Crônicas da meia noite. escrita por JeeffLemos


Capítulo 17
Memórias Mortas




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Existem momentos em nossa existência, que nos pegamos presos em memórias. Velhas lembranças, sonhos de um passado distante e coisas deixadas para trás. O ontem é feito de dois tipos distintos; Coisas boas e coisas ruins. Isso mesmo, o conceito do bem e do mau, do que você gosta e do que não gosta. Afinal, é disso que se trata tudo. Desculpe aparecer assim, tão de repente. Você se lembra de mim?

Eu tenho muitas formas. Pra você, eu sou um caleidoscópio de sensações, assim como para os outros. Mas cada um tem o seu próprio caleidoscópio. O que você vê não é o mesmo que o outro vê, é verdade, me esqueci desse detalhe. Mas não se assuste comigo assim, tão facilmente. Eu posso ser bonzinho, só depende de você, é claro.

Pelo visto você ainda não me reconheceu. Tudo bem, eu não te culpo, até por que não costumo aparecer assim, tão incisivo. Então, deixe me contar uma história. Coisa que um amigo faz pelo outro, certo? Considere isso um presente da minha “metade boa”. Quem sabe assim você possa me entender melhor.

Lembro-me como se fosse hoje. E talvez possa até ter sido. Já te disse que não sou bom com o tempo? O tempo não faz parte de mim, eu apareço na hora que eu quero, não importa quando eu aconteça (Confesso que não é bem assim, mas é quase desse jeito). Na verdade, eu faço parte do inconsciente dos seres vivos. E dos divinos também. Sou tão velho quanto à criação, e tenho vestígios dela até hoje. Porém, o Divino não costuma usar muito dessa lembrança, afinal de contas, você, junto com todo o resto, está ferrando com todo o trabalho dele. Até eu preferiria dormir a ter que ver o que você e sua trupe andam fazendo. Acho que esse é um dos motivos por eu estar sendo visto como uma figura perversa durante esses tempos difíceis.

Esta história é sobre um homem. Ele veio morar na minha casa, há algum tempo atrás. Vou te falar só o primeiro nome dele, você pode reconhecê-lo caso eu diga todo o nome, e pode vir a ter medo de mim também, precipitadamente, e não querer ouvir minha história. O nome dele era Marcos.

Marcos tinha se mudado para minha casa, mas sem saber que já havia um pouco de mim que morava por lá. Era um bom rapaz. Trabalhava a maior parte do tempo, e a outra parte gastava com diversão em casa. Vídeo games, horas e mais horas na internet, e às vezes até mesmo escrevendo. Lembro que ele gostava de assistir seriados pelo computador. Bons tempos aqueles. Passávamos horas e horas assistindo, rindo e se deliciando com as séries mais legais da época. E olha que eu conheço muitas, até mesmo as piores. Na verdade, ele também assistia pornô às vezes, mas não sabia que eu o estava observando, então eu dou esse desconto para ele. Aliás, se soubesse isso seria um tanto quanto constrangedor. Ele viveu na minha casa durante uns três anos. E o último foi o pior.

Essa era a vida de Marcos durante o primeiro e o segundo ano; Trabalho e casa. Ele sempre fora um cara solitário, disso eu posso falar, eu me lembro. Para deixar claro, eu já conhecia o Marcos desde bem antes de ele vir morar na minha casa. Desde a época da escola, ele sempre fora excluído e preso em seu próprio mundo. Namorada? Não me lembro de ele ter tido uma. Acho que toda essa solidão foi o que desencadeou as coisas que aconteceram posteriormente. Já havia acontecido muita coisa na casa, é verdade, mas quando se está chamando tudo aquilo, é impossível de ignorar.

O fato de Marcos viver em seu próprio mundo, fez com que as portas que estavam lacradas naquele maldito lugar, fossem abertas. E foi nesse exato momento, que um amigo meu chegou à nossa casa.

Entenda que, nós costumamos fazer parcerias, e mesmo que eu possa não querer, é inevitável. Ele trabalha muito bem, isso é um fato incontestável. E sempre que trabalhamos juntos, coisas ruins acontecem. Esse meu amigo, com certeza você o conhece. Creio que neste exato momento, você deve estar pensando que sou louco, não é verdade? Mas posso te garantir que não sou. Às vezes não. No fim dessa história você vai saber quem sou eu, e vai ver que posso ser louco, isso depende do seu ponto de vista.

No caso do Marcos, a loucura não veio dele, ele foi apenas um instrumento de algo maior. É uma pena que agora, ele faça parte dessa maldição. Ele não tinha muito que fazer, não podia escolher, apenas estava na hora e no lugar errado.

Os dois primeiros anos, como eu havia dito, foram ótimos para ele. Ótimo que eu digo é um ótimo-do-jeito-Marcos. Fez o que estava acostumado a fazer, e isso era o que o deixava “feliz”. Entretanto, no início do terceiro ano, Marcos teve alguns problemas no serviço. Desde a época de escola, sofreu de bullyng. Essa era uma lembrança que estava grudada em sua mente, como se fosse pregada lá por super bonder. Ele nunca esquecera as ofensas e brincadeiras que sofrera. E com ele, era quase impossível de acontecer, pelo fato de que até em sua vida adulta, fora vítima de brincadeiras e piadas. Em sua fase adulta, elas vinham dos “colegas de trabalho”.

Aos 23 anos de idade, Marcos já estava saturado de tudo aquilo que era obrigado a passar, toda a humilhação e todo o horror das piadas ofensivas e destrutivas que eram feitas contra ele. Sem amigos, sem família presente, sem ninguém por perto, sua cabeça estava a mil, e todos os pensamentos que o afetavam durante aquele terceiro ano na casa, eram coisas sombrias, lembranças horríveis de seu passado humilhante, e lembranças mais recentes, de como nada mudou, e ele continuava sendo o mesmo perdedor de sempre.

Você pode achar tudo isso repentino, mas te digo que não é. Marcos passou por um bocado de coisas durante toda sua vida de perdedor. Ele sofreu como muitos sofrem hoje em dia, e os pensamentos sobre suicídio, eram tão comuns quanto respirar. Certa vez, já morando na minha casa, ele pensou em amarrar uma corda feita de roupas na cinta que cruzava a parte de cima da casa, e terminar com sua vida ali mesmo, se enforcando. Não fez, mas a ideia o assolara até os últimos dias. Já houvera pensado em outras formas menos “convencionais” de suicídio. Como por exemplo: Colocar a cabeça dentro do forno; enfiar as mãos dentro do moedor de carne e sangrar até; cortar os pulsos verticalmente; Entrar em uma banheira, fazer uma incisão na aorta da perna, e deixar o rubro escorrer até falecer... enfim, coisas assim, macabras. Acho que esses pensamentos negativos, que se intensificaram a partir do terceiro ano, foram o estopim para tudo o que aconteceu.

O dia em que tudo começou, era uma terça-feira. Ele havia chegado em casa mais estressado e com uma aura mais pesada do que nunca. Tão negra quanto piche. Acho que qualquer um conseguiria ver isso, até mesmo mortais. Esse foi o aperitivo que abriu o apetite do mal que infestava aquele lugar.

Marcos estava distraído, com um semblante triste e irado ao mesmo tempo. Os sulcos do seu rosto estavam cada vez mais profundos. Seus olhos eram poços fundos e sombrios. Marcos chegou e sentou-se no sofá. Pegou o controle da televisão, enquanto tirava os sapatos com os pés, e ligou o aparelho. Zapeou por vários canais e não encontrou nada que prendesse sua atenção. Desligou o aparelho e ficou por alguns minutos encarando o teto. Levantou-se e ia saindo para o quarto. Mas ouviu um estranho barulho e se virou em direção à televisão, que estava ligada em um canal sem programação, que exibia apenas aquela monótona estática. O volume estava no máximo, e aquele som rasgado irritava os ouvidos de seus ouvidos. Ele desligou a televisão novamente, pensando que fora apenas seu braço que havia esbarrado no controle ao se levantar, e tomou seu rumo para o quarto.

Tomou uma ducha longa e demorada. E enquanto a água escorria por sua pele flácida e por seu rosto novo, porém velho e cansado, ele chorava. Chorava pelo fato de não aguentar tudo aquilo que estava acontecendo. Os problemas pelos quais havia passado e a pegadinha que fizeram com ele no banheiro do escritório. Chorava por toda uma vida vergonhosa que fora obrigado a viver. Eu nunca pedi por isso, pensava ele.

Eu sei muito bem o que ele pensava, e posso lhe dizer com toda certeza que o que lhe conto aqui, é verídico. Eu estava na casa, era amigo de Marcos, e o conhecia desde que ele teve idade para se lembrar, eu sempre estive com ele, e me lembro de tudo pelo o que ele passou. Eu não só o conhecia, eu era parte dele, assim como sou parte de você.

Terminou o banho e nem mesmo ânimo para fazer as coisas que gostava, ele conseguia ter. Colocou seu velho pijama e caiu na cama. Aquela noite fora conturbada. Pesadelos o assolavam durante o sono, e de olhos abertos, o terror começou a invadir sua realidade. Rangidos por toda a casa e barulhos estranhos assombraram aquela noite perversa, o começo do fim. Marcos acordava de seus pesadelos e ouvia a casa gemendo e sussurrando. Via vultos atravessando o seu corredor e ouvia vozes desconhecidas, quase etéreas, mas cheias de ódio, rancor e fome.

E foi naquele exato momento, que meu amigo chegou. Sem rodeios, sem pedir licença e sem nem mesmo um cumprimento. Entrou pela porta da frente, atravessou o corredor e foi em direção ao quarto de Marcos. Aproximou-se da cama, puxou a coberta de lado e deitou-se ao seu lado. A partir daquele dia até o dia de sua morte, Marcos foi acompanhado dia e noite por esse meu amigo indesejável.

Marcos acordou atordoado, com medo e se sentindo mais sozinho do que nunca. Ainda ouvia algumas vozes, distantes e indistintas, como se estivessem assoprando por toda a casa, levadas por um vento imaginário. Ele demorou mais do que o normal para se arrumar, e o pensamento de que estava ficando louco estava começando a surgir no seu inconsciente. Durante todo aquele dia, ele ficou desligado e assustado. Foi alvo de mais chacota por partes dos colegas, e chegou em casa, no fim da tarde, pior do que nunca.

Antes mesmo de entrar, ele vira um vulto, uma sombra passar pela janela de sua porta. O medo de ter um assaltante dentro de sua casa infestou seus pensamentos, e ele ficou paralisado. A sombra voltou a passar em frente à janela, a luz dentro da casa estava ligada, e a silhueta parou de caminhar. Ficou ali durante algum tempo, como que o observando, e depois voltou a se movimentar, saindo da visão. Lembro-me de ter visto meu amigo ao lado Marcos. Esboçava um leve sorriso e sua mão dava tapinhas nos ombros dele, como que para acalentá-lo.

Marcos havia ligado para a polícia, e disse que sua casa poderia ter sido invadida. Esperou sentado do lado de fora, do outro lado da rua. Suas olheiras estavam piores, e seu olhar insone continha traços escandalosos de uma possível insanidade. Ele via vultos pelas janelas e, às vezes, escutava vozes sussurrando seu nome. Pareceu uma eternidade aquela espera, até que a polícia chegou. Vasculharam ao redor da casa, e não encontraram nenhum sinal de arrombamento, nenhuma janela aberta e nada que indicasse uma possível invasão. Entraram na casa, e me lembro de que um dos policiais desconfiava que Marcos estivesse sobre o efeito de drogas. Como eu sei disso? Eu me lembro, claro.

Eles não acharam nada dentro da casa. Entraram em todos os cômodos, embaixo da cama, e em todos os possíveis lugares que um ladrão poderia se esconder. Não encontraram nada. As luzes estavam desligadas quando entraram. Liberaram a casa, e avisaram a Marcos que a mantivesse fechada ao sair. “Se vir alguma movimentação estranha, pode nos chamar, Sr. Marcos” disseram eles, se retirando da sala. Era óbvio que não encontrariam nada. A casa estava perfeitamente limpa. O único ser humano que vivia naquela casa era o meu amigo Marcos, o resto eram todos fantasmas.

Isso mesmo, fantasmas. Aquela casa tinha história, eu te avisei. Pessoas morreram lá, pesar e angústia foram alicerces para construí-la. O local da construção da casa há muito tempo atrás, fora um cemitério indígena. Não que alguém soubesse disso. Os anos de erosão jogaram terra e mais terra em cima daquele lugar, e o afundaram de uma forma que, escavações superficiais para construções de casas, não conseguiriam encontra-lo. O lugar por si só já era propício à maldade. E os fatos que ocorreram dentro daquela casa, incitaram que a perversidade se apoderasse dela.

O primeiro a morrer no lugar, foi um trabalhador. Na época, trabalhava na construção da casa. Caiu de cima da escada e voou de cabeça em um vergalhão, que brotava da planta. Morreu na hora, óbvio. Sem mais incidentes após esse, a construção prosseguiu e a obra foi concluída. A primeira família a morar na casa foi a que mandou construí-la. Viveram felizes por curtos oito anos, até que as brigas e os problemas familiares começaram a tomar conta do ambiente saudável, e deram a oportunidade para que tudo começasse. Certo dia, a irmã do Sr. Draken, dono da casa, fora visita-lo como era de costume. Posso jurar que seus gritos foram ouvidos a um quarteirão de distância. Ela encontrou a família toda na sala, caídos em posição fetal, com sangue escorrendo de suas bocas. Lembro-me que naquela época, depois que a situação começou a ficar difícil para a família Draken, era frequente acontecimentos estranhos durante as noites. E foi a partir desse momento, que eu vim morar de vez na casa.

Depois disso, já dividi o lugar com um bocado de gente. Nem todo mundo é suscetível à maldição, veja bem. Muitas famílias entraram e saíram daqui, felizes e unidas, e nunca presenciaram nada de estranho. Quando se gera um ambiente familiar agradável, nada é capaz de nos assombrar. Os fantasmas ficam em seus cantos, esperando para serem alimentados, com sua fome aumentando cada vez mais, a espera de uma alma caridosa para alimentá-los. Houve outros suicídios, como o do homem que se enforcou com uma corda feita de camisas, amarrada na cinta que cruzava o meio da casa. Foi encontrado uma semana depois, quando um amigo do trabalho deu por falta dele e resolveu visita-lo. Esses suicidas, não deram o gostinho da vitória para o meu amigo. Não. Mas outros, não tinham coragem, e sucumbiam com um ataque cardíaco fulminante, causado pelo medo. O medo que estourava seu coração, e fazia o sangue sair por golfadas enquanto eles gelavam no chão frio e maldito da casa. E meu amigo Marcos... sinto lhe dizer, mas com ele não foi diferente. Ele resistiu bastante, isso é algo inegável. Para uma pessoa que viveu uma vida solitária e mesquinha, posso dizer que ele foi um guerreiro nos seus momentos finais.

Após o incidente com os polícias, Marcos passou a noite em claro, com medo dos vultos que se aglomeravam à sua volta, e das vozes que sussurravam seu nome. Ao lado dele, o medo se alimentava e distribuía seu alimento aos famintos moradores. Enquanto eu, de certa forma, também me alimentava. Mas não por ele estar passando por essa barra, e sim porque geralmente, eu não sou muito de escolher, pego o que me dão.

Oito longos meses. Esse foi o tempo que Marcos levou para desistir, murchando como uma flor no outono. Por vezes, ele ficava uma semana sem aparecer em casa. Dormia em um hotel ralé que ficava a três quadras dali. Mas quando voltava, era inevitável. Sua energia era sugada até do tutano de seus ossos. Era assombrado por crianças correndo na calada da noite, um homem trabalhando, consertando as imperfeições imaginárias da casa, e pessoas que sentavam à sua volta para tomar um chá, onde o ingrediente principal era a sua essência, sua vitalidade e sua alma. Ele não sabia, mas pouco a pouco estava fazendo parte daquele lugar. Tentou vender a casa, mas não conseguiu de forma alguma. Até o dia em que decidiu abandoná-la e ir morar em um apartamento apertado, no centro da cidade. E durante uma semana, ele viveu como um ser humano normal, pelo menos como um ser-humano-no-estilo-Marcos, poderia viver. Entretanto, passado essa semana, eles o encontraram. As assombrações começaram na manhã de terça feira, antes de um corpo vazio, que um dia fora Marcos, sair para o trabalho. Um espectro o surpreendeu quando ele estava saindo do banho. Marcos nem mesmo teve tempo de reagir. Foi ultrapassado por uma enxurrada de emoções negativas. Rancor, tristeza, décadas de sofrimento e um tormento amaldiçoado. Foi lá mesmo que ele sucumbiu. Deixou que o Medo tomasse conta, e meu amigo, é claro, ficou felicíssimo. Morreu em posição fetal, com o coração em frangalhos e o sangue jorrando em torrente pela boca. Mas ao que a casa pertence, a ela retorna. E ele retornou, e hoje compartilha da maldição, do sofrimento eterno, e da solidão inexorável.

Você deve estar se perguntando, o porquê de eu ter lhe contado essa história, certo? Bom, eu apenas queria mostrar a você, que a lembrança tem poder. Ela cria fantasmas, maldições e pode trazer todo o tipo de mal para a sua vida. Os homens lembram, os deuses lembram e até mesmo as estrelas lembram. É verdade! Eu estava lá quando o mundo surgiu, as estrelas se lembram de mim. Os deuses? Sou tão velho quanto eles. A partir do primeiro segundo da criação, eu passei a existir.

Eu sou a lembrança, eu crio fantasmas e posso tornar sua vida um inferno.

Eu crio sonhos e posso tornar tudo mais doce, como um conto de fadas.

Mas veja bem, eu não escolho minhas atitudes, sou comandado por coisas como você. Você me aponta o caminho e eu faço o serviço. O pobre Marcos? Inconscientemente pediu que a casa se lembrasse. Se lembrasse dos horrores que ali ocorreram, se lembrasse do poder que aquele solo continha, se lembrasse de que estava com fome e que o lugar sempre tivera lugar para mais um. Ele me mostrou o caminho para se lembrar, ele pediu, e eu lhe dei os fantasmas. E lhe dei o Medo. E tudo de ruim que acontecera naquele lugar, foi pelo fato de que a casa se lembrou, e os fantasmas também se lembraram.

Espero que depois dessa história, você não tenha medo de mim. Eu posso ser doce, lembra? Tudo é uma questão do poder que você me dá. Se precisar de mim, você sabe onde me encontrar. Eu estou no seu passado, nas coisas ruins que estão engavetadas em seu inconsciente. Estou nas coisas boas que você guarda com tanto carinho. Acompanho-te desde o primeiro dia de sua existência. Pode não ser hoje, pode não ser amanhã, e até mesmo pode não ser nunca. Mas saiba de uma coisa; Se algum dia você necessitar que eu apareça, você só precisa se lembrar.


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