Kurt Hummel, O Mediador. escrita por BabyMurphy
Notas iniciais do capítulo
Hey hey hey...
13
Quando acordei estava mais cansado do que antes de dormir. Rachel e eu ficamos até tarde conversando e agora eu tenho de ajudar Carole na cozinha. Meu emprego de verão acabou e graças a Deus Sebastian foi embora. Sendo assim eu me escapei de suas “aulas”.
Levanto-me e sigo para o banheiro. Lavo o rosto, escovo os dentes, penteio o cabelo e troco de roupa. Quando volto para o quarto vejo Blaine sentado na janela, lendo mais um dos meus livros escolares. Ariel aos seus pés, dormindo sereno.
– Está na hora de acordar, mocinha. - Me aproximo de Rachel e a cutuco no ombro.
– Não. – Ela vira de lado e cobre o rosto.
– Levanta agora. – Puxo seu travesseiro a bato nela com o mesmo.
– Isso não vai machuca-la, seria melhor usar o livro. – Diz Blaine sem tirar os olhos de sua leitura. Olho pasmo para ele.
Depois de muita luta Rachel se levanta e vai até o banheiro para seu ritual matinal. Aproveito para arrumar a cama e conversar com um certo fantasma.
– Blaine, qual o problema? – Pergunto sentando na cama.
– Ela. – Ele aponta o banheiro.
– O que ela fez? – Pergunto rindo.
– Veio pra cá. – Ele finalmente tira os olhos do livro.
– Está com ciúmes? – Começo a rir.
– Desde que ela chegou, eu não passo mais de dois minutos com você. – Ele fecha o livro e o põe ao seu lado.
– Agora nós temos tempo, ela demora nesse maldito ritual. – Sorrio e ele me encara.
Em menos de um segundo ele já está ao meu lado, segurando minhas mãos e saboreando meus lábios. Sei que devia estar aproveitando o raro momento com meu namorado, ele é meu namorado? Enfim, não posso deixar de pensar como é estranho essa situação. Se alguém entrasse agora me veria beijando o nada, seria muito constrangedor.
Quando me separo dele para pegar ar, fator da qual ele não necessita, ouço um barulho na porta e Rachel sai do banheiro. Blaine me encara furioso e vejo o espelho balançar ao lado de Rachel.
– Não. – Sussurro.
Ele cerra os punhos e desaparece. Imediatamente o espelho para. Solto um suspiro e Rachel senta ao meu lado.
– Isso foi um terremoto? – Ela pergunta animada.
– O que? – Arqueio uma sobrancelha.
– O espelho tremendo. – Ela aponta para o objeto redondo em cima da minha penteadeira.
Não, era só meu namorado bravo por você nos interromper.
– Deve ter sido. – Dou de ombros e me levanto. – Vamos tomar café.
Depois do café voltamos para o quarto, resolvemos ir à praia então fomos por nossas roupas de banho. Ariel agora está acordado e procurando por Blaine. Ele aparece e acaricia o cachorro que logo se aquieta.
– Kurt, desde quando você gosta de cachorro? – Rachel pergunta.
– Ah, desde semana passada. – Sorrio.
– Aham, sei. Você sempre odiou esses montes de pelo. – Ela pega a mala e coloca em cima da cama.
– Ah, eles são queridos. – Digo ao notar a cara de Blaine para ela.
– Queridos? – Ela ri. – São horríveis. Saco de pulgas, fedorentos e só incomodam.
– Rachel, eles não... – Tarde demais.
A estante que guardava meus livros já estava em cima dela. Ela gritava por ajuda enquanto se debatia no chão. Meu pai chegou as pressas e tirou a estante de cima dela. Ela se sentou e começou a reclamar de dor no ombro.
Acabou que fomos para o hospital. Rachel terá de passar a noite lá. Último dia dela aqui na Califórnia e ela vai passar em um hospital. Tudo por culpa do maldito cachorro.
– Kurt, você está no meio de um caso, não está?
Eu estava sentado na poltrona ao lado da cama. Segurando sua mão e lendo uma revista.
– Como? – Arqueio uma sobrancelha.
– Quando você age estranho, quando fala sozinho, quando coisas estranhas acontecem é porque tem um fantasma por perto. – Ela sorri.
– Não sei do que você está falando. – Ri nervoso e voltei a atenção para minha revista.
Não era a primeira vez que Rachel acabava em um hospital por causa de um fantasma. Isso já aconteceu umas quatro vezes. Mas nunca tão grave como deslocar o ombro e abrir o pulso. Blaine vai me pagar por essa.
Assim que penso nisso ele aparece do outro lado do quarto. Cabeça baixa e rosto triste. Ele me encara e pede um “desculpe” silencioso. Rachel vira na direção dele.
– Estranho. – Ela diz pensativa.
– O que? - Dou um pulo da poltrona.
– Jurei ter visto um homem parado ali. – Ela aponta para Blaine.
– Você viu. – Blaine arregala os olhos e Rachel me olha pasma.
– Hã?
– Você tem razão sobre os fantasmas. Eu posso vê-los. Mas você também pode, às vezes. – Dou de ombros. – As pessoas que não tem o dom da mediação veem os fantasmas pelo canto de olho, mas quando viram não enxergam nada lá.
– Tá brincando? – Ela se ajeita na cama.
– Nem um pouco. – Sorrio.
– Que tenso. – Ela sorri. – Então tem um ali. – Ela ponta na direção de Blaine.
– Tinha, ele já foi embora. – Ela parece meio desapontada. – Mas ele pediu desculpas pelo seu ombro. – Dou de ombros.
– Ele que... – Ela fica pasma.
– Sim. Você falou mal do cachorro dele. Fez por merecer. – Começo e rir e ela me acompanha.
– Sempre soube que você não gostava de cachorros. – Ela se deita.
– É. – Me ajeito na poltrona e vou pegando no sono aos poucos.
Acordo no meio da noite com um moreno me olhando. Os olhos dourados e brilhantes sem vida. As sobrancelhas triangulares e o cabelo encaracolado.
– Você não gosta do Ariel, não é? – Ele senta no braço da poltrona.
– Não. – Sorrio.
– Podemos levar ele pra um abrigo, sei lá. – Ele diz cabisbaixo.
– Eu posso me acostumar com ele. Ele até que não incomoda. – Digo e um sorriso se abre.
– Sério? – Posso ver o brilho aumentar em seus olhos.
– É, só não gosto quando você se importa mais com esse cachorro do que comigo. – Cruzo os braços em cima do peito fingindo irritação.
– Ele nunca vai ser mais importante. – Ele me da um selinho. – Acho que posso me acostumar com Rachel.
– Então ela pode ficar mais uma semana? – Pergunto.
– Claro.. – Ele sorri. – Que não.
E então Rachel começa a acordar, ele me da um último selinho e desaparece.
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Gostaram? Até a próxima, xoxo. :3