Ferris Bueller's Back To The Future escrita por Madonna Of The Wasps


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora, espero que esse cap recompense a espera.



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- Ah, claro. – Ferris respondeu, observando o ambiente. – Seu alfaiate é muito bom.

Marty não conseguia pensar em nada a dizer, resolvendo apenas assentir. Don Bartoli, um pouco sério, mas parecendo simpático o suficiente para se puxar um bom papo, apagou o charuto, convidando os rapazes a se sentarem. Logo mais, olhou para os garotos de um jeito examinador, como se tentasse achar algo neles que lhe seria útil.

- Então, Corleone e... – Caçava o nome furiosamente em sua cabeça. - Hagen, certo?

“Tom” assentiu visivelmente nervoso.

- Engraçado, non me parece um sobrenome italiano... Nem você.

Os dois se entreolharam, e Marty, sem saber o que dizer, esperava que Ferris inventasse logo alguma históra, o que não demorou muito tempo, para sua surpresa:

- Eu menti. – Disse, contrariando as expectativas do viajante do tempo. – Tommy não é italiano. Nos conhecemos em um orfanato quando pequenos e ficamos amigos, fugindo de cada lugar que tentassem nos manter. Achei que poderia ser um problema para ele se não fosse um.

- Non! – Don Bartoli disse, admirado com a história. – Sou liberal neste aspecto, vê, meu alfaiate é um soviético foragido. Encontrei-o na rua, costurando furos do pano que o cobria nas noites geladas.

- Por que toda essa bondade, meu caro Don Bartoli? – Marty perguntou, intrigado, o que fez Ferris lhe dar uma cotovelada discreta.

- Bene, meu amigo, essa é a questão. Ajudo pessoas quando acho que serão úteis para meus caprichos, nenhuma exceção para vocês.

Ferris, que não parava de observar os caros móveis, parou no mesmo instante que ouviu a pergunta.

- Aonde quer chegar, Don?

O velho chefão da máfia deu um largo sorriso amarelo, com alguns dentes de metal, segurando o charuto na mão.

- Vocês são órfãos, sem teto, sem ninguém para lembrar-se dos rapazes após a morte, além de si mesmos. Nenhum emprego fixo. Mas resolvi dar-lhe uma chance.

Nenhuma palavra foi dita por minutos, mas os dois rapazes de 1986 sabiam muito bem o que Don Bartoli queria dizer. E que poderiam estar mortos se recusassem.

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- Senhoras e senhores... – Anunciava Júlio, totalmente irônico. – Meu irmão idiota acabou de nos levar para o futuro, por favor, aproveitem a paisagem.

Tontos, Cameron e Sloane espiaram o lado de fora, mas nada os impressionou.

- O trânsito é igual o de Chicago... – Cameron começou, pessimista. – Só que com carros voadores.

Júlio tirara Verne do controle da locomotiva, tentando desviar dos carros que vinham em sua frente. Movimentos bruscos eram inevitáveis naquela situação. Todos se seguravam forte, enquanto a máquina do tempo cambaleava no ar, desviando, até que o inevitável chegara: Um caminhão voador gigante colidiu com eles, fazendo o trem cair no ar. A colisão foi instantânea, em um lugar bem reservado de Chicago.

- Estão todos bem? – Perguntou Verne, levantando-se dos escombros. Júlio, um pouco tonto, chutava pedaços de metal para longe de si, enquanto Cameron ajudava Sloane a se levantar.

- Estaríamos melhores se você não fosse um rapazinho tão teimoso. – Seu irmão respondeu, limpando os escombros da roupa. – E agora a máquina do tempo está quebrada!

- Desculpa, Júlio...

- Não tem desculpa! Agora precisamos comprar peças para reconstruí-la...

Botou a mão na testa, chateado, e logo olhou para Sloane e Cameron, impressionados com o cenário futurístico. Pensou no que faria com eles, mas se nem seu irmão de sete anos o levava a sério, jovens o levariam?

- Vocês dois. – Chamou, irritado. – Parece que vamos ficar um tempo por aqui. Podem passear pela cidade, mas me prometam duas coisas.

- O quê? – Sloane perguntou.

- Não entrem em contato com qualquer pessoa do futuro, tampouco procurem suas versões mais velhas. Como meu pai diz, nenhum homem deveria saber demais sobre seu futuro.

- E quem disse que você dá as ordens? – Cameron protestou.

- Bem, eu nasci em 1886, o que me faz o mais velho entre todos aqui. Acho que é um ótimo motivo.

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- Ragazzi? – Don Bartoli perguntou, indignado pelo silêncio repentino.

Ferris bolava logo alguma resposta, mas Marty permanecia congelado, lembrando-se da cena que vira na noite passada. Não queria acabar sendo o atirador ou a vítima de famílias inimigas. Mas Bueller tomara logo a decisão:

- Já entendi do que fala, Don. Quer que entremos pra máfia.

- Afirmativo, meu caro Corleone; serão meus protegidos.

Marty, o mais perdido e sem fala do grupo, questionou:

- Como... Filhos?

- Sì, Hagen. Mas non abusem, meus homens não são do tipo que perdoam... – O olhar do chefão da máfia deixava Marty aflito, inseguro, amedrontado. – Ou você é um covarde?

“Tom Hagen” congelara, dando seu típico olhar enraivecido ao ouvir tal palavra.

- Ninguém... Me... Chama... De... Covarde!

Don Bartoli riu com o charuto na boca, botando fé nos jovens viajantes do tempo.

- Apareçam no jantar; quero uma apresentação formal de nossos novos membros.

Na mesma hora, a porta se abriu, roubando a atenção de Don Bartoli no momento. Ferris foi o mais chocado. Era a mesma garota com quem esbarrara minutos antes de vir ao escritório de Don Bartoli, segurando uma bandeja com café e adoçante.

- Papa, trouxe il caffè. – Disse com a voz mais doce do universo, pelo menos aos ouvidos de “Mikey Corleone”, embora sua expressão para os jovens não fosse tão amistosa.

- Ah, Nina! Venha, minha querida! – Estendeu os braços, abraçando a garota. – Ragazzi, esta é Nina, mia bambina!

- O que é bambina? – Marty sussurrou, enquanto Ferris parecia extremamente chateado.

- Filha...

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- Cam, olhe este lugar! – Sloane girava pela cidade, maravilhada. - É incrível!

O rapaz riu, observando os tipos diferentes e os prédios.

- Não sei... – Disse, pensativo. – É igual a nossa Chicago, só que com máquinas e com pessoas vestidas que nem em Star Wars.

A garota deu um sorriso, puxando seu braço.

- Vem, vamos nos divertir!

- Sem o Ferris?

- Quem disse que sempre precisamos dele pra ter um ótimo dia?

Os dois passeavam pela cidade futurística, observando as lojas, os parques, e vendo artistas de rua futurísticos. Separados em grupos de dois, Júlio e Verne procuravam a loja de peças mais discreta, tentando não levantar suspeitas. Sloane parecia tão feliz passeando e Cameron sentiu-se bem por vê-la sorrir daquele jeito. Parecia tão aflita em relação à Ferris, isso diminuiria a tensão.

Andava atrás dela, que parava para observar as lojas de roupas.

“Coisa de mulher” Pensou, observando as ruas. Até que alguém o cutucou, e ao se virar, viu que era um robô com uma câmera embutida e uma placa em que estava escrito:  “Fotos por cinco centavos.”

- Ahn não, estou sem dinheiro... – Esvaziava os bolsos, e o robô acrescentou que a primeira era grátis. – Não, obrigado...

A máquina insistiu, tirando a foto. O flash era tão forte que cegara Cameron temporariamente, e este começou a gritar.

As pessoas na rua pararam, e logo ficaram pasmas.

- É ele! – Gritavam, pegando mais câmeras e tirando fotos.

Nada entendeu da situação, apenas botava a mão no rosto, tentando aliviar a tensão da luz que incomodara seus olhos. Sloane nada vira, estava ocupada experimentando uma roupa.

- Sr. Frye! – Alguém disse, agarrando o rapaz pelo braço. – Venha comigo!

- Me solta! – Gritou, lutando contra o sujeito.

- Parece que você está com uma crise de nervos. – Disse, pegando uma seringa e injetando em seu braço. Cameron não conseguia mais mover nada, como se ficasse completamente amolecido. Só sentiu ser jogado em um banco de um carro e ouviu o motor deste ligar.

- Quem é você? – Tentava falar, antes que seus lábios se amolecessem.

- Como assim, quem sou eu? – Ele ficara indignado. – Sou Big Tim, seu guarda-costas desde que você era um bebê.

- Nunca te vi na vida.

- Pare com essa brincadeira Alan, seu pai não vai gostar de saber que você saiu de novo para perambular pela cidade tão exposto, e ele não teve uma  reunião presidencial muito boa hoje...

- Alan? Presidente?

- Sim, você é Alan Frye, e seu pai, Cameron Frye, o presidente dos Estados Unidos! Está doente, senhor?


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