Quando o tiro me acertou eu não senti dor, apenas apaguei, vocês devem estar pensando “normal você morreu na hora”, foi o que eu pensei de principio quando eu “acordei”. O lugar que eu estava era uma imensidão branca, daquelas que costumamos ver em filmes. Estava com um vestido cinza curto e descalça. Olhei ao redor, só havia branco.

Eu não conseguia me mexer. tentei respirei fundo para me acalmar, ficar assim não ia ajudar em nada. Depois de respirar fundo alguns milhares de vezes, finalmente fiquei calma, sequei uma lagrima que escorria, não estava a fim de ter um acesso de choro, eu sentei no chão e abracei meus joelhos, sem querer algumas lagrimas escorreram sobre minhas bochechas. Eu não me importava de ter morrido, nunca tive medo de morrer, o que estava me deixando mal era não saber o que realmente estava acontecendo. Eu queria saber que lugar era esse, o que aconteceu com a minha família, e o que seria de mim agora.

O tempo foi passando, acabei me deitando no chão com o antebraço sobre os olhos, todo esse branco não me ajudava a pensar, acho que acabei cochilando, mas foi por tão pouco tempo que não tenho certeza se realmente dormi. Algum tempo depois eu sentei e olhei de novo ao meu redor, nada, nadinha. Suspirei e disse:

– Caraca, nunca pensei que morrer fosse entediante- disse em voz baixa e impaciente. Para minha total surpresa alguém riu, levantei num salto e perguntei– Oie? – sem resposta. Isso já esta irritando, eu tinha certeza que ouvi alguém rir. – tá legal, rir da minha cara pode mas aparecer não aparece? – Silencio, ok, minha paciência A.CA.BOU, - APARECE, CARALHO! - eu gritei, na verdade berrei.

– Tá bom, estressadinha – Respondeu uma voz masculina.. não do tipo adulta, mas uma voz forte e macia, o tipo de voz que vemos em lindos atores de cinema. E, YES, eu estava certa.. (pelo menos na parte do lindo). De uma nuvem cinza um garoto de uns quinze anos apareceu... Lê-se o garoto mais lindo que já se viu apareceu

Era branco. Com um cabelo não muito curto e bagunçado, os olhos eram verdes quase pretos, ele era magro, mas forte, os músculos eram definidos demais para alguem que devia ter uns quinze anos, ele tinha mais ou menos 1 metro e 70 e usava uma calça preta, uma camisa cinza e coturno preto.

Se não fosse dada as circunstancias teria ficado envergonhada e, tá, provavelmente babando. Como se lesse meus pensamentos, ele deu um sorriso maroto. Eu olhei para ele com a pior cara de “você leu meus pensamentos?! Agora vou te matar seu...”, ele levantou as mãos em sinal de rendição e reprimiu ate o sorriso.

– Quem é você? - perguntei

– Sou Salazar.