- E então Beatriz, vai me deixar leva-la até sua casa, certo? – Armando perguntou quando saíram da clinica.

- Não acho que seja uma boa ideia doutor Armando – Armando revirou os olhos irritado, primeiro por Betty sempre querer dificultar o fácil e segundo porque aquela coisa toda de doutor já estava começando a irrita-lo, eles já tinham tido intimidade suficiente para terminar com essas formalidades.

- Por que não seria uma boa ideia Beatriz? Já é tarde, seus pais daqui a pouco já irão ficar preocupados, eu te levando, será a maneira mais rápida e segura de você chegar em casa – Ela o olhou desconfiada, Armando estava agindo estranhamente demais nos últimos dias, mas era inegável que ela gostava disso.

- Não quero atrapalha-lo – Ela respirou pausadamente e de forma insegura.

- Mas será possível Beatriz? – Ele se irritou – Eu vou te levar e ponto final – Sem dar mais espaço para discussões, Armando pegou ela pelo pulso e foi quase que a arrastando até a Ecomoda para pegarem seu carro e poderem seguir. O caminho foi silencioso, em sua mente Armando estava eufórico com seus planos para aquela noite e Betty apenas pensava em sua bebê, na imagem dela na ultra, ainda desfocada e sem muito parecer um bebê, porém ela sabia que era um bebê, melhor, seu bebê, com um coração forte e sadio. Ela foi se perdendo em seus pensamentos até olhar pela janela do carro e vê que ela não estava perto de sua casa e nem muito menos no caminho que levava até ela.

- Aonde estamos indo? – Ela perguntou enquanto tentava olhar as ruas e reconhecer algum ponto – Esse não é o caminho da minha casa –

- Não é mesmo – Ele olhou para ela através do retrovisor do parabrisa e sorriu da cara de confusão que ela tinha – Esse é o caminho do meu apartamento –

- E o que vamos fazer no seu apartamento? Você tem que pegar alguma coisa que esqueceu lá? – Ele riu da ingenuidade dela.

- Pensei que fosse óbvio que nos iríamos no meu apartamento jantar –

- Mas está louco? Já é tarde, meus pais já estão me esperando –

- Ai é que você se engana – Armando aproveitou que tinha parado no sinal vermelho e virou para olha-la nos olhos – Seus pais não estão te esperando porque eu avisei que você hoje chegaria tarde, muito tarde. Já está tudo certo, você só tem que relaxar e aproveitar - Uma buzina soou atrás deles deixando claro que o sinal tinha aberto, então Armando continuou a conduzir, estava apenas a duas quadras de sua casa.

- Aproveitar o que? – Betty perguntou assustada – Eu não quero jantar com o senhor e muito menos no seu apartamento, sozinhos. –

- Betty – Armando disse em um tom sério e olhou para ela por poucos segundos enquanto dirigia – Pare que não sou nenhum lobo mal e nem você uma pobre indefesa, lembre-se que já está gravida e, de mim, então corta essa parte do sozinhos que já não faz mais sentido– Ela não podia acreditar nas palavras que ele disse e abriu a boca para rebater, mas ele foi mais rápido – Olha, eu planejei essa noite toda – O tom de voz dele agora era doce – Por favor, me deixe fazer o que planejei -

- Tudo bem doutor Armando, essa noite será como o senhor planejou – Betty sentiu seu coração se comprimir e o ar lhe faltar, ela não sabia o que esperar da noite e a cada dia que passava era mais difícil não se entregar a Armando e aos sentimentos que ele dizia ter por ela e que ela por sua vez, tinha em dobro por ele.