ela se mantenha.

No quarto empurrão eu sugo o ar e estreito os olhos.

A porta se rompe e eu solto a flecha que se aloja bem abaixo do queixo do primeiro Lethrblaka. Ele não morre e outros 9 monstros entram.

Me lembro das fraquezas que Eragon disse que eles tinham:

Embaixo do bico, nos olhos e entre os olhos.

Peeta atira flechas com ferocidade, suas flechas eram enfeitiçadas para sempre acertarem os alvo, mas as minhas não, eu tinha que mirar no lugar certo.

Rorty e Blödhgarn lutavam com duas espadas cada, Cuaroc chutava e socava como se eles fossem gatinhos.

Miro entre os olhos de um Lethrblaka e ele morre na hora.

Cuaroc esmaga um Lethrblaka com o pé. Blödhgarn gira sua laminas cortando o bico e a garganta de um monstro. Peeta lança três flechas seguidas em um, mas ele ainda tenta se jogar em cima dele, mas um tapa de Cuaroc o afasta.

– Obrigado. - Peeta agradece enquanto prepara outra flecha.

PERCY

Esses monstros não eram tão difíceis de se matar quando se tinha a Maldição de Aquiles, tudo o que eu tinha que fazer era impedir que eles me segurassem.

Depois do vigésimo Ra'zac morto eu procuro Annabeth, ela lutava contra um monstro e parecia ter uma certa dificuldade com ele.

Sem nem precisar pensar eu corro para ajuda-la e com uma estocada mato o Ra'zac. O cadáver quase cai em cima da minha namorada, mas ela pula.

Sorrio para ela, mas logo três monstros nos cercam.

Ficamos de costas um para o outro como já fizemos um zilhão de vezes.

O primeiro a pular na gente eu mato com uma estocada rápida.

Mais monstros se juntam ao nosso redor.

Annabeth xinga em grego.

– Me abraça. - Digo e puxo ela para mim.

– Mas que... - Ela começa.

Ventos nos cercam quando eu faço um tornado em nossa volta nos erguendo.

Annabeth começa a gritar e me xingar.

Olha a namorada que eu arranjei?

Me solto do seu abraço, e ela cai lentamente no chão longe do amontoado de Ra'zacs. Eu, por outro lado, corro direto para eles.

Agora que Annie estava longe eu podia girar a espada sem medo de machucar ninguém inocente.

MORT

A quantidade de monstros diminuía rapidamente.

Procuro Eragon e vejo ele nas costas de Saphira, teletransporto aparecendo bem na frente dele.

– O que foi? - Eragon pergunta.

– Diga para os alunos que estiverem machucados que podem parar e voltar para a sede - Digo.

"Por que?" Saphira pergunta.

– Vamos conseguir vencer eles com bem menos pessoas. -

Respondo apontando para trás onde não mais de duzentos Ra'zacs continuavam lutando.

– Tudo bem. - Eragon concorda.

Eu pulo das costas de Saphira e caiu em pé no chão.

Usando Dídyma na forma única eu mato um Ra'zac.

Outro tenta me pegar por trás.

Sinceramente, esse bichos só sabem atacar pelas costas?

O monstro coloca seus braços envolta de mim e tenta me furar com o bico, ele não consegue por minha pele ser impenetrável.

Argh, como fede!

Dou uma cotovelada onde seria as costelas de um homem normal e o monstro me solta, fico de frente para ele por um segundo, mas outro Ra'zac me ataca pelas costas de novo.

Mais um?!

O monstro gira um machado de guerra negro.

Giro em meus calcanhares e arranco o machado da mão do bicho antes que me toquem.

Giro de novo e mato o primeiro bicho, me viro para o novo monstro e finco parte do machado na curva de seu ombro.

– Não ataque pelas costas. - Digo afundando o machado lentamente. O Ra'zac cai de joelhos. - É feio. - Termino arrancando sua cabeça fora.

Estava prestes a quebrar o machado ao meio quando outro monstro se aproxima, dessa vez de frente.

Num movimento diagonal eu mato o Ra'zac com o machado.

Uma boa arma - penso comigo mesma.

Nunca tinha usado machados, mas sempre gostei deles.

Mando o machado para o meu quarto na sede, outra hora eu usaria o modelo dele para criar um de prata para mim.

KATNISS.

Por mais rápidos que sejamos os Lethrblakas eram muito resistentes.

– UUUH! - Peeta urra quando um dos monstros fecha o bico em seu braço.

Solto a flecha que estava preparada num monstro e coloco o arco dentro da aljava. Puxo o punhal que ganhara de Mort e enfio ele no crânio do monstro que atacava Peeta.

O bicho desaba no chão levando Peeta junto.

Ele grita quando o bico serrilhado rasga os músculos de seu braço.

Me ajoelho ao seu lado e tento abrir o bico do Lethblaka, com uma força que eu não sabia que tinha abro o bico soltando o braço de Peeta.

O braço dele tinha cortes com pelo menos cinco centímetros de profundidade e sangue se derramava em suas roupas.

Olho em volta para ver como nenhum monstro nos atacou ainda e percebo que Blödhgarn e Rorty estavam entre nós e os monstros.

Solto rapidamente a couraça de Peeta e arranco sua camiseta.
Amarro ela no braço de Peeta firmemente.

– Segure firme. Logo tudo isso acabará. - Digo ao meu noivo que tinha os dentes cerrados para não gritar.

Me volto para os monstros. Faltavam quatro ainda. Puxo meu arco e lanço um flecha entre os olhos de um que lutava contra Blödhgarn.

Cuaroc chuta um dos monstros contra a porta e eu atiro mais uma flecha.

Faltava dois, Cuaroc e Blödhgarn lutam juntos contra um.
Rorty se mantinha desviando das investidas do outro, corro para ajuda-la, mas é tarde demais.

O lethrblaka empurra a cavaleira que cai no chão. Eu preparo uma flecha enquanto o monstro abaixa o bico em direção ao peito dela. O bico perfura seu corpo dela e minha flecha entra em sua garganta.

O monstro levanta a cabeça, o bico pingando sangue, e eu atiro outra flecha que acerta bem nos olhos e o mata.

Corro até Rorty, mas ela estava morta.

MORT

Eu estava lutando com um Ra'zac bem forte quando um rugido fez o chão tremer, um rugido mais alto e doloroso do que os que eu ouvi até agora durante a batalha.

Esmago o pescoço do Ra'zac e procuro de quem vem o rugido.
Uriah, o dragão de Rorty, rugia com se o mundo estivesse caindo.

Corro para o dragão numa velocidade normal. Ele se aproxima de um bando de Ra'zacs e com patadas ele atira os cavaleiros que lutavam ali.

Meu primeiro pensamento é: Será que ele é um traidor?
Mas aí ele começa lançar fogo nos monstros e lutar como se nada importasse.

– O que ele tem? - Nico aparece ao meu lado empunhando a espada negra.

Não respondo, pois um Ra'zac consegue perfura o pescoço de Uriah.

Uriah para de rugir e eu imagino que ele esta morrendo, mas não, o dragão estreita os olhos.

Uma quantidade enorme de poder começa a emanar dele.

Ah, não! - Penso.

O tempo parece parar.

Eu sabia o que ele estava fazendo.

Antes, em Vroengard a décadas atrás, um elfo tinha... Bom, se explodido para terminar uma batalha. Agora Uriah fazia o mesmo.

Tudo o que eu imaginava era que Rorty havia morrido, não tinha um motivo racional para isso se não a morte da cavaleira. A batalha estava acabando! Três quintos dos cavaleiro e dragões tinham saído da luta e Sal tinha ido ajudar a cura-los, Eragon, Arya, Saphira e Fírnem foram com eles.

Infelizmente, alguns cavaleiros e dragões ainda lutavam e se Uriah se explodisse, eles iam morrer também.

Eu tinha três opções:

1 - Matar Uriah, um grande amigo meu, e salvar os cavaleiros.

2 - Proteger cada um dos cavaleiros e deixar que ele matasse os monstros, mas aí a sede seria destruída.

3 - Afastar os cavaleiros e segurar toda a explosão envolta de Uriah e os monstros, mas eu acabaria recebendo parte da carga.

Se isso me acalmasse eu respiraria fundo, porém eu não tenho pulmões.

Me concentro em todos os cavaleiros no campo de batalha, ergo meus braços ao meu lado como se fosse empurrar cada um deles.

Todos são levantados no ar e jogados rapidamente para a sede onde os quem tinha saído da batalha esperavam.

Abro os olhos, só vejo Ra'zacs e Nico.

Droga! Esqueci do Semideus!

Não tinha tempo de ergue-lo com magia, então faço o mais lógico, o chuto.

– AAAH! - Ele grita enquanto voava pelos ares e batia em uma pedra perto da água.

Pelo menos ele estava longe.

Formo uma esfera comigo, o dragão e os monstros, e só então me viro para a ultima visão de Uriah.

A explosão não teve barulho, mas a luz cegaria qualquer pessoa normal.

Sei que todos fora estão bem e sei que só os monstro e eu recebemos a explosão, mas isso não diminuía a dor que sentia, era uma dor física, uma dor... Inexplicavelmente dolorosa.


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