Undisclosed Desires escrita por Dama do Poente


Capítulo 53
52 - Voltas e mais voltas...


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos que comentaram, e estou enviando abraços a todos que choraram. Aah, além de desejar um Feliz Dia Do Amigo! Mas, tenho que lhes dizer algo...
Baby, I was made to break your heart...



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P. O. V Catarina:

Depois de toda a comoção de despedida de Aria, não me restou nada para fazer, além de voltar para meu quarto e esperar por mais um desafio. Talvez, o mais difícil de todos que já enfrentara...

– Podemos conversar? – Lorenzzo pergunta, aparecendo na porta do quarto.

– Claro! – permito, e ele fecha porta quando entra

Eu já sabia que o rumo da conversa não seria dos melhores, mas ainda tinha esperanças de que ele repensasse tudo o que estava prestes a dizer. Esperava não ter que impor a mim, uma dor da qual eu não enxergava a saída.

– Você fez de novo: tomou decisões importantes, e...

– De novo esse papo! – me joguei de costas na cama e fechei os olhos – Pula pra parte que você começa a gritar comigo, por favor?

Não adiantaria argumentar com Lorenzzo: ele simplesmente não entenderia o porquê de eu ter ido para o bosque, ele não entenderia que Nico seria torturado e morto se tivesse sido pego e que Thalia seria obrigada a assistir tudo.

Ele não entenderia que eu não suportaria ficar parada vendo isso acontecer.

– Eu não agüento mais ficar preocupado todas as vezes que você foge e tenta bancar a heroína! – ele confessa.

– Tento bancar? Que eu me lembre bem, eu te salvei de um bando de Empousai! – em um salto, eu já estava de pé, encarando seus olhos em chamas.

– Já eu me lembro que eu descobri a Lança Sangrenta e eu contra-ataquei a Empousa que tentou me matar.

E foi nessa parte que eu resolvi que não adiantaria nada manter a calma. Não tinha como voltar atrás: eu não suportaria mais uma discussão boba, onde nos acusaríamos mutuamente e em algum momento ele cansaria e pediria desculpas, e eu aceitaria. Era tanta infantilidade...

– Quer saber o que eu não agüento mais? Você! Você tentando me proteger de tudo! Aprenda uma coisa, Lorenzzo: eu não sou nenhuma garotinha indefesa. E se o que procura é uma garotinha indefesa, a porta da rua é a serventia da casa!

– Eu não quero uma garotinha e não me importo se você quer bancar... – e foi sem pesar algum, que eu lhe dei um belo de um tapa na cara, que ecoou pelo quarto

– Se falar mais uma vez que eu tento bancar a heroína, vai ser bem pior! Pense bem antes de abrir essa boquinha para falar besteiras. – dei-lhe as costas e abri o closet: ótima hora para uma limpeza.

– A culpa não é minha se você gosta de morrer, de bancar a Super-Moça por aí! Você banca sim a heroína, quando sai por aí sem pensar.

– Nossa, desculpe se eu tenho uma boa índole e tento ajudar meus amigos. Se eu soubesse que essa seria sua reação, eu teria deixado Cupido te matar e convidaria Phoebe para jogar cartas comigo. – jogo uma de suas camisas por cima do ombro

– Se eu soubesse que teríamos essa discussão tão boba, eu não teria ido atrás de você!

– Nunca pedi que fosse atrás de mim, Lorenzzo! Se eu quisesse que você fosse para o meio da floresta, se eu quisesse que meu ponto fraco estivesse lá, para o bel-prazer de um deus esquizofrênico, eu teria lhe deixado um bilhete.

– Ah nossa: obrigado por esclarecer tudo!

– De nada, é só chamar quando precisar de uma luzinha no fim do túnel mental da sua mentezinha! – eu deveria estar gravando essa discussão: tenho certeza de que nossa cara era cômica.

Mas eu realmente estava magoada: ele realmente achava que eu bancava uma heroína? E quando eu salvei a vida dele? E quando salvei a irmã dele? Ele se esquecera disso? Deixara mesmo sua raiva suprimir sua gratidão?

– Não me provoque Catarina de Lyra!

– Ou o quê? O filhotinho de Marte vai ficar estressad... – e foi a minha vez de ser calada, mas por um beijo.

Ele me puxou de encontro a seu corpo quando eu menos esperei, e então eu já estava envolvida por seus braços fortes e recebendo um beijo violento, mas ainda carinhoso. Da forma mais clichê possível, nossos lábios travavam uma guerra por controle, enquanto minha mente tentava me lembrar que eu deveria estar com raiva dele e não me rendendo a um beijo, que precedia seu tradicional pedido de desculpas.

– Você ta brincando com a minha cara, né? Vai usar o mesmo truque duas vezes? Já ouviu falar em romantismo, filho da guerra? – escapei de seus braços

– Sou parnasiano! – ele responde

– E eu também, mas um carinho às vezes cai bem! – sim, eu to citando MPB, não, eu não me envergonho disso.

– Estou tentando te dar carinho, mas você fica me afastando... – ele me vira para si mais uma vez.

– É muito fácil querer dar carinho depois de uma discussão: tão clichê! Experimente mais ligações, mais surpresas... – fui enumerando o bando de coisas que toda menininha gostaria de receber do namorado.

– Não era você quem não gostava desse tipo de coisa?

– E você acreditou? Ora, francamente!

– Olha... Eu não sou bom nisso! Meus instintos são violentos quando dizem respeito a te proteger: tudo o que te envolve, me deixa furioso.

– Eu poderia achar isso sexy e fofo... Se eu não estivesse a ponto de arrancar-lhe a cabeça, tamanha minha raiva no momento! – abri, mais uma vez, as portas de meu closet, como quem abre a porta da geladeira, mas não sabe o que fazer. – Isso não ta dando certo!

– O quê?

– Nós: estamos discutindo muito nesses últimos meses, e isso não está nada bom! – eu ainda não o encarava, não haveria como fazer isso.

– Tá terminando comigo? – uma tristeza autêntica se instalou em sua voz, e me quebrou por dentro.

– Tá mais para pedindo um tempo! – eu já sentia as lágrimas prestes a caírem – Não vai dar certo se ficarmos nos magoando, se eu ficar te magoando e me magoando...

– Tem certeza de que é isso o que você quer, Cathy? – ele sussurra, parado bem atrás de mim.

– Eu não tenho certeza de mais nada! – suspirei

– Então quando tiver certeza de alguma coisa, me avise: estou ficando um pouco cansado de não saber das coisas! – sua voz não se ergue enquanto ele sai do quarto.

E a tempestade de lágrimas que havia em mim, desaba torrencialmente.

P. O. V Autora:

Corações partidos a parte, uma coisa ficou mal resolvida depois de toda a confusão no Acampamento: o casamento. O que acontecerá agora? Eles ainda casarão? Quem vai dar um jeito nas coisas?

Sorte de todos que uma filha de Hera existe para salvá-los!!

Assim que toda a confusão começou, Sophia – que ficaria esquecida por ali – resolveu agir em prol dos que mais seriam prejudicados: os noivos. Sem que ninguém percebesse, entrou no chalé de Hera e pediu por ajuda da mãe, embora tenha prometido que nunca o faria, mas levando em consideração o altruísmo de sua cunhada (ou ex), resolveu que alguns sacrifícios eram necessários.

Enfim, teve uma conversa duradoura com sua mãe, que lhe garantiu que, se ela marcasse tudo, teria uma sacerdotisa à altura para a realização da cerimônia. Com esse incentivo, Sophia só precisava pensar em um lugar perfeito para a realização de um sonho...

E ela sabia exatamente como conseguir isso.

P. O. V Eleazar:

Depois de tanta confusão, eu só queria ir pra casa e dormir durante uns dois dias. Minha vida estava pior do que a dos personagens de Game Of Thrones – que, no momento, era a minha distração da vez.

E lá estava eu, bonito e ruivo – mentira, eu estava um caco, ainda mais usando moletom –, enrolado em um cobertor e com mais pipoca do que o cinema, quando a campainha toca e interrompe a minha tristeza.

– Quem em incomoda? – pergunto ao abrir a porta. – Ahn... Acho que errou de irmão!

– Pelo contrário: nunca estive tão certa sobre quem visitar! – e antes que eu pudesse dizer algo, Sophia saltita para dentro de meu apartamento e desliga a TV.

Ainda atordoado, fechei a porta e voltei-me para a irmã de Lorenzzo. Esperava que ela tivesse um bom motivo para estar ali, interrompendo meu domingo da depressão.

– Ok, o que viestes fazer aqui? – perguntei, voltando para o meu aconchegante sofá.

– Vim para falar do casamento, ora! – e do jeito que ela fala, até parece que se tratava de algo óbvio.

Como filha de Hera, Sophia estava sempre pensando em casamentos e coisas do gênero. Assim sendo, seus melhores amigos no Acampamento eram os filhos de Afrodite, e estavam sempre juntando pessoas ou anotando o status de relacionamento.

– Olha, eu até concordo que sou velho... Mas você não acha que a Marie é muito nova para se casar? Talvez ela até queira, mas duvido muito que o pai dela deixe... – argumentei, mas fui silenciado por um olhar de pura raiva

– O que você tem de ruivo, você tem de tapado... Ainda não é sobre seu casamento que vou falar, e sim o do Lucas!

Com tudo esclarecido, fui saudado com o que ocorreu nos bastidores do espetáculo – no caso, a pseudobatalha – e com o plano mirabolante da filha de Hera, que envolvia dezenas de metros de tafetá, um enorme grupo de semideuses em um avião, diferentes espécies de flores e um Buffet grande o suficiente para alimentar a Etiópia inteira. Ah, sem falar no lugar monumental que eu deveria arranjar.

– Por favor, por favor, diga que consiga! Eu sei que eles preferem coisas simples, como um casamento na praia, mas acho que eles merecem algo grande como isso! – ela implora, como uma criança implora por doces.

Eu já estava envolvido até o pescoço nesse casamento, mas estava na dúvida se deveria me envolver ao ponto de pedir que minha mãe desistisse das reservas de Janeiro de 2014, em troca de fornecer o Frontenac para nós. Fazia sentido e era racional, mas a culpa que eu sentia era maior que isso.

Com um suspiro, inclinei-me para o telefone e estava discando o número do celular de minha mãe, quando a campainha tocou mais uma vez, e eu percebi que aquele não era o meu dia de paz!

– Quem me incomo...

– Quer dizer, que agora eu te incomodo? E o que dizer sobre os 9 meses que você passou dentro de mim? E quem é aquela criança? E... – minha mãe, que havia interrompido minha frase, se interrompe ao entrar no apartamento.

– Olá, senhora Campbell! Quanto tempo! – Valentina surge do corredor, mas não vem sozinha.

– Ah, então é dela que você puxou tanta ruivissse? – uma Catarina com olhos muito inchados, zomba de mim.

E de repente o meu aconchegante apartamento, se torna um clube de encontro de mulheres. Senti-me como o garçom, no momento em que elas começaram a tagarelar e trocar elogios como nunca antes.

– Ok, ok: o que vocês três estão fazendo aqui? – descontrolo-me, quando o nível de fala ultrapassa os decibéis instituídos. – Mãe, por favor...

– Pelo que eu me lembre, foi seu aniversário há alguns dias, e como não pude estar aqui no dia, estou aqui agora. E estou aproveitando a viagem para lhe entregar isso. – ela se ergue da poltrona e me entrega um envelope.

O selo que o fechava fez com que eu perdesse o fôlego por um minuto.

A Comissão Interna das Olimpíadas Juvenis de Inverno tem o prazer de convidá-lo a juntar-se a nós como Comentarista e Anfitrião dos Jogos de 2013. Será uma honra contar com as avaliações e com o carisma do único hexacampeão da história.

Sequer havia terminado de ler, quando um segundo envelope foi posto em minhas mãos. Esse, por sua vez, estava endereçado à Valentina – que sorria de orelha a orelha, enquanto saltitava na minha frente. Ela havia destacado a parte mais importante, para que eu não me demorasse a ler.

É com grande prazer e honra que a CIOJI a convida, Maria Valentina Reymond, para juntar-se a nós na Abertura das Olimpíadas Juvenis de Inverno de 2013.

– Você também...

Oui, Elz! E já vou avisando que minhas malas estão prontas. – Valentina pula em meu pescoço, e eu sinto um pouco de sua alegria passar para mim.

– Senhora Campbell, acho que terá muitos hóspedes pelos próximos dois meses... Além de uma cerimônia di-vi-na!


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Querem me matar agora?



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