Undisclosed Desires escrita por Dama do Poente


Capítulo 42
41 - Palavras Malditas


Notas iniciais do capítulo

Não sei... Eu tenho uma grande queda por maldições... Adoro escrevê-las e decifrá-las, mas, não foi para isso que vim!
Vim desejar Feliz Páscoa para todos, que coisas boas aconteçam nesse período de renovação e que vocês recebam muito chocolate.
E vim agradecer à todos os que lêem, em especial: SweetJúlia, McLancheFeliz, Winky, Dama das Cores, Larissa di Angelo, Lady Jull, Mylla Grace, Aphroditte, Frozen e Fernanda Fuhrman.



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P. O. V Eleazar:

Alguma coisa muita errada estava prestes a acontecer. Eu podia sentir no ar e não era apenas meu instinto de sobrevivência que me alertava sobre isso. As reações de Valentina me mostravam isso.

E nem mesmo agora, enquanto via os últimos detalhes da filmagem e fotografia do casamento, eu conseguia parar de pensar em nossa última conversa.

“Era o dia do meu aniversário, e ela fora dormir em meu apartamento; mas eu estava tão preocupado que não entrei no seu clima nem sucumbi à suas vontades. Então, lá estava ela, dormindo em minha cama, enquanto eu fazia algo que ela criticava mais que tudo, mas que me acalmava quando ela não podia: fumar.

Lembro-me de que, quando começamos a namorar, ela tivera bastante trabalho para me fazer parar de fumar, e até conseguiu que eu ficasse sem durante uns bons dois anos, até que ela sumiu no mundo, e eu fiquei desesperado. E então, foram 5 meses tentando não fumar, em memória a tanto trabalho, e falhando miseravelmente em cada uma das tentativas. Como eu falhava agora.

– Câncer de esôfago, laringe, faringe e pulmão: é isso o que te espera se não apagar isso agora mesmo! – a voz de mezo-soprano me desperta de meus devaneios – Embora, você fique sexy fumando, o que quase me faz retirar a ordem anterior!

– Vou terminar esse aqui por você! – dou uma tragada, e ela sorri.

– Muito bem, senhor Campbell, o que o está fazendo fumar? – ela pergunta, me chamando para si.

Apaguei o cigarro antes de me deitar em seu abraço.

– Você está tão quieto hoje, Chaton, nem parece que é seu aniversário! – ela acaricia meu cabelo, depositando beijos em meu rosto. – Suponho que esteja preocupado – ela sussurra – Mas, o que o está preocupando? – ela puxa meu rosto, e eu fico encarando olhos azul-royales

– Eu deveria fazer essa pergunta, Maria Valentina Reymond: o que está acontecendo na Yancy? O que a está desesperando ao ponto de ter visões tão fortes que ultrapassam o limite de sua mente e aparecem na minha? O que a está assombrando? E principalmente: o que está escondendo de mim? – eu detestava usar aquele tom sério com ela, como se fossemos brigar, mas eu precisava fazê-la entender que eu queria respostas.

Mas ela não respondeu logo de início. Primeiro, ela se assustou com o meu tom de voz, e eu vi seus olhos se arregalarem ao máximo. E então, ela relaxou e apenas continuou a mexer no meu cabelo; sinal claro de que estava confusa e chateada.

E o que eu não daria para arrancar toda aquela confusão que a machucava? Eu faria qualquer coisa e sabia de algo que funcionaria milagrosamente; mas não é só de sexo que um relacionamento é feito, e por mais piegas que pareça: eu me sinto mal quando nosso relacionamento se baseia apenas nisso. Por mais prazeroso que fosse, por mais que eu fosse um bobão que sucumbia à todas as vontades de Marie, eu tinha plena consciência de que um relacionamento era bem mais que isso. Hoje parecia ser o dia perfeito para uma conversa séria.

– Vem aqui! – trouxe-a para frente, abraçando-a – Conte pro seu Chaton o que tanto artomenta sua cabecinha! – beijo seus cabelos

– Sei de coisas bem ruins, que podem acontecer em pouco tempo, e eu não sei o que fazer para impedir! – ela sussurra – Sei quem está envolvido, mas não posso contar, pois eles podem mudar sua tática.

– O que vai acontecer? – tenho certeza de que estou com a maior cara de ponto de interrogação do mundo.

– Lembra-se de quando contei sobre as visões da Cathy? De como Thalia virou “guarda-costa” de Nico? – ela perguntou, e eu concordei – Tem a ver com isso! Algo grande o suficiente para envolver dois filhos de Dois dos Três Grandes e duas profetizas!”

– Algo grande o suficiente... – murmuro, limpando exageradamente a lente de uma câmera.

– Cara, eu já sabia que você não era normal, mas nunca pensei que chegaria ao extremo de falar com suas câmeras! – Lucas diz, assustando-me.

– Eu não estou falando com a Ellie! – sim, minha câmera tem um nome, problem?! – Eu estou refletindo...

– Sobre? – ele se senta ao meu lado... Nem parece que ele ia se casar em menos de 14 horas.

– Valentina e suas visões! – murmuro, pondo a câmera em seu estojo – Ela está bastante assustada ultimamente...

– Mas sobre o que são essas visões? – ele questiona, preocupado – Não é nada sobre o casamento, é?

– Aí é que está: eu não tenho idéia! – bufo – Ela não me diz, nem compartilha seus pensamentos!

– E sua namorada não é a única que está estranha! – um terceiro ser chega, e se junta à reunião na varanda da Casa Principal, onde eu estivera durante toda a manhã.

– O que tem a Catara agora? – Lucas pergunta

– Katara não é uma personagem de Avatar? – por que todo mundo aqui tem que fazer referência à animes? Até parece que vivemos sob influência da mitologia japonesa.

– Ela mesma! A Cathy fazia cosplay dela! – Lucas dá de ombros

– Tentando imaginar essa cena impagável! Vocês têm fotos? Quero fazer uma montagem para o aniversário delas e...

– Enfim, né! – Lorenzzo nos chama a atenção – Voltando a falar sobre as visões...

– Ah, é! – suspiro, e vejo as ninfas e campistas darem o toque final na arrumação – Você dizia sobre a Cathy...

– Que ela tá dez vezes mais estranha e maluca do que é! – se ele é o namorado e ta falando isso, não quero nem pensar no que eu falaria, sendo o cunhado favorito. (N/Cathy: você não é meu cunhado favorito! N/Elz: cala a boca e sai do meu P.O.V)

– Isso é possível? – Lucas ri

– Cara, você não está entendendo a gravidade do assunto! – balancei a cabeça

– Então alguém me explica, porque faz tempo que não entendo alguma coisa. – ele perde a calma.

Mas o que quer que eu fosse explicar, ou que Lorenzzo fosse dizer, foi interrompido por Quíron e Rachel, que saiam da Casa Grande.

– Não se preocupe, minha cara, tenho certeza de que logo entenderá seus sonhos! – o centauro a tranqüilizava.

– Eu tenho medo do que eles podem significar! – Rachel responde – Muita escuridão e muita luz ao mesmo tempo. Tempestades e... – ela para de falar, ao se deparar com três pares de olhos a encarando de baixo – Melhor falarmos sobre isso depois, Quíron!

– Como quiser, senhorita Dare! – ele lhe faz uma reverência, e ela sorri

– Tem boas novas para meu casamento, Rachel? – Lucas pergunta, sorrindo

E Rachel se vira para nós, também sorridente, mas assim que abre a boca, deixa de ser ela mesma e se torna o que todo semideus teme e venera: o Oráculo de Delfos. Recitando todo o tipo de profecia maldita que você possa imaginar

O Segredo Mortal está por ressurgir

Uma escolha deve ser tomada

Salvarás ou a salvadora salva será

Dois dos Três as regras irão quebrar e tudo destruir

Traição vinda de todo à parte

Traz a certeza de uma morte

Em busca da verdade, dois vão se afastar

Mas ao fim, o Plano da Donzela jamais falhará.

E, como de costume, Rachel fica tonta ao findar de mais uma saraivada de palavras amaldiçoadas.

– Isso não é nada bom! – Lucas suspira, derrotado

– Não mesmo! Olhem! – e lá, além do horizonte, à sombra de um pinheiro, um grupo acabava de chegar.

– Pela primeira vez, fico triste ao vê-las! Pela primeira vez, fico triste por estar aqui! – Lorenzzo suspira, levantando-se – Acham melhor avisá-las?

– Suponho que sim! – murmura Quíron – Tragam o grupo para cá, eu lhes contarei tudo.

– Certo! – murmuramos e seguimos em direção à Colina.

Eles estavam falando alguma coisa, mas eu era incapaz de me ligar ao assunto. Um verso da profecia prendera-se a minha mente, assim como o que Valentina falara.

“Dois dos Três as regras irão quebrar e tudo destruir”, o Oráculo dissera, através de Rachel.

“Algo grande o suficiente para envolver dois filhos de Dois dos Três Grandes”, Valentina confidenciara

– PHOEBE? – a invejável voz de contralto se faz ouvir

– Thalia! – um raio prata passa por nós. – Por que está chegando agora? Pensei que fosse ficar no Acampamento!

– Eu também pensei, mas vários contratempos aconteceram e... Ouch, cuidado, Val! – Thalia reclama, quando, sem querer, Valentina bate com o material de DJ em sua perna

– Foi mal, eu... – ela deixa o seu fone favorito cair, e fica boquiaberta. Aquilo não era um bom sinal: ela nunca ficava sem palavras

– Hum...? Que silêncio é esse que se instalou no recinto? – Nico sai da van – Ah, as caçadoras! Não é preciso ter dom de profecia, para saber que a qualquer momento haverá captura a bandeira. – ele parecia entediado – Como nos velhos tempos!

– Mas dessa vez o Percy não vai me fazer perder! – Thalia aperta a cintura do Zumbi, que se inclina e lhe dá um beijo na bochecha – E você vai caber em uma armadura.

– Palhaçada! – ele ri, e caminha em nossa direção

– Eu ouvi alguém falar em Captura a... – e minha confirmação de que algo muito ruim se aproximava foi a expressão de Cathy, ao encarar as caçadoras.

Ela ficou transparente de tão pálida que ficou, e parecia prestes a ter uma síncope, como ela mesma costumava dizer. E ela não era a única nesse estado.

– Preparado? – Lorenzzo suspira

– Desde que aprendi a lidar com isso! – respondo, e seguro as gêmeas no exato momento em que desmaiam. – Algo muito ruim está acontecendo! Ou melhor, vai acontecer!

– Definitivamente! – ele pega Cathy no colo – A pergunta é: o que vai acontecer?


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Notas finais do capítulo

E então?
Será que, depois desse presentinho de Páscoa, mereço uma recomendação? ~le esperançosa.
Beijinhos!!