A Luz E A Escuridão escrita por Madame Baggio


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!!

Olha só, até que eu não demorei dessa vez... hahaha

Obrigada pelos comentários que eu tenho recebido. Principalmente agora, que a história está tão perto do fim, é bom saber o que vocês estão achando.

Vamos que vamos, então?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/401408/chapter/13

–Sério, James, as vezes sua estupidez me surpreende. –Sirius falou revirando os olhos.

James lançou um olhar assassino ao amigo.

–Eu não preciso do seu apoio no momento, Sirius. –James falou sarcátisco –E pra começo de conversa: a culpa é sua por ter dito pra Lily que eu só estava interessado nela porque ela era uma donzela indefesa!

Sirius teve a graça de parecer embaraçado.

Eles estavam em um pequeno restaurante em Porto Torres, na Itália, tomando café da manhã. As meninas tinham feito questão de se sentar longe deles, numa mesa longe da janela.

Pelo menos todos tinham conseguido dormir e descansar. Não que as coisas estivessem parecendo muito melhores com a manhã.

–Aquilo foi sem querer. –Sirius defendeu –Eu falei sem pensar.

–Isso vindo de você é redundância. –Remus indicou com um sorriso maroto.

Sirius revirou os olhos.

–Você está copiando a frase da louca morena. –ele lembrou –E você não tem o charme dela falando isso.

Remus estreitou os olhos.

–Nada de graça pra cima da Samantha, Sirius. –ele avisou.

–Que bonitinho. –Sirius provocou –Ele está com ciúmes.

Remus se recusou a responder.

–E não se preocupe. –Sirius continuou –Eu não quero nada com a Sam, mesmo porque nem tem clima. Isso só foi comprovado quando eu a beijei ontem.

Os outros marotos ficaram tão quietos que quase dava pra ouvir a conversa de Lily e Sam na outra mesa.

–Você o que? –Remus falou por entre os dentes.

Sirius abriu um sorriso satisfeito.

–Eu dei um beijo na Sam ontem pra ver se tinha algum clima entre nós. –ele falou com tranquilidade –Não tinha, embora dessa eu ja soubesse... Mas eu tenho que dizer. –um brilho maldoso apareceu nos olhos dele –Ela não ficou tão brava comigo quanto ficou com você.... Eu devo beijar muito melhor.

–Hum, Remus. –Peter chamou com cuidado –Não é culpa do garfo.

Só então Remus se deu conta de que estivera apertando seu garfo. Que estava totalmente torto agora.

–Você não presta, Sirius. –Remus declarou por fim.

–Foi um experimento totalmente válido. –Sirius falou com um sorriso totalmente livre de culpa –E eu já sabia que eu não via a Sam desse jeito... Ela é como uma irmã caçula. Mentalmente desiquilibrada, mas irmã mesmo assim. Ah e ela tem uma coisa por você.

Remus arqueou a sobrancelha.

–E como você sabe disso? –ele perguntou cuidadoso.

–Eu sei. –ele falou tranquilo –Assim como eu sei que a Lily é louca pelo James.

–Então elas fazem um bom trabalho escondendo. –James resmungou.

–Vocês dois que são incompetentes. –Sirius declarou –A Sam não vai levar numa boa ser enrolada, mesmo que tenha sido uma jogada de mestre. E a Lily obviamente ia fugir depois da sua declaração tosca, James. O que nos leva ao ponto inicial dessa conversa: você é estúpido.

James lançou um olhar de puro desprezo para Sirius.

–Eu só queria lembra-lo que se não fosse por seu adorável insight em meus interesses românticos a Lily não estaria duvindando tanto de mim. –James falou, levemente irritado –Por que você achou que seria uma boa ideia falar para ela da Gwyneth?

–Porque foi uma boa idea! –Sirius falou exasperado –Eu tenho que admitir que adcionar que você gosta de donzelas indefesas não foi muito esperto, mas essa foi sem querer.

–Eu não gosto de donzelas indefesas! –James protestou –Você conhece minha mãe? Ela é auror, pelo amor de Merlin. Ela é pior do que um rabo-córneo hungáro irritado. Ela é uma mulher forte. Você acha mesmo que tendo crescido numa casa com ela eu ia querer uma mulher fraca para mim?

Sirius parece pensativo por um minuto.

–É, nisso você tem razão. –ele cedeu –Mas sabe como é, o que está feito, está feito.

–Ah nem me venha com essa! –James falou irritado –Você vai fazer alguma coisa, porque...

–Nosso tempo com elas está acabando.-Remus declarou de repente, fazendo Sirius e James se calarem na hora.

–O que? –James perguntou confuso.

–Peter me lembrou disso ontem. –Remus falou num suspiro –Nós estamos levando as duas para a Sardenha para deixa-las la e voltar sabe Merlin quando.

Sirius e James trocaram olhares chocados. Eles também tinham se esquecido disso.

–E agora?

–Acho bom vocês se apressarem. –Peter falou –Vocês têm até a Sardenha pra fazerem elas admitirem que estão apaixonadas. E que valhe a pena arriscar tudo e ficar com vocês.

XxX

–Eu tenho certeza de que eles estão falando da gente. –Samantha bufou.

Lily revirou os olhos.

–Deixa eles falarem. –a ruiva deu de ombros –Eu aposto que o Remus está falando o quão linda você está nesse blusa.

Sam lançou um olhar assassino para a ruiva.

–Na verdade eu sei ler lábios. –a morena falou com um sorriso maroto –E o James acaba de dizer que quer casar com você e ter um bando de mini-Potters descabelados.

Foi a vez de Lily lançar a outra um olhar irritado.

–A gente devia deixar isso para la. –ela falou por fim –Nós estamos quase na Sardenha. Eu duvido que eles vão lembrar o nosso nome daqui uma semana.

Samantha não pareceu feliz com a ideia.

–Isso não foi muito legal, Lily. –a morena disse –Você sabe que eles gostam bastante da gente. Eu não acho que eles vão nos esquecer assim tão facilmente.

Lily suspirou, mas não disse nada.

–Ei. –Samantha esticou a mão e segurou a da ruiva por cima da mesa –O que foi?

–Vai dizer que não foi assim para você, Samantha? –ela perguntou por fim –Sempre sozinha no fim das contas. Ninguém sempre la. Perdeu os amigos, os pais, todos que deviam ser especiais, até que no fim você criou um mundo só seu e se fechou do resto, porque era mais fácil viver assim, do que continuar se machucando.

Samantha engoliu em seco, porque sim, era exatamente assim que as coisas eram. Fora exatamente o que acontecera com ela. No fim das contas quando ela precisara não houvera ninguem ali.

–Você também tem aquelas letras em você né? –Sam perguntou baixinho.

Lily não precisava perguntar. Ela sabia que Sam estava falando dos números que o Ministério colocava em seus experimentos. Que colocara nelas.

–Na cintura. –Lily falou por fim –E você?

–Meio das costas. Não tinha ninguem ali para me ajudar. Eu nem sei como eu consegui sair de la.

–É, eu também nunca soube.

As duas se encararam em silêncio por um minuto, então Lily estreitou os olhos.

–Me fala a verdade, Sam. Não minta pra mim. –ela pediu séria.

Samantha fez um gesto afirmativo com a cabeça.

–O Remus beija bem? –a ruiva perguntou, abrindo um enorme sorriso.

–EVANS! –Samantha falou, atraindo a atenção de todo o lugar.

–O que? –Lily piscou de forma inocente –É uma pergunta válida.

–Você nunca me disse se o Potter beija bem. –Samantha cutucou de volta –Eu não tenho porque dizer nada então.

–Eu conto se você contar. –Lily falou se inclinando na direção de Samantha e abaixando a voz.

A morena abriu um sorriso maldoso.

–Não conta pro desgraçado, mas ele beija como um sonho.

Lily riu.

–O James também. –ela admitiu –Mas ele ainda se acha demais.

–Eu vou falar, eu só estou brava com o Lupin porque ele me pegou de surpresa. –Sam suspirou –Nem me passou pela cabeça que ele podia estar com segundas intenções, e eu geralmente sou detector de gente safada.

Liu gargalhou ainda mais.

–Mas o Remus é um bom menino. –Lily falou –Ele não é sem vergonha como o Black, ou cara de pau como o Potter, por isso você não percebeu. Eu acho que o Sirius tem razão. Eu acho que ele gosta mesmo de você.

Samantha pressionou os lábios, mas não falou nada.

–Você gosta dele, né? –Lily falou, com um jeito compreensivo.

–Do mesmo jeito que você gosta do Potter? –Samantha cutucou.

Lily deu de ombros.

–Vai saber. –ela falou num suspiro –Merlin sabe que eu nunca tive um homem tão interessado em mim antes.

–Chega a ser mágico né? –Samantha falou com falsa doçura.

Lily acabou rindo ainda mais.

–Não se preocupe, Lily. –Sam deu um tapinha amigo na mão da ruiva –Não importa o que aconteça daqui para frente, nós estaremos juntas.

Lily segurou a mão da morena.

–É, agora seremos eu e você contra o mundo. As Gemêas do Mal!

Samantha começou a rir.

–Só você mesmo, Evans. Eu sou um doce.

–O que você disse? –Lily falou, colocando a mão na orelha, como que para ajudar a ouvir –Acho que eu não entendi direito.

–Muito engraçado.

As duas trocaram uma risada cúmplice. Alguem abriu a porta e um grupo de cinco pessoas entrou no lugar. Samantha parou de rir na hora.

–O que foi? –Lily quis saber.

–Aqueles caras que entraram agora. –Samantha falou, sem olhar para eles –São Comensais.

–Como você sabe? –Lily perguntou surpresa.

–Mesmo com a roupa por cima eu consigo ver a Marca deles. E senti-la também. Aquilo lá é pura escuridão.

–E ai? O que a gente faz? –Lily perguntou ainda calma.

–Eles estão vindo pra ca. –Samantha falou, finalmente olhando para eles –Hora desses Aurores inúteis fazerem valer o salário deles.

Lily abriu um sorriso e se levantou ao mesmo tempo que Sam.

–Potter! –Samantha gritou –Cai dentro.

James olhou confuso para Samantha e estava a ponto de perguntar qual era o delírio do momento quando a morena em questão pegou a cadeira mais perto de si e acertou um cara com ela.

Ah Merlin...

James sinceramente esperava que a morena louca tivesse acertado alguém que devesse ser acertado. Ele sabia muito bem que ela só não tinha sacado a varinha porque haviam vários trouxas ali.

Se bem que essas pessoas também estavam começando a correr assustados, enquanto a garçonete gritava para que alguem chamasse a polícia.

Os outros Marotos já tinham ido se juntar a elas, já que Lily também decidira acertar uma cadeira em um dos homens.

Agora James percebia quanta sorte ele tinha de que Lily nunca resolvera acerta-lo com uma cadeira...

Foi quando um dos atacantes levantou o braço, uma varinha em punho, que James entendeu o que realmente estava acontecendo ali. A manga do homem deslizou revelando a Marca Negra. Comensais. Ali!

Como os Comensais sabiam que eles estavam ali era uma pergunta para outra hora. No momento ele tinha outras preocupações.

–Samantha, Lily! Para trás do balcão, agora! –ele mandou.

Era melhor tirar as duas da linha de fogo. Ele também ficaria mais confortável soltando feitiços se tivesse certeza de que nenhum ia acertar uma delas por engano.

Mas obviamente as duas malucas tinham que olhar para ele como se tivesse acabado de sugerir a coisa mais idiota do mundo. Mas antes que elas tivessem tempo de teimar Sirius conseguiu pegar Lily pela cintura e passa-la para o outro lado do balcão, apesar dos gritos e ameças da ruiva.

–Vai ficar com ela! –o moreno falou para Sam.

Sam não parecia nada feliz com a ideia de se retirar da briga, mas parecia ainda menos feliz com a ideia de deixar Lily sozinha.

Sirius lançou um sorriso vitorioso a James.

–É tudo questão de jeito. –ele falou.

James decidiu ignora-lo, o que não foi dificil, já que ele estava tendo que lutar contra dois Comensais ao mesmo tempo.

Sirius mandou seu oponente contra uma das paredes e então se pôs ao lado de James para ajudar o amigo.

Aquela luta estava equilibrada demais para o gosto de James. Ele já tinha enfrentado outros Comensais antes, mas no geral eles eram apenas homens de familias de sangue puro, burocratas que mal sabiam como levantar uma varinha em duelo. Mas esses homens eram profissionais e poderosos. O que era preocupante, porque provava que Voldemort queria tanto as duas que agora estava liberando seus homens mais fortes.

O homem que lutava contra Sirius derrubou o moreno e então se virou para atingir Remus pelas costas.

–Remus! –James gritou.

O lobisomem se virou, mas não há tempo. Mas por sorte Peter estava perto e se jogou contra o Comensal, levando-o ao chão. Mesmo assim o feitiço dele atingiu o ombro de Remus, abrindo um corte ali.

–Você está bem? –Peter perguntou.

–Estou. –Remus falou, apertando a mão contra o machucado –Graças a você.

–Isso não está bom. –James falou, se aproximando deles –Nós temos que sair daqui, antes que...

Nesse momento dois dos Comensais caíram desacordados.

Os marotos olharam para o bar onde Lily e Sam estavam debruçadas parecendo extremamente satisfeitas com elas mesmas.

–Ponto para as Gemêas do Mal! –Lily falou, cumprimentando Sam.

James teria revirado os olhos, se ele não tivesse mais dois Comensais para cuidar. Mas com os números totalmente contra eles os dois resolveram simplesmente aparatar.

Sam foi a primeira a dar a volta no balcão e correr até Remus. Antes que o maroto tivesse a chance de abrir a boca e perguntar se ela estava bem, a morena já tinha se jogado no pescoço dele e o estava beijando diante dos olhares chocados dos outros.

Remus não entendeu muito bem o que estava acontecendo, mas como ele era esperto o bastante para aproveitar as chances que tinha beijou a morena de volta, abraçando-a pela cintura e trazendo-a para mais perto.

Cedo demais, na opinião dele, a morena se afastou. E sem nenhuma palavra deu um tapa no ombro dele. Não no machucado, mas mesmo assim.

–Ei! Para que isso? –ele perguntou chocado –Dessa vez foi você quem me beijou!

Sam revirou os olhos, como se Remus fosse simplesmente estúpido.

–Quem disse que você podia se machucar? –ela perguntou incomodada.

Remus arqueou a sobrancelha.

–Da próxima vez que nós encontrarmos Comensais eu vou informa-los que você não quer me ver machucado. –ele falou irônico.

–Eu não disse isso! –Sam falou corando.

–Foi o que eu entendi. –Remus declarou, antes de se inclinar levemente e dar um beijo curto na boca dela.

Samantha estreitou os olhos, mas não disse nada.

–Evans, cuida desse idiota, antes que ele sangre até a morte. –ela disse, virando-se para Lily –E nós temos trabalho a fazer!

–Que trabalho? –Lily perguntou curiosa.

Samantha abriu um sorriso quase cruel.

–Interrogatório. –ela indicou os três Comensais que tinham ficado para trás –E eu vou avisar: eu estou me sentindo malvada no momento.

XxX

Sirius sempre se considerou um sério opositor de Voldemort. O homem era um monstro e todos os que o seguiam eram a mesma coisa. Comensais eram o pior tipo de gente a solta no mundo.

Mas no momento ele estava sinceramente sentindo pena dos três homens amarrados em cadeiras.

Assim que todo o quebra-pau no café terminou eles tiveram que praticamente fugir dali, porque alguém de fato chamara a polícia trouxa e eles estavam se aproximando. Além do mais não ia demorar nada até o Ministério mandar aurores para o local. Não com o número de feitiços irregulares que os Imbecis da Morte tinham lançado.

Assim eles aparataram até a casa vizinha do café que estava vazia. Lençóis cobriam os móveis e havia uma camada de pó no chão. Eles arrastaram três cadeiras e amarram os Comensais ali. Então Lily lançou um feitiço anti-aparatação na casa. Sem usar uma varinha. O nível de poder delas nunca parava de chocar Sirius. Ainda bem que ele não estava na lista negra delas...

O mesmo não podia ser dito sobre os homens que acabavam de abrir os olhos.

O brilho nos olhos de Samantha e Lily só podiam ser descrito de uma forma: assustador. Peter engoliu em seco ao seu lado.

Os três Comensais estavam lado a lado, enquanto Sam estava sentada em uma cadeira de frente para eles. Lily estava sentada na mesa, fazendo as unhas. É, de verdade. Lixando, empurrando a cuticula e passando esmalte. É, assustador.

Os marotos tinham sido renegados ao sofá e os quatro estavam sentados ali no mais perfeito silêncio. Vai que eles dissessem alguma coisa e a atenção delas virasse para um deles!

–Sam? –Lily chamou distraída.

–Sim? –a morena respondeu, sem tirar os olhos dos Comensais.

–Você acha que eu devo passar Maria Cereja, Saia Justa ou L’Amore? –ela perguntou mostrando os três vidros de esmalte.

Samantha jogou um rápido olhar na direção da ruiva.

–O mais roxo.

–L’Amore será então. –satisfeita coma resposta da amiga a ruiva voltou a se concentrar em passar esmalte.

–Se você acha que nós vamos falar com uma sangue ruim...

–Sh! –Samantha falou, com cara entediada –Vamos deixar uma coisa muito clara aqui. Você não quer me irritar e você não quer irritar a ruiva ali, porque nesse momento vocês estão vivos porque nós estamos deixando. Você está vendo os quatro patetas ali? –ela perguntou apontando para os marotos –Se eu resolver que você vai morrer não tem nada que eles possam fazer.

O olhar deles mostrava claramente que eles não acreditavam nela.

Samantha bufou.

–Homens.

Ela se levantou de sua cadeira e caminhou até o primeiro homem. Os pés deles também tinham sido amarrados e a pedido delas os meninos tinham tirado o sapato deles.

–Atenção na tia Sam. –ela pediu.

Então ela tocou o pé do homem, que puxou ar por entre os dentes.

–O que foi? –um dos outros perguntou.

–Eu não sei. –ele admitiu –Mas eu senti um choque no meu pé. Algo estranho.

O terceiro homem revirou nos olhos.

–Se você acha que choques vão nos fazer falar...

–Silêncio e presta atenção! –Lily rebateu de seu ponto na mesa.

–Ah Merlin! –o primeiro homem falou em choque, trazendo a atenção dos outros dois de volta para si.

Os dedos do pé que Samantha havia tocado começavam a ficar roxos e iam escurecendo, enquanto a cor ia subindo pelo pé dele.

–Seu pé está apodrecendo, em caso você não tenha percebido ainda. –Sam falou com falsa doçura.

–Faça parar! – o homem mandou.

Sam revirou os olhos.

–Claro, meu amo e senhor. –ela falou irônica -Quer um chá também?

–Faça parar! –ele gritou, mais desesperado ao ver que uma cor enegrecida tomava a ponta dos seus dedos.

–É, mas ai tá o problema. –Sam falou dando de ombros –Eu posso apodrecer seu pé, mas não posso fazer voltar ao normal. Só a ruiva ali pode. Mas ela está fazendo as unhas, então eu não acho que ela vai querer vir aqui agora.

O homem lançou um olhar a Lily, que o ignorou, enquanto se concentrava em passar esmalte nas unhas.

–Eu acho que devia ter passado Maria Cereja. –ela comentou.

–O nome combina mais com você, mas essa cor está ótima. –Samantha assegurou.

–Fale para ela curar meu pé! –o homem gritou, uma nota de desespero entrando em sua voz.

–Não seja idiota! –o terceiro homem gritou –Ela nem usou uma varinha. Ela só está querendo te enrolar.

–Xi... –Lily falou, lançando um olhar de pena ao homem –Você não devia ter dito isso...

Samantha caminhou até o terceiro homem.

–O que você acha que vai fazer menos falta pra você? Uma orelha ou seu nariz?

O homem olhou para ela em choque.

–Eu... Eu...

–O nariz serve. –ela decidiu e esticou o dedo, tocando a ponta do nariz dele, que imediatamente ficou roxa.

–Não!

–Ok, agora vamos as perguntas. –ela falou com animação.

–Nós não vamos falar quem nós somos. –o segundo homem disse com firmeza.

Samantha revirou os olhos.

–Eu tenho cara de quem liga pro nome de vocês? –ela perguntou impaciente –Eu quero saber qual era a ordem de vocês. Levar as duas mulheres ou acabar com elas?

–Levar se possível! –o primeiro falou em desespero –Mas se fosse complicado demais só matar. Eu não estou sentindo nada do meu joelho pra baixo! –ele adcionou, quase em pânico.

–Normal. –Lily informou, assomprando as unhas –Daqui a pouco vai ser impossível salvar a perna. Só que a infecção vai continuar a se espalhar.

O homem pareceu pronto para desmaiar de terror.

–Lord Voldemort queria que nós levassemos vocês! –ele falou, desesperado –Disse que vocês seriam grandes armas, mas que nós tinhamos que mata-las se nós achassemos que vocês estavam com o Ministério, porque dai vocês seriam armas poderosas para eles!

–E como vocês sabiam onde nos encontrar? –Samantha insistiu.

O terceiro homem, que estivera até agora desesperadamente tentando ver o que acontecia com seu nariz, falou.

–Um dos nossos comandantes nos disse! Nós não sabemos como ele sabe! Deve ter sido um dos informantes que nós temos dentro do Ministério!

James levantou na hora.

–Informante no Ministério? –ele perguntou incrédulo.

O homem fez que sim com a cabeça.

–Chefes de departamento, Inomináveis, aurores! –ele falou em desespero –Eu não sei os nomes, juro!

–Eu não sei se eu acredito nele. –Sam falou pensativa.

–Eu juro! –ele choramingou –Nosso comandante ainda não confia o suficiente em nós para dividir esse tipo de informação! Eu juro!

–Eu acho que ele vai começar a chorar. –Sam falou com cara de nojo –Lily, você pode vir salvar a perna dessa criatura.

O homem lançou um olhar esperançoso a ruiva, que bufou.

–Vai estragar a minha unha. –ela reclamou.

Sam deu de ombros.

–Azar o seu, colega. –ela falou conformada.

–Não!

Lily revirou os olhos.

–Quanto drama. –ela falou, descendo da mesa e caminhando até ele, então ela pôs a mão na perna dele e a pele foi voltando o normal, até que apenas os dedos dele continuaram pretos –Pronto.

–Meus dedos! –ele reclamou.

Lily deu um peteleco no nariz do outro Comensal, que também começou a se curar.

–É, então, tarde demais para eles, você vai ter que amputa-los. Se eu fosse você corria para o St Mungus. –ela falou dando de ombros.

O homem pareceu ficar verde.

–Ok! –Sam fez um gesto com as mãos e as cordas se soltaram –Adeus.

Os três não precisaram ouvir de novo. Eles correram para a porta.

–Que pressa... –Samantha comentou distraída.

–Eu ainda acho que devia ter passado Maria Cereja. –Lily comentou olhando suas unhas.

–Esse ai combina mais com você. –Samantha garantiu.

–Sabe, teria sido simpático saber o nome das pessoas que nós estávamos torturando. –Sirius falou irônico.

–Eu roubei a carteira deles. –Samantha falou –Nós podemos ver os nomes nos documentos.

–Vocês me assustam. –James falou com sinceridade.

–Fico feliz em sabe-lo. –Sam falou com um sorriso –Agora é melhor a gente vazar, antes que o Imbecil das Trevas venha bater na porta pessoalmente...

XxX

–Nós vamos roubar outro carro? –Lily perguntou curiosa.

Eles estavam no estacionamento que ficava do outro lado da rua da casa que tinham invadido. Para a sorte deles era dmoingo e o lugar estava fechado.

–Não. –Remus falou de forma firme –Nós vamos confiscar um para uso do Ministério da Magia.

–Resumindo... –Sam falou –Nós vamos roubar um carro e fazer a pessoa se sentir honrada no processo.

Remus lançou um olhar a morena.

–Ah eu to brincando, senhor Certinho. –ela revirou os olhos –Cade seu senso de humor?

–Deve ter apodrecido e caído. –ele falou por entre os dentes.

–Oh. –ela colocou a mão sobre o coração –Agora você feriu meus sentimentos. –ela falou de forma teatral.

Remus jogou as mãos para cima em frustração.

–Dá pra você levar as coisas a sério por um minuto? –ele pediu –Nós logo estaremos em Alghero e daí provavelmente nunca mais nos veremos.

Isso apagou o sorriso de Samantha.

–Eu sei. –ela admitiu por fim.

Um silêncio cheio de significado caiu entre todos eles, até que a própria morena o quebrou.

–Aquele carro parece bom. –ela falou caminhando até um sedan prata.

–Infelizmente nós não vamos caber todos nele. –Lily falou, limpando a garganta –Acho melhor nós pegarmos a mini-van. Pelo menos a cor é discreta. Se a polícia nos parar nós podemos fingir que somos um grupo de amigos viajando juntos pela Itália. Isso é super comum.

O olhar que o grupo trocou falava volumes: todos ali queriam desesperadamente que fosse verdade. Que eles fossem apenas um grupo de amigos viajando juntos e nada mais.

–Bom, vamos indo? -Lily falou, com um sorriso, que embora não fosse falso, era um tanto forçado.

Os marotos usaram magia para trocar as placas do carro e para abrir as portas. Sirius sentou no banco do motorista, Remus no do passageiro, Peter e Samantha pularam para a última fileira, deixando a do meio para Lily e James. Mas antes que a ruiva pudesse subir no carro James fechou a porta, deixando os dois para fora.

–Potter? Você está louco? –Lily perguntou, espantada pela atitude.

James respirou fundo.

–Eu só vou falar uma vez. –ele declarou –Mas eu tenho que falar, ou eu fico louco. Eu nunca fui do tipo de desistir, de não correr atrás. Se eu queria alguma coisa, eu ia atrás, porque certamente não tinha nada de errado em querer coisas. Eu ainda acho que não tem.

Lily olhou para o moreno totalmente confusa, mas não interrompeu. Os outros quatro dentro do carro estavam extremamente curiosos, mas educadamente não abriram os vidros, dando uma vaga sensação de privacidade ao dois.

–Eu já fiz muita besteira nessa vida, Lily. –ele suspirou –Eu sou arrogante, inconveniente e mimado. E eu devo ter mais um milhão de defeitos! Mas eu também sou confiante nas minhas qualidades. Eu não estou em campanha nem nada, então eu não vou fazer uma lista delas pra você.

Lily teve que lutar contra um pequeno sorriso.

–Eu fiz escolhas erradas e me arrependo delas todos os dias, mas eu não me arrependo de ter aceitado essa missão. Não me arrependo de ter conhecido a Sam, não me arrependo de ter “confiscado” carros, não me arrependo de ter pulado na água congelante pra te salvar, muito menos de ter te beijado. Eu não me arrependo de ter te conhecido.

–James...

–Eu tenho sim mais um defeito. Eu me jogo de cabeça. Eu sou um romântico incorrígivel, mesmo que não dê pra perceber a maior parte do tempo. –ele deu um sorriso torto –Mas não é só isso, não com você. Não é só um ideal, uma vontade de ter alguem do lado. Quando eu olho pra você, quando eu falo com você, quando eu te beijo... É diferente de tudo o que eu ja fiz, ou tudo o que eu ja senti. E olha que eu ja fiz muita coisa. –ele tentou uma piada, mas não estava se sentindo exatamente bem humorado no momento.

Havia essa voz dentro da cabeça dele berrando para ele parar. Ele ia assustar Lily. Era demais, cedo demais! Ela ia correr na direção oposta. Mas James também nunca foi desonesto consigo mesmo. E dentro de si sabia que Lily era simplesmente a mulher da vida dele. Não do jeito que achara que Gwyneth fosse. O que ele sentira pela outra mulher nem chegava ao pés do que sentia pela ruiva.

Havia sim, uma vontade de se preservar, de negar tudo o que acabara de dizer, mas não ia fazer isso. Porque agora era um daqueles momentos na vida de uma pessoa: era hora de pular ou passar o resto dos dias desejando ter pulado. E por Merlin, ele ia pular, nem que fosse para se arrebentar caindo do outro lado!

–Eu me apaixonei por você. –ele admitiu por fim –Eu nem imagino exatamente quando, mas na verdade eu não ligo. Eu só sei que de repente você estava lá e eu não queria ficar longe de você. Eu ainda não quero. Pensar em deixar você aqui pra te ver de novo sabe Merlin quando... Me dá vontade de gritar. Eu sei que eu devia ter calado a boca uns dez minutos atrás, mas em uma hora ou menos nós vamos estar em Alghero e eu não quero sentir que deixei passar uma chance.

Lily continuava a olhar para James, totalmente chocada e totalmente calada.

–Então eu só... –ele respirou fundo –Eu queria dizer que me apaixonei sim, que eu não vou te esquecer nunca e que eu não quero ficar longe de você. Eu quero... Eu quero que você fique do meu lado.

Lily sentia o coração a ponto de explodir em seu peito. James só podia estar louco! Ele não podia sair por ai se declarando apaixonado pelas pessoas dessa forma! Era... Era... Errado, tonto, sem sentindo... Era adorável. Doce, romântico. Tudo o que uma garota poderia querer.

Mas James era muito mais do que ela realmente merecia. Lily vivia praticamente com um alvo tatuado no meio da testa. James merecia alguem calma, normal, com quem pudesse viver em paz, não uma louca sem futuro como ela.

Mas obivamente o maroto não via isso porque ele estava ali olhando para ela, como se esperasse uma resposta.

Mas Lily não sabia que resposta dar. O lado prático dela dizia que não tinha como aquilo dar certo, já o lado egoísta dela dizia que a ruiva tinha que agarrar a oportunidade com as duas mãos e não deixar James escapar.

Obviamente com tantas respostas correndo em volta da cabeça Lily acabou não conseguindo dizer nada e o tempo passou em silêncio.

James por fim suspirou.

–Ok, era isso.

E com isso dito ele abriu a porta e entrou no carro.

–James, espera! –Lily suspirou, mas era tarde demais.

O momento passara.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ai está! Só faltam dois!!!

Nos vemos em breve!

Comentem!

B-jão