Undisclosed Desires escrita por Dama do Poente
Notas iniciais do capítulo
Esse capítulo vai, especialmente, para a lady of heaven. Amei sua recomendação *o*
Mas, também vai para todos vocês que lêem e principalmente, comentam. Vocês não sabem o quanto esses comentários fazem diferença, o quanto me ajudam a continuar a escrever nesses momentos difíceis e decisivos.
Espero que gostem!
P. O. V Lucas:
Obviamente eu estava feliz: Eu estava me casando com a mulher que amei por toda a minha vida – minhas vidas, para ser mais detalhado – e minha irmã-louca-pirada estava ali; mas havia algo no ar que me deixava aflito, nervoso.
– Finalmente consegui te encontrar sozinho! – Nikki aparece e me abraça – Como você está, irmãozinho?
Ela é apenas 5 anos mais velha que eu, mas me trata como se fosse uma segunda mãe. E se ela estava me perguntando como estou, aposto que minhas feições mostravam meus pensamentos.
– Feliz! – respondi, mas me pareceu muito vago para um cara prestes a se casar.
– Então, por que está com essa cara de quem comeu e não gostou? – ela se senta ao meu lado, na mureta da varanda, e inicia uma conversa em português.
E então, eu sabia que a conversa era séria e ela não sairia dali até que eu contasse tudo o que eu sabia e até que ela extraísse de mim até mesmo o que eu não sabia conhecer.
– Eu não sei Nikki! – suspiro, frustrado – Eu diria que estou em êxtase com meu casamento, mas também to sentindo que alguma coisa está errada, sabe? Parece que todo mundo ta nervoso, e tudo piorou depois da profecia. – tapei minha boca ao perceber a gafe que havia cometido.
Nikki era filha do primeiro casamento de minha mãe; ela é humana e não deveria saber dessas coisas. Ela nem deveria estar ali.
– Lucas, por favor... Sejamos francos um com o outro: você não é normal! – ela disse, me encarando seriamente – Mamãe me contou sobre o seu nascimento e o porquê de você estar aqui; embora eu não tenha entendido tudo, você pode desabafar com sua irmã sexy aqui! – ela me dá uma cotovelada e rimos juntos.
– Ok então! – respiro fundo antes de começar a narrativa sobre a profecia, o estresse de todos, e todas as etcs da vida.
– A única pessoa que percebi que estava estressada foi a Catara: ela ainda tem aquela mania de torcer os cabelos e morder os lábios. – Nikki comenta
E ela tinha razão: eu conhecia Cathy desde que ela tinha 3 anos e eu me mudara para a mesma rua que ela; e desde então ela não mudara seu jeito de ser. Continuava a ser birrenta, chata, mimada, dramática, altruísta e sempre se preocupava mais com os outros do que com si própria. E quando isso acontecia, ela mostrava sinais claros de sua preocupação: torcia os cachos no indicador direito e mordia o canto dos lábios.
E ela realmente fez isso, enquanto conversávamos com Nikki e Ágatha!
– Se a Cathy está nervosa, só pode significar uma coisa... – olho bem no fundo dos olhos de minha irmã – Algo muito ruim está acontecendo!
P. O. V Valentina:
Pouquíssimas coisas separavam Calipso e Lucas de passarem a eternidade juntos. Uma delas, é a minha irmã.
– Onde está a Cathy? – perguntei, assim que Thalia chegou ao chalé 10
– Não me fale de sua irmã, e você também não me dirija à palavra! – ela gritou, sentando-se em uma poltrona ali
– Mas... O que eu fiz? – pergunto, confusa.
– Ah, você ainda pergunta? – ela vira os olhos de nebulosas para mim – Que tal: saber que nada aconteceria ao Nico e não me contar? Isso é tipo obstrução de justiça.
– Espera um pouco...
– Ágatha, agora não! – eu interrompi a filha de Atena. – Como assim eu sabia que nada aconteceria com Nico?
– Suas visões na escola? Sobre alguém tentando se vingar de mim e do Nico, o suposto seqüestro dele... Eu quase infartei hoje, achando que aquela cabeça oca tinha sumido, e o idiota estava na cozinha.
E foi então, que a lâmpada da compreensão se acendeu em minha mente.
Durante meses, Cathy e eu tivemos visões sobre essas malditas vinganças bestas que nunca acabam, e em todas elas, Nico estava em perigo e Cathy ajudava Thalia a salvá-lo. Sempre soubemos quem estava por trás disso: Cupido – que estava entediado, e como uma criança mimada, resolvera corromper a vida alheia – e Phoebe – dessa, não sabíamos o motivo, mas aposto que era algo sem noção também. Porém, nunca tivemos certeza do que aconteceria.
Nunca se tem certeza quando se trata de visões... Elas são subjuntivas e incompreensíveis.
Mas agora eu entendia.
– Nunca foi o Nico! – sussurrei, já sentindo as lágrimas escorrerem por meu rosto.
– O quê? – Thalia me encara, as sobrancelhas erguidas em descrença.
– Ele sempre foi uma distração... Nunca seria tão fácil... Eles jamais nos deixariam saber do plano original assim, tão rápido, ao ponto de acabar com ele.
– Agora você está me assustando! – a filha de Zeus deixa o desdém de lado – Se não era o Nico, então quem seria?
– A única pessoa que poderia atrapalhar os planos deles, a única pessoa que faria qualquer coisa para que seus amigos não sofram! – eu murmurei – Quem se sacrifica sem pensar duas vezes...
E então, os olhos elétricos de Thalia tornaram-se chamas de pura compreensão, quando percebeu que o alvo não era Nico, e muito menos ela... Era Cathy.
P. O. V Phoebe:
Fora por dor que eu me juntara à caçada; fora por causa de um estúpido humano que quebrara meu coração. Foi há éons, mas ainda me doía.
Seu nome era Alec, tinha a mesma idade que eu, pele clara como alabastro e cabelos negros como a noite. Seus olhos brilhavam sempre que sorria, e ele sempre sorria para mim.
Mas isso mudou com a chegada de Lanie.
Ela viera da Europa, e veio para me causar a pior dor de todas: a dor do amor. Pois, desde que ela chegara e começara a provocar Alec, o mesmo deixou de ser carinhoso comigo e começar a exigir de mim o que eu não queria lhe dar no momento.
Então, como não conseguira de mim, o procurara em Lanie e partira meu coração.
Eu ficara desolada, andando pelas florestas ao redor de minha aldeia, sozinha e confusa. Ele era meu início e meu fim, meu caminho pela vida. Eu nada sabia sem ele ao meu lado, não conseguia encontrar lugar no mundo.
Até que conheci a caçada. Um lugar onde os corações partidos eram remendados, onde as fraquezas se tornavam incentivos para nos fortalecermos. Onde eu encontrei uma família. Onde encontrei a irmã que sempre quis ter: Zöe
Irmã essa que eu perdi éons depois – tantos que eu jamais conseguiria contar –, graças à um grupo de semideuses que saiu em missão, e eu não pude ajudá-la.
E então, depois de anos de serviços e depois de ser fiel à minha deusa e à minha irmã, não recebo o benefício de substituí-la. Eu era a segunda em comando, deveria ser promovida com a morte ou saída de minha tenente, certo? Seria, se mais uma “princesinha do Olimpo” não resolvesse aparecer e estragar tudo.
Thalia Grace tinha 15 anos quando se juntou à caçada e tomou o lugar que era meu por direito. Ela parecia simpática, e mesmo que não fosse, ela é irmã de Ártemis: então todas foram simpáticas com ela.
Mas ela tudo, menos leal! E ninguém enxergava isso, exceto eu!
Faz parte de nosso juramento negar a companhia dos homens; ela saiu em missão com seus primos; ela os abraçava; ela conversava com semideuses – até mesmo com romanos.
Isso era um ultraje sem fim. Como ela podia ser a tentente, se tinha tal comportamento?
E tudo só piorou com a Guerra de Gaia: ela lutou ao lado daquele maldito filho de Hades; ela nos fez cuidar dele: “Ele é meu amigo: não posso deixá-lo morrer”. E então, dois anos depois, não pensou duas vezes antes de nos deixar e partir com ele em uma missão para o fim do mundo.
E agora, se entregava à ele, debaixo do nariz de todos.
Mesmo depois de abandonar suas irmãs, Thalia Grace continuava a ser um exemplo a seguir. E eu, que dera anos de minha vida, que defendia a caçada com unhas e dentes, era só mais uma entre todas.
Eu estava cançada, já era hora da Princesinha Metida à Punk pagar por tudo que me fez.
– Veja só quem veio se juntar à nossa festinha! – aquele deus mimado anuncia, chegando ao cômodo em que eu estava.
Ele trazia uma linda menininha, que eu conhecia desde sempre. Aqueles olhos azuis gélidos, que ousavam macular a graça de minha deusa.
– Bem-vinda ao caos, Salvadora! Espero que esteja pronta para ver a ruína de seus amigos.
P. O. V Autora:
Em um livro, onde existiam vários manifestos, em um deles havia a seguinte frase: “Eu vou esquecer aqueles que amo se não os servir.”
Abdicar de si próprio é um dom incomparável, poucas pessoas o possuem. E tal dádiva é ainda mais rara nos famosos “prepotentes filhos de Apolo”, conhecidos por preocuparem-se apenas com o bronzeado perfeito e o brilho ofuscante de seus sorrisos.
Mas sempre há uma falha genética, sempre haverá o cromossomo teimoso, que não seguirá os outros, que irá escolher seu caminho e sobressair-se.
E no caso do código genético do chalé 7, Catarina era tal cromossomo: sua teimosia aumentava, sempre que seus amigos estavam em perigo. Ela sempre escolhia protegê-los à deixá-los a mercê de seus destinos.
E mais uma vez, tal escolha fora tomada, e ela estava lá, servindo aos seus amigos e abnegando seus direitos e sua liberdade.
Pois essa não teria valor algum, se não tivesse com quem compartilhar.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O Manifesto citado é o da Abnegação.
Espero que tenham gostado e que deixem recadinhos para animar a autora vestibulanda
Beijos!!