Ferris Bueller's Back To The Future escrita por Madonna Of The Wasps


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Finalmente, o capítulo 7! Gostaram da capa que fiz para a fic?



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Os passos eram cada vez mais altos, e Marty procurava encolher-se no banco da máquina do tempo, engolindo em seco. Sentiu sua vida passando como um filme, lembrando-se de épocas memoráveis como o dia em que pôs fogo no tapete da sala quando era um menino, ou quando viajara no tempo pela primeira vez e ficou preso em 1955 por uma semana. Lembrando-se dessa época, pensou nos pais: Como estariam agora? Estava na época em que seu irmão Dave nascera. Deveriam estar morando em Hill Valley, aonde George McFly teria cursado letras e publicado seu primeiro romance de ficção científica que o dera fama e dinheiro. Sentia falta deles, de Jennifer, de Einstein, de sua banda, e talvez até de Biff.

A figura que rondava a garagem pareceu não ter notado sua presença. Marty levantou sua cabeça por meros segundos para espiar, e viu que era um dos capangas de Don Bartoli, um bem bruto, com mais cicatrizes que Al Capone e o monstro de Frankenstein juntos. Estaria com os dias contados se ele o visse escondido. O brutamonte virou sua cabeça devagar para o lado de Marty, que se esquivara rápido para baixo de sua visão. Mas este suspeitou, indo mais perto do veículo. McFly, com o coração acelerado e suando de medo, apertou os olhos e improvisou uma pequena oração emergencial. Ele vinha mais perto, até que... Parou. Os passos foram ficando mais distantes, até não serem mais ouvidos.

- Deus é grande. – Marty sussurrou pra si mesmo, suspirando de alívio.

Enquanto isso, a popularidade de Ferris crescia como nunca. Por sorte, tinha ido parar na gangue com os capangas mais estúpidos do mundo. Ou pelo menos, a maioria, pois até agora Vincenzo não havia caído em sua laia, mesmo que “piccolo Mikey” nem notasse. Nem prestava atenção no baralho, apenas olhava para “Michael Corleone” e imaginava a si mesmo o apunhalando fatalmente. Iria abandonar a mesa, até ver que Nina se aproximava com uma bandeja de chá e biscoitos.

- Rapazes... – Disse, colocando a bandeja discretamente no meio da mesa. – Espero que gostem do lanche.

- Senhorita Nina, com todo respeito de seu pai... – Um dos capangas, talvez o mais feio, disse. – Mas o que acha que somos, ingleses mariquinhas? Onde está o barril de cerveja?

- Don Bartoli quer que vocês permaneçam sóbrios depois do tumulto que causaram.
  Vincenzo, tentando amenizar o clima, foi até a jovem com todo um ar de superioridade, e falou:
  - Nina, Nina, Nina... - Tocou em seus ombros, com um olhar confiante. - Don Bartoli depende destes admiráveis senhores para manter seus negócios em pé. E você, como sucessora, deveria estar consciente disso. Então por favor, busque cerveja para os companheiros.

Levantou o queixo da moça com o dedo, que o olhava com desprezo.
- Está bem, Vincenzo. 

Abaixou-se para pegar a bandeja, até que Ferris pegou o bule.

- Eu vou querer um pouco, se não se importar. – Encarou-a no fundo dos olhos, que não parecia nem um pouco impressionada.

Ela nada disse, só empurrou a bandeja para ele e retirou-se.

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 - Provavelmente você está na época em que mais uma vez Ferris conseguiu se safar para ficar duas semanas sozinho enquanto seus pais viajavam. – Sua versão futurística começou - Bem, no mesmo dia ele e Sloane foram num show.

- Sim.

- No mesmo dia, Ferris, na tentativa de impressionar Sloane, deu um jeito de se infiltrar no camarim para falar com uma das bandas que ela gostara, mas foi atropelado por fãs malucas e logo mais se meteu em problemas com o segurança, que estava alterado e lhe deu uma surra.

- Eu o encontrei desmaiado e chamei uma ambulância. – Sloane continuou, respirando fundo enquanto as lembranças voltavam. – Ele estava muito mal. Logo mais Jeanie chegara, totalmente arrasada. Eu estava aos prantos, nada me fazia melhor, a única pessoa que me ajudou foi...

- Fui eu... – Cameron completou, tenso. – O que aconteceu com Ferris?

- Bem... – Sua versão futurística continuou. –Dias depois seus pais voltaram, totalmente preocupados. Ferris ficaria bem, mas eles nunca mais confiariam no garoto depois daquilo. Finalmente, Ferris Bueller fora pego. Mas aquilo não foi bom, acho que nem o Rooney teria ficado se sentindo bem depois daquilo.

- Semanas depois, Ferris terminou comigo, sem dar demais explicações. – Sloane acrescentou. – Ele estava muito calado e tenso naqueles dias, parecia mais você por agora do que ele mesmo. Passei na casa dele dias depois, e descobri que sua família havia se mudado para Detroit. Com esse tempo, eu e Cameron, digo, você, ficamos mais próximos...

- E logo mais ela teria me encorajado a entrar numa faculdade, subimos de vida, e... Chegamos aqui. Já Ferris, bem, não o vi por mais de 20 anos depois daquele dia, até que o encontrei na miséria em 1996. Na época eu era prefeito de Chicago. Eu e Sloane resolvemos dar lar para ele e o encorajei a finalmente fazer faculdade de direito. Ele foi um dos melhores dos exames.

- Também do jeito que ele é, advogado seria a profissão perfeita para ele.

- Sim...  Então ele virou um dos melhores advogados do país, e o meu pessoal. Acho que ele deve estar em Detroit agora, ajudando a irmã com os problemas dela com o marido irregular dela.

Cameron, o de 1986, sentou-se, pensativo. Olhou mais uma vez para sua versão futurística e da de Sloane, comentando:

- Ainda não acredito que eu sou presidente, que casei com a Sloane e temos um filho juntos.

Os dois mais velhos se entreolharam, dando um riso, e Sloane acrescentou:

- Na verdade... – Cameron não percebera até o momento que ela estava com uma barriga maior do que o normal, parecendo... – Daqui a pouco poderão ser dois.

Pasmo, olhou para sua versão futurística, que segurava uma risada. Sorriu, dizendo:

- Ai meu Deus, seu safado!

- Tecnicamente eu sou você, então você também é.

Riu um pouco, mas logo ficou preocupado, olhando para Sloane de novo.

- Quantos meses?

- Bem, está quase na hora, ele pode vir a qualquer momento... Ou melhor, ela.

- E-eu posso?

- Claro.

Ele se aproximou dela, colocando o ouvido esquerdo em sua barriga. Ouvia chutes, o coração batendo, tudo tão real, mágico, próximo. Até o momento estava convencido que tudo isso que estava lhe acontecendo não passava de um mero sonho, que estava desmaiado no banheiro da lanchonete em que trabalhava de fato. Mas aquilo comoveu o rapaz de forma que nem ele podia explicar.

- Tudo bem, Cam? – Ela perguntou docemente, sorrindo.

- Sim. – Os sons o faziam viajar dentro de sua mente.  – Ela daria uma incrível jogadora de futebol.

Os três riram enquanto Cameron se levantava. Olhou os dois, sorrindo de leve. Será que era verdade que ele teria uma vida tão boa assim? Mesmo, em parte, achando não merecer?

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Enquanto Machead e Júlio consertavam a locomotiva, Verne se distraía com o pequeno robô que este consertava na loja.

- Acho que você devia soldar isso aqui. – Disse, tentando levantar o grande pedaço de ferro. Olhou para Verne, com certo desprezo. – Tinha que ser a ovelha negra da família.

- Júlio Brown, seu irmão é legal... – Machead pegou a parte e jogou para o teto da locomotiva. – Ele pode não ser brilhante como você e seu pai, mas tem as suas próprias qualidades.

- Foi ele que fez esse estrago no trem.

O robô deu um tapinha nas costas do garoto, o mais leve suficiente para não descumprir as leis da robótica.

- Eu também não sou o melhor robô da minha linha... Por que acha que estou aqui isolado?

Verne nem prestava atenção nos dois, seguia o robô que resolveu voar pelo beco. Era o que distraía o garoto de surtar, parar de pensar nos problemas e aonde poderia estar seu pai. A máquina parecia um pássaro batendo as asas. Um pássaro aos moldes de Sikorsky. Passava pelas ruas, sem chamar atenção das pessoas, ocupadas demais com seus aparelhos e afazeres. Apenas com a naturalidade de um simples garotinho feliz.

O pequeno robô parou em uma viga de um estabelecimento. Verne pulava, tentando alcançar a máquina, que parecia estar ótima por lá.

- Desce, por favor... – Pensou no nome, mas não sabia se ele tinha um. – Como você se chama?

A máquina apenas girou para os lados horizontalmente, demonstrando que não tinha um.

- Que tal eu te chamar de... VS-300?

Esta nada disse apenas voou agitadamente, sinal de que gostara do nome. Logo, pousou nas mãos do menino sorridente. Enquanto isso, a porta do estabelecimento abrira-se, e ninguém menos que Dr. Emmett Brown estava saindo de lá.

- Pai?

- Verne?

O garoto correu para abraçá-lo, e este sorriu de leve.

- Onde você estava?

- É uma longa história... – Disse, virando sua cabeça para baixo para olhar melhor o filho. - Onde está Júlio?

- Consertando a locomotiva com Machead... Eu estava aqui brincando.

- Ora Verne, o que já lhe disse sobre andar tão exposto durante viagens no tempo? Você pode afetar a linha do tempo!

- Desculpe... Mas venha, Júlio vai gostar de saber que achamos você.

Os três foram até o beco, onde não estava apenas Júlio e Machead, mas Sloane, aflita.

- O que houve, senhorita Peterson? – Verne perguntou, e todos pareciam ignorar que Doc Brown estava lá.

- O Cameron sumiu.


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