Undisclosed Desires escrita por Dama do Poente


Capítulo 57
56 - Wonderfull Mess


Notas iniciais do capítulo

Amanda Valdez Di Angelo, McLancheFeliz, pudim, Victoire, Lia Valdez Di Angelo, Mylla Thompson, SweetJúlia, Dama das Cores: obrigada pelos comentários, amores!!
Eu só postaria esse capítulo amanhã, mas como estou muito feliz hoje e nada é melhor do que compartilhar alegria



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P. O. V Lorenzzo:

Nas poucas semanas que antecederam o tal baile de Natal, senti-me solitário como nunca... Mas a culpa de Cathy não estar ali era apenas minha!Ela sumiu assim que a Cerimônia de Abertura findou-se: desceu correndo a arquibancada e sumiu. Nem mesmo Valentina e Will sabiam de seu paradeiro.

Por isso foi uma surpresa e tanto vê-la ali, naquela noite, esplendorosa em seu vestido negro e rendado, com um coque elaborado e elegante, dando risadas genuínas enquanto conversava com Calipso e mais uma dama.

– Eu não acredito nisso! Eu não a conheço, mas tenho certeza de que deve ter um pulso fortíssimo para manter aquele encrenqueiro em seu devido lugar! – Calipso riu

– Definitivamente! Depois do que ele aprontou no verão passado, eu preciso deixá-lo em seu devido lugar! – a outra garota, loira também, aponta. – Aliás, desculpe-me mais uma vez, Catarina!

– Imagina: águas passadas não movem moinhos! – Catarina responde – Mas fico chateada por não ter sido chamada para o casamento: eu merecia, sabe?! – e as três riem, divertindo-se verdadeiramente

– Ah, aí está você! – Lucas diz, andando em minha direção, seguido por Nico e mais um garoto que me parecia muito familiar. – Estávamos falando de você agora mesmo!

– De mim? O que estavam falando de mim? – pergunto, confuso. Eu tentava não perder Catarina de vista.

– Estávamos falando sobre como me derrotou no último verão, irmãozinho! – o cara desconhecido ergue a cabeça e um mini infarto me acontece.

O medo de perder minha irmã volta a minha cabeça, como se eu ainda estivesse naquela missão contra Tártaro e Apófis. O medo de que algo acontecesse à Catarina me atinge tão violentamente que minha maior vontade no momento foi tirá-la daquele salão o mais rápido possível e certificar-me de que ela estava segura.

– Phobos! – tentei conter a raiva que me atingiu, mas ela estava clara em minha voz.

– Sem brigas, irmãozinho! Eu estou mais pacífico do que hippies! – ele ergueu as duas mãos e todos os medos, que me enlouqueceram momentaneamente, sumiram. – Desculpe por isso... Ossos do ofício!

– Como se eu fosse acreditar em algo do que me diz! – percebo que Lucas se afastava gradativamente de nós, à medida que Nico já estava do outro lado do salão, sussurrando algo no ouvido de Thalia. Pude vê-la sorrir antes de beijá-lo.

– Acho que sua namorada acredita na minha esposa! – Phobos aponta sutilmente com a cabeça, para a exata direção em que Catarina, Calipso e a garota loira brindam e riem.

– Esposa? Quem foi a louca que se casou com você?

– A sobrinha do seu melhor amigo! – ele responde, ainda olhando para as garotas. Sua expressão era a de um homem apaixonado.

A loira acenou para ele, e eu juro que vi uma protuberância em seu vestido. Além de casado ele seria pai? Realmente só seis meses se passaram?

– Espere: está me dizendo que você casou com a Júlia? A sobrinha do Eleazar? – ele só podia estar se referindo ao ruivo quando citou meu melhor amigo. Eu não era muito popular na Itália, e mais ninguém no Acampamento tinha sobrinhas, pelo menos não com idade suficiente para casar.

– Sim! – ele respondeu, voltando a encarar-me. Ele tinha uma serenidade no olhar bastante estranha para um deus do medo. – Acha que eu estaria aqui se ainda fôssemos todos inimigos?

Não tive como responder negativamente àquela pergunta, o que o fez dar um sorrisinho do tipo “eu venci” e sair, deixando-me sozinho por tempo suficiente para Calipso surgir e arrastar-me pelo braço até uma mesa.

– Bem, padrinho querido, não pode ficar no meio da pista de dança enquanto o Conde e a Condessa abrem, oficialmente, o baile! – ela sorriu docemente. Parecia uma deusa em seu vestido branco e de modelagem grega. – Além do mais, creio que vá apreciar mais o canto do que a dança.

Ela me sentou de frente para o palco, onde só a banda estava. De relance, vi Eleazar e Valentina posicionados no meio do salão. Ele não para de sorrir, e ela tinha as bochechas tão rosadas quanto o vestido que usava.

Mas isso perdeu a importância quando as primeiras notas de uma música que eu muito conhecia, por pura influência, começaram a tocar e foram acompanhadas pela voz que eu mais amava ouvir.

Cathy subiu ao palco cantando Won’t Let You Go, da Avril Lavigne. Sua voz estava tão suave quanto à da cantora ao interpretar essa música, que eu tinha certeza: tratava-se de uma indireta.

Não sei se se tratava de uma indireta para o novo casal do momento, aquele que dera tanto trabalho para juntar...

When you’re falling, you’re crashing (Quando você estiver caindo, estiver desmoronando)

When your fire has turned to ashes (Quando seu fogo tiver se tornado cinzas)

When you’re screaming, your heart is bleeding (Quando você estiver gritando, seu coração estiver sangrando)

Mas que sempre estavam apoiando um ao outro, transformando as dores individuais em problemas conjuntos para que pudessem dar um jeito juntos. Thalia e Nico nunca permitiam que os problemas se pusessem entre eles, sempre o driblavam para trazer o melhor de si à tona.

When you’re feeling like there’s no reason (Quando estiver sentindo que não há razão)

I won’t let you go (Eu não vou deixar você ir)

No, I, I won’t let you go (Não, eu não vou deixar você ir)

Ou se era uma indireta para John e Aria, que agora não tinha mais um grande grupo de amigos ou o melhor amigo ao lado, mas ainda tinha o namorado por perto, que resolvera sacrificar sua sonhada faculdade em Nova York para permanecer com ela no Canadá, longe de todos. Tudo por amor e para não deixá-la só, pois ela precisa de apoio e amor para reencontrar sua própria coragem.

Cause when you’re all alone (Porque quando você estiver sozinho)

And there’s cold (E estiver frio)

And there’s no one to hold (E não tiver alguém para abraçar)

When you’re feeling lost (Quando estiver se sentindo perdido)

And there’s nowhere, nowhere to go (E não tiver lugar algum, lugar algum para ir)

When you’re feeling sad don’t forget you can reach for my hand (Quando estiver se sentindo triste, não esqueça que pode segurar minha mão)

When you’re feeling bad, just remember (Quando estiver se sentindo mal, apenas se lembre)

I won’t let you go (Eu não vou deixar você ir)

Também podia ser uma indireta para o casal que bailava no centro do salão, pois nem mesmo quando Valentina estava desaparecida e depois, quando foi reencontrada, mas tinha sua memória fragmentada, fazendo-a agir tão diferente do que realmente é... Nem mesmo nesse momento Eleazar desistiu dela, da mesma forma que ela não desistiu dele quando se conheceram.

When you’re torn down (Quando você estiver despedaçado)

When you’re messed up (Quando você estiver confuso)

Don’t you give in, no don’t you give up (Não desista, não se entregue)

When you’re drowning and you’re fading (Quando você estiver se afogando, e desaparecendo)

Always know that I’m always waiting (Sempre saiba que eu estou sempre te esperando)

Ou ainda, poderia ser uma indireta perfeita pra Lucas e Calipso, que tinham um amor tão perfeito, que nem mesmo inúmeras vidas e uma maldição puderam por fim.

When I said forever (Quando eu disse “para sempre”)

I know that I meant forever (Eu realmente quis dizer “para sempre”)

Mas eu sentia que a maior indireta era para mim. Afinal, quantas vezes eu não tinha dito “para sempre” para ela? Ou quantas vezes eu não tinha a deixado ir? Não a deixei voltar para o Brasil por puro egoísmo, mas alegando que o Acampamento era mais seguro; não a deixei morrer, mas a deixei sozinha quando tudo o que ela precisava era de paz e compreensão. Ela havia dito o quão difícil era trabalhar para Afrodite, mas eu simplesmente a deixei no momento em que devia estar mais confusa e cansada. No momento em que ela fizera um esforço enorme para me proteger.

– Você ainda pode contornar essa situação, Lorenzzo! – Calipso diz

E eu jamais acreditei tanto em alguém!

And I won’t let you down (E eu não vou te decepcionar)

P. O. V Catarina:

Quando Eleazar me enviou uma mensagem de texto, implorando que eu voltasse para o baile de Natal, alegando que Valentina estava inconsolável e que jamais me perdoaria se eu não a visse assumir o título de Condessa, não pensei duas vezes antes de refazer minhas malas e dar adeus ao velho continente.

Mas é claro que Nicole não me deixaria viajar sozinha, então eu voltei para o Canadá com direito a ex-professora de dança, mais seus lindos bebês mais o marido espetacular dela. A família Carlisle realmente tem sorte: não basta nascerem bonitos, também escolhem companheiros bonitos.

Enfim, eu voltei do meu refúgio e só pus meus pés para fora do quarto no exato dia do baile, usando o magnífico vestido que Steph desenhara para mim, e destinada a cantar a música de “posse” da minha irmã.

E eu o fiz, sabendo que a havia feito feliz, e bastou. Assim que a música terminou e todos os outros puderam ir para a pista, eu voltei para minha mesa.

– Então, diga-me: por que você está aqui, sozinha? – Phobos senta-se a minha frente, e dá um estranho sorriso bondoso. Ainda era bizarro ver como ele havia mudado em seis meses.

– Bom, agora que resolvi voltar à solteirice convicta, só me resta ficar sentada aqui, enquanto os outros se divertem! – ergui minha taça com o espumante, fingindo estar de bem com a vida, quando na verdade estava bem perto de estar bêbada.

– Por acaso a culpa é minha? Se for, eu posso falar com Lorenzzo e...

– Não gaste sua divina saliva com isso! Nem se o seu pai descesse a bunda gorda do trono e viesse falar com seu irmão adiantaria alguma coisa: Lorenzzo simplesmente não entende que eu não sou uma garotinha indefesa!

– Minha nossa! – e parece que eu acabo de fazer o deus do medo sentir medo.

Dou de ombros, sem me importar com sua opinião ou com a de qualquer um por ali. Agora os a’s tocavam os hits do momento e alguns mashups e todos se divertiam... Embora alguns não estivessem a vista. Enfim, eu fazia parte do grupo que não estava a fim de dançar, apesar de o par destinado estar no mesmo espaço.

– Falando mal de mim, Bambina? – falando no diabo, olha quem aparece abanando o rabo...

– Falo apenas o que vejo! – eu já tinha o costume de falar rápido; chateada e um tanto alterada como eu estava, apenas piorava. – Mesmo que isso não lhe agrade!

– Você está bêbada? – ele tenta conter o riso, e vejo Phobos sair à francesa

Minha única desculpa para não dar muita atenção a ele se vai, de volta para sua esposa grávida... Aquele maldito deus me devia alguns favores!

– Catarina, responda! – sua voz assume um tom autoritário, provocando arrepios em mim.

– Lorenzzo Il Magnifico, você não é meu pai, logo não lhe devo satisfações! – viro a taça e sorvo seu conteúdo de uma única vez – Tenha uma boa noite!

Sem perder tempo, levanto-me e sigo o mais rápido que o longo vestido permitia, em direção a imensa escadaria que me levou de volta ao hall onde, por sorte, um elevador acabara de parar. Faço sinal para que o ascensorista espere-me e acelero o passo até lá.

Merci! – agradeço

Aspeta! – e pelo corredor, Lorenzzo vem correndo e entra no elevador antes que eu possa inventar uma desculpa. – Gazie Mille! Bambina, não fuja de mim desse jeito! – ele se inclina, tentando beijar meu rosto, mas me afasto.

O cabineiro ri e nos pergunta o andar. Respondo-lhe, indicando o décimo sexto, e espero que Lorenzzo indique o seu, embora não o faça e eu tenha que lhe agüentar rir durante todo o longínquo trajeto.

Quando enfim chegamos ao andar, ele me segue ao sair do elevador e o maldito cabineiro nem espera para checar se ele era um estuprador ou algo do gênero: apenas pisca para mim e volta para a portaria. Não sei como não reconheci Eleazar durante todo o trajeto.

– Que ardil é esse que vocês estão aprontando?

– Querer fazer as pazes com minha namorada agora é aprontar um ardil? – o italiano sorri

– Quando conseguir avise-me: enviar-lhe-ei um cartão de Rallegramenti! – dei-lhe as costas e segui o corredor em direção ao meu quarto.

E, é claro, ele me seguiu, ainda rindo como uma hiena psicótica.

– E agora, por que está falando em italiano?

– Que eu me lembre, você começou com isso! Se preferir, posso falar em Aramaico: acho que não há pessoas da Etiópia para nos ouvir!

– Cathy, você pode parar com essas briguinhas bobas e, por favor, aceitar meus pedidos de desculpa? – ele me segura pelos braços e me vira para si.

Eu ainda me perdia em seus olhos esverdeados, ainda sentia meu coração palpitar e minha respiração falhar: ainda o amava! Mas a decepção igualmente estava presente, e sua falta de confiança em minhas habilidades também. Estava magoada e um simples pedido de desculpa não apagaria todas as discussões.

Portanto, fazer-me de forte e desinteressada era a melhor forma de não aparentar todas as dores que eu sentia, e não me ferir tanto assim.

– Você não tem mais o direito de me chamar assim, nem de me segurar como se eu fosse sua! Não temos mais nada um com o outro, e pensei ter deixado isso bem claro da última vez. – mentira, eu apenas ficara quieta enquanto ele flertara comigo, mas... – Assim sendo, solte-me ou eu juro que nem mesmo aquele ruivo de uma figa irá te ajudar. – minha voz saiu em um sibilar estranho, até mesmo para mim.

Provavelmente assustado com minha mudança de humor, Lorenzzo me solta e pela enésima vez naquele dia eu lhe viro as costas e finalmente abro a porta de meu aconchegante quarto. E pela enésima vez no ano, estamos discutindo de novo.

– O que você quer que eu faça? Quer que eu me arraste aos seus pés? Quer que eu grite aos quatro ventos que você, Catarina de Lyra, é corajosa e não precisa ser protegida? – eu meio que não me importava quando ele me segurava pelos braços, mas isso era antes. Não me importava quando ele fazia isso rindo, mas me incomoda quando ele o faz gritando.

– Quero que você me solte! – retruquei, sem piscar. – Quero que você me deixe em paz!

Ficamos nos encarando pelo que me pareceu uma eternidade. Azul no verde, raiva e arrependimento. Tão intenso que eu quase me rendi.

– Ok, Catarina! Vou te dar toda a paz possível! Apenas, dê-me algo em troca... – e antes que eu pudesse perguntar, com desdém, o que ele queria, seus lábios tomaram os meus e eu me vi mais uma vez envolta em nossa própria atmosfera.

Tentei, em vão, impedir que meus sentimentos me dominassem e que eu perdesse o controle da situação – que jamais teve controle algum –, mas quando suas mãos desceram para minha cintura, e eu percebi o como aquilo fez meu coração bater descompassado, meus esforços caíram por terra.

Antes que eu percebesse, minhas costas batiam na parede e a porta já fora fechada. As mãos fortes de Lorenzzo já estavam nas minhas costas, desabotoando o vestido. Quer dizer, tentando desabotoá-lo.

– Quantos mil botões essa droga de vestido tem? – ele rosna.

– Não lembro! Só sei que pedi algo grandioso, e a Steph fez! – o livrei do terno

Perdonami, amore mio, mas não tenho paciência! – sussurra, antes de levar suas mãos ao decote e puxá-lo com tanta força que a costura cedeu, e eu fiquei apenas com minha roupa intima. – Tu sei molto bella!

– E você muito falador! – calei-o com um beijo, e ele riu ao me erguer.

Parecia até que éramos o casal de adolescentes mais felizes da face da Terra, não fosse o fato de eu estar morrendo de raiva, e ele estar tentando me dar uma lição. Mas isso não me importava, não enquanto eu sentia suas mãos deslizando por meu corpo e ouvia seus lábios sussurrarem promessas que ele jamais seria capaz de cumprir.

– Catarina! – meu nome era dito como se fosse algo sagrado, enquanto eu era beijada reverencialmente.

Seus lábios traçaram um caminho em chamas, partindo de meus lábios, descendo para meus seios – cada um recebendo atenção especial – e findando no recanto mais íntimo de meu corpo. Toda a minha compostura se foi neste momento. E minha sanidade deu adeus a meu intelecto quando ele me preencheu com seu corpo, e envolveu minha mente com palavras de amor que eu sabia serem verdadeiras.

E findou a noite, sussurrando roucamente em meu ouvido, as palavras mais agradáveis de ouvir.

Ti amo, sole mio!

P. O. V Autora:

Não há uma alma no mundo – seja divina, ou não – que não tenha defeitos. Todos temos e às vezes isso faz com que pessoas se afastem, nos tornando repelentes humanos. Seja por nosso temperamento explosivo, seja pela escuridão em nosso âmago ferido.

Mas sempre haverá alguém para preencher esse espaço, esse vazio causado pelo que é considerado defeito. Para esse alguém, até mesmo essa imperfeição será perfeita. Atrevo-me a dizer que esses defeitos são como peças de um quebra –cabeças: quando essas duas pessoas se encontram, seus defeitos se completam formando algo melhor. Algo “certo”

When all of your flaws and all of my flaws (Quando todos os meus defeitos e todos os seus defeitos)

Are laid out one by one (São colocados um por um)

A wonderful part of the mess that we made (Uma parte maravilhosa da bagunça que nós fizemos)

Parecia certo estar nos braços dele naquele momento, mesmo quebrando um monte de regras – divinas e mundanas – ao fazer isso! Parecia certo sentir os lábios dele seguirem suas mãos enquanto o decote do vestido era baixado, e ele calmamente a depositava sobre cama.

– Você não me parece bêbada! – ele comenta, os lábios traçando trilhas pela pele clara.

– Acho que me enganei! – ela riu, pois ela não ligava que havia mentido para levá-lo para o quarto: ela queria ficar a sós com ele, mas não tinha cara de pau suficiente para pedir.

– Tudo bem! Mas podia ter me pedido que eu atenderia com prazer! – ele riu e voltou-se para o rosto pintado por sardas – Não há muitas coisas que eu não faça por você!

– Então que tal fazer algo agora? – ela o puxa para um beijo, surpresa por estar tão sedenta.

Escutá-lo rir já não era algo raro, mas ainda era uma experiência incrível que a fazia apaixonar-se cada vez mais por ele. Por que a paixão é algo crescente e o amor algo que está no fundo de nossos corações, apenas esperando para despertar.

– Estou fazendo... Mas estou protelando! – ele ser ergue, para olhar a parte do corpo que mais amava nela: os olhos, sem dúvida os olhos.

– Bom... – ela vai se erguendo, e o sorriso malicioso no rosto dos dois apenas cresce – Se não faz você, faço eu! – e se ele estava usando a camisa social antes (havia perdido o terno no momento em que entraram no quarto), agora estava sem ela.

Impulsiva, mesmo quando inexperiente. Arriscava-se em tudo, sem pensar em risco.

You have always worn your flaws upon your sleeve (Você sempre teve seus defeitos à flor da pele)

Ele ria da incredulidade do momento que vivia, e também por estar maravilhado com isso. Jamais pensou que seria feliz de novo, mas a dona daquele par de olhos azuis mostrava que isso era possível. Cada vez que seus lábios se tocavam, era como se sussurrassem isso.

Mal sabia o garoto, mas ela sempre tivera esse efeito sobre ele, mesmo antes que descobrisse o significado da palavra amor e mesmo antes de querer demonstrá-lo de todas as formas possíveis.

And I have always buried them deep beneath the ground (E eu sempre os enterrei profundamente abaixo do solo)

Dig them up; let’s finish what we’ve started (Desenterre-os, vamos terminar o que começamos)

Vermelho costumava significar, para ambos, momentos de raiva, ódio, nada mais que sentimentos ruins. Naquela noite, quando vestira o vestido – que tinha um que vitoriano, com uma estampa rendada sobre o tecido vermelho do espartilho e a saia preta e volumosa –, sentira-se estranha com ele, sentira-se errada.

Talvez porque agora, se sentia certa enquanto seu corpo se livrava daquele “peso”, e era acariciado por lábios doces e mãos ágeis e gentis. Vermelho agora era a paixão que tanto ouvira e invejara.

Nesse mundo, ou em qualquer outro, haverá palavras suficientes para descrever o modo doce como a noite se sucedeu. Não havia luxúria para macular aquele desejo, embora ambos costumem andar de mãos dadas. Porque aquele encontro de corpo e alma não marcava um desejo carnal, marcava o encontro entre duas almas que se perderam no tempo, mas enfim se encontraram.

There’s a hole in my soul (Tem um buraco em minha alma)

Can you fill it? (Você pode preenchê-lo?)

Quando os corpos se uniram, o prazer que se seguiu foi transcendental. Nenhuma outra alma – novamente, divina ou não – jamais sentiu ou sentiria algo assim. Aquele era o presente que a deusa do amor concedia àqueles que tanto sofreram na vida, mas que enfim encontraram a paz nos braços um do outro.


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Notas finais do capítulo

E então? Que tal me contar nos comentários o que acharam do capítulo?? Comentem sobre, ok?
Amo vocês!!



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