A Viajante escrita por MFR


Capítulo 19
Capítulo 19




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/402050/chapter/19

MORT

Sal me puxou para a sala e no caminho tiramos os coturnos que calçávamos, ele se deitou comigo por baixo sem nunca parar de me beijar. Tentei tirar sua camiseta quando ele começou a beijar meu pescoço, mas ele ri perto de meu ouvido e diz:

– Não se anime, seus amigos podem voltar, e eu não quero que Nessie me veja sem roupa.

Eu não sou tarada, sério, não sou! Mas eu sentia falta dele, caramba!

Infelizmente, ele tinha razão.

– Está bem - digo mau humorada, entretanto eu puxo sua camisa, ela se rasga e eu jogo ela para longe. - Mas Nessie pode conviver com a visão de você sem camisa. - continuo.

Ele ri e volta a me beijar. Ele afagava meu cabelo e eu passava a mão por seu corpo tentando decora-lo outra vez.

Sal estava diferente de quando saiu da ALFA, ele nunca teve muitos músculos, mas agora ele estava bem sarado, seu cabelo estava mais preto do que eu me lembrava, sua pele tinha perdido o bronzeado e seus olhos mais brilhantes. Ele estava lindo.

Nos beijamos por horas, que se pareceram segundos comparando com o tempo que fiquei sem ele.

Ao meio dia meus amigos subiram a escada do andar de baixo, Sal os escutou e se separou de mim.

– Não... - reclamo quando ele se senta.

– Seja boazinha. - ele diz beliscando o meu queixo.

Bufo, ele coloca os braços em minha volta e beija minha cabeça.

Nico, Nessie, Annabeth e Percy sobem a escada trazendo o almoço.

– Atrapalhamos? - Pergunta Annabeth.

– Sim - respondo.

Ela que parecia ter dificuldade em desviar o olhar do peito de Sal.

– Estressadinha. - Sal me repreende e se levanta. - Nessie! - ele exclama antes de abraça-lá. - Como seus pais deixaram você vir?

– Acredite, não foi fácil. - ela responde ainda abraçada a ele. Depois se afasta um pouco. - Você está maior.

Jura? Serio? Tem certeza? Nem percebi. - Penso com sarcasmo.

– E mais bonito. Agora desgruda do meu noivo - Digo e ela se afasta.

Sal ri e diz para Nessie:

– É normal mudarmos depois de nos machucar.

– Devia se machucar mais vezes - Nessie aconselha.

– Bata três vezes na boca, monstrinha. - digo e depois apresento - Sal, esses são: Percy Jackson, Annabeth Chase e Nico di Ângelo.

– Semideuses? - ele me pergunta e eu aceno - Prazer em conhecer vocês. - Ele diz apertando a mão de Annabeth e depois do Nico.

– Ãh, foi mal ter atrapalhado o momento dos dois hoje mais cedo. - desculpou-se Percy.

– Eu quase te matei, estamos quites. - fala Sal.

– Certo. - concorda Percy e os dois apertam as mãos.

– Isso é almoço? - pergunta Sal olhando para as bandejas que Nico e Annabeth traziam.

– É - Nico responde.

[...] UMA HORA DEPOIS

– Vamos embora agora? - Nessie pergunta.

Estávamos na sala comendo a sobremesa favorita do Nico e do Percy (Sorvete de blueberry com cobertura de brigadeiro).

– Sim. - respondo.

Eu estava louca pra voltar para ALFA. Não fazia meu estilo, mas tudo o que eu queria era ficar em casa com Sal

– O que foi? - Sal pergunta ao ver que os outros pareciam meio tristes.

– Eu não queria ir embora. - Nessie responde.

– Eu estava gostando de não ter monstros tentando me matar. - Percy diz e Annabeth concorda com a cabeça.

– Eu não me importo com os monstros - começa Nico - Mas foi bom sair do inferno sem ter que ir para o Acampamento.

– Porque você não vai para Acampamento? - Percy pergunta

– Porque não gosto de lá. - Nico responde.

– E por que não?

Nico olha para Percy como se pensasse em responder.

No tempo que ficamos aqui Nico tinha quase esquecido Percy, quase.

– Eu não sou aceito ali, Percy. Nunca serei. - Nico responde com uma meia verdade.

– Talvez se você se enturmasse...

– Esquece. - Nico o corta. Percy talvez continuasse, mas bem na hora Morg chega.

– Soube que o Belo Adormecido acor... - Mort começa, mas para e fica boquiaberta quando vê Sal sem camisa - Uau Salazar, você está lindo! - ela diz.

Primeiro Annabeth, depois Nessie e agora a Morg, qual o problema desse bando de assanhadas?

– Isso ele sempre foi - murmuro mau humorada. - Esta gostando da paisagem, Morg? - Pergunto.

– Sim - ela responde e depois pergunta para Sal - Não existe uma versão sua para mim?

Trinco os dentes e Sal(ao perceber que a vida da minha versão bruxa estava em risco) abraça meus ombros.

– Já faz muito tempo que eu vivi, não existe outras versões. - ele responde.

– É, ele é modelo exclusivo, meu modelo exclusivo, então vê se tira os olhos.- digo e Morg desvia o olhar para o chão. - E o senhor - começo olhando para Salazar - PONHA UMA CAMISETA!

– Você está muito ciumenta, amor. - ele diz sorrindo de lado, mas conjura uma camiseta cinza.

– E você está muito bonito para ficar sem camisa. - Digo e Sal me dá um selinho.

Meus amigos seguravam os risos, mas eu não me importo.

É o meu noivo! Já aguentei muita coisa antes de começarmos a namorar! Todos davam em cima dele, garotas, mulheres, homens...

– Como hoje é o último dia letivo a Alessandra convidou todos para o banquete e baile de fim de ano. - Morg anuncia.

EU DETESTO A ALESSANDRA.

– Que dia? - Annabeth pergunta.

– Hoje. - Morg responde.

EU DETESTO A ALESSANDRA.

– Temos que ir? - Percy pergunta.

– Huuun, tem sim. - Ela responde receosa.

EU DETESTO A ALESSANDRA.

– Mas eu não quero ir. - Percy reclama.

– Nem eu. - Concorda Nico.

– Muito menos eu. - Digo

– Mas nós iremos. - Afirma Sal.

EU DETESTO A ALE... Espera, o que disse Salazar?

– Por que? - Pergunto descrente.

– Por mais que eu não goste, amanhã iremos embora, será legal uma despedida mais divertida.

– Ah, mas... - sou interrompida por Sal me beijando (Golpe baixo, Salazar) - Ãh... Tudo bem. - Acabo concordando - Precisamos ir para a cidade comprar roupas.

[...] 20 HORAS DAQUELE DIA

Depois de 5 horas de compras (Nico, Percy e Sal quase se mataram) entre lojas trouxas e bruxas voltamos para a Balbina.

Os meninos ficaram no andar debaixo enquanto eu, Nessie e Annabeth nos arrumávamos.

Agora só esperávamos Nessie terminar o penteado de Annabeth para podermos ir.

– Pronto. - anuncia Nessie e nós três descemos.

– Finalmen... - começa Percy, mas se calou e ficou boquiaberto ao nos ver.

– Vocês estão lindas. - Nico nos elogia embora só olhasse para Nessie.

– Obrigada. - Agradece Nessie e eu e Annabeth nos olhamos cúmplices.

[Roupas: Annabeth, Mort e Nessie]

Vou para o lado de Sal, ele sorri.

– Está maravilhosa. - ele me elogia.

– Você também. - sussurro perto de sua boca antes de beija-lo.

Ele estava mesmo lindo, aliás todos estavam. Todos vestiam ternos e capas pretas, a única coisa que mudavam entre eles eram as gravatas borboletas, a do Percy era azul, do Nico preta e do Sal prata.

– Teleporte? - Sal pergunta.

– Pode ser. - respondeu Percy enquanto olhava hipnotizado para Annabeth.

Eu peguei a mão de Sal e de repente estávamos do lado de dentro da porta de entrada da escola.

Morg estava do lado da porta, muito bonita por sinal.

[Roupas: Morgana Bruxa]

– Oi, gente. - ela diz e se aproximando.

– Oi. O que você esta fazendo aqui dentro? - pergunto já que o banquete seria do lado de fora da escola.

– Esperando meu parceiro para o baile, mas ele está pedindo para ser castrado porque ainda não chegou...

– Peraí, você não disse que o baile era em casal. - Nico corta ela.

– Tecnicamente não é, mas todos acabam vindo assim. - admite Mort.

Nico parecia estar entrando em pânico.

– Mas... - Ele começa, mas Morgana não lhe dá atenção pois vê um cara descendo as escadas correndo.

– Finalmente! - ela diz.

– Moranguinho, me desculpa, eu...

– Moranguinho? - Sal pergunta rindo.

– Ahhh, odiava quando me chamavam de Moranguinho. - Digo.

– Vocês nem comecem. - Ela diz e puxa o braço do garoto porta a fora.

– Até que eles combinam. - reflito

– Vamos - Sal diz e eu lhe dou meu braço.

– Mas eu não tenho par! - Nico diz.

Suspiro e olho para PERCABETH. Annabeth puxa Nessie e Percy puxa Nico até que os dois ficam lado a lado.

– Pronto, os dois tem par, vamos.

[...] 30 MINUTOS DEPOIS

O baile aconteceria em frente a escola, entre a represa. As três mesas do salão principal foram colocadas do lado de fora junto de uma pista de dança e um palco para a banda que viria.

O jantar estava ótimo, eu não tive que implorar para ter hidromel, Sal estava do meu lado e Alessandra calada.

Bom, calada até agora...

– Alunos, professores e hospedes fico feliz por terminarmos mais um ano juntos, agradeço pela companhia de cada um e desejo boa sorte a todos. - Ela faz um pequeno discurso - E agora recebam por favor a cantora Funk. - ela anuncia e uma bruxa com um vestido vermelho sobe ao palco junto com a banda.

Você pode estar se perguntando por que o nome da cantora é Funk. Como você provavelmente sabe no Brasil existe um tipo de música com esse nome. Entretanto, no Brasil da dimensão bruxa, funk é também um feitiço que diminui a capacidade cerebral por um tempo. Por algum motivo essa cantora achou engraçado existir um tipo de música com o nome de um feitiço e resolveu usar-lo como nome artístico, não me pergunte o porque, ela nem canta funk (felizmente).

A música começa, os alunos se levantam, as mesas somem e todos começam a dançar. Mas eu e meus amigos continuamos junto com a diretora e os professores.

– Dança comigo, Percy? - Annabeth pergunta e ele vai meio a contragosto.

Percy pega a mão dela e a gira, então começam a dançar pelo salão.

Nico chama minha atenção e depois faz um "x" sobre sua têmpora. Esse era o nosso sinal, significava que ele tinha algo a me dizer e que eu poderia usar telepatia.

"Por que Annabeth tem que ser tão bonita?" Ele pergunta.

Reviro os olhos e digo, também por telepatia:

"Pouco antes você estava babando na Nessie, agora resolveu ficar invejando a Annabeth. Nico, ESQUECE O PERCY"

– Como se fosse fácil. - ele murmura em voz baixa.

No meio da música Sal se levanta.

– Quer dançar? - ele me pergunta.

– Não - respondo simplesmente.

– Certo - ele diz sorrindo de lado e eu vejo que lá vinha merda - Acho que tenho que chamar uma dessa garotas que...

Me levanto e ele para de falar.

– Isso não é justo - digo enquanto vamos para a pista de dança.

– Me processe. - ele diz e me puxa para perto. Sabe, talvez nem seja tão ruim.

Dançamos em silêncio, rindo de vez em quando com nossos giros.

Então outra música começou, essa era ritmada com uma letra triste. Ficamos balançando de um lado para outro, aproveitando a companhia do outro.

Ainda no começo da música eu vejo que Nico e Nessie ainda conversavam na mesa. Por telepatia digo:

"Oh Cérebro de Zumbi, chame a Nessie para dançar!"

Nico olha em minha direção, mas depois suspira e se levanta.

– Quer dançar? - ele pergunta e Nessie acena.

Ela se levanta e Nico pega sua mão, ele a leva até o meio do pista de dança e os dois começam a dançar.

E dançar muitíssimo bem. Dançando com elegância e um pouco de romance.

Eles tinham uma sincronia perfeita, como se pudessem ver os movimentos do outro antes de acontecer. Pouco depois de começarem a dançar as pessoas começaram a se afastar para darem espaço para os dois, alguns até paravam para olhar.

Percy e Annabeth se aproximam de nós e Annabeth diz:

– Ele dançam muito bem.

– Como Nico consegue dançar assim? - Percy pergunta no momento que Nico levanta Nessie um pouco do chão.

No final da música uma nota mais alta é tocada e Nico puxa Nessie que bate em seu peito. Rola um climinha, que acaba quando Nico olha em volta e bate os olhos em Percy.

[...] NO OUTRO DIA DE MANHÃ

Dormir ao lado de Sal deixou meu bom humor nas alturas, o que é raro.

– É hora de partir. - Anuncio quando todos terminaram de arrumar suas coisas.

De teleporte descemos até a frente da escola onde esperaríamos Morg com a moto de Salazar, a moto tinha sido usada por Sal para vir para a Balbina.

– O que vão fazer com os moveis do terraço? - Annabeth pergunta.

– A Morg vai manda-los para uma associação de caridade junto com aquelas roupas que não cabiam nas malas.

– Temos mesmo de ir para casa? - Nessie pergunta.

– Temos mesmo. - respondo.

– Sem passar na ALFA? - Nico pergunta.

– Sem passar na ALFA. - Sal responde.

– Nem em outra dimensão? - Percy pergunta.

Nem em outra dimensão!– Dizemos eu e Sal ao mesmo tempo.

Bem na hora Morg chega empurrando a Harley preta de Sal.

– Aqui está, sem nenhum arranhão, eu até cobri com um lençol.

– Obrigada Morganinha. - Agradece Sal dando um abraço rápido nela.

– De nada, foi bom vê-los. - ela diz meio corada.

– Posso conversar com você um minutinho? - Pergunto.

– Claro.

Ela me seguiu alguns metros e eu pergunto:

– Sabe que quem ajuda um Viajante ganha um presente, não é?

– Sei.

– Você me ajudou muito e ao Sal ainda mais, então...

– Não precisa me dar nada, Mort. - Ela me corta.

– Eu sei que não, mas eu quero. - digo e lhe entrego uma foto - Esses são Helena e Antônio. Nossos pais.

Morg abriu a boca e me encarou.

– Você disse que não sabia onde eles estavam. - Ela murmura.

– Eu não sei, mas talvez você descubra.

Ela tirou olhos de mim e fica olhando para a foto.

– Obrigada. - ela agradece.

Sorrio e voltamos para a companhia dos outros. Sal mexia no compartimento que ficava debaixo do banco da moto, e parecia preocupado.

– O que foi Sal? - pergunto e ele olha para mim e propõe:

– Que tal se a gente passar na Panem?

Tem alguma coisa errada, e eu já até sabia o que era.

– O que você esqueceu? - Pergunto.

– Meu iPad.

Eu. Me. Re. Ço.

– Ok, vamos para a Panem. - Digo e meus amigos aplaudem felizes.

– Panem é a dimensão de Jogos Vorazes, não é? - Morg pergunta meio distraída enquanto olhava para a foto que lhe dei.

– Isso mesmo. - concorda Sal.

– Eu já ouvi falar desses livros. São os favoritos da Clarisse. - Diz Annabeth.

– A Clarisse sabe ler? - Percy pergunta.

[...] 2 HORAS DEPOIS

Simplesmente não acreditava nisso. Estávamos a caminho do Distrito 12, logo o 12, e Sal dirigia no meio da floresta, desviando das árvores.

– Você tinha mesmo que esquecer o iPad logo na casa da Katniss? - Pergunto pela milionésima vez.

– Eu já expliquei, amor. O portal se abriu perto do Distrito 12 e eu resolvi passar a noite lá, depois eu fui para o 3 onde comprei armas.

– E onde estão as armas?

– Numa bolsa interdimencional.

– Ok. Mas você tem realmente certeza que não ficou no Distrito 3? - Pergunto esperançosa.

– TENHO CERTEZA QUE FICOU NO 12 MORT! - Sal grita.

– Está bem, mas você tem certeza mesmo que...

– MORT! - ele me corta e eu suspiro vencida.

– Qual o problema de estar na casa da Katniss? Ele não é a mocinha da história? - Percy pergunta (eu tinha dado uma explicação sobre Jogos Vorazez à eles).

– Mocinha, mocinha, ela não é e nunca foi. - digo e depois continuo - Eu não gosto dela, nunca gostei e nunca vou gostar. Do namorado/marido dela eu gosto, o Peeta é um fofo e ele faz uns biscoitos deliciosos.

– Você é muito interesseira às vezes. - Sal diz enquanto virava o volante com tudo para não bater em uma árvore.

– Você só fala isso porque não gosta dos biscoitos dele.

– Eu só finjo que não gosto.

– Por que finge?

– Porque você ama. - Ele responde com um bico.

– Awnt, você fica fofo quando esta com ciúme. - digo e me estico para lhe dar um beijo.

– Hey Mort, dá para você agarrar ele depois? De preferencia quando ele não estiver dirigindo - Percy reclama.

– Lá vem você atrapalhando de novo...

– Deixa. - Sal me corta - Já chegamos.

Sal parou perto da antiga cerca do 12 e então descemos.

– A gente tinha mesmo de por essas roupas? - Nico pergunta enquanto passávamos pelo buraco na cerca.

Eu até entendia ele. Mesmo no 12 as roupas são meio extravagantes, Sal vestia uma camisa prata com uma calça preta toda rasgada, Percy estava com uma calça de couro azul e uma camiseta branca e Nico vestia uma calça preta com estampa de ossos e uma camiseta preta. Eu vestia uma camiseta curta com uma calça cinza bem rasgada, Annabeth estava com uma calça estampada e uma camiseta amarela e Nessie vestia uma camiseta branca com uma calça de estampa Galaxy (é, ela viciou no Galaxy).

[Roupas: Nessie, Mort e Annabeth]

– Você tem sorte que não te passei maquiagem. - Digo e ele se cala.

– Não dá para teletransportar? - Percy pergunta depois de andarmos alguns metros.

– Verdade, eu esqueço que vocês não se importam. - Digo e teletransporto para a vila dos vitoriosos.

– Uau, a casa é muito bonita. - Annabeth se assombra olhando para a casa da Katniss e do Peeta.

– Por que para lá é tudo feio e pra cá é bonito? - Nessie pergunta.

– Longa história. - digo e toco a campainha.

Dez segundos depois Katniss atende a porta.

– Mort? - Pergunta.

– Em prata e purpurina. Posso entrar? - Pergunto.

Ela revira os olhos e se afasta para que eu possa passar.

Os outros entram pedindo licença e cumprimentando.

Dentro de casa encontro Peeta tomando café, ele se levanta e me cumprimenta com um abraço rápido.

– Quer biscoito? - Ele me pergunta enquanto se afastava para falar com os outros.

– Achei que não ia oferecer. - digo sorrindo.

Depois das apresentações e de uma conversa sobre o iPad esquecido, todos se sentaram à mesa para experimentar os famosos biscoitos Mellark.

– Esses biscoitos são divinos. - Percy elogia. É claro que ele gostou, são azuis!

– Obrigado. - Peeta agradece.

Katniss desce as escadas trazendo o iPad.

– Aqui está, Sal - ela diz entregando o bendito tablet.

– Obrigado, Katniss.

– Vocês podiam ficar aqui hoje. - Peeta sugere.

– É Mort, a gente podia. - diz Nessie.

– Por favor. - Nico pede.

– Mais um dia não fará diferença. - Annabeth.

Suspiro e aceno. Eles se acostumaram em ficar comigo, o que eu poderia fazer?

– Vamos incomodar? - Sal pergunta para Peeta.

– Claro que não. - Peeta responde.

– Então ficamos, mas só hoje. - Concordo e os outros comemoram.

– Vou arrumar os quartos, vão precisar de quantos? - Katniss pergunta ao Sal (me ignorando).

– Ãh... Eu não sei. Mort?

– Depende. Nessie você se importa em dormir no mesmo quarto que Nico? - Pergunto.

– Se tiver duas camas para mim tudo bem. - Ela responde, mas estava um pouquinho corada.

– Nico?

– Claro, pode ser. - Ele aceita, também corado.

– Então são três quartos. - Digo e ao Sal.

– Três quartos então. - Ele responde à Katniss que acena e sobe as escadas.

Eu e Katniss simplesmente não nos gostamos. Ela é toda depressiva, fez um monte de coisas importantes, mas só fez por que não tinha escolha. Eu sempre participo de guerras por causa das aventuras e pelo prazer de ajudar os outros. Eu não me considero uma heroína, mas considerava Katniss menos ainda. Não me critique, é apenas minha opinião.

Katniss desce as escadas e senta no colo de Peeta.

Até o almoço apenas conversamos, depois veio o almoço feito por Katniss com ajuda de Annabeth(eu não comi), Nessie e Nico se favoreceram para lavar a louça e eu Sal ficamos na sala, eu conversando bobagens com Percy e Peeta enquanto Katniss e Sal ficam calados.

Quando Renesmee e Nico aparecem, eu não me contenho.

– Que tal uma competição de arco e flecha, Katniss? - Pergunto.

Pela primeira vez desde que atendeu a porta ela olha para mim.

– Melhor não.

– Ah por favor! Nico, Nessie, Annabeth e Percy estão de prova que faz meses que não toco num arco.

Ela pensa um momento e suspira antes de responder:

– Só vou pegar meu arco. - ela diz se levantando, eu me levanto também e vou para fora de casa.

Momentos depois Katniss sai trazendo uma caixa preta onde eu sabia que seu arco estava, ela coloca a caixa no chão e tira de lá o arco e a aljava. Era as mesmas peças da guerra, com a diferença de que são apenas flechas simples. Eu não conhecia bem a historia, mas parecia que Beetee os mandara para Katniss.

– Pode fazer os alvos, amor? - Pergunto para Sal enquanto fazia minha aljava aparecer, da aljava eu tiro o arco e uma flecha.

Sal nem responde e dois alvos pratas aparecem à vinte metros de distancia.

– É brincadeira, não é? - Katniss pergunta, mas se posiciona, fico ao seu lado e nos duas erguemos os arcos no mesmo momento.

O meu arco era tão preto quanto o dela, minhas flechas mais escuras ainda. Ok, temos arcos parecidos, isso não faz nos gostarmos mais.

Puxamos as cordas e soltamos, as setas acertaram bem na mosca e ao mesmo tempo.

– Agora algo mais difícil. - peço à Sal que apenas sorri antes dos alvos apareçam a cinquenta metros.

Ouço Katniss suspirar enquanto preparávamos os arcos, miramos e acertamos de novo. O jogo continua com os alvos se distanciando cada vez mais.

Percy abria tanto a boca que comecei a acreditar que nunca mais fecharia, os outros apenas observavam meio admirados.

Quando os alvos estavam a quase duzentos metros sinto algo vibrar em meu bolso.

– Só um minuto - Peço e saco meu IDpad. Era uma chamada. - Sal? - chamo sem acreditar.

– O que foi?

– Eragon - respondo

NESSIE.

Quando Mort parou aquela competição soube que tinha algo errado, ela não era de parar.

Ela mexeu no celular e o jogou longe, não quebrou (óbvio, ele é inquebrável). O IDphone vibrou e uma imagem como a de uma grande TV apareceu flutuando a um metro do chão.

Já vi isso acontecer, era uma forma dela se comunicar com alguém.
O alguém da vez era um rapaz. Ele tinha um rosto jovial e ao mesmo tempo maduro, tinha olhos finos e orelhas pontudas, cabelo e olhos castanho escuro, queixo quadrado e um brilho forte no olhar. Era como se ele fosse filho de uma fada com modelo de cuecas.

– Eragon. - Sal cumprimenta.

– Olá, Salazar.

– Eragon? - Mort pergunta surpresa.

– Oi Morganinha - Ele cumprimenta com um sorriso meio desanimado.

– Por favor me diz que ligou por que vai se casar com a Arya - Mort pede, mas ele nega com a cabeça - Vão se casar no futuro? - Ela pergunta e ele nega de novo - Com alguma outra cavaleira? - Mort pergunta esperançosa.

Eragon suspira antes de dizer:

– Não. Eu preciso da ajuda dos dois.

– Então a coisa esta feia. - Sal diz para Mort e Eragon concorda com a cabeça.

– Você tem certeza que não pode resolver sozinho? - Mort pergunta. Eu podia ver em seus olhos a vontade que ela tinha em ficar sozinha com Sal.

– Eu não ia te chamar se não fosse necessário.

Mort suspira e abaixa a cabeça.

– Eu sei que não. - Mort afirma com voz falha.

– Qual o problema? - Salazar pergunta.

– Um exército está a um mês de atacar a sede.

– Um exército? Apenas um exercito? - Mort pergunta.

– Se fosse apenas um exercito eu resolvia sozinho - Eragon responde impaciente.

– Odeio quando ele se lembre que não tem 17 anos. - Mort murmura. - Então é um exercito de que?

– De Razac's.

MORT.

Fazia uns dois anos que eu não via Eragon, ele não envelheceu nada já que ele é imortal, mas seus olhos estavam mais fundos e perderam parte do brilho, como se ele tivesse passado uma noite insone.

– Quando você diz Razac's você se refere aqueles bichos grandes, feios, fortes, que comem carne humana e são adorados em Helgrind? - Pergunto.

– Esses mesmos.

– Ah, que beleza. - Sal murmura.

– Qual o tamanho do exército? - Percy pergunta entrando na conversa.

Antes de Eragon responder ele olha para mim como se perguntasse se Percy era confiável, aceno com a cabeça e ele responde:

– Uns cinco para cada Dragão e seu Cavaleiro.

– Eita! - Sal murmura de novo.

– Ele disse dragão? - Annabeth pergunta.

– Depois eu explico. - digo a ela e depois me viro para Eragon. - Estaremos aí em poucas horas.

Eu não queria ir, mas Eragon é meu melhor amigo e precisa da minha ajuda. Por mais que doesse eu não ter meu tempo só com Sal doeria mais não poder ajudar meu melhor amigo.

– Muito obrigada! Sem vocês estaríamos arruinados. - Eragon agradece dando um sorriso verdadeiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Viajante" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.