Ferris Bueller's Back To The Future escrita por Madonna Of The Wasps


Capítulo 6
Capítulo 6




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Em algum lugar da Chicago de 2016, um robô encontrava-se parado no balcão de uma espécie de loja, segurando uma garrafa de álcool. Levemente enferrujado, com um avental furado que um dia fora branco. Se fosse um homem, seria gordo, pelo menos, se fosse de acordo com seu design e personalidade na qual fora programado. Consertava um pequeno robô ventilador, uma relíquia pra época.

- Não mandei você parar de girar. – Reprimiu a máquina, que voltara instantaneamente a mover suas hélices. – Melhor assim.

Enquanto apertava um parafuso, soou-se alto o sino da porta, vindo duas figuras conhecidas para o robô mecânico.

- Ah, Júlio Brown e seu irmão cabeça amarela! – Saiu do balcão, cumprimentando os dois. – Como está seu pai?

- Machead. – O mais velho respondeu, sempre educado e refinado. – Infelizmente desconheço o paradeiro de meu excelentíssimo pai, vulgo Dr. Emmett Brown. Viemos aqui para pedir seu auxílio no conserto da locomotiva arrasada por meu limitado irmão Verne.

- Conheço vocês faz mais de um ano... – Machead começou, confuso. – E o Júlio ainda insiste em usar esse vocabulário complicado comigo. Loirinho, o que ele disse?

- Acho que ele quer sua ajuda para consertarmos o trem. – Verne comentou, brincando com o robô que Machead estava consertando.

- Ora, por que não é direto como o seu irmão, hein Júlio? – A máquina brincou, enquanto saíam da loja.

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- Ok, precisamos de um plano para pegar o DeLorean e fugir desse lugar. – Começou Marty, ao entrarem no quarto aonde Don Bartoli os hospedara.

- Ficou maluco? Mal começamos a nos divertir! – Respondeu Ferris, se jogando em sua cama.

- Você que está maluco! Estamos presos na casa de uma máfia ítalo-americana, como vamos nos divertir aqui?

-McFly, McFly... – Ria, olhando para o teto. – A vida é curta demais, e se você não parar para aproveitar de vez em quando, perde muita coisa.

- É essa sua filosofia? Temo pelo seu futuro.

- Não seja tão quadrado!

- Você parece a minha mãe falando, pelo menos, há uns nove anos atrás.

- E você parece o Cameron!

Discutiam avidamente, o que durou uma meia hora, até cansarem e saírem, separando-se, um para cada lado. Marty, que procurara não causar encrencas, evitava contato com os capangas de Don Bartoli. Ferris, por outro lado, fora até o jardim, aonde havia alguns deles jogando cartas.

- Senhores. – Entrou no círculo, todo persuasivo, encarando o jogo. – Se importam se eu entrar no jogo?

A maioria começou a rir do rapaz, e um deles, o que mais tinha cicatrizes, declarou:

- A mocinha quer um baralho para jogar Solitária?

Calmamente, “Michael Corleone” encarou este com seriedade, respondendo:

- Não estou brincando, sr...

- Adamatti. Vincenzo Adamatti.

- Certo Vince. Eu gostaria de jogar, independente se te incomoda ou não.

Aos risos, os colegas, encantados pelo carisma do viajante do tempo, deixaram-no entrar no círculo. Jogavam de truco até pôquer, e Ferris, profissional nos truques dos jogos, impressionava os capangas, levemente lerdos, menos Vincenzo. Este se indignara como conseguira ficar tão popular facilmente, e até ganhar um apelido, “piccolo Mikey”.

Vendo tudo de longe, Marty aproveitara a chance para infiltrar-se na garagem, procurando o DeLorean. No meio de milhões de Cadillacs de várias cores, lá estava a máquina, intacta. Devagar, McFly abriu a porta, checando o capacitor de fluxo e os controles, tudo em ordem. Mexeu nos bancos, procurando pistas. Nada.  Ajeitou as mangas e esticou o braço mais abaixo do banco, sentindo um pequeno pacote preso. Sorridente, puxou o embrulho, mas antes que pudesse conferir, ouviu passos se aproximando rapidamente.

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Cameron acordou quando sentiu que as pálpebras pararam de pesar em seus olhos. Quando se deu conta de onde estava, pulou assustado do sofá aonde dormira por sabe-lá-quantas-horas. Conhecia o lugar de fotos e uma excursão durante a sexta série, onde ficara amigo de Ferris. A Sala Oval.

Ainda hesitava se era verdade ou não o que ouvira de Big Tim, olhando as molduras. Colagens de jornais, fotos publicitárias e prêmios, aonde uma versão mais velha e grisalha dele era retratada.

“Não pode ser.” Pensava, intrigado. “Eu nem conseguiria ser líder do grupo de química.”

Foi até o gabinete, vendo seus futuros pertences, e algum tipo de álbum de fotos futurístico. Havia uma foto dele e seu futuro filho, e logo notou que era praticamente igual a ele, com exceção dos olhos. Enquanto os seus eram azuis, os dele eram castanhos, mas não qualquer castanho. Cameron sabia que já vira aqueles olhos antes, e teve um mau pressentimento. A imagem mudara, mostrando agora uma dele, Ferris e Sloane após a formatura dos dois. Observava bem o momento, e nunca reparara no diretor Rooney, no fundo, obviamente sem aceitar o fato que Ferris Bueller conseguira se formar sem demais problemas. Riu, pensando nas confusões que se metera por causa do amigo, e do dia em que os três mataram aula para passear em Chicago.

“Será que o Ferris casou mesmo com a Sloane?” Perguntou-se, olhando de novo para a moldura, que mudara novamente a foto, obtendo sua resposta. “O quê?!”

A foto da vez fora provavelmente tirada no natal, com uma versão mais nova de seu futuro filho, dele e a própria Sloane ao seu lado. Pareciam tão felizes, como uma família. Antes que pudesse reagir, alguém entrara na hora. Reconhecera as vozes dialogando, só não compreendia muito bem os assuntos. Não eram nada mais nada menos que versões mais velhas dele e Sloane trocando ideias, rindo, se dando tão bem, e trocando um selinho.

- EI! – Cameron, o de 1986, não conseguiu se segurar, atraindo a atenção das versões futurísticas.

- Alan? – Disse a Sloane de 2016. – Está tudo bem?

- O que está acontecendo aqui, Sloane?

- Garoto, desde quando você chama sua mãe pelo nome? – Sua versão futurística repreendeu-o, sem perceber quem era de verdade.

- Houve um engano, eu não sou o Alan... – Cameron ficara desesperado, chegando mais perto. – Eu sou você, de 1986!

Sua versão futurística, infelizmente, não acreditara em sua versão de 86, dizendo:

- Big Tim estava certo, você está ficando maluco.

Mas Sloane suspeitava que o Cameron de 86 estivesse dizendo a verdade, olhando bem e o achando familiar.

- Não pode ser... – Ela se virou para o marido, acrescentando mais. – Nosso filho tem olhos castanhos, ele tem azuis, iguais aos... Seus. E olhe as roupas que ele está usando, são iguais as daquele dia...

- Isso! – O Cameron de 86 exclamou finalmente se sentindo compreendido. – Mas como assim aquele dia? E o que aconteceu com o Ferris?

Sua versão futurística tocou na testa, confuso, e olhando para sua versão mais nova, conseguiu reconhecer-se.

- Eu, do passado... – Disse, com um olhar aflito. – Temos muito que conversar.


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