Undisclosed Desires escrita por Dama do Poente


Capítulo 49
48 - The Gladiators


Notas iniciais do capítulo

Meu Pc tá bom de novo, meu povo! O que significa que vocês vão me aguentar de novo o/
Agradecimentos à: SweetJúlia, McLancheFeliz, Isadhoraaaa2504, Mylla Grace Valdez di Angelo, Miss Nutella e Victoire.
Aproveitem!



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P. O. V Nico:

Algo muito estranho estava acontecendo naquela clareira. Algo muito além de Valentina ter “matado” Cupido e libertado Eros... Esse treco de personalidades já era confuso o suficiente, e só estava piorando devido a minha mente estar toldada por conta da batalha.

Enfim, Thalia e eu ainda estávamos à margem da confusão, quando o segundo round começou...

– Sempre fugindo, não é? Ainda me pergunto se naquela missão você realmente sofreu nas mãos dos Stolls ou se foi apenas uma desculpa para não morrer! – Thalia friamente sussurra, e o ar a nossa volta estala.

Por um momento a confusão tolda-me mais ainda, passando rapidamente quando olho para cima e a vejo de pé, frente a frente com Phoebe.

Sabia que era ali que o fim da caçadora começava, sabia que eu podia impedir, mas eu não queria. Há tempos que eu a queria morta; afinal, ela deveria ter morrido... Não Bianca! Sentia-me um idiota por desejar tal coisa, um verdadeiro bebê chorão, mas resolvi continuar seguindo o meu auto-conselho: deixei meus sentimentos rebelarem-se depois de anos.

Se me sentiria melhor depois, eu não sabia, mas tinha uma certeza: Thalia se sentiria, e isso bastava. Era egoísmo puro, sei bem, mas não me importava.

– Sempre se achando a dona da razão, não é mesmo Grace? – Phoebe era muito maior que Thalia, mas parecia tremer ao lado dela.

– Pelo menos eu não fujo!

– Eis uma grande diferença entre nós, minha querida: você considera o que faço como fuga, enquanto eu chamo de estratégia! – e antes que eu pudesse mover-me para segurar a traidora, essa já tinha subido em uma árvore e corria tão rápido quanto o vento.

– Vou mostrar a você como se monta uma boa estratégia! – e pela segunda vez naquela noite, eu perdia Thalia para seus impulsos.

P. O. V Valentina:

Não acreditava em mim mesma, nem nas dores que sentia, nem no icor aos meus pés, muito menos no perfume suave que Cupido/Eros deixara ao partir. Tampouco botava fé em Cathy, ali desmaiada ou morta, mas fora por ela que eu fizera tudo.

– Meus deuses! – cai sobre meus joelhos, chorando miseravelmente.

Ela estava mais uma vez imóvel, e Lorenzzo mais uma vez desolado. E de novo, a culpa era minha. Na tentativa falha de ajudá-la, eu acabara pondo um fim diferente do planejado.

– De-de-desculpe! – murmurava infinitamente, sem fazer sentido algum.

Eu estava exausta, mental e fisicamente, e tudo o que eu queria era chorar até desidratar, porque era só isso que eu sabia fazer. Agora entendia porque todos me protegiam: eu não servia para combates; perdia o controle rapidamente, e no fim me desesperava se algo saía errado. Desastre ambulante deveria ser meu nome, não Maria Valentina.

– Acho que Desastre Ambulante Reymond é um péssimo nome! Continua aí na pegada de Maria Valentina, que combina mais contigo, mas deixa as roupas pretas para mim e...

– Safada, filha da mãe, quase me mata de susto e culpa! – e essa sou eu, dando um abraço de urso em minha irmã, que não morrera.

– Acha mesmo que eu morreria, sem poder ver certas coisas acontecerem? Mas não mesmo! – Cathy ri, e sua voz sai um tanto fonha, como se estivesse gripada – Principalmente agora que estou morta... De orgulho de você!

Eu teria dito algo, ou choraria mais, se uma explosão ao longe não nos congelasse e nos lembrasse que não havia acabado. Thalia ainda não combatera, e não encerraria a noite antes disso.

– Odeio cortar o assunto das duas, mas temos que ir! – Lorenzzo observa a direção da qual o barulho vinha. – Quer ajuda? – pergunta à Cathy, sem verdadeiramente olhá-la.

– Não! Eu posso ir até lá sozinha! – e ela, por sua vez, não quer dar o braço a torcer e tenta levantar. Mas suas pernas a traem.

– Humpf! – Enzzo a pega no colo, mas continua não olhando em seus olhos.

Nunca os vira tão zangados um com o outro como estavam agora, entretanto, não havia muito o que eu pudesse fazer: ainda tínhamos uma traidora para destruir.

P. O. V Eleazar:

Foi assustador e fascinante ver Valentina lutando. A decisão em seus olhos parecia deixá-la ainda mais bonita que nunca, e quase tiraram meu foco da batalha, mas ela me trouxe de volta assim que me pediu para levar a tal humana para a enfermaria.

Não pude crer na crueldade de Cupido: a ferida na garota era séria, e se eu não tivesse sido rápido o suficiente, ela provavelmente teria morrido ali, na floresta, sem um pingo de dignidade. Não que ter relações com deuses no meio da floresta seja sinal de dignidade, mas...

Enfim, eu esperava que tudo se resolvesse naquela clareira, e que pudéssemos respirar aliviados, mas percebi que meus desejos não se realizariam daquela vez, quando um relâmpago quase me cegou, de tão perto que caiu.

– Nem pense em dar mais um passo: você está cercada, traidora! – a potente voz de Thalia segue o clarão

– Agora eu sou a traidora? Não fui eu quem trouxe a maldição para a família, muito menos eu quem a deixou para trás por causa de um amaldiçoado! – outra voz feminina contra-ataca, talvez a tal de Phoebe.

– Eu posso até ter saído da caçada por causa dele, mas eu jamais traí Ártemis durante todo o tempo em que lhe servi; fui leal até meu último dia, e preferi deixar todas, que por anos foram minhas irmãs, a trair-lhes a lealdade. Não que você tenha alguma noção do que isso significa!

– Tão belas palavras... Quem escuta até acredita que você seja a boa moça e eu seja a vilã, quando na verdade é bem o contrário: você e seu primo idiota, o cabeça de peixe, trouxeram esse amaldiçoado para perto da família, e desde o dia em que ele se aproximou, eu só vejo desgraças acontecendo: eu fui impedida de ir à missão, Zöe morreu e até a imprestável da irmã dele se foi...

– Mais respeito quando for falar de Bianca! – Nico sibilou, movendo-se rapidamente em direção à Phoebe, mas essa escapou da cutilada da espada de ferro estígio.

– Ela era imprestável mesmo. Se servisse para algo, não teria parado no meio da missão para pegar algo para você, que é duplamente imprestável!

– Diferente de você, minha irmã amava alguém! Ela tinha um coração!

O Acampamento todo assistia, porém ninguém soltava um pio. Era como uma dança, e todos estávamos encantados com a maestria com que Nico e Thalia cercavam Phoebe; ao mesmo tempo, estávamos temerosos com o que aqueles dois seriam capazes de fazer, tamanha a raiva que espalhavam.

– Amava-te tanto que nem pensou duas vezes antes de te abandonar e seguir um bando de garotas mal amadas! – um arquejo coletivo surge do grupo de caçadoras, e olhares de ódio se acendem na direção da traidora. – Não que eu a culpe: quem amaria um garotinho irritante que só pensava em um jogo idiota?

– Eu dobraria a língua antes de falar besteiras, Phoebe! – um sorriso mordaz brinca nos lábios de Thalia

– Vai me dizer que você o ama? – e a voz ácida se transforma em puro deboche. – Faz-me rir!

– Nunca lhe ensinaram a respeitar a alma dos que se foram? – Thalia resmunga, tentando mudar o rumo da conversa.

– Assim como você respeita a alma da sua mãe? Ou como você se manteve intocada por conta daquele Traidor Filho de Hermes? Pelo visto você é um ímã para traições, não acha?

Nunca pensei que em toda minha vida seria capaz de narrar tais cenas, de presenciar tamanha descarga de raiva e adrenalina. Jamais passou por minha mente, durante esses 20 anos mal vividos, que chegaria o dia em que eu veria duas garotas brigando e que sentiria medo disso.

Até mesmo Nico, que desde o início estava disposto a por freios em Thalia, afastou-se no momento em que a filha de Zeus sacou sua lança e liberou seu famoso escudo. Sempre ouvira falar de Aegis – o famoso escudo com o busto de Medusa, a górgona, encravado no bronze –, mas só tive noção de seu poder naquele instante.

– Vai se esconder atrás desse escudo como sempre, não é? Você fazia isso, enquanto o resto de nós lutava a peito aberto! – Phoebe a provoca mais uma vez.

– Quer lutar nos seus termos, Phoebe? Pois bem, assim seja! – e foi com horror que observei Thalia puxar o escudo, que parecia ter sido soldado em sua pele, e gritar quando enfim se libertou dele. – O que me diz?

– Será um prazer te matar!

P. O. V Autora:

Imaginem um espetáculo, retratando lutas antigas. Imaginem a violência envolvida em um combate entre aqueles que já foram iguais, e que hoje sentem sede pelo sangue um do outro... Pois bem, Thalia e Phoebe sentiam-se assim naquele duelo.

Os expectadores mal conseguiam acompanhar os movimentos rápidos, tudo o que viam eram dois raios – uma prata e outro preto – chocando-se, e a lâmina de uma faca de caça contra uma lança.

Não havia vantagem para nenhuma das duas: ambas eram ótimas em lutas corpo a corpo, além de terem armas incompatíveis. Enquanto Thalia tinha a sorte de ter uma arma de longo alcance, e o poder de disparar raios, Phoebe preferia usar sua agilidade e sua arma de curto alcance para dançar ao redor de sua adversária e confundi-la enquanto cantarolava calúnias.

– Você está louca! – Thalia berra, acima do som dos raios que caiam por ali, e destruíam a bela ornamentação.

– Louca? Ora, nunca estive tão sã! Parece-me que você foi, mais uma vez, atingida pela maldição que esse aí carrega: esqueceu de todos os males que ele nos fez? Desde que esse filho de Hades infectou a caçada com sua presença, as desgraças não pararam e a pior delas foi você: entrou para caçada e logo tomou o lugar da Zöe, apenas por ser irmã de Ártemis, e quando quis, saiu. – desvia de uma estocada da lança – A CAÇADA É SÉRIA, E VOCÊ ENTROU POR UM GAROTO E SAIU POR OUTRO!

– Pois a mim parece que é você que quer o Nico! Por que tanto ódio, em Phoebe? Todas as vezes que ele se aproximou da caçada, foi para nos ajudar: a caçada é um grupo forte, mas nem todas têm poderes especiais, precisaríamos da ajuda dele e ele estava lá por nós! Deveria ser grata!

– Grata? Por ele ter amaldiçoado minha família? Por ter me feito perde meu lugar para uma filha de Zeus idiota? Por... – e se a boca de Phoebe é calda, a culpa com certeza é da rasteira que levou.

– Quer saber por que eu fiquei com o cargo de Tenente? Porque ninguém lidera melhor do que os filhos de Zeus: nascemos para liderar! Muito diferente de você, que se deixa levar por sentimentos tão baixos. Quem é você, se comparada aos filhos de Zeus? – era a primeira vez que ela tinha orgulho de suas origens.

– Alguém disposta a te matar! – a ex-amiga, que já havia se levantado, volta a sua ofensiva desvairada.

Faíscas voavam enquanto lâmina e lança embatiam, e as duas desviavam quando ataques diretos estavam muito próximos. Entretanto, a raiva não cegou apenas Phoebe: enquanto tentava atacar, Thalia não percebeu que a caçadora sacara uma segunda faca de caça.

– THALIA, AS MÃOS DELA! – uma voz, vinda dos recantos do bosque, a alertou a tempo de girar e ver o ardil que lhe esperava.

E com a lança, Thalia bloqueia o ataque duplo de Phoebe e derruba a traidora no chão, ajoelhando-se por cima de sua ex-companheira de equipe, a qual achava ter a amizade, quando tinha apenas o desprezo.

– Eu sei que Ártemis ficará desolada com sua morte, mas creio que ela ficará melhor sem você!

– Uma pena não poder dizer o mesmo sobre você! – e antes que Thalia pudesse dar o golpe fatal, Phoebe enterra uma de suas facas na coxa da filha de Zeus, rasgando sua veia femoral.

Imediatamente o sangue começou a jorrar da ferida, e Thalia tombou para o lado, enfraquecendo à medida que o líquido vital abandonava seu corpo.

“Salve-a!! Eu nunca pude fazer nada de bom para ela, mas você ainda pode!” – a voz, que Nico ouvira em sua última aventura no Mundo Inferior, voltou a lhe sussurrar e ele voltou a ativa. Em questões de segundos estava ao lado de Thalia e acertou um chute no corpo de Phoebe, quebrando-lhe algumas costelas.

– Passou todo o tempo dizendo que fui a sua ruína e tenho que concordar com você: serei mesmo o seu fim! – e sem um pingo de misericórdia em seu âmago, Nico crava a lâmina de sua espada no pescoço da caçadora

–Vou encontrar com essa aí do outro lado. Graças à uma leal informante! – Phoebe gorgolejou, em seu último suspiro.

– E eu terei o prazer de caçá-la! – e usando de uma força descomunal, Nico forçou a lâmina estígia e atravessou o corpo dela, arrancando-lhe a vida.

– THALIA! – uma soprano dramática arrancou-lhe da violência, e o fez olhar ao seu redor: estava cercado por sangue.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Ficou bom? Sejam sinceros e me deixem recadinhos!
Outra coisa: o que acham que deve acontecer com a Diamond e com a relação entre Lorenzzo e Catarina!
Beijos