Aprendendo Amar ... escrita por MA


Capítulo 7
Esclarecendo as coisas.




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Uma semana após a descoberta da gravidez, Armando chegou na sala de Betty para a chamar para o almoço. Ele bateu na porta e abriu em seguida, Betty como sempre estava compenetrada trabalhando.

- Hora do recreio, vamos parar. Já arrumei a  nossa mesa do almoço – Armando tinha um sorriso no rosto, a última semana foi uma das mais felizes para ele, só não era melhor porque sua Betty ainda claramente estava longe de o perdoar, mas sua fé o fazia crer que isso iria mudar.

- Almoço? – Betty soltou a caneta e olhou assustada para seu relógio no pulso – Já são meio dia – Ela constatou, sua voz era apressada e ela já foi logo se levantando e pegando sua bolsa, Armando franziu a testa.

- Aonde vai? Tem que almoçar agora –

- Não dá, eu marquei um horário com o médico ao meio dia – Ela já tinha pego sua bolsa e estava pronta para sair – E já estou atrasada – Ela empurrou Armando levemente e foi como um furacão passando por ele e indo em direção a  porta, ele demorou um tempo para entender aquilo tudo, mas quando fez, puxou Betty pelo braço e a impediu de abrir a porta.

- Você está sentindo algo? Passou mal? Ou é a consulta com o obstetra? –

- É apenas a consulta, e eu realmente tenho que sair agora – Betty soltou seu braço da mão dele, ela não estava irritada com seu toque, ela nem tinha notado isso, só estava mesmo com pressa de ir. Ela viu  o olhar irritado de Armando – Eu juro doutor Armando, não vou passar da hora do almoço, não se preocupe –

- Mas Betty, quem está falando de horário? Essa criança é tão sua quanto minha, você não tem o direito de marcar médico sem me avisar e pior, ir sem me avisar – Ela lhe olhou assustada.

- Oh ... o – Ela gaguejou – O senhor quer ir? – Ela estava incrédula.

- Mas é claro que eu quero – Ele estava muito irritado e gritava – Eu quero saber como está minha filha –

- Eu não acho uma boa ideia doutor Armando –

- Como não é uma boa ideia Beatriz? Como não – Armando gritava cada vez mais.

- Não grite comigo – Foi a vez de Betty gritar e Armando se sentiu diminuído, ele não deveria ter gritado com ela, ela não merecia isso e aquela briga toda era justamente o que ele temia e o motivo dele não tocar no assunto do bebê ou em qualquer outro durante os últimos dias.

- Me perdoe Betty, eu não queria gritar, mas você tem que entender que esse filho é meu também e eu quero participar de tudo –

- Tudo? – Betty o olhou espantada – Defina tudo – Ela pediu e ele suspirou.

- Oras, tudo é tudo. Quero ir nas consultas, acompanhar os exames, ver a barriga crescendo, estar na sala na hora do parto e depois te ajudar a criar essa criança. Tudo que um pai tem a obrigação de fazer – Betty balançou a cabeça.

- Não se sinta obrigado, nem todos os pais fazem isso – Armando respirou fundo e contou até dez mentalmente para não gritar.

- Nem todos os pais fazem, mas eu vou fazer, porque eu quero fazer. Esse bebê não vai ser só seu –

- Isso é impossível seu Armando, tem dona Marcela, o casamento de vocês, você não poderá agir como o pai desse bebê –

- Betty, você anda ficando burra ou o que? – Ele sentiu que ia começar a se exaltar e resolveu contar novamente – Eu já disse que amo você e se amo você, não vou me casar com Marcela, nem Mariana, Adriana ou quem quer que seja. Eu quero me casar com você e criar nossa menina juntos – Betty sentiu seus olhos dobrar de tamanho, Armando estava praticamente a pedindo em casamento.

- Você está louco – Ela disse e Armando sabia que não adiantaria mais contar nem se fosse até mil, ele estava nervoso e sua vontade era de voltar a gritar com ela, foi então que ele a puxou e a beijou, ela recusou o beijo no inicio, mas ele persistiu, ela o empurrou, mas ele era mais forte. Não tardou para ela retribuir o beijo e suas mãos que antes o empurrará, agora o abraçava. O beijo foi longo, intenso, suas línguas se friccionavam com intensidade, paixão. Eles se separaram sem ar, os lábios levemente vermelhos, quando ela recuperou o folego voltou a empurrar ele e lhe deu um tapa.

- Nunca mais faça isso – Ela ordenou.

- Não me peça o impossível – Ele sorriu e ela lhe deu outro tapa, ele não ligava para isso, entendeu perfeitamente a frase que dizem ‘tapa de amor não dói’

A conversa que parecia ter sido curta, durou uma hora e já seria impossível para Betty ir na consulta.

- Você me fez perder a hora – Ela disse enfezada.

- Culpa sua que não me disse nada – Ele rebateu, pareciam duas crianças – Agora vamos tentar almoçar e depois você remarca –

- Impossível remarcar, vou ter que procurar outro médico –

- Depois a gente pensa nisso, já passou da hora de você comer, vamos – Armando saiu puxando ela para a sala de reuniões.

O almoço foi silencioso, nenhum dos dois ousou em falar nada, a cabeça de Betty novamente girava a mil, pensar em Armando querendo ser pai do seu bebê era algo novo para ela e ela ainda não sabia se estava confortável com isso, até então ela tinha um esquemático quadro de mãe solteira, fora que Armando querendo assumir a criança seria uma dor de cabeça em todos os sentidos, ela teria que enfrentar não só seus pais, mas como os pais dele, dona Marcela e todos os Valença e até mesmo Patricia e as meninas do quartel. Já Armando estava irritado, não acreditava no egoísmo de Betty de querer ir sozinha ao médico, porém ele não a questionou mais, não queria voltar a brigar. Quando eles enfim acabaram de almoçar, Betty pediu licença e já ia saindo.

- Betty, me deixe o número do médico, eu vou ligar para lá e vê o que consigo resolver –

- Eu não acho isso uma boa ideia –

Ambos mantinham uma conversa calma, a briga de mais cedo tinha os cansado demais, nenhum deles tinham força para continuar brigando de modo que a conversa fluiu calmamente.

- Por que não acha? –

- Quer mesmo que eu enumere todos os motivos? – Ela falou irônica e ele ignorou e fez que sim com a cabeça – Ok. Primeiro o senhor é uma pessoa conhecida e se for comigo ao médico podem te reconhecer e isso acabar no ouvido de dona Marcela, dos seus pais, dos seus amigos e sei lá mais de quem. Segundo é que marquei em uma clinica aqui perto, para que eu pudesse ir durante meu horário de almoço o que faz aumentar a chances de alguém te ver lá –

- E dai se alguém me ver? Betty, eu não penso em esconder essa criança e tão pouco esconder você. Entenda de uma vez que você é a mulher que eu amo e essa criança será nossa filha amada, é fruto de um amor. –

- Doutor Armando, você não pode estar apaixonado por mim, isso é uma ilusão da sua mente, nos dois sabemos disso – Betty disse com a voz triste

- E por que não? Me explique o porque Beatriz? – Armando se aproximou de Betty e tirou seus óculos – Você tem o olhar mais lindo que já vi, seus olhos são doces, brilhantes, sonhadores e eu amo me perder neles – Armando com o indicador contornou os lábios dela – Sua boca é delicada, fina, macia. Seus beijos são os únicos que me fazem suspirar e querer mais – Ele acariciou o rosto dela – Você é linda, não sei o porque se esconde embaixo dessas roupas, desse cabelo. Eu realmente não sei, mas não tenho vergonha de você ser assim e gostar de andar assim, eu teria orgulho de agora mesmo te tomar pela mão e dizer a todos que você é a mulher que amo e que teremos uma filha – Betty tinha vontade de chorar, Armando dizendo aquelas palavras parecia tão verdadeiro, tão sincero. Ela sempre sonhou em ouvi-lo dizer tais coisas, porém ela não conseguia acreditar naquilo.

- Eu não consigo acreditar nisso ainda – Ela abaixou a cabeça e olhou para o chão, ele não se importou e a abraçou.

- Minha mulher, é isso que você é, e sei que não acredita em mim agora, mas me deixe provar que não estou mentindo. Me deixe provar que nossa história começo errada, mas ela agora está certa – Betty o abraçou também, ela precisava daquele abraço, daquele apoio, as últimas semanas tinha sido tão confusas, ela se sentia tão sozinha.

- Não está nada certo doutor Armando, você ainda é noivo e jamais sua família e amigos iriam aceitar nossa relação –

- Não me sinto noivo e não pretendo continuar noivo e nem me casar com Marcela, acho que nunca pretendi isso, além do mais, não somos mais crianças, não dependemos do que os outros aceitem ou não, podemos conduzir nossas vidas – Armando soltou um pouco Betty e fez com que ela o olhasse – Pela primeira vez, estou conduzindo minha vida e estou me sentindo feliz, só não estou mais feliz e nem mais completo porque sei que ainda não tenho seu perdão, mas por favor Betty, me deixe mostrar que estou sendo verdadeiro e que te amo – Ela nada respondeu, apenas o abraçou mais forte. Armando apenas sorriu, aquele braço era mais um dos sinais de que ele um dia conseguiria o perdão de Beatriz e enfim poderiam viver seu amor.


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