Undisclosed Desires escrita por Dama do Poente


Capítulo 39
38 - Roteiros


Notas iniciais do capítulo

É... minha criatividade não anda muito boa para essa área aqui... Culpem meu sono!
Mas, como é de costume, vamos aos agradecimentos: Larissa di Angelo, Dama das Cores, Aphroditte, Lady Jull, Mylla Grace, lizzie, SweetJúlia, Drika Di Angelo e Frozen!
Espero que gostem, pessoal!!



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P. O. V Thalia:

Eu estava, mais uma vez, em dívida com Nico! Além de, agora, me sentir muito culpada! Eu havia roubado seu cartão, e o que ele fizera por mim? Tomara conta quando eu quase fui estuprada e cuidou de mim quando eu estava de TPM.

Eu estava me sentindo uma péssima pessoa!

– Hey! – o cumprimentei quando cheguei ao laboratório de química. Tínhamos um trabalho para fazer e aproveitamos o pouco tempo livre que tínhamos para isso.

Era fim da semana de provas e já estávamos em Novembro; ou seja: musical e casamento se aproximando, e nós dois estávamos muito envolvidos nessas atividades para prestar atenção em qualquer outra coisa.

– Oi! – ele sorriu para mim, e parecia constrangido.

Eu também estava: havia perdido as contas de quantas vezes dormimos juntos, de quantas vezes nos beijamos e de quantas vezes tinha sonhado com ele... E pensar que há dois meses, Lucas nos advertira sobre brigas...

Tudo mudara: estávamos mais próximos, mais constrangidos; ele estava mais paciente do que jamais pensei que seria nesses 6 anos que nos conhecemos, e eu estava... Mais maleável!

Apenas uma coisa não mudara: minha completa negação para química!

– Não posso apenas fazer a capa do trabalho? Sabe, aquela pessoa do grupo sem habilidade alguma, mas que faz ótimas capas? – pergunto, desistindo de uma conta sobre (acho) massa do mol.

– Thalia, você é inteligente: só precisa de um pouquinho mais de paciência para entender química! – ele disse, totalmente concentrado em suas contas – Como alguém que sabe mais matemática que o professor, não sabe química?

– Annabeth não teve tempo para me ajudar, e eu sou prima do Percy! – tudo bem que era uma desculpa esfarrapada, mas o que eu podia fazer?

– Também sou primo do Percy, e nem por isso tem problemas com as matérias da escola! E você sabe que essa parada de DNA não adianta de nada na nossa vida! – ele pousa a lapiseira na mesa

– Eu sei! – suspiro – Mas é legal lembrar que o Percy é lerdo! – sorri

– Sou obrigado a concordar com você! – ele ri – Ou não: da última vez que estive com o Percy, ele entendeu todas as piadas de Grover antes do Leo. O Leo sempre entende antes que o Grover termine de contar!

– Aposto que foi tudo armado! Trapaça! Annie deve ter dado uma escuta ao Percy, ou sei lá como chamam, e escutava as piadas de Grover e as traduzia para ele.

– Genial! Por que não pensei nisso antes? O que acha da adaptarmos esse esquema para as provas de matemática? Tenho certeza de que Eleazar e Leo podem construir algo com uma câmera e uma escuta!

– Por quê tanto desespero? – pergunto. Nico era estressado, mas desesperado ao ponto de pensar em colar na próxima prova? Essa era nova.

– Maldita seja a hora em que Diamond se prontificou para ser minha dupla em matemática! – ele bufou, se jogando na carteira – O que ela tem de bonitinha e boa Cheerleader, ela tem de cérebro oco!

– Ela deve ter vomitado o cérebro também! Ou então a água oxigenada o tenha queimado! – comento, e tento mais uma vez fazer o exercício

– Quer uma ajuda? Eu já terminei os meus... – ele pergunta

– Não precisa! – respondo

– Você ainda sente ciúmes dela? – ok, agora ele acordou a fera dentro de mim.

– Dela? Dela quem? – finjo estar entendendo o exercício. Isso com certeza tinha algo a ver com o fato de ser parente de Percy: não era possível eu ser tão ruim em química, sem ter uma influência dele.

– Diamond! – ele se inclina e ergue meu rosto – Você de repente ficou fria depois que toquei no nome dela!

– Eu só não gosto dela! – dou de ombros e o dia lá fora se clareia com um raio. Droga.

– Sei! – ele tinha um sorriso presunçoso no rosto.

– Olha, é sério! Eu não sinto ciúmes dela! Por que eu sentiria? Só por que você já dormiu com ela, e a chamou de bonitinha? Imagina! – maldita ironia, que só me encrencava nessas horas.

– É mesmo, né? – ele responde no mesmo tom – Que idiota eu fui! – ele solta meu rosto e se levanta – Afinal, você é Thalia Grace: não sente ciúmes e não se vinga!

– Exatamente – confirmo e tento voltar a me concentrar na porcaria dos exercícios...

Apenas tento, porque sou puxada de meus exercícios e vou de encontro à lábios agora tão conhecidos.

– Você não precisa sentir ciúmes dela! – ele sussurrou, segurando meus punhos.

– É mesmo? – reviro os olhos

– É, é mesmo! E quer saber por quê, oh Teimosia Pura? – ele também revira os olhos, mas tinha aquele sorrisinho irônico no rosto.

– Por quê, oh Rei Espectral? – tentei apertar suas bochechas, que há pouco, descobri serem muito fofas... Mesmo ele sendo do tipo magro...

– Porque não é dela que eu gosto! – direto e rápido, mais rápido do que os correios.

– Então de quem eu deveria ter ciúmes? – perguntei, e teria tampado minha boca, se ele não estivesse segurando meus pulsos.

– Dá pra sentir ciúmes de si própria?! – ele pergunta, puxando-me para outro beijo.

Um beijo doce, que eu nunca pensei que poderia vir dele... Mas o que eu sabia sobre ele? Só sabia que havia sofrido bastante, e que era fechado em si mesmo por isso. Entretanto, desde que chegamos naquela escola as coisas ficaram diferentes: ele riu mais naqueles 3 meses do que rira nos últimos 6 anos, e se mostrara um ótimo amigo... Realmente, surpreendente. E ele não mudara sozinho; ele me mudara também.

– Espera aí... Você está me dizen... – e se eu sou interrompida, culpem a gritaria do corredor

– Pelos deuses, criatura! Será que não dá pra entender que eu não quero nada com nenhuma outra garota? – a voz masculina era levemente familiar...

– Deveria dizer isso à Lauren, à Megan... – Catarina gritou de volta, e a luz natural que entrava pelas enormes janelas piscava. Ah, então o cara era Lorenzzo.

– Parece que tem alguém roubando nosso papel nessa história de briguinhas! – Nico murmura em meu pescoço.

– Confesso que tenho invejinha deles! – digo, e ele ergue as sombrancelhas – Você fica uma gracinha vermelho de raiva.

– Gosto mais de você quando não ta tentando me constranger! – e advinhem? Ele estava vermelho.

– Nunca pensei que seria do tipo que usaria esse tipo de voz ou falaria desse jeito, mas... Awwn, você fica uma gracinha quando tá corando! – eu ri, quando ele revirou os olhos – Isso é hilário: você ta ficando cada vez mais vermelho, e agora é de raiva e constrangimento!

– Ai, meus deuses: eu to realmente criando um monstro! – ele me faz sentar em sua perna. – Um monstrinho adorável, mas... – interrompemos a fala do Rei Espectral por motivos da entrada da minha sobrinha, que mais parecia um vendaval...

– Catarina de Lyra, será que dá pra parar de andar como uma locomotiva e... Ué, eles não se odiavam? – Lorenzzo para, ao nos ver sentados juntos.

– Não! – Nico, Cathy e eu comentamos.

– Apenas tínhamos nossas desavenças! – Nico disse, sorrindo

– Nunca pensei em dizer isso, mas: que constrangedor! – levanto-me do colo de Nico, mas ele me puxa de volta.

– Deveríamos dar licença? – Lorenzzo parecia querer aproveitar a distração de Catarina para pararem de brigar

– Imagina, fiquem a vontade. Juntem-se a nós se quiserem! – digo irônica, sentindo Nico rir com a testa encostada na minha coluna.

– Eu vou voltar para o meu dormitório! – Cathy diz – Você vai para onde quiser, apenas me esqueça! – ela aponta para Lorenzzo, e depois volta a correr.

– Merda! – ele diz, e sai da sala também.

Um silêncio incômodo se instala na sala, que se torna mais fria do que o normal naquela época do ano.

– Eu deveria falar com ela? – questiono-me.

– Acho que sim! – Nico respondeu, e depositou um beijo entre minhas omoplatas – Ela deve estar tão temperamental quanto você é!

– Tá me chamando de teimosa? – o encaro de soslaio

– Não! Estou apenas dizendo que você é uma pessoa de opinião forte! Admiro isso! – ele se defendeu.

– Vou falar com minha sobrinha de opinião forte, então! – me soltei de seus braços – E você deveria correr, e trazer o namorado dela de volta: não vou lá secar as lágrimas dela a toa!

– Você manda! – ele recolhe seu material, e toma as minhas questões de minha mão – Eu termino esse trabalho; você faz o de história! Boa Sorte com a Cathy! – ele me deu um beijo na testa e saiu.

E eu realmente ia precisar de sorte.

P. O. V Catarina:

Últimas semanas de ensaio, tanto para o casamento quanto para peça. Mas hoje, segunda 4ª feira de Novembro, o foco era a valsa do casamento.

Por isso, Lorenzzo e eu estávamos na sala de Artes, ensaiando... Porém, não foi como na primeira vez.

– O que aconteceu com você? – ele pergunta, acariciando meu rosto. Suponho que ele esteja chocado com minhas olheiras. Filhos de Apolo não têm olheiras.

– Estou apenas cansada. Não é fácil ser filha de Apolo! – dou de ombros, tentando desviar do real problema: a O.P.E

– Você mente tão mal! – ele riu. – Está tentando me afastar, Lyra? – e esse pensamento me enfureceu.

Tudo o que eu mais queria era poder contar tudo para ele, deitar ao seu lado e chorar desesperadamente por estar com medo; medo caso Zeus e Hades descubram tudo antes do tempo certo, medo da vingança que estava sendo preparada, medo de Cupido querer se divertir mais ainda e começar a atacar os casais ao redor...

– Claro! Não percebeu ainda? Eu me tornei uma viciada em trabalho assim como você! Quem ta afastando quem?

– Está me acusando de não te dar atenção o suficiente?

– Eu? Por que eu faria isso? – sentiram a ironia?

– Ah, bom, porque, pelo que eu me lembre foi você quem quis vir para o internato! – ele me acusa.

– E você que deixa loiras supergostosas darem em cima de você! – revido, soltando-me deles.

– Ah, claro,vou dizer o que pra ela: olha, ta vendo essa fita aqui? É de isolamento: apesar de estudarmos juntos e sermos da mesma equipe de estágio, você não pode se aproximar de mim; minha namorada não gosta nada disso! – é a vez dele revirar os olhos – Por favor, Catarina, pensei que fosse menos infantil!

– Ah, vai se fuder com suas loiras e vê se me esquece! – saio da sala, mesmo sabendo que ele me seguiria – Ah, só pra ficar claro: ela pode se aproximar a vontade de você: eu não ligo! Vou por a fita de isolamento ao meu redor: se aproxime e eu queimo isso que você tem no meio das pernas até não sobrar um espermatozóide pra contar história.

O escuto bufar atrás de mim, enquanto me seguia.

– Pelos deuses, criatura! Será que não dá pra entender que eu não quero nada com nenhuma outra garota? – ele pergunta

– Deveria dizer isso à Lauren, à Megan... – continuo, sentindo as lágrimas arderem em meus olhos; mas eu não choraria. Eu podia estar brigando com ele, estar chateada, mas eu ainda o amava e queria protegê-lo. Se eu chorasse, eu acabaria contando tudo e colocando-o em perigo.

Eu estava tão cansada de toda essa correria de O.P.E, casamento, musical, Cupido, visões, blá-blá-blá, que nem estava raciocinando mais. E talvez seja por isso que, depois de muito correr, acabei no laboratório de química avançada, dando de cara com Thalia sentada no colo de Nico, e os dois sorrindo, como dois apaixonados.

Fiquei mais atordoada ainda. Mais um motivo para me preocupar: a O.P.E estava funcionando, o que significava que os perigos eram reais.

– Catarina de Lyra, será que dá pra parar de andar como uma locomotiva e... Ué, eles não se odiavam?

– Não! – Nico, Thalia e eu comentamos.

– Apenas tínhamos nossas desavenças! – Nico disse, sorrindo

– Nunca pensei em dizer isso, mas: que constrangedor! – Thalia murmura, levantando do colo de Nico, mas ele a puxa de volta.

– Deveríamos dar licença? – Lorenzzo pergunta, tentando tocar meu braço, mas eu me afasto

– Imagina, fiquem a vontade. Juntem-se a nós se quiserem! – Thalia diz, irônica, e Nico ri, encostando a testa em suas costas.

Aquilo era fofo, era uma coisa que Lorenzzo fazia e eu amava. Amava... Já estou até mesmo usando o passado.

– Eu vou voltar para o meu dormitório! – digo, encarnado o Lorenzzo e apontando um dedo para ele – Você vai para onde quiser, apenas me esqueça! – e me doeu muito ver a dor e a raiva naqueles olhos esverdeados, mas eu precisava pensar; sem preocupaçõs ou pessoas preocupadas comigo.

Mas, como nada nessa vida é do jeito que planejamos, eu não fiquei só por muito tempo.

– O que foi aquilo tudo, Lyra? – Thalia entrou em meu quarto, uns 10 minutos depois de eu ter me jogado na cama e ter começado a chorar – Hey, por que você ta chorando?

– Porque esses deuses sempre exigem mais de mim! E por causa deles eu acabo magoando as pessoas que eu amo, eu não posso contar as verdades para eles e me sinto mais falsa do que as bolsas Gucci que Diamond usa. – eu disse e tinha total consciência de que estava horrível. – Eu estou cansada de ser estagiária de Afrodite, de sentir dores horríveis quando Apolo e Ártemis estão brigando, de ter visões pavorosas e sonhos estranhos também! Eu quero voltar a ser só eu: a Lyra, skatista, viciada em animes, séries e música, e cujo maior perigo era ser assaltada ao sair do próprio prédio. Estou cansada de mentir para defender todo mundo, cansada de pensar em tudo o que tenho que fazer...

– Cathy – por que todo mundo me chamava de Cathy quando eu estava tendo um ataque? Era para soar mais doce? Bom, isso irritava –, eu entendo como se sente! Mas ficar triste não vai trazer sua antiga vida de volta; chorar e gritar não vai fazer o Lorenzzo entender que você não pode contar a ele o que está acontecendo...

– Ele está se afastando de mim! Eu estou perdendo meu namorado porque eu não posso simplesmente contar à ele tudo o que está acontecendo e porque estou me tornando uma ciumenta e simplesmente não to conseguindo confiar nele, porque essa falta de confiança faça parte do plano de... – me calei, já havia dito muito

– Ok, percebi que você não pode falar! – Thalia suspira – Fica bem difícil dar conselhos, porque eu não sou boa nisso e você não pode me contar direito o que está acontecendo, mas eu vou tentar! – ela suspira mais uma vez – Não foi você quem certa vez disse que, quando amamos alguém, confiamos tudo à ela? Nos sacrificamos?

– Não tenho certeza, mas acredito nisso! – fungo

– Então! Confie que ele não vai abandoná-la, faça esse sacrificio e acredite nele, mesmo que você sinta medo! – ela acaricia meu rosto, e eu realmente senti como se fôssemos tia e sobrinha. – Todo mundo vê que ele é louco por você!

– Menos você, que parece ter um talento maior com o futuro do que com o que está na sua frente. – não preciso dizer quem disse isso

– Você não deveria estar aqui! Você deveria me esquecer! – eu disse, querendo sumir

– Eu não posso esquecer você! Você faz parte de mim e... – ele parou e olhou para Thalia.

– A Pikachu vai voltar pra Pokébola! – ela se levanta e sai do quarto.

– Você deveria voltar para a sua poké... Digo, sua casa! – sussurro, sem forças para continuar discutindo; e sem vontade também.

– Eu já estou perto de casa! – ele se aproximou, ajoelhando-se na minha frente e secando minhas lágrimas – O lar é onde o coração está; e meu coração está com você!

– Eu odeio isso! – continuei chorando – Odeio trabalhar para Afrodite, odeio mentir para você, odeio você ser tão carinhoso comigo mesmo quando eu estou sendo horrível para você; mesmo quando estou bancando a ciumenta maluca, que eu tanto criticava em Valentina...

– Cathy! – ele se sentou na cama, e me puxou para seu colo – Não se martirize; não é sua culpa! Foi um acordo entre Afrodite e Zeus: ela seria sua matrona, e você poderia continuar viva; assim como Sophia tem que seguir o caminho de Anúbis. Afrodite disse que se você fizesse algo errado teria que “trabalhar” para ela; você apagou nossas memórias, tentando nos proteger e agora tem que fazer o que a deusa quer. – ele suspirou – Eu entendo isso; não concordo com você ter toda essa trabalheira, mas entendo!

– Ela tem ninfas, ela pode usar as ninfas e seus próprios poderes! – resmunguei infantilmente

– Poderia, mas se ela te escolheu para juntar aqueles dois malucos! E se ela acha que você e Aria podem juntar Thalia e Nico, bom eu também acredito!

– Pera, como é que você sabe disso? – perguntei, lembrando que, há um mês, eu havia começado a contar sobre a O.P.E...

– Sério? Olha, antes de você me contar eu já desconfiava: aqueles dois na mesma escola, mesmo depois de terem discutido durante toda a missão e todo o verão? Lucas chamando Thalia para ser madrinha? Ora, nem ele, nem Calipso, são tão amigos dela! Teria feito mais sentido chamar a Àgatha! E não pense que eu não lembro dos dois se beijando no meu carro!

– Não sabia que era tão observador! – pisco, pasma com suas lembranças e conjecturas

– Eu não faço administração a toa! – ele pisca, convicto. Ok, acho que ele está aprendendo a ser presunçoso comigo. – E você tem razão: eu tenho passado muito tempo me preocupando só com a faculdade e o estágio, e sem perceber acabei me afastando: eu quase não retorno suas ligações e quando faço isso passamos muito pouco tempo no telefone! EU estou sendo um péssimo namorado e amigo, e eu não quero fazer isso! Então – ele ergue um lado do quadril e pega o celular no bolso de trás –, hoje sou totalmente seu! – desliga o telefone e o coloca sobre meu criado mudo. – Afinal, acho que uma madrinha, diva de um musical e estagiária da deusa do amor, merece muita atenção e mimos do namorado idiota!

– Ah, mas...

– Catarina, quando você vai parar de falar tanto? – ele me calou com um beijo, com o tipo de beijo que eu costumava receber todo o tempo – Eu nunca vou desistir de nós dois, por mais que essa frase seja clichê!

– Aceito esse... Ai que merda!

– O que foi? – ele pergunta preocupado

– Acabei de descobrir o final da 4ª temporada de Pretty Little Liars! – sorri – Eu acabei de me dar um spoiler!

– Quer um spoiler da sua vida? Um spoiler do que vai ouvir todos os dias? – ele perguntou e não me deu tempo de responder, pois mais uma vez pressionou seus lábios contra os meus em um beijo incrivelmente doce, ao mesmo tempo em que sussurrava – Eu te amo!

P. O. V Nico:

– Nunca pensei que seria o Hitch! – comentei quando encontrei com Thalia no corredor

– Nem eu! – ela disse – Dá pra acreditar? Aqueles dois brigando?! Não eram eles o casal fofura na missão?

– Tenho certeza de que eram Valentina e Eleazar! – murmurei, abrançando-a

– Não! Eles eram o casal grude! – ela fez uma careta e eu ri – E ainda são, mas ok: eles podem!

– Verdade! – murmuro, e a encaro nos olhos, me perdendo na imensidão azul que eles eram – O que faremos agora? – pergunto confuso, pois já havia me esquecido de tudo que havia planejado para o dia. Eu sequer me lembrava das horas...

– Você, eu não sei, mas eu vou voltar para meu quarto e começar a pesquisa de história... – ela respondeu

– Eu levo você até lá, então! – viramos, a caminho de seu dormitório

– E depois termine o trabalho de química: lembre-se do nosso trato! – ela disse, em tom autoritário

– Sim, senhora, comandante! Mais alguma ordem? – e só então percebi o quão perto seu dormitório era do de Cathy. Menos de 2 minutos tinham se passado...

– Sim! – ela para com uma mão na maçaneta – Faça um bom... – e sabem por que ela parou de falar? Simples: ela caiu dentro do quarto, assim que Valentina abriu a porta em um rompante (na verdade, ela quase arrancou a porta, mas eu fiquei mais preocupado com Lia do que com a porta.) – VALENTINA!

– Nico, que bons ventos o trazem! – ela tinha um sorriso cegante – Já pensou em abrir uma agência de viagens?

– A Thalia me sugeriu a mesma coisa no verão... – pisco, confuso – Ela até criou um “cartão de visitas” para mim.

– Caveirinha Júnior, guia turístico! Não acredito que ainda lembra disso... – Thalia levantou

– Olha, depois vocês me contam essa história... No momento, Nico, eu preciso de um grande favor seu! – e a Cria Maluca II me puxou para dentro do quarto.

E eu não pude acreditar no que ela me pediu. Também não acredito que concordei com o pedido...

Mas o que eu não fazia quando Thalia pedia algo com tanta manha?

P. O. V Valentina:

Finalmente chegara! Última semana de Novebro, dia 28: aniversário de 20 anos daquele ruivo maluco que eu chamo de namorado.

Exatamente um dia antes do musical e dois antes do casamento; mas isso não me importava nesse momento: eu só tinha que passar esse momento com ele! Que se dane tudo!

– Muito obrigada por ter convencido o Nico! – agradeci à Thalia.

Estávamos no nosso intervalo da tarde, e eu correra para o quarto, trocara de roupa e estávamos esperando Nico chegar. Ele me levaria até o shopping no centro da cidade, onde eu compraria o presente de Eleazar e depois daria um jeito de ir até o apartamento do mesmo...

– Imagine: eu vou lucrar com isso também! – ela deu de ombros – Afinal, você vai trazê-lo para gravar o musical!

– Ah, então foi por isso que você estava toda manhosa, né? – Nico surge no quarto – Monstrinha!

– Briguem depois: já estou atrasada! – reclamei freneticamente – Lembre-se: eu estou indisposta, por isso não vou comparecer à última aula; se perguntarem o que eu tenho, diga que estou com cólica!

– Já entendi! – Thalia levanta a mão em sinal de rendição – Aprecie a viagem! E volte amanhã!

– Pode deixar, comandante! – pisco para ela.

– Aconteça o que acontecer, não solte meu braço! – Nico alertou – Ou você vai ficar perdida no limbo para sempre!

– O que quer dizer com... – e então, o meu lindo dormitório se transforma em um ambiente extremamente escuro, onde eu podia ouvir os clamores dos mortos e até mesmo vislumbrá-los – Uau! – digo, fascinada.

– Consegue ouvi-los? – ele pergunta, abismado

– Infelizmente! – suspiro e então, acabou – Nunca pensei que fosse detestar tanto ver a luz!

– É sempre assim na primeira vez! – ele deu de ombros – Deseje feliz aniversário ao Eleazar por mim, e o traga para nosso musical amanhã!

– Pode deixar! – pisquei para ele, que voltou para as sombras.

Quanto a mim, eu caminhei pelo shopping, até achar a loja que eu queria: a loja de Cd’s. Lembrava-me de tê-lo visto, em uma das minhas raras visões do futuro, procurando freneticamente por certo álbum. Sendo assim, liguei para sua mãe, e perguntei sobre a coleção de cd’s dele, e não foi surpresa nenhuma quando ela disse que o Songs About Jane havia quebrado.

Eu fiquei arrasada: aquele era o álbum do Maroon 5 que tinha a nossa música! Perdi a conta de quantas vezes o escutamos... Então, por que não lhe dar um novo, visto que ele já sabia do ocorrido com o antigo?

E foi o que fiz: procurei pelo CD em cada gôndola (a loja estava uma bagunça) até que achei o bendito! Quase saltitei até o balcão, mas me controlei!

Paguei-o e saí em busca de um bom restaurante francês. Mas eu nunca saí por Nova York sozinha, exceto uma vez... Não, nessa vez eu estava sozinha: eu estava com Eleazar e Aria. Era incrível como ele fazia parte até mesmo dos mínimos detalhes.

– Que Passa? – Cathy pergunta, atendendo ao telefone

– Preciso que me indique um bom restaurante fracês! – peço

– Tente o Le Grenouille! – ela responde – Fica entre a 3 East e a 52nd Street!

– Valeu! – desligo, sem me despedir, e entrando em um táxi – Le Grenouille, S'il vous plaît! – qual a necessidade de falar em francês?!

– Imediatamente, mademoseli! – o taxista toca no Cap e segue viaje

Durante o curto trajeto do shopping até o Greenwich Village, meus pensamentos seguiam caminhos divergentes: ora pensavam nos aniversários que passei com Eleazar, ora em como chegar no apartamento dele. Porque todas as vezes que eu fui até lá, não foram por vias terretres: uma foi voando, e a outra por intermédio de Afrodite.

– Senhorita? Chegamos! – o taxista me informa, e eu pago a corrida, deixando-lhe um extra.

Entrei no restaurante, que era incrivelmente fofo. Agora sabia bem porque Cathy me mandara para lá; o mâitre me entregou o cardápio logo após eu ter chego, e eu nem precisei levar muito tempo escolhendo: ali estavam os pratos favoritos de Eleazar. Seria uma surpresa perfeita!

Só seria mesmo, porque...

– Você não deveria estar na escola? – Eleazar me pergunta, e pela primeira vez, sua suave voz me deixa arrepiada de medo.

– Oh, é mesmo! Deveria! Nossa, caramba, como vim parar aqui?

– Valentina, você pode ser ótima em muitas coisas, mas mentir não está na lista, gracinha, definitivamente não está!! – ele parou bem na minha frente, e ficou me encarando com seus gélidos olhos azuis, tão claros que pareciam vidro. Agora entendi porque ele usa lentes.

– Tá bem!! Não precisa me olhar desse jeito! Eu só queria te fazer uma surpresa! – confesso, e recebo um olhar confuso. – É seu aniversário, seu babaca! – qual o problema dele?

– Por isso está aqui? Previu que eu viria até aqui, e veio fazer uma surpresa?

– Eu nem sabia que você viria aqui. – eu podia não saber, mas podia apostar que Cathy sabia – Só vim porque sei o quanto gosta de comida francesa, e como é um restaurante francês... Enfim, meu plano era comprar o jantar e um bolo e depois ir para seu apartamento. Ah, e eu acabei de comprar seu presente.

– Eu... Isso... é incrível!! – ele me abraçou, me erguendo do chão – Acho que ainda podemos manter seu plano: eu ainda não pedi!

– Aqui está, senhorita! – a atendente me entrega dois pacotes

– Como pretendia levar todo esse peso sozinha e achar meu apartamento? – ele pergunta, levando os pacotes

– Sou bem flexível, e eu iria procurar seus pensamentos! – abri a porta do restaurante

– Sei bem o quão flexível você é! – ele inclina o corpo para que eu pegue a chave do carro.

– Gostei do carro novo! – elogiei

– Eu até diria que comprei pensando em você, mas, convenhamos, eu não comprei esse carro. Pólux me deu!! Então, creio que ou ele tem bom gosto, ou ele consultou você! – disse, enquanto arrumava as coisas no banco de trás.

– Ou, ainda, ele perguntou à Cathy, que espionou minha mente, que espionava a sua!

– É muita volta pra comprar um carro, vou acreditar que Cheryl tem muito bom gosto, e o obrigou a comprar esse carro!! – ele sorriu, e depositou um beijo na minha testa. – Vamos, vamos comemorar! – e por mais louco e ridículo que possa parecer, eu achava aquele jeito desengonçado dele, de lidar com sentimentos, a coisa mais fofa do mundo.

Porque, logo no início, ele não era o cara mais sensível do mundo, mas se esforçava bastante. E esse esforço era admirável, principalmente para uma fã/aspirante à poeta. E embora 3 anos tenham se passado, ainda havia momentos em que ele tinha dificuldade em demonstrar todos os sentimentos.

– Ainda o mesmo cara tímido de sempre? – perguntei, observando-o dirigir

– Só com você! – ele diz, e eu vejo seu rosto ficando vermelho – Você faz com que eu queira ser o melhor, mesmo eu sabendo que isso é impossível. – e ele dá aquele típico sorrisinho.

– Não precisa ser o melhor! – sorrio também – Seja só o Eleazar bobão de sempre, e eu serei a namorada mais feliz da face da terra!

– Eu não mereço você! – ele ri

– Não mesmo, não com aquele comportamento horrível do passado! – provoco – Mas agora está quase ganhando alguma confiança...

– Convencida! – ele cantarola – Mas eu amo!

– É claro que ama: como não amar quem mais te ama?! – acaricio seu rosto

– Impossível, Marie! Impossível! – ele sorri de novo. – Mas eu to sentindo que tem algo a mais nessa sua visitinha!

– É claro que tem! – procuro na bolsa o folder da Semana Cultural – Preciso de um fotógrafo!

– Sabia que tinha algo a ver com isso! – ele ri, e começa a lembrar dos velhos tempos.

E enquanto o ouvia lembrar de nossa complicada história, percebi que não há dúvidas: quando Afrodite quer, não existe quem impeça. Nem mesmo os deuses, com todos os seus poderes, podem deter o amor verdadeiro.

– Ei! – ele me chama – Chegamos, Devaneio Ambulante! – sorri e juntos descemos do carro. – E pela primeira vez você vem pro meu apartamento, de um jeito normal! – ele comenta, pegando o jantar.

– Amo você! – puxo-o para um beijo, pegando-o de surpresa. – Lembre-me de fazer uma oferenda à Afrodite, agradecendo-a pelo atropelamento!

– Nunca vai me deixar esquecer isso, não é mesmo? – seria possível amar mais aquele sorriso?

– Não! Nunca! Vamos estar velhinhos, e eu vou continuar falando nisso! Vou mandar a Cathy escrever sobre isso, mandar o Nic...

– Espera! – ele me silencia – “Vamos estar velhinhos”? Pretende passar tanto tempo assim comigo?

– P-por q-q-quê? Vo-você não... – pergunto, perdendo toda a animação de antes.

– Você fica incrivelmente adorável quando está insegura! – ele encosta sua testa na minha – E só para o seu governo, eu planejo ficar com você até mesmo no Elíseo!

P. O.V Autora:

Acho que ouvir “Até mesmo no Elíseo” é o sonho de qualquer semideusa! Na verdade, tenho certeza....

– E a cada palavra dita, me apaixono mais por você! – Valentina dá mais um beijo no namorado, e juntos vão para o apartamento

Mas acho que nem todos compartilham de minha opinião...

– Irc, casaisinhos! – P resmunga ali perto – Ainda não sei porque estamos observando esses dois!

– Foi um erro! – o cara que deveria ser bonzinho diz – Claramente não conseguiremos nada ali! Ela não é a mais fraca, como eu imaginei!

– É claro que ela é: ela é louca por esse cara; ele é o ponto fraco dela. Faça-o traí-la, e ela com certeza não vai querer juntar mais casais! – e com isso, ela leva nosso Cupido às gargalhadas – O quê?

– Só porque você sofreu por isso, não significa que ela sofrerá! Olhe, se existe algo sobre o amor, e eu o conheço muito bem, é: nada o atrapalha! Você pode retardá-lo, mas nunca atrapalhá-lo. Talvez o seu não fosse para ser, mas o deles? O deles é para ser, e nem mesmo eu posso acabar com isso! – ele cospe, como se sentisse nojo – Vênus já se decidiu sobre isso!

– Então, o que faremos? – a outra pergunta com desdém

– Não se preocupe: eu já tenho um novo roteiro!


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Se tiver ficado ruim, I'm so sorry! Mas meu tempo está curto e o sono comprido agora :p
Aceitando reviews e recomendações para me alegrar!!
Aaah, só digo uma coisa sobre o próximo capítulo: Música!
Beijão!