Undisclosed Desires escrita por Dama do Poente


Capítulo 47
46 - Ultraviolence


Notas iniciais do capítulo

Quase que não temos capítulo essa semana: com esse negócio de vestibular da UERJ no domingo, eu estou tão nervosa que não conseguia me concentrar!
Mas aqui está o capítulo, que eu passei a tarde escrevendo - como se tivesse sofrido uma epifania - e ele é quase inspirado na nova música da Lana Del Rey - Ultraviolence. Espero que a escutem enquanto lêem! Combina bastante ;)
Espero que curtam e obrigados à todos que leram o último capítulo!!
Ah, e leitores novos, sejam bem-vindos e leitores Neyde: dêem um oizinho!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/401223/chapter/47

P. O. V Eleazar:

A parte ruim de estar em um Acampamento é o tamanho do bosque ao redor dele, que parece se tornar dez vezes maior quando somos obrigados a procurar alguma coisa nele. E piora ainda mais se todo mundo ao redor estivr surtando/surtado.

Depois que Thalia saiu correndo atrás da tal Phoebe, Nico murmurou um bom conjunto de palavrões – em todos os idiomas em que era fluente – e gritou com Lorenzzo antes de seguí-la, através de uma viagem nas sombras.

– Quer brigar com sua namorada pelos atos estúpidos que ela comete pelos amigos? Que tal encontrá-la primeiro? – e então, as trevas o cercam e ele desaparece

– Insolente! – Lorenzzo praticamente rosna, desembainhando sua lança – Vejamos quem vai achar quem primeiro...

E agora aqui estou eu, caminhando pelo maldito bosque, acompanhado por um filho de Marte que espalhava raiva, procurando por minha cunhada. Ah, e correndo sérios riscos de morrer, caso não a achasse: só os deuses sabem o que Valentina faria comigo se eu não achasse Catarina!

O que era algo muito bom para se refletir: quando soube da missão, Valentina apenas se retirou! Nada de gritos, ameaças de morte ou brigas violentas, das quais eu sempre saía machucado. Isso só podia significar uma coisa: ela aprontaria algo.

– Mas o quê? – acabei por externar meus pensamentos, de tão perturbada que minha mente estava.

– O quê o que? – Lorenzzo pergunta, tirando-me de meus pensamentos, fazendo com que eu perceba a atmosfera ao nosso redor. – Você também ta sentindo?

Sim, eu sentia! Eu não era telepata, nem ele – pelo menos eu acho que ele não seja –, mas eu podia sentir uma energia no ar, que eu não sentia até nos aproximarmos daquela região.

– Ela está por perto, posso sentir suas ondas cerebrais daqui! – ele comemora, beirando o alívio.

Entretanto, não era o único ali que sentia ondas cerebrais. Como disse, não somos telepatas, mas nossas namoradas são e vivíamos sob grande influência de seus poderes mentais superdesenvolvidos. Porém eu jamais conseguiria me comunicar, por pensamentos, com Catarina: não tínhamos um elo passional e nem um fraternal. Nosso único elo era Valentina.

E era a presença dela que eu sentia naquela noite.

P. O. V Autora:

“O segredo Mortal está por ressurgir”, a profecia dissera, e isso aumentara um medo que, até então, Nico não percebera que tinha.

Alguns sacrifícios serão necessários para que a verdade se revele”, Catarina cansara de repetir, e ele sabia que não era presunção dela.

Ele só não esperava – e tampouco queria – que tais sacrifícios fossem a própria Catarina e Thalia, que era capaz – além de estar disposta – de lutar até a morte naquela noite. O filho de Hades, mais uma vez, temia a morte; e mais intensamente do que todas as outras vezes juntas.

Impedí-la era tudo o que passava por sua mente enquanto viajava pelas sombras, sem saber aonde chegaria ou como a encontraria.

“Seguir seus instintos seria uma boa... Deixe suas emoções escaparem de seu manto de frieza e rebelarem-se às vezes!”, algo em sua mente sussurrou-lhe e ele resolveu acatar tal conselho.

Deixou seus instintos e suas emoções lhe guiarem, e logo ele estava no lugar certo: entre as árvores, pronto para impedir que Thalia cometesse alguma loucura... Entretanto, se não soubesse que estaria compactuando com uma tremenda tragédia, ele teria observado, encantado, a graciosidade com que a ex-caçadora corria. Graciosidade que foi interrompida quando seus corpos se chocaram.

– Que merda você ta fazendo? – a garota grita, quando suas costas atingem o solo úmido do bosque.

– Prorrogando sua morte, cara mia! – responde arrogante.

– Não é necessário: eu não morro enquanto aquela vadia falsa continuar respirando! – ela se debate, tentando soltar-se do aperto de ferro dele.

Tudo em vão, pois só fez com que ele aumentasse ainda mais a força, até parecer que estavam soldados juntos: suas mãos foram presas ao lado de seu corpo e suas pernas torneadas foram contindas pelos joelhos fortes dele. Sexy, clichê e indispensável naquele momento.

– Você não sabe o erro que está comentendo ao me prender aqui! – os olhos azuis faiscaram e o corpo da filha de Zeus estava eletrizado, distribuindo choques pela pele do moreno.

– Mas sei os que estou evitando! – a encara sério, os olhos alguns tons mais escuros e a voz algumas oitavas mais grossa, causando arrepios na semideusa. Ambos admiravam-se pelas posições protetoras que queriam tomar, e a guerra por controle e sanidade tirava-lhes o fôlego – Não pode sair correndo por aí, sem pensar nas conseqüências, Thalia! – ouvir seu nome só fez com que os arrepios aumentassem ainda mais.

– Quem é você agora? Algum filho de Atena? – tentou fingir o desdém, mas a voz saiu quase num sussurro

– Não! Apenas alguém estúpido o suficiente para se importar tanto com você, ao ponto de não querê-la morta! – e tais palavras quebraram toda a irracionalidade e frieza instaladas nela.

Reconhecia-se naquelas palavras, afinal, há 6 anos era ela quem as dizia: correra para impedir que alguém importante fizesse uma besteira, mas sua corrida não surtiu o efeito desejado, e ela se machucara ainda mais.

Não podia fazer isso com Nico; não com ele que sempre fora o carinho personificado, mas acabara sufocado pelas trevas que conheceu. Não podia falhar de novo, não com ele!

– ... – um barulho ali perto a interrompeu, e os dois se entreolharam assustados. Rapidamente, esconderam-se em um arbusto próximo.

Um raio de luar atingiu algo branco feito neve, que ondulava com o vento, e estava envolto em um tecido rubro. Mesmo de longe, os dois a reconheceram e fizeram-se a mesma pergunta: o que Diamond estaria fazendo ali?

A líder de torcida, alheia à companhia, examinou um papel em suas mãos e continuou sua caminhada bosque adentro.

Preto e azul chocaram-se quando Nico e Thalia se encararam, mais uma vez, ainda confusos, porém conscientes o suficiente para tomarem uma decisão.

– Vamos! – e juntos, seguem a loira.

P. O. V Catarina:

Senti minha inteligência ser subestimada quando fui amarrada. Tudo bem que a corda foi conjurada por um deus, mas ele era um deus menor e momentaneamente enfraquecido por sua loucura.

– Sabe que ela vai se soltar disso, não é? – a caçadora traidora me observa, desdenhosamente

– Tanto quanto sei que está ardendo de desejo! – Cupido a provoca, tentando beijá-la. – Pra que quer manter sua honra intacta? Independente do qua acontecerá hoje, não será mais bem-vinda à caçada.

– Como se minhas chances aumentassem caso eu me tornasse sua amante! Sua esposa com certeza adoraria! – a ironia naquela voz me incomodava.

– Psiqué me considera um monstro! – havia um pouco de tristeza na voz de Cupido, como se a bondade dentro dele tentasse escapar. Entretanto, esta foi novamente sufocada... – Então, não me importaria em ter uma ou duas amantes em minha cama.

– Você é repugnante! – Phoebe retorce o nariz e se afasta.

Nesse momento, entrando na clareira em que estávamos, mais uma peça se juntou ao tabuleiro daquele jogo de ódio e intrigas.

– Surpresa em me ver, Catarina? – Diamond pergunta

– Ansiosa, para ser sincera! – sorrio sarcasticamente

– Como se pudesse fazer alguma coisa para me ferir! – dá de ombros – Queriam me ver?

– Com certeza! Estava refletindo sobre o quão vantajoso seria ter amantes; todos os deuses casados têm várias e vários, mas eu queria ter meus fixos! Gostaria de ser a líder delas? – o papo era péssimo, mas Cupido a estava ganhando. E isso estava óbvio pelo jeito que seus lábios estavam em sua orelha e uma das mãos levantava a saia do sobretudo.

– Seria um prazer! – ela geme, luxuriosamente, enquanto ele caminha com ela até um rochedo.

Não acreditava no que meus olhos viam: ele realmente transaria com ela ali, com Phoebe e eu assistindo, como se aquilo não fosse um seqüestro. Ele nos torturaria e a usaria.

Mesmo de longe, eu podia ouvir os gemidos de Diamond e os sussurros dos lábios de Cupido ao entrarem em contato com cada centímetro da pele alva. Ele a beijou por completo, e ela não se importou em ser exposta ou a revelar seu prazer.

Por outro lado, Phoebe parecia ter ânsias e eu queria ter as mãos livres para cavar um buraco e me esconder nele até que aquilo findasse.

– Em todos os éons como deus do desejo, houve um que nunca tive o prazer de realizar! – ele traça o caminho de volta, da intimidade dela ao pescoço.

– Diga-me e eu terei prazer de realizá-lo! – ela ofega quando dois dedos dele a invade.

– Sempre quis... – ele se interrompe, pegando algo prateado no bolso – Ah, minha querida, como sempre desejei isso! – ele acaricia a jugular de Diamond, usando o objeto que acabara de pegar. – Sempre desejei descobrir os prazeres que um corpo sem vida pode proporcionar – e ela estava tão envolvida na atmosfera luxuriante criada por ele, qu não percebia que morria aos poucos, tendo a garganta cortada por uma adaga de prata.

Então, o caos finalmente chegou!

Alguém gritou, a plenos pulmõs, um não aterrorizado o suficiente para distrair Cupido e o fazer soltar o corpo entorpecido de Diamond. E quando ele estava prestes a atirar a adaga na direção de que o grito viera, algo negro como a noite e brilhante quanto ouro desviou a trajetória da lâmina, que teria acertado Phoebe se essa não tivesse reflexos rápidos e não tivesse se abaixado a tempo.

A lâmina cravou-se em uma árvore, e ao seu lado havia uma flecha tão escura quanto a noite, que me deu uma certeza: o jogo começara!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e que me deixem recadinhos ^^
Desejem-me boa sorte no domingo, delícias!!
Beijos!!