Undisclosed Desires escrita por Dama do Poente


Capítulo 4
3 - Segredos


Notas iniciais do capítulo

Eu meio que me inspirei em Pretty Little Liars pra escrever esse capítulo. Pelo menos, na música de abertura. *atualização 10/05/2016* Quando comecei a escrever essa história, eu ainda cursava o ensino médio, e lá já era muito difícil a vida. Agora, na faculdade, está ainda mais difícil. Recebi a notícia de que um professor vai se afastar por problemas de saúde, e ele era simplesmente o melhor. Quase escrevi mais do que devia nesse capítulo...
Enfim, espero que gostem dele!



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P. O. V Nico:

Eu já estive em muitas missões, e em algumas com Thalia ― e nem mesmo estou contando a Guerra contra Cronos, e a Gerra contra Gaia ―, e raramente nos tratávamos bem: estávamos sempre estressados com as questões da missão, e acabávamos desforrando um no outro. E eu só pude reparar nisso após passar aquele curto espaço de tempo ao seu lado, assistindo a queima de fogos: foi a primeira vez que estivemos juntos sem ter uma missão, guerra, capture a bandeira ou um jogo de uno entre nós... Depois de mitomagia, eu tinha que me apegar a outro jogo de cartas...

― Então, nos vemos amanhã, certo? ― Thalia pergunta, num misto de desgosto e animação. Só não sabia qual emoção era dedicada a mim.

― Pois é! Escola! Ainda descubro quem me matriculou lá! ― suspiro, triste ao pensar que estava indo para um internato. De novo! ― Boa noite!

― Pra você também! ― ela acena e entra em seu chalé.

― Que bonito! ― uma voz melodiosa ri, e eu sabia que teria problemas. Sempre tenho problemas quando o chalé sete aparece.

― É uma bela construção mesmo! ― sabia que não era ao chalé que ela se referia, mas eu gosto de bancar o bobo às vezes.

― Venha, meu amiguinho ninja, vamos andar por aí! ― ela me deu a mão, e saiu me puxando.

― Seu namorado não acha estranho que você saia andando por aí, de noite, de mãos dadas com seus amigos? ― perguntei.

― Ora, não se preocupe com Lorenzzo: ele sabe que você é como um irmão para mim! ― Lyra soltou nossas mãos, e abraçou minha cintura. ― E como sua amiga, devo conversar com você sobre o que se passa em sua mente e em seu coração, e consequentemente aparece em minhas visões.

― Ai não! ― resmunguei, imaginando o que estava por vir. Se ela achava que eu me entendia, estava completamente enganada: pra começar, eu deveria ser velho, e não era exatamente assim que eu estava...

― Ai não, mesmo! É estranho ver as pessoas se beijando por aí, e muito mais estranhos ver outras cenas, se é que me entende. ― ela corou, eu corei, o mundo corou, e ela entendeu tudo ― Oh meu santo Apolo!

― Catarina! ― usei o tom que costumo usar com ela quando quer aprontar algo, e eu não to muito a fim de ir junto

― Nico! ― ela revidou naquele tom de sou-sua-amiga-por-favor-me-conte-a-verdade

― Nem vem! ― tentei me afastar, antes que ficasse ainda mais confuso do que estava ficando.

― Mas tem uma profecia no meio disso! ― ela pulava na minha frente.

― Isso foi no inicio do verão, agora não vale mais!

― Claro que vale, o segredo é mortal porque isso é uma coisa normal aos mortais, mas muitas vezes confundida com vingança de uma filha de Afrodite por aqui! ― ela disse, parecendo perdida nas próprias palavras.

― Mas não ta acontecendo nada, ok? É apenas a minha mente inventiva demais! Eu tenho que pensar em algo para criar, sabe? Foi seu chalé quem inventou de me enfiar em aulas de arte: Annabeth pode ser minha amiga, mas é uma professora rígida! Eu gosto de liberdade quando desenho, e isso inclui representar desejos carnais...

― Isso soa extremamente Valentina! ― murmura, fazendo uma careta.

― Acho que passo muito tempo com vocês! ― suspiro, apenas pensando em todas as minhas ações durante o dia: até eu notara que estava diferente do normal... Embora me sentisse definitivamente bem daquele jeito.

― Pena saber que isso vai acabar um dia! ― ela disse, mas não lamentava nada.

― Eu tenho medo de você! ― sacudi a cabeça.

― Eu sei! Todo mundo tem! ― ela deu de ombros, como se já tivesse ouvido piores. ― Mas eu sou uma boa pessoa!

― Sei que é, e é por isso que tenho medo! ― voltamos a caminhar abraçados.

― E então? O que vai fazer? ― ela perguntou, me encarando como se eu fosse seu tio favorito e a estivesse levando para tomar sorvete na praça de alimentação do shopping.

― Andar até darmos uma volta completa, te deixar em frente ao seu chalé e ir para o meu! ― respondi simplesmente, fingindo não entender suas verdadeiras intenções.

― Pare de bancar o bobo e me dê uma resposta concreta! ― Catarina revirou os olhos, parecendo furiosa.

― Eu não sei! Eu não entendo nem o que está acontecendo. ― confesso.

― Ah, eu sei! ― ela olhou para o longe, seus olhos azuis perdendo o foco

― Volta, Lyra! ― a sacudi levemente: eu sempre fazia isso quando ela entrava em alguma visão.

Era assustador como ela ficava fora do ar, e muitas vezes voltava gritando, aterrorizada com o que viu.

― Desculpe! ― ela pisca, técnica que sempre a fazia voltar a focar no mundo real. ― Nico, se eu te pedir algo, você guarda segredo?

― Claro! ― respondi e ela suspirou.

― Alguém vai ter uma grande perda! E alguém um grande ganho! ― começa, e a sinto tremer ao meu lado. ― E essa perda, vai ser importante na minha vida! ― ela tinha grossas lágrimas ― Mas o ganho também, o ganho vai ser tipo a realização e a salvação!

― Você é meio estranha! Mas tudo bem, ainda sou seu amigo! ― a apertei mais forte, tentando livrá-la dos tremores ― Mas, quem vai morrer?

― Eu não sei, mas me vejo chorando quieta, enquanto observo alguém dormir! ― ela disse. ― Pode até ser que não se trate de uma morte... Não sei explicar, é realmente estranho.

― Quer ir pro seu chalé? ― eu realmente estava preocupado com ela. Quase entendia como Will se sentia após a Guerra contra Gaia: eu sentia vontade de mandá-la para a enfermaria.

― Na verdade, eu prefiro voltar para onde começamos, pode ser? ― ela pediu ― Eu tenho algumas guloseimas para nosso grande amiguinho.

― Tudo bem! ― sorri, e fomos para a Colina Meio-Sangue. Fora ali que realmente começamos a ser amigos.

Peleu estava lá, enrolado no Pinheiro de Thalia. Nos sentamos embaixo de seus galhos, e Lyra ficou alimentando o dragão, enquanto eu observava a lua através dos galhos

― Catarina? – a chamei

― Fala, Nico!

― Você acha que é possível? ― perguntei, embora eu quisesse me impedir disso.

― Tudo é possível quando se acredita! ― ela respondeu, parecendo muito mais velha do que era. ― É clichê, eu sei, mas é verdade! Ah, e um pouco de sacrifício também é necessário.

― Assim você me desanima!

― É a verdade, Nico! Mas nem todo sacrifício está ligado à dor! Alguns apenas se referem a deixar hábitos e atitudes de lado! ― ela disse, e acariciou a cabeça do dragão.

― Você sabe usar as palavras! ― admiti.

― Bem, é uma coisa de família! ― ela piscou.

― Uma coisa da sua família é dormir cedo, entretanto, são onze e meia, e aqui está você, burlando o toque de recolher com seu amigo que tem insônia!

― Você não tem insônia de verdade, e um dia vai entender isso, e eu tenho poderes da lua, e às vezes é legal ficar contemplando-a até tarde. Mas você tem razão: tenho que ir dormir!

― Então vamos, madame! ― me levantei, e voltamos para a área dos chalés. ― Boa noite, mini-ninja, durma bem! ― me despedi quando chegamos em frente ao seu chalé.

― Pra você também, Nico! ― ela sorriu.

― Lyra? ― chamei, quando estava há uma certa distância, e ela estava quase fechando a porta.

― Di Angelo? ― ela me incentivou a continuar.

― Pode manter segredo sobre tudo o que descobriu e falamos? ― pedi. Eu ainda não entendia o que estava acontecendo, e não queria conclusões precipitadas antes que eu descobrisse a verdade.

― Claro! Mas não vai ser como PLL, né? ― ela perguntou, e mesmo que sempre citasse suas séries como brincadeira, eu sabia que com aquela ela falava sério.

― Claro que não! Duas pessoas podem guardar segredos mesmo estando vivas, e além do que, nós já morremos algumas vezes, né? ― pisquei para ela.

― Viver é para os fracos, a parada é morrer e voltar pra zoar! A Zoeira Nunca Acaba!

― Esse é o espírito, garota! ― sorrio, contagiado por seu otimismo. ―  Até amanhã!

― Até! ― ela riu e eu voltei ao meu caminho.                 

Afinal, um dia eu saberia dos sacrifícios que ela dizia!


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Notas finais do capítulo

Sacrifício nunca é uma coisa boa, e o Nico sabe disso... Mas a que tipo de sacrifício a filha de Apolo se referia? Alguém se arrisca a opinar? Espero que tenham gostado, desse capítulo, pessoal!
Beijoos