O Que É Amor? escrita por Koya


Capítulo 3
Se um mais um é dois, esses dois não somos nós.


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa, como tem passado? *-*
Esse capítulo tá meio denso, não se assustem, o amor já vem!
Como eu disse, vai ser uma fic curtinha, então no próximo capítulo - que já está em fase de finalização - ela acabará.
Título do capítulo veio da música "Afinal de contas" da banda gentileza. Sem mais delongas, e me sentindo perdoada caso haja algum erro (porque vocês são uns lindos), desejo uma boa leitura.



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No dia do festival, eu estava nervosa. Nunca tinha saído com ninguém antes, e a primeira pessoa que me convida é Itachi? Eu resolvi dar uma chance, ele não era tão ruim quanto aparentava e até que era bem bonito. Não era Neji, mas era bonito. Várias vezes passou pela minha cabeça o quanto estava sendo prepotente. Quem sou eu para dar uma chance pro Itachi? Eu sempre tive uma autoestima horrorosa, e não ia mudar. Neji não havia falado comigo até o dia do festival. Sabe aquelas cenas em que a garota olha para o garoto fixamente por minutos incontáveis? Então, essa era eu. E sabe quando o garoto olha e a garota disfarça o olhar? Então, esse não era ele. Ele realmente não ligava pra mim, e me ignorava igual fazia com a maior parte das pessoas daquele colégio. A diferença é que as pessoas não queriam que ele notasse, já eu... 
Eu sempre fui girada à manivela, era lenta e muito paciente. Pode me chamar de lerda, se quiser. Itachi não soube reagir bem a esse meu lado.

-xx-

Naquele dia, eu estava me perguntando a cada segundo se você iria ao festival. Estava convencida que não, iria com quem e pra que? Sakura e Ino foram até a minha casa falando que se eu me arrumasse sozinha, ia ser um desastre. Não me senti ofendida, porque ia mesmo. Minha mãe se surpreendeu quando eu disse que iam garotas lá. Ela sempre achou que eu fosse do tipo solitária e excluída.

- Meninas? Que bom filha! – minha mãe, até hoje, é mais eufórica que eu sobre esses assuntos. Quando saio com Sakura, ela sempre exige que a rosada venha em casa conversar um pouco com ela. Mães...

Não ouvi quando a campainha tocou. Estava perdida em meus pensamentos sobre você. Eu, uma adolescente, pensei até em resolver os nossos problemas familiares sozinha. Queria falar com seu pai e resolver tudo isso. Mas além de se tímida demais pra isso, não sou uma espiã pra conseguir seu endereço, e algo me dizia que você me odiaria mais.

- Toc, toc!

- Não acredito que você ainda está deitada, Hinata! Já são 14h, você sabia?

Sakura, e depois Ino, entraram no meu quarto e me apressaram para me arrumar. Itachi disse que viria me buscar as 19h, eu não sabia porque tanta pressa. No final do dia de arrumação, eu estava usando um vestido florido de Sakura, uma sapatilha de Ino e só as minhas roupas intimas, já que estava montada de roupas emprestadas. Me lembro de ter descido as escadas e minha mãe ter chorado emocionada. Aí sim eu e senti mal, eu me vestida de forma tão horrorosa assim pra quando colocar um vestido minha mãe chorar?

- Boa noite.

Itachi estava especialmente bonito aquele dia, quase me esqueci da neura com você.

- Boa noite. – Eu me sentia idiota por estar sendo tímida com o queria que estava saindo, tanto, que tentei me soltar e soltei umas besteiras.

- O dia tá bonito, né? – perguntei, olhando idiotamente para o asfalto.

Aquele meio sorriso era provocador, e eu sempre me arrepiava. Quase me arrepio só de lembrar.

- Mas é de noite, Hina.

A escola estava decorada em tons lindos de vermelho, amarelo, verde e laranja. Queria saber quem tinha decorado daquela forma, eu ia elogiar. Itachi foi me puxando de barraquinha em barraquinha. Não me lembro ordens e detalhes, só da barraquinha de doces. Foi lá que eu te vi. Você estava com uma garota, e aquilo me partiu o coração. Ela era bonita, já tinha reparado nela algumas vezes a escola. Acho que seu nome era Tenten. Ela fazia parte do time de handball. Era desse tipo que você gostava? Das garotas focadas, esportivas e nada desajeitadas. Eu não era assim, era o oposto. Eu sabia o real motivo de você não me dar atenção. Mas no meu coração, aquilo se extinguiu quando eu te vi com outra garota. O real motivo, passou a ser que eu não era boa o suficiente pra você. Me dei conta que desde o primeiro dia que nos vimos, eu estava desesperada pra que você me amasse, e não só como primo. Na adolescência, as coisas foram complicadas. Comecei a me desesperar para que você me desejasse e fosse correndo em minha direção num dia qualquer, me jogasse no chão e me beijasse de forma feroz e louca. Você não fez isso. Aquela garota, é claro, sempre foi mais bonita do que eu. Num impulso adolescente, eu beijei Itachi de forma abrupta e seca. Não tinha sentimento, um dos meus olhos estava aberto te olhando. Ele recebeu muito bem o beijo, não se assustando com a minha repentina falta de timidez.

Seus movimentos ficaram gravados na minha mente. Senti suas grandes mãos deslizando pela minha cintura enquanto me empurrava habilmente par trás. Itachi não tropeçou nenhuma vez. Antes de encostar na parede e olhar apenas para ele, eu te vi mais uma última vez naquele instante. Não sei se foi impressão minha, mas percebi que você me olhou por um instante, um pouco surpreso. Sempre fui racional – superficialmente – e pensei que foi apenas impressão minha. Mas no fundo, até hoje, eu prefiro achar que sentiu uma pontada de ciúmes. Ciúmes de que? Não sei, mas prefiro assim.

- Hinata – a voz de Itachi estava sensual demais para o que eu estava preparada no momento.

- Desculpa... – tem  algo mais patético do que se desculpar por beijar alguém?

Naquele momento, Itachi sorriu pra mim de forma estranha. Lambeu levemente meus lábios, me fazendo tremer. “O que é que eu estou fazendo?”. Essa frase não saía da minha mente, foi aí que eu comecei a empurrá-lo.

- Itachi – me lembro dos beijos no pescoço ficarem mais intensos, e meu desespero aumentar. As mãos de Itachi foram parar na minha coxa, apertando fortemente e subindo até a barra de meu vestido. – Ei, Itachi – toda vez que eu tentava falar ele me interrompia com seus lábios, e isso me irritou.

Não preciso dizer que ele era mil vezes mais forte que eu, não é?! O que eu mais desejei naquele momento foi que você aparecesse e me abraçasse. Sim, era um pensamento de virgem abandonada, mas eu não me importei e só fui ter essa visão depois de mais velha. Itachi parecia alterado demais para quem só havia tomado dois copos de saquê, e eu estava ficando com medo. Não podia estar bêbado... Só descontrolado. 
Logo eu me dei por vencida. Tinha medo de que se continuasse atrapalhando a diversão dele, ele ficasse bravo e fizesse algo pior. Parece meio ridículo agora, mas na hora, eu era apenas uma garota que estava tendo um primeiro encontro e que por um descuido – ou gesto idiota – estava numa situação difícil. Como fui burra. Você não sentiria ciúmes e muito menos iria lá chegar se estava tudo bem.
Itachi me prensou contra a parede fria. Senti um arrepio e olhei para os seus olhos, tão negros e intensos, que me assustaram. Sua mão direita passou pelo meu rosto e desceu o indicador até minha boca, abrindo-a. Depois que passou o mesmo em torno de minha língua algumas vezes, eu arfei. Ele não deixou de ser sedutor, mesmo que eu quisesse.

- Como pode, Hinata? – perguntou, mordendo meu pescoço com força. Doeu e eu gritei, é claro. –Tão linda...

Não me lembro direito de como as coisas aconteceram, mas Sasuke apareceu lá e o chamou. Itachi ficou bravo, mas me soltou, dando atenção para o irmão. Por algum motivo, ele precisava ir para casa. As coisas aconteceram tão rápido que eu só me lembro de negar com a cabeça quando ele disse que me levaria pra casa. Não consigo me lembrar da desculpa que eu dei, deve ter sido uma bem ruim, mas ele entendeu que eu precisava de um pouco de espaço.
Porque não foi com você? O meu primeiro beijo deveria ter sido com você. Eu não ligo para o fato de sermos primos. Naquela noite eu mal havia comido pelo nervosismo. Só queria ir para casa. O caminho até a entrada, poucas pessoas ainda estavam por lá. Meu rosto provavelmente estava inchado, e eu não conseguia parar de chorar. Não consegui chegar até a entrada, desmaiei no meio do caminho. Estava abatida, com fome, muito triste e com uma dor de cabeça inexplicável. Não deixo de perceber que foi depois dessa noite que adquiri enxaquecas quase permanentes. Um professor deve ter me levado para o hospital, ninguém soube me dizer. Meus pais acham, até hoje, que eu só tive um mal estar.
Na segunda, você já não estava na escola. Eu perguntei para a tal Tenten e ela disse que  você tinha sido transferido. Nunca esqueço do colar com um pingente de estrela que ela usava. Teria sido um presente seu?
Itachi se desculpou comigo dizendo que era fraco para bebidas. Eu é que me desculpei com ele, dizendo que não havia beijado pelo motivo certo. Itachi sorriu para mim e me convidou para sair novamente. Eu neguei. Sabia que te amava e não iria usá-lo como estepe. 

- Eu amo outra pessoa...

- Ama? Não é muito nova pra isso?

Era a primeira vez que eu falava de você daquela forma, e com alguém que não fosse minha mãe. E mesmo com ela, só falei quando tinha dez anos. Mal sabia ele que só você passava pela minha mente desde criança. Naquela época, também fazia pouco tempo que eu sabia.

Mas agora eu sei. Eu te amo.

E mesmo sabendo que te amo, até hoje não sei o que é amor. Quando é que vai me ensinar? 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, em breve volto. Beijos! *-*