Just a Small Town Girl... escrita por Dreamer of None


Capítulo 20
My Sweetheart


Notas iniciais do capítulo

Drama mode On.



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Acordei tarde no dia seguinte, fiquei a noite inteira vomitando e não me lembro de quase nada de ontem a noite... Espero que eu não tenha feito nada de errado...

Sai do meu quarto e me deparei com minha tia, com uma expressão de espanto e com o telefone no ouvido, olhando para a janela.

– O que aconteceu tia? – Perguntei.

– Marc... – ela toma um susto com minha presença, mas parece que leva um choque e não consegue terminar de falar meu nome.

– Tia você está bem? – Aquilo era muito estranho, eu nunca tinha visto minha tia assim antes...

– Marceline... Precisamos conversar... – Falou minha tia sendo forte e engolindo o choro.

– O que foi, pode falar... – Falei sentando na poltrona.

Minha tia desliga o telefone e senta ao meu lado.

– Aconteceu uma coisa muito séria Marceline, e quero que você seja forte... – Eu gelei naquele momento, o que poderia ser afinal?

– O que aconteceu tia?

– Seu pai Marceline, ele faleceu... – Eu senti meu coração partindo, se quebrando em mil pedaços, não sentia minha respiração, meu olhar ficou estático, e meus lábios perderam a cor – Vem cá querida... – Fala minha tia me dando um abraço.

Quando minha tia me deu um abraço eu não aguentei, voltei a realidade com um choque, meus lábios começaram a tremer e eu comecei a chorar, e eu não parava de chorar, lágrimas após lágrimas iam escorrendo pelo meu rosto e caindo na camisa azul da minha tia.

– Como isso aconteceu tia?! Como!? – Falei no meio de choro.

– A 7 meses seu pai havia descoberto que estava com câncer no cérebro...

– Mas faz 5 meses que estou aqui, Tia, porque ele não me contou?! Porque ele me privou dos últimos cinco meses da vida dele? – Falei chorando ainda mais.

– Antes de você vir para cá morar comigo seu pai, que é meu irmão, veio me visitar, e me contar o que estava acontecendo... Marcy, o tumor estava muito avançado era praticamente irreversível, ele estava morrendo, e ele não queria que você sofresse, ele sabia que você era uma menina incrível e não merecia ver o pai morrendo aos poucos... – Minha tia então limpa com o dedo uma lágrima que acabara de escorrer pelo meu rosto - Então ele achou melhor deixar você comigo, porque ele ia começar a quimioterapia, e não queria fazer você sofrer...

– Porque você escondeu isso de mim tia... Por quê?

– Ele que me pediu, muitas vezes quis te contar, muitas vezes quis te levar para ver ele, mas ele não deixava, ele não queria ver a “sweetheart” dele, sofrer...

– Mas... agora eu to sofrendo, estou sofrendo porque não pude ficar os 5 meses restantes da vida dele com ele... – Eu então levantei do sofá – Pelo menos poderei ir ver ele antes de ele ir para sempre?

– Sim querida... Nós viajaremos daqui a uma hora para Roseville.

– Vou me aprontar... – Falei ainda com voz chorosa.

Fui até meu quarto, peguei o celular e vi que tinha 2 chamadas perdidas do Marsh e uma da Juju, e 10 mensagens no WhatsApp. Minha tia havia telefonado para eles e contado do ocorrido. Ela deveria estar no telefone com um dos dois naquele momento. Eu estava muito abalada e ignorei as ligações... não retornei. Eu apenas troquei de roupa, prendi o cabelo em um rabo de cavalo e fui até a sala, quando cheguei na sala vi que a Juju e o Marsh estavam lá sentados na poltrona e minha tia estava de pé.

No momento que eu cheguei, eles vieram até mim e me deram um abraço triplo.

– Calma Marcy... Você vai conseguir superar isso... – Falou o Marsh.

– Estamos aqui com você para o que der e vier... – Fala a Juju.

Eu então começo a chorar mais ainda no ombro deles.

– Vamos comigo... Vamos comigo para Roseville... – Falei em meio a choro – Por favor...

Os dois se entre olharam.

– Vamos sim Marcy... – Fala a Juju.

– Isso, iremos com você... – Completa o Marsh.

– Eu amo vocês... – Falei abraçando novamente os dois.

– Então vamos...? – Falou minha Tia com a Julliet no colo segurando a chave do carro.

Nós entramos no carro, a Juju foi na frente junto com minha tia, e eu o Marsh e a Julliet na cadeirinha fomos atrás.

Vou contar um pouco sobre minha família para vocês... Ela é pequena... Eu morava apenas eu e meu pai, e tínhamos alguns primos na cidade e minha avó, mãe de papai e tia Minerva. Mas não tínhamos muito contato...

Quando chegamos em Roseville, uma cidade um pouco rural, que tinha campos enormes cheios de flor e uma cidade pacata e bonita onde todos se conheciam, fomos até minha casa, minha casa ficava no centro de Roseville.

Descemos do carro e eu fui correndo para entrar na minha casa a qual eu tinha passado toda minha infância. A porta estava trancada mas eu lembro que meu pai sempre deixava uma chave escondida dentro do vaso de flores que havia na janela. Me estiquei e peguei a chave vermelha desbotada com um chaveiro que havia uma foto minha e dele no meu aniversário de 8 anos. Aquilo me deu um aperto no coração, antes de eu abrir a porta, tirei o chaveiro da chave e coloquei no bolso.

Quando abri a porta me deparei com a casa do mesmo jeito de 5 meses atrás, as cortinas longas azuis desbotadas, a sala com poltronas antigas e um grande foto de papai e mamãe, que faleceu durante o meu parto, pendurada na parede. Subi as escadas e fui até o quarto dele, quando cheguei lá, a cama estava feita, sob a cama havia algumas fotos. Sentei e comecei a ver as fotos, eram todas minhas e deles... De repente me deparo que ao lado do abajur na mesa de cabeceira havia uma carta. Peguei e vi que estava escrita “Para Minha Sweetheart”, eu fiquei tremula, nervosa, e abri a carta lentamente. E comecei a ler...

“ Querida Marceline,

Papai te ama muito, ama mesmo, todos os momentos que tive com você foram especialmente incríveis, descobri esse tumor durante o fim de seu último ano do ensino fundamental, você estava muito feliz e não quis te contar. Essa mudança para Santa Bárbara, foi totalmente para o seu bem, teria escola nova, amigos novos, uma tia incrível... Os melhores momentos para mim era quando você me ligava, apenas para dizer que entrou para as líderes de torcida ou para dizer seu novo corte de cabelo. Papai também fez isso para que você, uma menina tão positiva, não sofresse vendo como era o meu estado... Se você está lendo essa carta é porque papai veio a falecer, eu queria me desculpar se te fiz algo errado, me perdoe ter escondido isso de você... Eu te amo filha, te amo mesmo, agora nesse mundo será apenas você, e sei que Minerva fará sempre o melhor para você! Continue em Santa Bárbara, se forme, vá para uma faculdade boa, tenha filhos e muitos amigos, e seja feliz, faça isso, como se fosse o último pedido de seu pai. Queria poder ter te abraçado mais tempo naquele dia de despedida. Te amo muito, muito mesmo!

– De seu Pai, Hunson Abadeer.”

Quando acabei de ler a carta eu estava em prantos novamente, a notícia da morte do meu pai veio como se fosse um soco na minha cara... Sinto que o Marsh e a Juju me encontraram no quarto e vieram e sentaram do meu lado.

– Sabe Marcy... – Falou Juju – Eu sei que é uma perda muito grande, a perda de um pai... Mas infelizmente você terá que continuar vivendo sua vida...

– Eu sei Juju, eu sei... E eu continuarei, assim como meu pai me pediu na carta, eu serei uma mulher feliz, com muitos amigos como vocês ao meu lado! Eu amo muito vocês!

Fomos até meu quarto, quando cheguei lá vi que estava do jeito que eu deixei, meu computador antigo, minha roupa de cama antiga, minhas pelúcias antigas... Aquilo foi um dejavu, de toda minha infância...

– Vamos Marcy... O enterro vai começar... Precisamos ir... – Fala minha tia chegando ao quarto.

– Ok, vamos tia... – Falei fechando a porta do meu quarto, saindo de casa e indo em direção ao carro.


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Notas finais do capítulo

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