Garota-Gelo escrita por Bia


Capítulo 16
O Rosa Me Persegue


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente :3
Capítulo saindo a tardinha, assim é bom u-u
Mas bem, espero que vocês gostem,
Boa Leitura ♥



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   Meu cérebro pifou por alguns segundos. Deu-me certo tique, de piscar os olhos. O fiquei encarando.

- Não brinque com isso, seu cabeça de batata descascada. – Eu estralei meus dedos em sua frente. – Ouviu?

  Ele revirou os olhos.

- Você pensa que eu estou brincando com você, mas eu nunca disse tamanha verdade.

  Eu me desviei dele e continuei andando, resmungando.

  Pedro começou a me acompanhar, andando de costas.

- Sua mãe vai morrer. – Eu disse.

  Ele sorriu.

- Mas é sério, Katrina. Você irá fazer isso? Não se parece com o que a “Garota-Gelo” faria. Para mim, ela apenas mostraria o dedo do meio para todos e sairia por aí, para comprar chocolate.

  Eu parei de andar. O encarei. Senti-me extremamente ofendida.

  Mostrei o meu dedo indicador para ele.

- Primeiro, você não manda em mim. – Levantei o médio. – E segundo, não pedi para você ter ciúmes. Agora com licença que eu vou me atrasar. E eu vou fazer sim essa peça. Nem que eu tenha que beijar... Sei lá, um gorila! Mas eu faço! 

  Aquela foi a decisão menos inteligente de toda a minha vida.

*

  Quando eu pisei no solo da escola, Marcela me agarrou pelo braço.

- Katrina, Katrina... O outro elenco já foi decidido! Eu vou fazer a sua assistente!

  Eu olhei para os lados.

- Assistente?

- Sim, aquela garota que auxilia a princesa! – Ela me empurrou no ombro.

  Eu cambaleei e me estabilizei. Cruzei os braços.

- Quem foi o desgraçado que decidiu isso?

  Marcela embranqueceu e engoliu em seco. Ela apontou para cima.

- Fui eu, por que, Katrina, algum problema? – Uma voz ressoou atrás de mim.

 Eu me virei e vi o Monte Everest, ou melhor, a Cordilheira dos Andes, ou simplesmente Otávio.

  Otávio é maior e mais gordo ser do universo. Por isso eu sou gentil com ele. Mas ele me odeia como mil Sóis. Só porque eu quebrei o anel que a mãe dele deu a ele antes de sua morte. Eu não tenho culpa, sou um anjo.

  Eu sorri.

- Otávio, meu querido. Como vai?

- Melhor antes. Mas você acha ruim minha escolha? Eu não me importo. – Ele chacoalhou seus ombros.

- Sim, eu achei ridícula sua escolha. – Coloquei minha mão em seu ombro. – Eu gosto menos de você agora? Sim, eu gosto menos de você agora. Mas ainda serei gentil com você na medida do possível. Agora tchau.

   O empurrei e ele foi resmungando algo como: ainda esmago essa baixinha. Eu fui chamada de baixinha pela Cordilheira dos Andes. Que adorável.

  Virei-me para Marcela.

- Você ainda me paga por me deixar sozinha com aquele desgraçado. – Apertei sua orelha.

  Ela exclamou um “ai, ai, ai” e se abaixou.

- Mas e aí, ele falou algo de interessante para você? – Ela levantou e abaixou suas sobrancelhas.

  Senti-me desconfortável.

- Ele está com ciúmes. – Eu virei o rosto.

  Marcela soltou um grito e me agarrou pelos ombros. Eu fiquei assustada.

- Isso é maravilindo! – Ela gritou.

  Eu olhei para os lados. Todos estavam nos observando.

- Que é, perdeu alguma coisa aqui? – Eu berrei. – Bando de xeretas!

  Eles se sentiram desconfortáveis e se afastaram.

  E então eu percebi um grupo muito engraçado. Todos eles estavam vestidos estranhamente, carregando cenários e outras coisas. Olhei para Marcela.

- Quase toda a escola está preparando as coisas. Como a peça irá ser semana que vem, nós decidimos nos adiantar. – Ela pareceu se lembrar de algo. – É claro, Katrina, seu vestido! Eles estão testando os figurinos, sua vez, vamos!

- Oh, não... Oh inferno não.

  Ela me levou até a sala de artes e eu quase tive um ataque cardíaco quando eu vi o meu vestido.

  Ele era compridíssimo, todo cor-de-rosa. Havia babados e ele era rodado. O decote chegava perto dos seios e caia nos ombros.

  Eu desabei no chão. Algumas garotas gritaram e me deram um copo d’água.

- Não vou fazer isso, não mesmo! – Eu gritei. – E até parece que essa maldita cor me persegue, que droga! 

  Marcela pigarreou.

- Como eu tinha certeza que você falaria não... Eu conversei com o meu pai... E ele conseguiu uma entrevista exclusiva... Adivinha com quem?

  Eu engoli em seco.

- Não... Não me diga que...

- Sim, Katrina! Jason Voorhees, do jeitinho que você gosta! Mas... Você só irá se você fizer essa peça.

  Eu não sabia se chorava de emoção ou de desgosto.

  No fim, eu provei... Eu provei aquilo.

  O caimento era perfeito. Só que estava largo na minha cintura.

  Algumas meninas ficaram de caras fechadas.

- Qual é, Katrina. Sua cintura é tão fininha. – Sonhou a costureira. – Tenho inveja de você.

  Eu sorri.

- A maioria das pessoas tem inveja de mim. É normal.

  Ela me agulhou de propósito, que eu sei.

  Mas foi depois de alguns segundos que ficou estranho.

  A porta se escancarou e Pedro entrou na sala... Só de calças e segurando um arquinho com orelhas de coelho. Ele sorriu sem jeito para nós.

- Desculpe, meninas. – Ele coçou a cabeça. – É que algumas garotas de séries menores estão me perseguindo para que eu coloque uma roupa de coelho.

  Ele levantou o arquinho para nos mostrar que falava a verdade. A costureira se engasgou sozinha e murmurou para mim:

- Mas que gostoso.

  Eu comecei a dar risada. O rosto de Pedro estava suado. Ele parecia correr três quarterões. 

- Qual a graça, Katrina? – Ele me perguntou, sorrindo.

- Vai ficar ótimo em você. – Eu brinquei.

  Desci do banquinho me apoiando na costureira e fui até ele. Tropecei várias vezes na barra do vestido, mas faz parte.

  O encarei por alguns segundos. Peguei o arquinho e coloquei em sua cabeça.

  Eu emiti um “anw” e tampei a boca, sufocando uma risada que estava pronta para vir . As meninas começaram a dar risada.

   Pedro ficou corado e passou o dedo na bochecha.

- Pedro, que papel você irá fazer? – Perguntou Marcela, se apoiando em mim.

- Vou ser um guarda. – Ele respondeu.

  Marcela emitiu um “uhmm” e foi caçar ratos.

  Pedro me olhou de cabo a rabo e emitiu uma risadinha.

- Quê? – Eu perguntei seca.

- Você está digna de uma princesa, Katrina. – Ele apertou minhas bochechas. – Só tem que sorrir mais um pouco. Se mostrar esse sorriso espetacular para todos, eles iram cair em seus pés, todos apaixonados. – Ele chegou perto da minha orelha e sussurrou. – Assim como eu fiquei. 

  Eu senti um arrepio que veio de Nárnia invadir meu corpo. Absolutamente todos os meus pelinhos ficaram eriçados. Se duvidar, até meu cabelo.

  Fui para trás e passei as mãos nos meus braços, para tentar disfarçar. Mas Pedro percebeu, porque sorriu e mandou um beijo para mim. Ele saiu da sala e deixou várias garotas suadas, se abanando freneticamente e gritando por socorro. 

  Eu definitivamente precisava fazer essa peça o mais rápido possível, antes que as coisas fiquem mais estranhas. 


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Notas finais do capítulo

Pedro de coelho... Sim, eu não podia perder a oportunidade de colocá-lo como coelho, HUHSASUHUASH ♥
Não tenho mais nada para comentar... Uhm... Bom, acho que é só isso!
Espero que vocês tenham gostado :3
Comentem bastante! ♥