Undisclosed Desires escrita por Dama do Poente


Capítulo 8
7 - Nada a Perder


Notas iniciais do capítulo

Sorry, sorry, sorry pela demora! Mas minha criatividade foi passear, e só voltou hoje!
Espero que gostem. *atualização 27/07/2016* Continuando as melhorias, adicionei algumas coisas ao capítulo, uma vez que na primeira versão ficou faltando algumas coisas simples... Bom, espero que gostem das mudanças.



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P. O. V Thalia:

O intervalo durou bem mais do que os vinte minutos estipulados, porém ninguém parecia ter muita pressa para seguir para a próxima aula. Foi preciso que Agatha nos lembrasse que, diferente dela, não teríamos tempo vago e que precisávamos seguir para o auditório da escola, onde as aulas de música aconteceriam.

― Você não estava na cantina? ― pergunto ao encontrar Valentina deitada sobre algumas almofadas, falando ao telefone.

―Sim, mas não tinha muita coisa interessante, então comprei um biscoito e vim pra cá! ― ela responde confusa, desligando o celular. ― Cadê a Cathy?

― Não to entendendo mais essa garota! ― Nico joga a mochila de Catarina ao lado da irmã ― Sua irmã saiu correndo, procurando você... Aria foi atrás e até agora nenhuma delas apareceu. Pensamos que ela estaria contigo.

Steph parecia prestes a continuar o que Nico dizia, porém parou assim que Aria e Lyra chegaram, discutindo em alto e bom som, despertando o interesse de todos os que estavam por ali.

― Mas se não fizermos isso, nós estamos ferradas, eu sei! Aria, escuta o que te digo!!! ― Lyra dizia em desespero puro.

― Eu sei que ela é louca, mas...

― Ou, ou! Ela quem? ― John se aproxima, interrompendo a namorada.

― Ninguém! ― as duas respondem e voltam a conversar, se isolando do grupo.

― Estranho! ― todos murmuraram em uníssono, mas nossos comentários são interrompidos pela chegada de nossa professora de música.

Ela estava acompanhada por algumas pessoas, provavelmente a banda, e era uma mistura exótica de punk e country ― que aposto que tem um nome que eu não sei dizer qual é ―, baixa e fofa. Era fofa ao ponto de eu achá-la fofa! Ela andava apressada, e quando falou, sua voz era clara, soando como sinos de vento.

― Bom dia! Para os que não me conhecem, sou a senhorita Fitz, mas podem me chamar de Lucy!! ― ela sorriu para nós com afeto. ― Disseram que apenas quatro alunos aqui são novos, vocês se importam em levantar a mão?

Valentina, John e Nico levantaram as mãos. A minha for erguida por Nico.

― Tão belos! ― ela sorriu, e se sentou sobre o piano. ― Talentos que queiram compartilhar?

― Eu gosto de escrever poemas e músicas, mas...

― Espera, vou falar por eles! ― eu digo, na tentativa de adiantar os processos. ― Essa aqui herdou os talentos do pai, então ela sabe tocar um monte de instrumentos, mas não gosta de falar isso.

― É que eu prefiro escrever e remixar músicas, sabe... ― Val disse, piscando seus enormes olhos azuis.

― Tanto faz! Esse aqui não toca nada, mas até que canta bem! ― apontei para John, que responde dizendo ser melhor com botânica. ― E esse... Não sei o que ele faz, mas deve ser bom em algo. ― apontei com descaso para Nico, que apenas revirou os olhos.

― Ah ele é bom em muitas coisas: sabe tocar keytar, o que o faz ser bom tanto em piano, quanto em guitarra, e também sabe tocar bateria. ― Catarina completa, e não posso evitar ficar admirada com os talentos secretos de Nico. ― E antes que pergunte, Lucy, a Thalia sabe tocar guitarra.

― Como você sabe? ― questiono confusa: era um talento oculto, um passatempo que ninguém deveria saber.

― Annabeth me contou! ― Cathy dá de ombros, e internamente eu me pergunto por que Annie fizera tal coisa. Eu tocava guitarra, e consequentemente violão, como uma forma de tentar extravasar; aprendi tal coisa com uma das caçadoras, que adorava descontrair as missões com pequenos sarais... Naqueles seis anos, aprendi muito mais do que caçar monstros.

― Keytar?! Interessante! ― a professora fazia anotações na pauta de aulas. ― Mas então, todo mundo, como foi o verão? ― os semideuses se entreolharam, lembrando das sensações passadas no verão.

Preferimos no manter em silêncio, evitando assim que falássemos o que não devíamos, enquanto a turma tagarelava sobre como foram suas férias, as viagens que fizeram em família etc. Entretanto, apenas os outros estudantes prestavam atenção, pois a professora escrevia e cortava pedaços de papel, colocando-os dobrados dentro de um saquinho vermelho. O que ela estaria aprontando?

― Bom, já que todos estão de bobeira, que tal alguém cantar alguma coisa para nós? ― Lucy propõe, ao notar a quietude que o auditório estava.

― Ah, por que não jogamos um jogo? ― Aria sugere, recebendo olhares de todos: o tédio estava começando a reinar por ali. Até pude ver Nico cochilando sobre a própria mochila.

― Que tipo de jogo? ― John pergunta, e vários outros ecoaram seu interesse, incluindo eu.

― Sei lá, a professora diz uma palavra e cantamos uma música com ela!

― Ótima idéia, Aria: assim posso testar a extensão vocal de todos. Vai que alguém melhorou durante o verão? ― Lucy sorri, erguendo as sobrancelhas para nós. ― Enquanto isso, peguem um papelzinho nessa sacola e passem para o colega ao lado. ― ela deixa a sacola vermelha com uma loira, e se senta de novo. ― E a primeira palavra é...

P. O. V Nico:

Enquanto todos se matavam para brincar de “Qual é a música versão Yankees”, eu estava a fim de descobrir o que tinha naquela sacola vermelha. O natal chegara mais cedo?

― Ei, não pode abrir o papel ainda! ― a professora grita para um grupo de alunos no fundo. Parecia típico o povo do fundo estar fazendo bagunça, mas algo me dizia que o status deles não durariam para sempre. Não com meus amigos na sala.

― Só eu to achando essa aula inútil? ― Thalia pergunta bocejando. Pelo visto eu não era o único que preferia estar dormindo.

Antes que eu possa respondê-la, alguém bate na porta do auditório, e a professora saltita naquela direção, murmurando que aquela aula estava um verdadeiro saco. Se ela tinha reparado nisso, estava claro que gostaria de incrementar aquele encontro com algo... E Lucy tivera uma ideia genial.

― Pelo bumbum sagrado de Apolo! ― Valentina exclama, fazendo com que todos os semideuses olhem em sua direção, enquanto ela escala em direção ao palco. ― É uma pick up? É realmente uma pick up de DJ?

― É! Estava pensando em ensiná-los a como fazer mash-ups. Na verdade, turma, essa é a primeira atividade da nossa disciplina: em grupos, vocês farão um mash-up, com pelo menos três músicas, e me apresentarão daqui a duas semanas.

― Professora, posso ligar? ― Valentina a interrompe as instruções, não conseguindo conter sua animação.

― Hum, você sabe como mexer? ― a professora desconfia, mal sabendo com quem estava falando.

Todos os semideuses são precoces, mas Valentina poderia nos superar em muitas coisas ― talvez por ser filha de Apolo, mas jamais teríamos certeza ―: quando ainda não sabia suas verdadeiras origens, até mesmo antes de se tornar namorada de Eleazar, Valentina sempre fora multitalentosa, e entre suas muitas habilidades ― que iam desde ser ótima em biologia, a uma patinadora excelente ― estava a de ser uma DJ em ascensão. Mesmo sendo muito nova, conseguia ser contratada para fazer shows em casas noturnas por toda Quebec, sendo encoberta pelas amigas e às vezes pelo próprio padrasto... Acredito que ser enteada de Tânatos tenha suas vantagens às vezes.

― Claro! É uma das coisas que realmente sei fazer. Era eu quem fazia os mash-ups para as festas no Canadá, chegava até mesmo a ser a DJ. ― Val prende os cabelos, contando sua história enquanto tentava conectar os fios da pick up. ― Hum, a minha era mais moderna, mas terminei! ― ela anuncia, já fazendo mixagens.

― Muito bem! E qual será a primeira playlist? ― a professora tenta disfarçar o espanto que estava perfeitamente visível em seus olhos.  

― Bem, professora, como esse é nosso primeiro dia, acho melhor começarmos pelas mais conhecidas, sei lá, qualquer coisa menos Titanium, porque eu não agüento mais!

― Tenho uma idéia! ― a professora bate palminhas, como Valentina tinha mania de fazer quando se animava com algo. ― Você, e todas as pessoas que querem ser “o DJ oficial” terão que me apresentar remixes e mash-ups na próxima aula, e o melhor, ficará com as mixagens das nossas apresentações contra outras escolas! O que acham?

Todos pareciam achar a idéia muito boa e inúmeras listas de músicas começaram a ser citadas. Um dos ajudantes da professora começou a anotar os nomes daqueles que gostariam de participar da competição, e enfim comecei a ver porque Catarina estava ansiosa por aquela aula.

― Essa eu vou ganhar! ― Valentina sussurra, ao se sentar ao meu lado de novo.

― Não tenho dúvidas! ― sorrio gentil, sabendo que estava certo: ninguém abre concorrência contra um filho de Apolo, não quando o assunto é música.

Exceto, é claro, se o filho em questão for Will Solace: o pobre coitado era péssimo no quesito música... E não era um dos melhores em pontaria... Mas tudo compensava em suas habilidades como curandeiro, e com seu assobio supersônico que poderia parar o trânsito de Manhattan em questão de segundos, caso ele decide chamar um táxi.

― Agora, que todos estão em seus lugares, por favor, abram os papeizinhos! Mas não revelem seu conteúdo! ― curioso como sou, rapidamente abri o meu, e quase caí para trás com o nome escrito ali.

Se a professora estivesse fazendo o que eu pensava, eu já poderia começar a me desesperar naquele exato momento. Se o nome de Cronos estivesse escrito ali, eu teria mais sorte.  

― Como devem ter percebido, há um nome nos seus papéis, e como é óbvio, isso é um amigo oculto, mas diferente! Vocês terão quatro semanas para descobrir uma música que descreva seu amigo, e no dia da entrega dos presentes, vocês terão que cantar, tocar, ou até mesmo trazer o arquivo em mp3.

― O quê? ― Thalia pergunta, e noto raiva e incredulidade em sua voz.

― Isso que você ouviu! Você terá tempo! Quatro semanas é o suficiente; vai ser fácil!

― Ah, é! Facílimo! ― Thalia revira os olhos, choramingando um pouco.  

E eu sou obrigado a concordar com sua ironia: não vai ser nada fácil achar uma música para meu amigo secreto!

Se é que posso chamá-lo de amigo!

P. O. V Thalia:

Se me pedissem para resumir, em uma única palavra, meu primeiro dia de volta às aulas, eu diria que fora, no mínimo, confuso. Não fazia sentido estar em uma aula de química avançada quando eu odiava química e era péssima nisso; tampouco em inglês, muito embora eu soubesse que dessa ninguém escaparia. O estopim foi a aula de música, e a idéia louca da professora de fazer um amigo oculto.

― Annabeth, eu vou enlouquecer! ― choraminguei naquele dia, um pouco antes de seguir para o almoço.

Assim que a aula de música acabou, segui para a minha última disciplina daquela manhã, onde tive um pouco de paz enquanto o professor de matemática avançada passava uma lista de exercícios para nós ― culpo Annabeth por estar achando isso relaxante. ―; depois viria o almoço, e a partir daí eu já não me lembrava da grade de aulas daquele dia.

― O que foi Thalia? ― Annie pergunta, visivelmente preocupada.

Não fora apenas meu primeiro dia de aula, mas também foi o dela. Estávamos conversando via skype, o que deveria ser proibido, não fosse o fato de o chalé de Hefesto ter se cansado de tanta exclusão tecnológica e criado aparelhos que funcionassem em freqüências que os monstros não rastreassem.

― Eu to numa turma de química avançada! O que eu sei de química? E não, não responde, Annabeth Chase: isso foi uma pergunta retórica! ― aviso, antes que ela de fato respondesse.

― Talvez saiba mais do que sabe... Se não sabe nada, por que se inscreveu nessa classe então?

― Aí é que está, minha querida amiga: eu não me inscrevi em nenhuma das aulas... Eu sequer me matriculei! ― revelo, e quase posso ver as engrenagens de seu cérebro girando enquanto ela tentava resolver esse mistério. ― Vamos mudar de assunto, falar de algo engraçado para me distra... Aah, você não sabe!

― O quê? O que eu não sei? Eu preciso saber, Thalia, me conta! ― Annabeth começa a pular na frente do computador, ansiosa para aprender mais, mesmo que esse mais fosse uma fofoca.

Tive que rir dessa simplicidade. Jamais pensei que, depois de tudo pelo que passamos, haveria um dia em que eu faria uma chamada de Skype contando sobre os acontecimentos de meu primeiro dia de aula, como, por exemplo, o fato de Nico mentir sobre ter uma namorada.

― O quê? Por que ele fez isso? ― Annie praticamente grita, e eu tiro um dos fones do ouvido.

― Uma das garotas do comitê... Ao que parece, ela é ninfomaníaca, e parecia estar atrás de uma “próxima vítima”... ― dou de ombros, deixando de mencionar o fato do comportamento de Maite não se parecer em nada com o de uma ninfomaníaca e sim como alguém que fingia ser.

― Garoto esperto... ― Annie murmura. ― Mas e quando descobrirem que ele é solteiro? Que a solidão o fez roqueiro emo-gótico? O que ele vai fazer?

Antes que eu possa respondê-la, o sinal anunciando o almoço soa, e eu sabia que não conseguiria escapar disso, e tampouco queria: Annabeth fizera uma pergunta interessante.

― Amiga, eu não sei... Mas que vai ser interessante descobrir, vai! ― dei meu melhor sorriso maléfico, sendo correspondida a altura.

― Não se esqueça de me manter informada, Thalia Grace!

― Não irei, Annabeth Chase! ― prometi, desligando e me preparando para voltar à companhia dos outros.

Talvez voltar pra escola não fosse ser tão ruim quanto imaginei.


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Notas finais do capítulo

E então? *atualização* Será que irão descobrir as mentiras do Nico? E quem será que os dois pegaram para o amigo oculto? Façam suas apostas, deixem seus comentários: estarei aqui esperando por eles.
Beijoos