A Viajante escrita por MFR


Capítulo 21
Capítulo 21




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ERAGON.

– Eragon. - Arya sussurra.

Ela esta ainda mais bonita, seu cabelo mais comprido seus olhos mais calmos, ela parecia ao mesmo tempo mais jovem e mais madura.

Era tão estranho ter ela ali, tão bom, tão esperado. As décadas que não a vi só me fez ser ainda mais apaixonado.

Mas então eu me lembro, lembro de como me senti ao vê-la indo embora do navio Talitá, e lembro que se eu me aproximar de novo eu só sofrerei.

Meu sorriso morre e eu tiro sua mão de meu rosto, mas continuo segurando-a.

Sinto sua mente tocar a minha.

"O que foi?" Ela pergunta.

Decido mentir, me aperfeiçoei nisso com o passar do tempo.

– Não posso ser o único a conversar contigo. - Digo soltando sua mão.

Seus olhos se estreitam e ela pega meu braço firmemente.

"Tem razão, mas eu quero conversar com você a sós" Ela diz em minha mente.

Suspiro e aceno.

Olho para a multidão em volta. Todos os meus alunos, dragões ou cavaleiros, estavam confusos e por isso não se portaram de modo correto.

– Onde está o respeito de vocês? - pergunto - Esses são Fírnem o terceiro dragão mais velho da segunda geração e Arya, assassina de Espectros e rainha de Ellesmera

Eles arregalam os olhos e se afastam formando um corredor para passarmos. Eles fazem vênias e saudações pelo nosso caminho até que cheguemos ao prédio.

Mort estava na porta com um sorriso malicioso e os braços cruzados, envolta dela Sal, Annabeth, Percy, Nico, Nessie, Peeta e Katniss.

– Morgana? - Arya pergunta.

– Rainha Arya! - Mort e Sal dizem fazendo uma vênia.

– Não sabia que vocês viriam. - Arya diz.

Não, é claro que você não sabia. Se você soubesse não teria vindo.

– Sou melhor a melhor amiga de Eragon... - Mort começa e Saphira rosna - Você não conta, Saphira! - Morgana a lembre e depois recomeça - Sou melhor amiga de Eragon, é claro que viríamos.

– E trouxemos companhia. - Sal diz indicando os outros.

– Rainha. - Nico, Percy e Annabeth dizem em uníssono se curvando.

– Esses são Perseus, Annabeth e Nico. - Sal apresenta.

Nessie, Peeta e Katniss também se curvam, mas nada dizem.

– E esses são Nessie, Peeta e Katniss. - Mort apresenta.

NESSIE.

– Não sabíamos quando viriam, mas o jantar esta posto. Você deve ter fome. - Eragon diz.

– Muita fome, na verdade. - A elfa concorda.

Ele sorri e aperta a mão de Arya.

Chegamos ao salão e Eragon se senta na cabeceira como de costume e Arya a sua esquerda.

Agora eu podia entender o nervosismo de Eragon. Arya é linda! Cabelos pretos e lisos, rosto fino e anguloso, alta e curvilínea.

Foi um jantar silencioso, e quando eu terminei de comer pedi licença e fui para o meu quarto.

Sento em minha cama abraçando um dos meus muitos travesseiros.

– Oi? - Nico diz entrando no nosso quarto.

– E aí? - pergunto.

Ele ri e se senta do meu lado na minha cama.

– Mort não esperou dois segundos para teletransportar quando terminamos de comer. - Ele diz e eu ri.

– Ela deve querer que Eragon fique sozinho com Arya. - Digo e ele concorda com a cabeça.

Ficamos em silêncio e lentamente eu deito com minha cabeça em seu colo, ele afaga meu cabelo.

– Está gostando daqui? - ele pergunta.

– Sim. É legal toda essa magia e tudo mais.

– Você é meio vampira e acabamos de sair da escola Balbina. Já não se acostumou com magia não?

– É diferente, Nico! - Digo dando um tapa bem de leve em sua coxa. - Parece que a gente respira magia aqui, é como se... Como se a magia fizesse parte de tudo.

Ele ri e eu olho em seu rosto. Derreto-me toda em seu sorriso.

Me sento, mais rápido do que pretendia.

– Que foi? - Ele pergunta.

– Nada... - Minto depressa, ele estreita os olhos. - Ãh, é que eu vou tomar banho.

– Tá... - Ele diz confuso.

– Tchau! - digo correndo para o banheiro da suite.

Ligo e chuveiro e a banheira se enche rapidamente, tiro a roupa.

Droga, droga e droga! Eu não podia mesmo gostar do Nico só como amigo? Quer dizer... Ele é de outra dimensão! Mesmo que, por algum motivo inexistente, ele gostasse de mim não teríamos chance!

Entro na água suspirando e encosto a cabeça na borda da banheira.

ERAGON.

Mort tinha acabado de sair. Ela mal esperou Percy por seu garfo de voltar ao prato para me deixar sozinho com Arya. Mort podia ser um pouco menos sutil?

Arya ainda comia sua sopa de legumes e eu tentava inutilmente não encara-la.

Ainda é estranho ter ela tão perto, a menos de dois metros.

Ela deixa a colher de lado e me olha. Hora da conversa a sós..

– Por quê? - Ela pergunta.

– Por que o que?

– Por que não contou sobre os Ra'zacs? - Ela pergunta.

Seus olhos sérios, escondiam seus sentimentos, mas como eu tenho vários anos de prática em decifrar meus alunos Elfos podia conseguia ver a magoa.

– Arya, eu não queria preocupar ninguém. - Respondo pondo minha mão sobre a dela.

– Claro - ela concorda com sarcasmo puxando sua mão.

– É verdade! Do que adiantaria qualquer pessoa em Alagaësia saber?

– Poderíamos ajudá-lo!

– É o meu trabalho proteger Alagaësia não o contrario!

– Seu trabalho é treinar Cavaleiros e Dragões.

– Para que eles protejam Alagaësia... - Começo, mas ela me interrompe.

– Você queria nos proteger, tudo bem eu entendo, mas não contar para ninguém é idiotice.

– Vocês não precisavam se preocupar.

– Porque seria melhor descobrir quando você estivesse morto e os Ra'zacs na costa de Alagaësia. - Ela diz usando o sarcasmo outra vez. Dês de quando ela é sarcástica?

– Eles nunca chegariam à costa. Eu não deixaria.

– Você não pode ganhar de um exército desses!

– Eu não podia, mas agora posso.

– Como?

– Com ajuda de Morgana e Salazar.

– Você confia mais neles do que em sua família e amigos?

– Eu confio totalmente na minha família e amigos, mas Mort e Sal são muito mais poderosos do que todos juntos.

– Eles não são tão poderosos assim

– São sim!

– Como você pode saber?

Eu não quero brigar com ela, não quero mesmo, mas Mort sempre me ajudou, sempre.

Seguro sua mão e não salto quando ela tenta puxar de volta.

– Quando Mort e Sal chegaram aqui, só tínhamos os desenhos prontos e algumas cabanas que hoje são salas de aula. Mort estalou os dedos e tudo, tudo o que foi planejado estava lá, pronto e perfeito. - Ela desvia os olhos dos meus - Eles me ajudaram com minha casa, com meus alunos e quando eu estava a ponto de enlouquecer de tanta saudade que eu sentia de Roran, Orik, Nasuada e de você Mort colocou uma música para tocar, começou a cantar e dançar e me puxou junto. Depois daquela música nunca mais eu me senti mal... Pelo menos não mal ao ponto de desistir dos meus alunos.

Eu não gostava de pensar na época que fiquei tão mal que quase desisti de ensinar meus alunos e apenas voltar para Alagaësia. Saphira tentou de tudo para me ajudar, mas ela não conseguiu. Eu fui fraco e Mort me fez ver isso com um tapa na cara e uma música estranha.

– Você realmente confia neles? - ela pergunta voltando seus olhos para os meus.

– A Mort é como uma irmã para mim e Sal é como um genro que gosto muito. Eu confio totalmente neles é preciso que você confie também.

[...]

Depois de perceber que Arya sabia que eu tinha razão quanto a não contar sobre os Ra'zacs e que Mort e Sal eram boas pessoas e nossa única chance de vitoria eu a levei para onde ela ia dormir.

Uma casa branca é conhecida como Mansão Branca e foi feita perto do prédio, é grande, feita para que dragões como Saphira possam entrar por uma abertura no teto. Essa casa é uma amostra da minha esperança de que um dia Arya ou até mesmo Murtagh viessem me visitar.

– Aqui é a Mansão Branca, é onde você e o Fírnem vão ficar. - anuncio entrando na casa pela porta para humanos.

– Ela é muito bonita, Eragon. - Arya admite olhando a decoração por dentro.

Por dentro a casa também é toda branca; Decoração simples com mesa, sofá, cama, tapete, armário, pinturas e tapeçarias. A abertura no teto para os dragões é fechada por cortinas impermeáveis.

– Gostou mesmo? - Pergunto realmente interessado já que eu havia decorado tudo para que tanto Arya quanto Murtagh ficassem confortáveis.

– Sim.

Olho em seus olhos. Tão lindos que quase esqueço de que se eu me entregar, se eu abraça-la ou toca-la vou me machucar.

– Vou deixar você descansar agora. - Digo.

– Tudo bem. - Ela acena e ficamos em silencio. Vou para a porta. - Senti saudades. - Ela diz quando minha mão esta no trinco.

Paro. E fecho os olhos me preparando para responder.

Não, não, não, não! - parte de mim, provavelmente a que calcula dor, grita.

– Eu também. - digo sobre ombro.

Vejo ela piscar lentamente como se esperasse um resposta diferente, e quando vejo já me virei e estou a menos de trinta centímetros dela.

"Muita saudade" afirmo tocando sua mente.

Suas mãos pousam em punho sobre meu peito e eu pouso minhas mãos em sua cintura fina.

– Cavaleiro. - ela murmura, suas mãos passando para o meu pescoço.

Nos olhamos por um grande tempo, cada um mostrando com memórias toda a saudade que sentimos.

Ela teve saudade de mim, muito menos do que eu tive dela, mas ainda assim ela teve saudade de mim.

Arya me manda uma ultima imagem, uma que nunca realmente aconteceu.

Ignorando a voz gritante que me diz para apenas ir embora eu me inclino e torno a imagem verdadeira.

Eu a beijo.

O beijo é calmo e, arrisco dizer, apaixonado.

Eu sou quase uma cabeça mais alto do que ela, então além de me inclinar eu a puxo para cima pela cintura.

É a primeira vez que nos beijamos e estava tão bom que só me importo no que vou sentir mais tarde quando nos separamos para respirar.

Ela sorria, não um sorriso amplo, mas um simples e verdadeiro.

Ainda estou segurando ela pela cintura, seu rosto a menos de vinte centímetros do meu.

– Ah, Arya. - suspiro soltando um dos braços que estava em sua cintura.

Seu sorriso morre.

– O que foi? - Ela pergunta.

Toco seu rosto, um sorriso triste se abrindo em minha boca.

– Não devo voltar a me aproximar de você.

Uma ruga se forma entre suas sobrancelhas.

– Por quê?

– Vamos nos distanciar de novo quando você voltar para Du Weldenvardem depois da guerra e isso me fará mais mal do que ficar sem toca-la agora.

Os olhos da Elfa piscam lentamente.

– Entendo... - Arya concorda, no entanto ela me abraça - Mas não quero ficar longe de você nessa noite.

Nem eu - penso e puxo seu rosto num beijo.

Uma noite pioraria a solidão que sentiríamos quando nos separássemos, mas pouco me importava.

Meus braços puxam ela mais e mais para perto enquanto ela nos conduz para a cama da casa.

[...] DE MANHÃ DO OUTRO DIA

MORT

Depois de um dia na Sede e duas noites com Sal eu estava ótima, meu humor nas alturas!

São cinco da manhã e como eu já estou acordada vou dar uma passada no quarto de Eragon, ele já devia estar acordado.

– Vou ver Eragon - Aviso a Sal que ainda esta deitado com apenas um lençol o cobrindo.

– Ah, não! - ele diz tentando me puxar para a cama de novo, mas eu me levanto depressa.

– Tchau amor! - me despeço saindo pela porta.

– CHATA! - ouço o grito de Sal antes de teletransportar no quarto de Eragon.

Diferente do que eu esperava Eragon não esta em seu quarto, entretanto Saphira e Fírnem conversavam ali.

– Uéh! Onde está o Eragon? - Pergunto.

" Olá para você também Morgana" Fírnem ironiza.

– Oi Saphira e oi Fírnem. - digo rolando os olhos - Onde está Eragon? - volto a perguntar.

" Na mansão branca" Saphira responde, sua voz tinha um tom divertido.

– Mas o que Eragon está fazen... - Me detenho no meio da frase ao entender. Arya!

Começo a gritar e pular de alegria.

– Quanta felicidade. Posso saber o motivo? - ouço alguém perguntar.

Era Eragon. Seu cabelo está bagunçado e ele ainda vestia as mesmas roupas de ontem.

– Ah, nada de mais... SÓ VOCÊ E A ARYA DORMINDO JUNTOS!

– Shiuuuuuu! - ele me pede correndo até mim e tampando minha boca.

– Por quê? - Pergunto me soltando de sua mão.

– Porque é para esquecer. - ele responde indo para seu banheiro.

– Por quê? - Pergunto de novo.

– Eu vou esquecer, Arya vai esquecer, Fírnem e Saphira vão esquecer e você vai esquecer. - Eragon responde de seu banheiro.

Suspiro e olho para os dragões, eles parecem dar de ombros e saem pela abertura no teto.

Vou até o banheiro e cruzo os braços olhando Eragon tomar banho.

Aí vocês pensam "Que vergonha! Essa Viajante maluca vendo o outro tomando banho!", gente, a banheira do Eragon é funda, além de ter a parte de madeira ainda tem um buraco no chão. Eu só conseguia ver da cintura para cima, NÃO PENSEM BESTEIRA!

– Porque vocês não podem simplesmente ficar juntos? - pergunto.

Ele suspira e se vira para mim, lembrem-se que eu só via da cintura para cima!

– Dês de que a Saphira nasceu nada é simples para mim. - ele responde.

– Vocês se amam, POR QUE NÃO SE CASAM DE UMA VEZ?

– Porque ela é rainha dos Elfos e eu... - ele começa, mas eu completo.

– E você é o líder da Ordem dos Cavaleiros dos Dragões e blá, blá, blá. É sempre mesma ladainha!

– Porque é verdade. - Ele diz puxando uma toalha.

– Eu acho que de tanto você repetir isso começou a acreditar. - Digo e ele sai a banheira com a toalha enrolada firmemente no quadril.

– Minha chata favorita, - ele diz se aproximando de mim - eu não quero falar mais disso. Eu e Arya acabou antes mesmo de começar.

– Então por que vocês dormiram juntos? - pergunto.

Ele ri sem humor e responde:

– Minha mente sabe que eu não posso ficar com ela, mas meu corpo não.

– Talvez devesse ouvir seu corpo dessa vez, ele nunca esteve tão certo! - digo.

Eragon bufa enquanto eu o sigo até seu closet.

– Apenas esqueça que eu dormi com Arya, está bem? - Ele diz enquanto pega uma túnica preta e cinza.

– Não esqueço e sei que você também não vai. - Afirmo e ele me olha mal humorado - Posso até apostar que você vai ficar sonhando com os toques dela em seu corpo, seus sussurros, seu cheiro, seus gemidos... - Implico.

– MORT! - ele grita, com o rosto mais vermelho que o cabelo de Gina Weasley.

Riu e saio de seu quarto.

Volto para a minha suíte. Sal esta deitado de bruços com a cabeça afundada no travesseiro cinza, como antes apenas um lençol o cobria.

Sem fazer barulho eu sento nas costas dele, uma perna de cada lado de seu corpo.

– Voltou, amor? - ele pergunta torcendo o pescoço para me olhar.

Riu.

– Não para isso que você esta pensando. - digo e ele faz um biquinho. Não resistindo eu me inclino para beijar sua boca e ele se aproveita para trocar de posição ficando por cima.

– Tem certeza? - ela pergunta com a voz rouca.

Força, Morgana! Não caia na tentação! - penso.

– Tenho sim. - Digo e o empurro delicadamente para traz.

Eles suspira, mas acaba se levantando e pondo uma calça.

Faço uma careta, ele não esta feliz.

Sento na beirada da cama e assobio para chamar sua atenção, ele vem até mim ficando entre minhas pernas.

Quase tenho que dobrar o pescoço ao meio para conseguir olhar em seu rosto acima de mim.

– O que foi? - ele pergunta.

Sorrio pondo minhas mãos em seu quadril.

– Você esta sensível, Sal.

Ele suspira e se ajoelha.

Seguro seu rosto e ele olha para baixo.

– Estou começando a me lembrar de quando estava desacordado sob o efeito dos Avadas. - admite.

– O que? Achei que não dava para se lembrar disso.

Eu estou lembrando.

– E parece não ser boas lembranças.

Ele balança a cabeça.

– Tudo gira sem parar e eu ainda sinto que estou... Picotado.

Merda! Eu estava tão triste em ficar sem ele, que mal pensei nele! QUE TIPO DE NOIVA EU SOU?!

– Sal? - chamo, mas ele continua olhando para baixo. - Sal? - chamo com mais urgência e me ajoelho em sua frente.

Seu rosto esta limpo, sem expressão, o que significa que ele está muito mal. As lembranças deviam ser muito piores do que ele admite.

Encaixo minha boca na dele num beijo calmo.

– Eu te amo, Estressadinha. - ele diz quando separamos nossas bocas.

– Eu também te amo, Salazar - Digo o abraçando.

Ficamos abraçados desse jeito até as oito horas da manhã quando sentimos Nico acordar no quarto ao lado.

“Temos que ir" Digo por telepatia.

– Eu sei. - Sal concorda sua voz abafada em meu ombro.

Nos levantamos e ele se veste.

Antes dele sair pela porta eu seguro seu braço e o puxo para mim.

– Está tudo bem agora. - Digo tentando tirar esse máscara sem expressão do rosto de meu noivo - Estamos juntos e eu não vou deixar você se afastar de mim nunca mais.

Ele sorri de lado, e eu suspiro olhando ele.

Sal se aproxima do meu ouvido e sussurra:

– Fecha a boca, amor.

Balanço minha cabeça para limpar os pensamentos e saímos do quarto.

– Você acorda PEENISS e eu cuido dos RENICO. - Proponho ainda meio aérea pensando no sorriso de Sal.

– Pode ser. - Sal concorda tentando se segurar para não rir de mim.

Ele entra no quarto de Katniss e Peeta e eu vou para o quarto de Nessie e Nico.

Nessie ainda dormia. Ela vestia um babydoll decotado e com short que não tampava muita coisa além do bumbum. Nico estava no banheiro e pelo som devia estar escovando os dentes.

Balanço Nessie até cansar.

– Nessie, acorda! - Grito balançando seu ombro.

– Desiste. - Nico diz saindo do banheiro de calça e sem camisa. - Eu já tentei acordar ela, mas ela só se vira na cama e volta a dormir.

Ele parecia ter dificuldade em não olhar para Nessie. Ah, se o Edward souber que eu estou deixando meninos olharem para sua filha de babydoll...

Dou um grito no ouvido de Nessie e ela acorda tão sonolenta que quase não conta.

– Rennesmee Carlie Cullen, se você não acordar agora eu vou te levar para sua casa! - Ameaço antes de Nessie voltar a dormir.

Ela geme, mas acaba se sentando.

– Você é muito chata. - ela diz.

– E você é a terceira pessoa que me diz isso só hoje. - Pisco para ela. - Se arrumem teletransporto para o café daqui a quinze minutos, não importando se estiverem vestidos ou não.

Saio do quarto enquanto Nessie se levantava.

Ouço Sal conversando com Peeta e vou para o quarto de Percy.

Dou uma espiada para ter certeza que eles estão vestidos e então entro.
Percy e Annabeth dormiam abraçados. Por mais que doa eu tinha que acorda-los.

– Oi, PERCABETH. - Digo alto o bastante apenas para acordar eles.

Eles acordam devagar, e enquanto ele despertam eu arrumo as roupas deles.

– Mort? - Annabeth pergunta.

– Eu. - Respondo pegando os sapatos deles.

– O que esta fazendo aqui? - Percy pergunta.

– Acordando vocês e pegando suas roupas. - Respondo e jogo as roupas deles na cama. - Café da manhã daqui a doze minutos. - Anuncio e volto para o meu quarto.

Sal estava sentado no sofá do quarto, ele mexia no iPad digitando algo.

Fico atras dele e leio o que ele escrevia. É um email.

VOLTEI!Oi, sou eu, o Sal.

Estou bem. Acordei antes de ontem.

Eu e Mort estamos na Alagaësia, Eragon está precisando da gente.

Não venham! Vocês sabem como essa dimensão é mantida sob pressão constantemente.

Vamos ficar por um tempo aqui, mas como o tempo aqui é estranho eu não sei que dia chegaremos aí.

ABRAÇO PARA TODOS, estou com saudade.

Sal mandou o email para toda nossa família(Ágata, Caius, Temp, Geórgia, Taro, Espace e Vid).

Coloco a mão em seu ombro e ele sorri para mim sobre seu ombro.

– Também sinto saudade deles. - Digo.

– Deve ter mais do que eu. - Ele diz e eu balanço a cabeça concordando.

[...]

O café estava alegre e todos conversavam e riam.

Percy comia panquecas com calda e suco de Blåist e Annabeth resolveu provar o bacon de Snalglí, ela adorou.

– Arya não vai vir tomar café? - Sal pergunta a Eragon.

O sorriso no rosto de Eragon diminui ao mencionarmos Arya, mas fora isso ele responde naturalmente.

– Não, ela irá nos encontrar nos campos de treinamento.

– Treinamento? - Peeta pergunta.

– Sim, a partir de hoje todos vão começar a treinar, então é bom terminarem de comer logo. - Digo.

Eles terminam rapidamente o café e todos nos levantamos.

A área de treinamento ocupa quase metade da área da Sede, mesmo assim tudo estava sempre cheio, nossa sorte foi que Eragon reservou uma arena de combate e uma de tiro ao alvo, as duas eram lado a lado.

Ao chegarmos na arena Arya já nos esperava sozinha, os dragões estavam tendo aulas de vôo com Saphira e Fírnem.

– Rainha. - Percy, Peeta, Nessie, Annabeth, Katniss e Nico cumprimentam a elfa respeitosamente.

Era meio estranho ver Katniss se curvando sem sarcasmo, mas tudo bem.

– Conversei com a Mort e os treinos serão assim: Peeta e Katniss arco, Nessie e Annabeth luta com adagas e Percy e Nico esgrima. - Eragon explica - Eu, Arya, Mort e Sal vamos assistir.

[...] CINCO HORAS DEPOIS

Percy, Annabeth, Nico, Nessie, Peeta e Katniss ficaram treinando por cinco horas. Os únicos que não estavam morrendo de cansaço eram o Percy e a Nessie.

Eragon e Arya ficaram muito animados com as habilidades de todos, percebendo o quanto isso ajudaria a mante-los vivos.

– Vocês são ótimos! - Rorty se admira.

Rorty é a cavaleira de Uriah (o dragão que deu carona a Katniss e Peeta), Eragon a tinha chamado para ajudar Katniss e Peeta no treino de arco e flecha, ela usava um equipamento que jogava bolsas de areia no ar para que Peeta e Katniss atirassem as flechas.

– Fiquei impressionada. - Arya diz - Adoraria um combate amigável com um de vocês.

Depois de olhar em volta, Annabeth dá um passo a frente.

– Claro, será um honra, mas se for de esgrima vou precisar de uma espada emprestada.

– Rorty? - Eragon pede e a cavaleira corre para buscar uma espada voltando logo em seguida.

– Aqui está - Rorty diz entregando uma espada a Annabeth.

Arya e Annabeth se aproximam na arena e todos os outros se afastam

As duas se olham atentamente enquanto andam uma envolta da outra.

A semideusa é a primeira a atacar com um movimento na diagonal, Arya se esquiva com facilidade e ataca na horizontal, mas Annabeth se esquiva também. A luta continua, Arya tinha dificuldade em atacar e facilidade em desviar, Annabeth era o contrario.

A luta esta bem equilibrada, mas eu sabia que Arya ia acabar ganhando.

Dito e feito, Arya fingiu que ia atacar o ombro de Annabeth e bateu em sua barriga, a semideusa cai para traz.

– Morta. - Arya diz.

A elfa estende a mão e Annabeth se apóia nela para se levantar.

– É uma exímia lutadora, Rainha. - A semideusa elogia.

– Você também, e me chame de Arya.

– Arya então.

– Se Arya teve a chance de lutar com um de vocês eu também quero. - Eragon diz.

– Vamos nessa. - Percy se anima e os dois vão para o meio da arena.

– Isso aí, Percy, vingue sua namorada. - digo animada.

– Por que eu tenho que ser vingada? - Annabeth pergunta - Ela ganhou justamente.

– E por que eu me vingaria em Eragon, sendo que a Annabeth perdeu para Arya? - Percy pergunta.

– Você e a Annabeth são um casal e Eragon e Arya são outro. - digo sem pensar.

Na hora Eragon olha para mim como se calculasse quantas vezes ele teria que me socar até eu ficar desacordada, já Arya olhou para Eragon como se perguntasse "você contou para ela?".

Sal mordia o lábio para não rir, eu já tinha contado sobre a noite de Eragon e Arya.

– Um casal de amigos ela quis dizer. - Sal me defende e eu concordo com a cabeça.

Eragon suspira ao ver o olhar de Arya e se vira para Percy(que não entedia nada da nossa conversa, lerdo).

O semideus e o cavaleiro sacam as espadas favoritas da minha infância, Contracorrente e Brisingr. Eu quase podia sentir a baba de Percy quando ele viu a espada azul de Eragon.

– Bonita espada. - Percy elogia quando um começa a circular o outro.

Eragon ataca, mas Percy se esquiva bem facilmente.

– A sua também. Como faz para ela se transformar naquele palito de vidro? - Eragon pergunta, ele não conhecia canetas esferográficas.

Os dois lutavam, mas isso não impedia a conversa.

– Ela sempre foi assim. - Percy responde desviando Brisingr com sua espada.

– Quem a fez? - Eragon pergunta.

As espadas colidiam e os dois se abaixavam e pulavam.

– Uma amiga minha. - Percy responde desviando. - Zöe. - o rosto de Percy escurece ao mencionar a antiga caçadora.

– Quantos... - Eragon começa, mas dá uma pausa quando ele tem que saltar para desviar de Contracorrente - Quantos anos a espada tem?

– Uns quatro mil. - Percy responde.

A luta não estava empatada, por melhor que Eragon fosse ele não podia ganhar de Percy com a Benção de Aquiles. Percy por outro lado não parecia querer terminar a luta.

– Quatro mil? - Eragon pergunta.

– Ahã. - Percy responde atacando Eragon no ombro, o cavaleiro não foi rápido o bastante para desviar, mas suas proteções magicas o impediram de se machucar.

– Quantos anos você tem? - Eragon pergunta.

– Dezessete. - Percy pergunta acertando Eragon na coxa, de novo a única coisa que impediu um machucado no cavaleiro foi suas proteções. - Por que não consigo te acertar? - Percy pergunta.

– Proteções mágicas. - Eragon responde. O cavaleiro ataca a cabeça de Percy, mas o semideus se protege com o braço e Brisingr ricocheteia. - Por que seu braço não esta machucado?

– Sou indestrutível. - Percy sorri e bate na cabeça de Eragon com o punho da espada, mesmo com as proteções o cavaleiro fica tonto, Percy aproveita e dá um joelhada no estômago de Eragon que cai de costas no chão. - Morto - Percy declara apontando a espada para o peito de Eragon.

Bato palmas com força.

– Eu não acredito que essa luta aconteceu. - Digo quase chorando de emoção.

– Pra que tanto alegria? - Nico pergunta.

– Eles eram os personagens favoritos da Mort quando ela era criança. - Sal responde.

– Se eu gravasse essa cena e colocasse na internet... Fãs do mundo inteiro enlouqueceriam. - Digo.

– Você era minha fã? - Percy pergunto.

– Dãr, por que você acha que eu ainda não te matei? - Pergunto.

– Porque eu sou legal! - ele responde.

– Foi uma pergunta retórica.

[...] 14 HORAS DAQUELE DIA

Olhando em volta eu percebo que Arya e Eragon estavam fora de vista.

"Onde está Eragon e Arya?" Pergunto por telepatia ao Sal.

Estamos no área de treinamento, mas os únicos que treinavam eram Peeta e Katniss.

Annabeth estava estudando estratégias para a batalha, Percy brincava com sua armadura, Nessie caçava fora da sede e Nico apenas dava uma volta pela ilha.

"Acabaram de sair por ali" Sal responde apontando em uma direção com o queixo.

– Unh... - Murmuro.

Sento no chão e paro de prestar atenção no treino de Katniss e Peeta.

Entro na mente de Eragon e vejo que eles andam em direção ao Prédio.

Arya, por favor, olhe para mim.– Eragon pede e os dois param de andar.

Ok, ok. Eu estou ouvindo a conversa dos outros, mas gente, eu realmente não me importo.

Nós concordamos em esquecer a noite passada, mas você contou a Morgana.

– Eu não contei para ela!

Então ela não sabe?– Arya pergunta.

Sim, ela sabe.– Eragon admite - Mas eu não contei.

Então como ela sabe?– Arya pergunta.

O ouço respirar fundo.

– Hoje de manhã ela veio falar comigo, mas ela encontrou Fírnem e Saphira no meu quarto e eles disseram que eu estava na Mansão Branca. Mort juntou o pontos e BUM.

Arya suspira e vira o rosto.

Por que você quer tanto esquecer a noite passada?– Arya pergunta.

Eu não quero, mas é melhor assim.

Por quê?

Porque já era ruim o bastante ficar me lembrando do que eu nunca tive, mas sempre quis. E agora eu tive e vou perder!

Eles ficam em silêncio.

Conosco tudo é difícil, não é?– Arya pergunta.

Sempre - penso e por estar na cabeça de Eragon ele ouve.

Sinto Eragon trincar os dentes.

"PARA DE OUVIR NOSSA CONVERSA!" Eragon grita em minha cabeça.

Faço uma careta e não volto a ouvir a conversa deles


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