Undisclosed Desires escrita por Dama do Poente


Capítulo 46
45 - Temporada de Caça


Notas iniciais do capítulo

Ooooi gente!!! Obrigada a todos que leram o útlimo capítulo; sei que querem mais ação, mas esse capítulo cheio de reflexões é importante para entenderem o que ocorrerá nos próximos! Espero que gostem desse aqui!!



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P. O. V Valentina:

Assim que percebemos o que a idiota da minha irmã fizera, o desespero se instalou no chalé 10, e quem eu menos esperava, tomou as rédeas da situação.

– Pelo amor dos deuses, parem de agir como menininhas desesperadas que acabaram de perder uma promoção de batons! – Calipso levantou-se de sua poltrona, segurando a barra do vestido – Até parece que é a primeira vez que ela faz isso!

Calipso tinha razão: ao contrário de mim, Cathy não era protegida; ela protegia-nos. Todavia, isso não me impedia de surtar: seu altruísmo era seu pecado mortal, enquanto minha preocupação com ela era meu pecado mortal. E aqui estava eu, achando que a estava perdendo novamente.

– Ela ta certa: minha cunhada é tudo, menos ajuizada! – Sophia resmunga. Se ela só tem 11 anos e fala assim da Cathy, nem quero pensar o que os mais velhos achavam... – Mas o que faremos sobre isso? Tipo: ela escolheu um péssimo momento para sumir, né?!

– É óbvio o que vai acontecer: vamos cancelar o casamento! – a noiva diz, tirando seu diadema e desfazendo o elaborado penteado. – E informaremos o que está acontecendo.

E como ela mandava ali, nos desfizemos de nossos vestidos e saltos – ouvindo reclamações de Claire e outras filhas fúteis de Afrodite -, e voltamos ao bom e velho jeans e camiseta. A própria Calipso voltou às suas roupas normais e ela convocou um conselho com os líderes de chalé e os interessados no ocorrido.

Já vestidas como campistas normais, fomos para a mesa de reunião. Que mais parecia uma mesa de julgamento, onde Thalia, Nico e Eleazar eram os réus, nós o júri, Quíron o promotor, Rachel a advogada de defesa, e Sr. D e Lupa dividiam a bancada de Juiz.

– Muito bem, que terrível mal teremos que conter dessa vez? Eu esperava poder tomar ao menos um vinhozinho nessa mer... Digo, adorável união! – Sr. D resmunga, bebendo sua diet coke.

– Algo que gosta do escuro! – Eleazar responde, e pretendia dizer mais alguma coisa, antes de ser comicamente interrompido pelo deus do vinho

– Mas o Nicolau ta aqui do lado! – o deus apontou para Nico, que parecia querer espancar o ser divino.

– Meu nome é Nico! – ele sibilou – E por que eu seqüestraria minha amiga?

– Sei lá! Coisa de família... Ouvi dizer que você já seqüestrou o Peter Johanson.

– Mas o meu nome é Percy Jackson! – Percy resmungou – E não estamos aqui para falarmos do Nico e sim de quem seqüestrou a Cathy ou quem se aproveitou das atitudes dela...

– Eu ainda me assusto quando você fala assim, mas você ta certo! – Thalia diz, erguendo-se. – A culpa do sumiço dela é toda minha: não deveria ter sido tão dura com ela. – a ex-caçadora murmura, olhando para as mãos. – Tenho uma ligeira noção de onde ela possa estar e quero ir procurá-la.

O que Thalia pode ter feito para acionar os impulsos de salvadora de Cathy? E por que ela estava indo procurá-la? Não deveria ser eu ou Lorenzzo os mais interessados em sua busca?

Sim, deveríamos, mas tudo ocorria tão rápido, que o italiano não tinha tempo de voltar do choque e eu estava ficando tonta, afinal eu era parte desse mundo, mas eu nunca fui realmente integral à ele, e me sentia péssima nesse instante: minha irmã arriscava-se várias e várias vezes, para salvar os amigos, e eu sempre esperava que ela fizesse isso, enquanto via os outros me protegerem, como se eu fosse uma princesinha delicada e mimada. Eu nunca me posicionava, nunca tinha a coragem para isso.

– Eu vou com você: eu não deveria tê-la apoiado! – e para minha surpresa, Eleazar também se ergue – Desculpe, Marie! – ele murmura, a sinceridade e culpa brilhando em seus olhos claros.

Ele sabia desde sempre, e não me contara: mais uma vez ele estava me protegendo de algo que era tão meu quanto dele. Ou melhor, tomando meu lugar em uma busca minha.

– E eu também: ela foi em meu lugar, então nada mais justo do que ir salvá-la! – Nico também se prontificou e eu não agüentei mais ficar naquele lugar.

Por mais que as intenções fossem boas, sempre aconteciam por meios errados e eu percebia isso hoje: desde o início, Cathy e eu estávamos juntas no plano de proteger Thalia e Nico, mas ela tomara sozinha a decisão de ir no lugar dos dois; ela provavelmente pedira à Eleazar que guardasse segredo, e ele fizera, com medo de minha reação: onde estava toda a confiança que deveríamos ter um no outro?

Havia tanta raiva em mim no momento, que quando dei por mim, estava em meu chalé, sentada em minha cama, encarando a cama de Catarina. Queria que ela estivesse ali: assim poderia lhe dar os tapas que merecia e depois abraçá-la, pois, por mais furiosa que eu ficasse com ela, eu não conseguia não gostar dela. Não depois de tudo o que passamos.

– Será que você não tem nada na cabeça, Catarina? – bufei e me joguei de costa na cama...

Só para pular em seguida, ao ser espetada por algo. Um prego... Por que tinha um prego em cima da minha cama?

Porque tinha um envelope embaixo dele, um envelope assinado por Catarina... Nem preciso dizer que rapidamente rasguei o envelope e dei de cara com a elegante caligrafia de minha irmã... E também com todos os sentimentos que ela sequer ousou pensar perto de mim.

“Se você está lendo isso, então está mais que claro que sou uma estúpida. Não que seja novidade, mas eu queria deixar claro, e ao me entregar à Cupido e Phoebe, não podia esclarecer melhor a minha estupidez.

Mas a razão para meus atos não se baseia e nunca se baseará em sabedoria – afinal, eu não sou filha de Atena mesmo ~pensem em mim dando de ombros, pois foi essa a minha reação ao ter essa epifania – mas sim em meus instintos – coisa que Ártemis deixou para mim. Agradeço muito por cometer tais atos ridículos, porém sinceros.

Eu não suportaria ver àqueles dois sofrerem mais do que já sofreram até aqui, mais do que não sabemos. Então, se for ter raiva de alguém, tenha de mim: eu aliciei seu perfeito namorado, eu o fiz esconder coisas de você. Mas não foi para protegê-la, e sim para que você não me impedisse: eu sei que faria isso.

E eu não podia deixá-la me impedir, pois preciso dar à eles o que merecem: felicidade eterna, digna de um filme da Disney (só que com um roteiro, ok?)

To vendo que está me chamando de egoísta e mesquinha por não ter pensado em você e no Lorenzzo, e em todos os outros que me amam e eu correspondo.

Sou um pouco egoísta sim, mas pensei muito antes de fazer isso e sei que vai dar certo porque tenho algo que Cupido e Phoebe nunca terão: você!

Crescemos separadas por uma infelicidade do destino – e também por muitas trapaças, é claro – mas não podemos negar que um elo fortíssimo nos une, e nos faz compreender coisas uma na outra, que não sabemos explicar para nós mesmas. Somos as duas metades de uma pessoa, que a biologia resolveu separar para fazer um estrago maior e um bem maior.

Sei que você tem muitos medos que eu não consigo decifrar – e que nem mesmo Eleazar (que aliás, tem que me chamar para ser madrinha de casamento) consegue entender, por mais que tente – mas acima de tudo, eu confio em você e sei que achará um jeito de contorná-los e usá-los a seu favor. Tenho certeza de que vai achar a saída para a merda que eu to fazendo e que não vai me bater no fim de tudo :D

Afinal, é a única que pode consertar tudo e eu tenho fé em você.

Te amo como nunca pensei que seria capaz de amar alguém – além do papai, é claro.

C. de Lyra.

P.S.: dê uma olhada atrás do case do meu violino e talvez você entenda o seu papel nisso tudo.

P.S².: desculpe-me pelo prego.”

Ela me arrancou lágrimas ao mesmo tempo em que um milhão de dúvidas se instalava em meu peito: o que eu poderia fazer para salvá-la, quando era ela o cérebro das gêmeas e eu o coração? Eu sequer conseguia pensar enquanto chorava de desespero.

Contudo, resolvi juntar os caquinhos que eu era agora, e reconstituir-me, para ao menos fingir estar bem. E nada melhor do que seguir o cérebro do grupo, portanto, dirigi-me até a plateleira mais distante do quarto, onde um violino negro repousa em um case também negro.

O tirei de lá e me deparei com a caixa de uma jóia... E eu sabia exatamente o que havia lá dentro: a prova de minha anormalidade; a história da filha do sol, criada nas trevas, criada na morte. Skiés.

Skiés, um arco forjado especialmene para mim, canalizando a morte que me rodeava; e quando disparado, acabando com qualquer inimigo à minha frente. Não importava ser era deus, mortal, imortal, semideus ou humano: sofreriam danos terríveis se uma das flechas os atingisse. Matava mortais e imortais e feria deuses. Era uma destruição incomparável.

Eu tinha pavor de usá-lo e desencadear um desastre. Imaginava-me em uma batalha, usando-o, e sem querer atingindo um dos meus: Eleazar, Catarina, Lorenzzo, Thalia, Nico e tantos outros que eu amava.

Mas, se Cathy dissera que aquilo podia me ajudar, então ela tinha certeza de que eu poderia controlá-lo e usá-lo para o bem. Ela sabia dos meus medos mais do que imaginava, e talvez por isso soubesse que eu precisava vencê-los.

Pela primeira vez, eu queria liberar a morte dentro de mim, que estava sedenta de sangue, e deixá-la deleitar-se com suas presas. Era minha hora de caçar.

P. O. V Eleazar:

Eu me sentia culpado. Eu era culpado. Eu nunca deveria ter concordado com o plano de Catarina: deveria ter contado à Valentina imediatamente, e juntos poderíamos ter impedido o que aconteceu.

– Eu to ferrado! – bufei, encostado no beiral da varanda.

– Não queira saber o quão ferrado Catarina vai estar, assim que a encontrarem! – Lorenzzo murmura, sentado em uma das cadeiras ao redor da enorme mesa de ping-pong.

Ele deveria ir nessa missão, não eu. Mas eu fora escolhido por ela para guardar o segredo, e só podia ser por um motivo: protegê-lo, seja do que for que está com Catarina. E se eu fora escolhido para isso, eu não a desapontaria.

Resgataria-a e a traria sã e salva para o namorado e para a irmã!

– O que eu faço com ela? Não dá pra prendê-la em um potinho!

E quando eu estava prestes a dar-lhe uma palavra de apoio, eis que algo intrigante ocorre: uma caçadora entra correndo, desesperada, na varanda e se joga aos pés de Thalia.

– Ana, o que houve? – Thalia se abaixa e segura a menina pelos braços.

– Ela... Ela... Desapareceu! Estávamos todas juntas, quando ela enlouqueceu!

– Ana, acalme-se! Quem enlouqueceu? – ela perguntou, com toda a calma do mundo

– Phoebe! – a jovem caçadora choramingou – Ela disse que finalmente teria o que era seu.

E uma nuvem de sentimentos passou pelos olhos de Thalia: choque, incredulidade, compreensão, medo, e então, raiva. Esta, mais forte que todas as outras.

– Desgraçada! – a ex-caçadora se esqueceu da menina em seus braços e pulou a grade ao meu lado. – Eu vou acabar com você!

E ela corre, bosque a dentro, antes que possamos entender o que acontecia.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero de coração que tenha gostado e que se preparem para os próximos capítulos.
Deixem recadinhos para mim: to merecendo, depois de fazer prova de física e matemática, nesse sábado chuvoso!
Beijos, amores!!